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depoimento após uma maratona na qual muitos corredores da equipe haviam
participado, mas ela não:
“só essa família pra me fazer sentir uma emoção única sem
estar nas pistas! Foi ótimo estar na torcida com toda essa
energia positiva, na largada e na chegada! Vou recarregar as
baterias com a força da equipe para voltar com tudo para a
próxima!!!” (Equipe Leblon, mulher, 34 anos)
Essa mulher mesmo sem ter participado da maratona, se emocionou pelos seus
colegas que participaram e se referiu a eles como família. É muito comum ver os
membros se referindo a equipe como uma família. Claudia Rezende (2001) discute essa
interseção das categorias de família e amigo, a autora analisa “como a família figura
enquanto categoria de valor nas relações entre amigos (...)” (Rezende, 2001). Chamar
um amigo como irmão, ou um grupo de amigo de família significa considerar que essas
pessoas possuem as qualidades ideais que a família deveria ter, por exemplo, ser
confiável e dar apoio incondicional.
Podemos pensar que essa necessidade de pertencer à um grupo, de identificar-se
a ele pode ser mais forte no mundo moderno, onde surge o homo solitarius, segundo
Castro (2000). Para o autor, no mundo moderno a solidão pode estar presente nas
relaçoes cotidianas entre os indivíduos, “pode tornar-se um dado constitutivo e
recorrente da vida de todos” (Castro, 2000). Entretanto, a solidão não significaria
ausencia de relações, pois isto seria impossivel numa vida em sociedade, mas diferentes
graus de intensidade e intimidade nessas relações. Se associar a grupos, como as
assessorias de pesquisa por exemplo, seria uma alternativa aos indivíduos para
estabelecer laços fortes e escapar da solidão do mundo moderno.
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