Baixar - Proppi - UFF
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A escolha do tema para uma pesquisa de mestrado pode percorrer caminhos<br />
diversos para diferentes pessoas. Muitos escolhem seus temas por uma afinidade com o<br />
objeto, por possuir um interesse pessoal; outros procuram dar continuidade a um<br />
trabalho iniciado na graduação etc.. O meu caso foi diferente, a minha escolha do tema<br />
se deu principalmente pela total falta de afinidade com o objeto.<br />
No mestrado, não pretendia dar continuidade ao trabalho iniciado na graduação,<br />
quando me dediquei ao estudo da política de cota para as mulheres nas eleições<br />
legislativas. Gostaria de continuar trabalhando com questões de gênero, mas fora da<br />
esfera política, talvez trabalhar com gênero e construção dos corpos. Quando ingressei<br />
no mestrado na <strong>UFF</strong>, não tinha definido exatamente qual seria meu tema de pesquisa e<br />
menos ainda meu objeto. Com essa vaga ideia de trabalhar com antropologia do corpo,<br />
me inscrevi no primeiro período das aulas na disciplina antropologia do corpo. Foi<br />
quando entrei em contato mais aprofundado com os textos sobre as teorias da<br />
construção social dos corpos e das técnicas corporais.<br />
Ao mesmo tempo, um fenômeno esportivo que captura cada vez mais pessoas<br />
passou a me intrigar: a corrida de rua. Cada vez mais amigos iniciavam nessa prática e<br />
passavam a participar de competições do tipo. Como nunca fui fã do esporte, não<br />
conseguia compreender essa adesão, cada vez mais via pessoas correndo pela orla,<br />
tendas de assessorias esportivas por todos os lugares e pessoas ostentando suas camisas<br />
das provas que participaram.<br />
Numa conversa informal com um amigo, que compartilhava da minha falta de<br />
afinidade com o esporte, confabulávamos sobre as razões pelas quais tantas pessoas<br />
procuravam a corrida e chegamos a conclusão de que haveria uma razão para além dos<br />
benefícios para a saúde e este meu amigo me sugeriu, como forma de piada, que eu<br />
como antropóloga pudesse estudar isso no mestrado. Sua colocação irônica, entretanto,<br />
despertou um interesse verdadeiro no tema, pensei que de fato esse poderia ser um bom<br />
tema de pesquisa.<br />
Com esta ideia em mente, procurei os professores do departamento que<br />
pertenciam à linha da antropologia do esporte e cheguei até o Professor Luiz Rojo, que<br />
concordou que esse tema poderia ser interessante para a minha dissertação. Sua primeira<br />
recomendação foi que procurasse uma dessas assessorias para me matricular e começar<br />
a correr com essas pessoas, para que a partir do convívio no meio desses corredores<br />
pudesse pensar questões para a dissertação.<br />
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