158 jan/fev 2012 - Odebrecht Informa
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cada território. Mas existem outros aspectos a considerar,<br />
como a cultura consumista em que estamos inseridos e o<br />
ineficaz modelo de transporte público, entre outros fatores<br />
que pressionam o sistema socioambiental urbano. O<br />
conhecimento mostra que o caminho do desenvolvimento<br />
sustentável é o único viável a longo prazo, mas exige uma<br />
enorme capacidade de mobilização e articulação da sociedade.<br />
OI – Que projetos socioambientais você destacaria como<br />
exemplos da atuação da <strong>Odebrecht</strong> na área de sustentabilidade?<br />
FELIPE – No Brasil, destaco a obra da Hidrelétrica Santo<br />
Antônio, em Rondônia, desde a sua concepção, com<br />
dois aproveitamentos e a redução do desmatamento, até<br />
o trabalho de reassentamento de populações, o resgate<br />
de fauna, o tratamento de resíduos e o Programa Acreditar,<br />
que, juntos, revelam o conhecimento, a maturidade e<br />
a habilidade das equipes envolvidas nesse projeto para a<br />
articulação com os diversos públicos da região. No Peru,<br />
em ações absolutamente convergentes e fundamentais<br />
para o êxito da obra da Rodovia IIRSA Sul, os trabalhos<br />
com as comunidades de entorno envolvem, de maneira<br />
muito eficaz, a combinação de ações de conservação com<br />
a geração de oportunidades de trabalho e renda, sendo<br />
ainda destaque no fortalecimento da governança local e<br />
na articulação com outros atores, como o Banco Interamericano<br />
de Desenvolvimento (BID), a Corporação Andina<br />
de Fomento (CAF), entidades ambientalistas como Conservation<br />
International (CI) e Pronaturaleza, associações<br />
empresariais e Governos. Em Angola, em preparação<br />
para a implantação do Polo Agroindustrial de Capanda, o<br />
Programa Kulonga Pala Kukula é destaque em uma região<br />
de baixo nível de qualidade de vida, com sua ação tríplice<br />
em melhoria da dieta alimentar, saúde e geração de<br />
renda, mediante a ativação de um programa de produção<br />
e comercialização de hortícolas. Na Braskem, destaco a<br />
criação do “plástico verde” e os caminhos que se abrem<br />
nessa perspectiva. De maneira similar, a ETH Bioenergia<br />
tem iniciativas muito intrínsecas ao negócio, como a conservação<br />
de corredores de biodiversidade, propiciada pelo<br />
manejo adequado das áreas de cultivo da cana.<br />
OI – Que desafios empresas como a <strong>Odebrecht</strong> enfrentam<br />
nessa área?<br />
FELIPE –O primeiro grande desafio é a percepção da convergência<br />
abrangente de interesses entre seus negócios,<br />
a sociedade e o meio ambiente, e como integrar sustentabilidade<br />
à sua eficácia e à eficiência empresarial. Sair da<br />
lógica de que sustentabilidade é elemento de custo. Nesse<br />
aspecto, cada negócio terá um caminho, e o segundo<br />
grande desafio é a formação de profissionais de conhecimento<br />
que adquiram a perspectiva empresarial, já que<br />
até bem pouco tempo se tratava de um tema conflituoso,<br />
como se de um lado estivessem os guardiães da sociedade<br />
e do meio ambiente e, do outro, as empresas destruidoras.<br />
Atualmente, a convergência de interesses é a<br />
pauta, e quem encontrar mais cedo seu caminho ganhará<br />
espaços. Quando voltei para a <strong>Odebrecht</strong>, em 2006, após<br />
cinco anos de trabalho no Instituto de Hospitalidade, tinha<br />
um novo sonho: contribuir para transformar cada um dos<br />
nossos empreendimentos em um indutor de desenvolvimento<br />
sustentável na microrregião de sua implantação,<br />
um legítimo vetor gerador de prosperidade. Não podemos<br />
nem devemos substituir o papel do Estado, mas ainda temos<br />
muito a fazer para criar ações estruturantes, coerentes<br />
com nossos valores filosóficos, capazes de fortalecer<br />
nossa diferenciação como Organização.<br />
OI - Como a <strong>Odebrecht</strong> transmite sua mensagem na relação<br />
com as pessoas, com os Estados e com as entidades<br />
financiadoras?<br />
FELIPE – A imagem de uma empresa é consequência do<br />
que ela é verdadeiramente. Isso não se mostra em teoria,<br />
só na prática. É algo que surge com a atuação e, em nosso<br />
caso, isso significa na prática nos canteiros. Em cada<br />
nova obra, criamos instrumentos com esse objetivo, como<br />
centros de formação, campanhas e jornais informativos.<br />
Também percebemos que a oportunidade de trabalho é o<br />
grande aferidor do que se pode oferecer em um determinado<br />
local. Nossa política passa por contratar profissionais<br />
nos locais em que trabalhamos, e não carregar pessoas<br />
de um lado para o outro. No fim do dia, o integrante<br />
volta para casa e para o convívio da família. Aí temos um<br />
trabalhador mais feliz, o que significa menor turnover.<br />
Não é uma questão de bondade ou assistencialismo, mas<br />
de eficiência. Isso só se vê na prática, não se explica. Com<br />
os Estados, temos participações institucionais em fóruns<br />
de discussões e em movimentos da sociedade na busca<br />
do estabelecimento de políticas públicas que favoreçam o<br />
desenvolvimento em bases sustentáveis. Com os bancos<br />
e agências multilaterais, há uma permanente interação<br />
pelas necessidades das nossas agendas de negócio. Esse<br />
conjunto de interações define a comunicação com os<br />
nossos diversos públicos e, consequentemente, a nossa<br />
imagem.<br />
informa<br />
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