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16<br />

CUIDAR SEM VIOLÊNCIA, TODO MUNDO PODE<br />

perguntas e respostas 3<br />

1- Palmada educa?<br />

A palmada faz com que as crianças aprendam pelo medo e, portanto, isso não significa que a<br />

criança adquiriu um novo conhecimento. Apesar de, em nosso país, esta forma de educar ser transmitida<br />

de geração a geração fazendo com que todo mundo ache que é natural o uso da palmada, ela é mais<br />

problema que uma solução. A palmada, a surra, o beliscão, o puxão de cabelo, etc são considerados<br />

castigos físicos, ou seja, o uso da força causando dor, mas não feridas, com o propósito de corrigir<br />

uma conduta não desejada na criança.<br />

As famílias costumam recorrer ao castigo físico por diferentes razões:<br />

� porque acham que é importante para a educação dos filhos;<br />

� para descarregar a raiva;<br />

� porque perdem o controle;<br />

� porque acreditam que é o meio mais eficaz para evitar que os filhos repitam uma<br />

atitude ou comportamento considerados perigosos ou muito inadequados.<br />

Mas seja qual for a justificativa que se dá para o castigo físico, os efeitos que produzem não são<br />

bons:<br />

� ensinam o medo e a submissão, minando a capacidade das crianças de crescer como<br />

pessoas autônomas e responsáveis;<br />

� paralisam a iniciativa da criança bloqueando seu comportamento e limitando sua<br />

capacidade de planejar e resolver problemas;<br />

� quando tem medo de ser castigadas, as crianças não se arriscam a tentar coisas novas,<br />

de modo que não desenvolvem sua criatividade, sua inteligência e seus sentidos;<br />

� não estimula a autonomia, nem permite elaborar normas e critérios morais próprios;<br />

� estimula uma relação em que a criança consegue mais atenção dos pais por meio da<br />

transgressão da norma do que por atitudes positivas;<br />

� oferece a violência como um modo válido para resolver conflitos aprendendo atitudes<br />

violentas;<br />

� dificulta o desenvolvimento de valores como a paz, a democracia, a cooperação, a<br />

igualdade, a tolerância, a participação e a justiça, essenciais para uma sociedade<br />

democrática.<br />

� legitima o abuso de poder dentro de todas as relações familiares;<br />

� traz consigo <strong>sem</strong>pre o castigo emocional, fazendo com que a criança sinta que não<br />

tem o carinho dos pais nem sua aprovação.<br />

Mesmo que em alguns momentos se pense que o castigo físico é necessário porque não existem<br />

outros procedimentos para gerar disciplina, vale lembrar que existem outras formas de ensinar que<br />

não implicam castigo físico tal qual uma boa conversa.<br />

O castigo físico não só não educa, como também vai contra muitos dos direitos que estão na<br />

Convenção das Nações Unidas pelos Direitos da Criança4 , uma vez que atenta contra a dignidade<br />

e a integridade física da criança. Para dar prosseguimento aos progressos realizados pelos Estados<br />

3 - As respostas a estas perguntas foram elaboradas a partir das seguintes publicações: Protegendo nossas crianças e adolescentes<br />

(Prefeitura da Cidade do Rio/Secretaria de Saúde); Educa, no pegues! (Save the Children); Palmada já era (LACRI); Abuso Sexual:<br />

Mitos e Realidade (ABRAPIA); Violência Intrafamiliar: Orientações para a Prática no Serviço de Saúde (Ministério da Saúde); Da<br />

Violência para a Convivência (Instituto PROMUNDO); Relatório Mundial sobre violência e saúde (OMS); Boletim Transa Legal (ECOS);<br />

Direitos Humanos e Violência Intrafamiliar (Ministério da Saúde/ Ministério da Justiça); Manual de Prevención del Abuso Sexual (Save<br />

the Children - España).<br />

4 - Informações mais detalhadas sobre a Convenção, estão descritas na pergunta 10 deste módulo.

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