Programas de Monitorização Radiológica Ambiental - Instituto ...
Programas de Monitorização Radiológica Ambiental - Instituto ...
Programas de Monitorização Radiológica Ambiental - Instituto ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Relatório UPSR-A nº38/2011<br />
rádio na fase solúvel proveniente das <strong>de</strong>scargas das minas. Na Ribeira das Inguias, mais a sul<br />
foi observado o sinal da <strong>de</strong>scarga das minas. No Rio Zêzere, perto <strong>de</strong> Boidobra e após a<br />
confluência da Ribeira das Inguias ainda foi perceptível um pequeno incremento (cerca <strong>de</strong> duas<br />
vezes) nas concentrações <strong>de</strong> urânio, radio e polónio em solução, em comparação com a água<br />
colhida em Belmonte, a montante da confluência (Tabela III.5).<br />
A <strong>de</strong>terminação da activida<strong>de</strong> específica na matéria particulada em suspensão<br />
confirma as elevadas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> urânio, 226 Ra, 230 Th, 210 Po e 210 Pb nas águas das minas da<br />
Carrasca e da Bica, justificando-se o tratamento <strong>de</strong>stas águas ácidas e radioactivas antes da<br />
<strong>de</strong>scarga nas linhas <strong>de</strong> água da região (Tabelas III.6 e III.7). Aliás, apesar <strong>de</strong> vários anos <strong>de</strong><br />
tratamento periódico das águas da Mina da Bica, e acentuada remoção <strong>de</strong> radioactivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
ácido sulfúrico, uma avaliação recente das águas dos poços da zona confirmou a infiltração da<br />
água ácida da mina subterrânea da Bica no aquífero da zona, pelo que o tratamento <strong>de</strong>verá ser<br />
mantido para prevenir a expansão da auréola <strong>de</strong> contaminação (Carvalho et al., 2011 b)<br />
A análise do sedimento do leito das ribeiras é particularmente interessante porque o<br />
sedimento integra a contaminação ocorrida durante períodos <strong>de</strong> tempo mais largos que a<br />
matéria em suspensão, embora possa também sofrer perturbações episódicas que alterem o<br />
registo sedimentar (enxurradas, trabalhos agricolas, etc). O sedimento na estação <strong>de</strong> referencia<br />
(QF1) apresentou concentrações típicas para sedimentos e solos graníticos, por exemplo 727<br />
±21 Bq/kg <strong>de</strong> 238 U, e um pouco inferiores, entre 500 e 600 Bq/kg , <strong>de</strong> 230 Th, 226 Ra, e <strong>de</strong> 210 Po e<br />
210 Pb que resultam possivelmente da dissolução do 234 U e impedindo a formação <strong>de</strong> equilíbrio<br />
radioactivo secular. As concentrações <strong>de</strong> urânio e <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes no sedimento da ribeira a<br />
jusante <strong>de</strong> Vale <strong>de</strong> Arca (QF2) mostraram um claro aumento em relação a QF1 (por um factor<br />
<strong>de</strong> 4 a 5 vezes) <strong>de</strong>vido aos materiais transportados pelas escorrências das escombreiras. Essas<br />
concentrações <strong>de</strong>cresceram <strong>de</strong> novo no vale.<br />
O material recolhido na drenagem da mina da Carrasca foi o precipitado naturalmente<br />
formado e acumulado no tanque <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água na saida da galeria da mina (QF4). O<br />
sedimento da ribeira junto à al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Azenha (QF7) comprova a dispersão <strong>de</strong> escombros da<br />
mina da Bica (Tabela III.8).<br />
A radioactivida<strong>de</strong> nos sedimentos <strong>de</strong>cresceu para jusante das <strong>de</strong>scargas das minas na<br />
Ribeira das Inguias (QF8 e QF9). No Rio Zêzere a estação a jusante (QF11) perto da al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
Boidobra, comparada com o sedimento colhido perto <strong>de</strong> Belmonte (QF10) mostrou que os<br />
materiais transportados para fora do vale <strong>de</strong> Quarta-feira / Sortelha possivelmente ao longo <strong>de</strong><br />
décadas, chegaram ao curso do Zêzere, elevando para cerca do dobro as concentrações <strong>de</strong>stes<br />
radionuclidos nos sedimentos do rio (Tabela III.8).<br />
104