Baixar - Proppi - UFF
Baixar - Proppi - UFF
Baixar - Proppi - UFF
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
maratona ou meia maratona, o rigor com os treinos e dieta deve ser maior do que entre<br />
aqueles que não possuem tais objetivos. Em um dia de treino em que chovia muito, eu<br />
estava na tenda da assessoria em Copacabana com o professor que era mais novo, tinha<br />
24 anos e mais outras três alunas que eram amigas e tinham entrado juntas na assessoria,<br />
tinham entre 25 e 30 anos. Como chovia muito ninguém foi correr, estávamos todos<br />
esperando para ver se a chuva iria passar e ficamos conversando, o professor então nos<br />
chamou para comer uma pizza enquanto isso, uma das amigas exclamou “Poxa<br />
professor, você que deveria nos dar o exemplo está nos chamando para comer logo<br />
pizza?! Tinha que nos chamar para comer uma salada!”, ele então respondeu “E vocês<br />
acham que eu não como pizza de vez em quando? Claro que como!”. Todos riram e as<br />
meninas disseram que ele dava o exemplo errado, comia errado, bebia cerveja, ele disse<br />
que não tinha problema fazer essas coisas no final de semana, já que ele não tinha<br />
pretensão de participar de provas de resistência. Para os objetivos dele estava bom a<br />
rotina de exercício e a dieta que tinha. Afirmou também que nós não deveríamos ficar<br />
neuróticas com isso, pois não precisávamos e que era importante relaxar de vez em<br />
quando, se não ficaríamos malucas. Ele ainda ressalvou que quem precisava se<br />
preocupar com isso era o outro professor da assessoria, pois ele pretendia disputar<br />
maratonas e Ironman (uma modalidade de triatlon, na qual os participante nadam 3,8Km<br />
de distância, pedalam 180 Km e correm 42,195 Km), ele sim não podia beber nem<br />
ingerir doces ou comidas gordurosas sob o risco de não estar bem para tais provas.<br />
Não só os hábitos, o estilo de vida refletem nossas identidades, a aparência do<br />
nosso corpo é também fundamental. Temos que parecer aquilo que somos, aquilo que<br />
gostamos, nossa aparência física expressa o que somos (Ortega, 2003). Stéphane<br />
Malysse apresenta uma discussão semelhante, ele afirma que as técnicas corporais, são<br />
também técnicas de construção do eu. Para o autor ao modificar o corpo a pessoa<br />
escolhe um modelo que a personifique e com o qual se identifique:<br />
“No entanto, esse modelo não é apenas formal, uma vez que o sujeito<br />
incorpora também os valores morais (corporeidade modal) incluídos em sua<br />
construção” (Malysse, 2002, p. 96).<br />
Entre os corredores, por exemplo, existe a ideia que possuem um corpo magro,<br />
“seco”, sem gordura, os músculos da perna, glúteos e abdômen fortalecidos, esse tipo de<br />
corpo seria o ideal e ajudaria no desempenho nas provas de corrida. Em um dos treinos<br />
46