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Baixar - Proppi - UFF

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cultivamos. Uma frase de um corredor bastante experiente, que dava conselhos num<br />

blog 7 para corredores que tinham ficado um tempo parados e estavam com dificuldades<br />

em voltar aos treinos, ilustra bem essa representação de saúde como algo que “corremos<br />

atrás”. Ele dizia que não havia desculpa para não treinar, se não conseguia manter o<br />

ritmo de antes, deveria diminuí-lo no início, diminuir o tempo de treino, e voltar aos<br />

poucos, ele então afirmou que tinha certeza “que durante um bom tempo a sementinha<br />

da saúde ficou plantada em você, então não tem porque jogá-la fora”. Para ter saúde, é<br />

preciso, portanto, adquirir hábitos que lhe proporcionem isso, questões de saúde não se<br />

restringem mais a cura de doenças. A prevenção, através de bons hábitos, tornou-se a<br />

grande chave para uma boa vida, para uma vida saudável e mais longa.<br />

Nas últimas décadas, os bons hábitos que podem ser adotados pela população<br />

para garantir uma boa qualidade de vida, uma vida saudável e longa, vem sendo<br />

amplamente discutido entre médicos e profissionais da educação física, a partir do<br />

momento em que a prática de atividades físicas entrou para hall desses “bons hábitos”,<br />

que incluem também regimes específicos – o consume de alimentos saudáveis e a<br />

condenação de determinados alimentos para a saúde – e até mesmo hábitos de higiene.<br />

Madel T. Luz discute exatamente as práticas designadas como práticas de saúde nas<br />

últimas décadas. Ele defende a tese que a saúde, a partir da década de 80 tornou-se um<br />

paradigma, onde “(...) todos devem ter saúde ou manter a saúde em dia, e acabamos<br />

responsáveis pela nossa própria saúde, estamos sempre em busca.”(Luz, 2003). A autora<br />

coloca que prevenir doenças, medicalizar as populações já não são suficientes para<br />

manter a saúde. De acordo com ela, sob este paradigma:<br />

“a saúde é vista como “expansão de vitalidade”, como “bem viver a vida”, ou<br />

como forma de aumentar a longevidade com “qualidade de vida” através de<br />

hábitos sadios, de exercícios, de regimes alimentares, de sentimentos<br />

positivos (evitar o estresse, a competição, a inveja, mágoas e ressentimentos<br />

etc.).” (Luz, 2003, p. 10).<br />

Luz afirma que a quantidade e diversidade de práticas que hoje em dia são<br />

designadas como “práticas de saúde” são um indício da existência do paradigma da<br />

saúde. Principalmente, práticas que anteriormente não eram consideradas como tal, a<br />

autora fala em ressignificação de atividades que antes eram vistas como de lazer,<br />

7 http://oglobo.globo.com/blogs/pulso/posts/2012/03/09/amargo-regresso-435220.asp<br />

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