Relatório UPSR-A nº38/2011 II.2.2. Deposição Atmosférica II.2.2.1. Material e Métodos Os procedimentos relativos à amostragem e métodos analíticos utilizados para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> radionuclidos em água da chuva encontram-se <strong>de</strong>scritos no Capítulo I. II.2.2.2. Resultados e Discussão Na Tabela II.2 apresentam-se os valores <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> específica, A, dos diferentes radionuclidos analisados em amostras <strong>de</strong> água da chuva recolhidas em Sacavém (campus do ITN). Na Tabela II.3 apresentam-se os respectivos fluxos mensais <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição atmosférica. Os fluxos mensais foram obtidos multiplicando a activida<strong>de</strong> específica, em Bq L -1 , pela precipitação acumulada mensalmente, em mm, e correspon<strong>de</strong>m a valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição total (por via húmida e seca), uma vez que os colectores se encontram expostos durante a totalida<strong>de</strong> do período <strong>de</strong> amostragem, mesmo na ausência <strong>de</strong> precipitação. Na Figura II.3 estão representados graficamente os valores dos fluxos mensais <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição em activida<strong>de</strong> alfa e beta totais, 7 Be, 3 H, 90 Sr, 137 Cs e os valores <strong>de</strong> precipitação acumulada mensalmente em Sacavém. Os valores <strong>de</strong> precipitação foram obtidos através <strong>de</strong> uma estação meteorológica (EMA), instalada no telhado do edifício da Administração. Os valores <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> específica em radionuclidos naturais e artificiais medidos em amostras <strong>de</strong> água da chuva colhidas no campus do ITN foram baixos ao longo <strong>de</strong> todo o ano, com a maior parte dos resultados a situar-se abaixo dos valores da activida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong>tectável. No caso do 3 H, apenas se registaram activida<strong>de</strong>s mensuráveis em Março e Maio. Para o 90 Sr todos os valores foram inferiores à activida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong>tectável, à excepção do registado no mês <strong>de</strong> Janeiro, enquanto para o 137 Cs apenas se obteve um valor superior à activida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong>tectável em Outubro. Consequentemente, os fluxos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> radionuclidos artificiais foram extremamente baixos em 2010. No caso do 137 Cs, o fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição anual obtido (2,2±0,6 Bq m -2 ) é consi<strong>de</strong>rado baixo quando comparado com os valores reportados para outros locais (Ioannidou & Papastefanou, 2006). Os fluxos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição anuais obtidos para a activida<strong>de</strong> alfa total e activida<strong>de</strong> beta total (17 Bq m -2 e 30 Bq m -2 , respectivamente) são ligeiramente superiores aos registados no ano anterior (Madruga et al., 2010) em resultado da precipitação acumulada ao longo do ano <strong>de</strong> 2010 (2307 mm) ser significativamente superior à registada em 2009 (1337 mm). No entanto, os fluxos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição obtidos são comparáveis aos reportados por outros autores (Dueñas et al., 2009). 76
Vigilância Radiológica no campus do ITN (Ano 2010) Tabela II.2 - Valores <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> específica, A±U (k=2), (Bq L -1 ), <strong>de</strong> radionuclidos artificiais e naturais em água da chuva colhida em Sacavém (ITN) Água filtrada ∅≤ 0,45 µm Partículas em suspensão ∅> 0,45 µm Data <strong>de</strong> Colheita 3 H 7 Be 90 Sr 137 Cs Beta total Alfa total Beta total Janeiro < 0,80 (a) 0,39 ± 0,06 (1,18 ± 0,45)×10 -3