Programas de Monitorização Radiológica Ambiental - Instituto ...
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Relatório UPSR-A nº38/2011<br />
mais elevadas que nos produtos <strong>de</strong> referência. O produto com concentrações mais elevadas, os<br />
agriões, são <strong>de</strong> crescimento espontâneo na Ribeira <strong>de</strong> Quarta-feira (QF2).<br />
F) Refeições das al<strong>de</strong>ias nas zonas mineiras<br />
No sentido <strong>de</strong> estimar a ingestão actual dos radionuclidos provenientes das<br />
escombreiras e outras fontes relacionadas com a prática mineira passada, distribuimos caixas<br />
plásticas estanques solicitando a várias familias <strong>de</strong> habitantes da Cunha Baixa e <strong>de</strong> Caldas da<br />
Felgueira, ambas a jusante <strong>de</strong> minas e escombreiras <strong>de</strong> urânio, para recolher refeições <strong>de</strong><br />
preparação caseira e na confecção das quais (sopas <strong>de</strong> vegetais e legumes) utilizaram os<br />
produtos das suas hortas. Para termo <strong>de</strong> comparação adquiriu-se num restaurante da região uma<br />
sopa <strong>de</strong> legumes e uma refeição <strong>de</strong> carne, confeccionados com produtos adquiridos no<br />
supermercado (Tabela III.13).<br />
Os radionuclidos presentes em concentrações mais elevadas foram o 226 Ra seguido do<br />
210 Po e dos isótopos <strong>de</strong> urânio. Comparando as duas localida<strong>de</strong>s, as refeições da Cunha-Baixa<br />
apresentam uma concentração média <strong>de</strong> 226 Ra mais elevada que as Caldas <strong>de</strong> Felgueira. A<br />
média <strong>de</strong> todas elas, radionuclido a radionuclido, po<strong>de</strong> ser comparada com as refeições <strong>de</strong><br />
referência, uma sopa <strong>de</strong> legumes e um prato <strong>de</strong> carne e arroz <strong>de</strong> um restaurante da zona, mas<br />
confeccionados com produtos do supermercado, constatando-se que são significativamente<br />
mais elevadas as concentrações <strong>de</strong> radionuclidos nas sopas <strong>de</strong> hortas locais.<br />
Admitindo um consumo <strong>de</strong> 1 kg <strong>de</strong> sopa das hortas locais por dia durante um ano,<br />
adoptando pois um cenário conservativo, e utilizando os factores <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> dose em<br />
vigor na União Europeia (Directiva 96/29 do Conselho) e recomendados pelos organismos<br />
internacionais como a OMS e a IAEA, as doses calculadas para os membros do público <strong>de</strong>ste<br />
grupo crítico, e apenas para o conjunto dos radionuclidos analisados, alcançou-se uma dose<br />
máxima <strong>de</strong> 6.9 mSv/ano. Em média, um adulto (>17 anos) po<strong>de</strong>rá receber uma dose <strong>de</strong> 0,7<br />
mSv/ano e uma criança (2-7 anos) po<strong>de</strong>rá receber 1,75 mSv/ano <strong>de</strong>vido á ingestão dos<br />
principais radionuclidos provenientes dos resíduos mineiros. A maior contribuição para a dose<br />
provém sobretudo do 226 Ra acumulado nos vegetais (Figura III.5).<br />
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