Baixar - Proppi - UFF
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que sofrera uma lesão grave num músculo da perna e teria que se submeter a uma<br />
cirurgia e ficar muitos meses sem praticar qualquer atividade física. Os dois<br />
concordavam que parte da culpa da lesão era da própria aluna que exagerava na<br />
quantidade de exercícios que praticava, um deles falou:<br />
“também, ela malhava todo dia perna e depois vinha aqui e<br />
corria 10 km, pedalava, nem sei porque ainda mandava planilha<br />
pra ela, porque ela não respeitava, não fazia os descansos.”<br />
O profissional da educação física é visto, portanto, como o responsável por<br />
montar a planilha de treinos que respeite o limite de cada corpo, para sempre buscar um<br />
desenvolvimento, sem prejudicar a saúde do corredor, ou seja, ele é o responsável pelo<br />
equilíbrio da prática esportiva. Existe uma medida entre a prática saudável, que estimula<br />
o desenvolvimento e a prática que levará o atleta à lesão. As lesões são o grande pavor<br />
dos corredores, os profissionais da área afirmam que por ser um esporte de grande<br />
impacto é muito comum aparecerem lesões, principalmente entre aqueles que “correm<br />
errado”, ou que não seguem a orientação de um profissional. Existe um apelo muito<br />
grande nesse meio para que se pratique exercício sob orientação de um profissional, que<br />
seja capaz de orientar para uma prática saudável.<br />
Entretanto, mesmo entre aqueles que correm sob supervisão e seguem suas<br />
recomendações as lesões surgem. Como afirmei, elas aparecem como as grandes vilãs<br />
entre os corredores. Existem diversas matérias em revistas que dão dicas para evitá-las,<br />
diversos equipamentos que prometem ajudar na prevenção do surgimento e no<br />
tratamento. Elas aparecem como vilãs, mas como naturais, o atleta tem que procurar<br />
evitar, mas pode acontecer, principalmente se o seu treino for mais “puxado”.<br />
Dentro do universo da corrida, entre seus praticantes e profissionais existe um<br />
conceito do que seria um bom corredor, um ideal a ser seguido, um tipo de corredor que<br />
é admirado por todos. Na segunda assessoria onde fiz a pesquisa, no Leblon existia um<br />
profissional que era muito admirado pelos outros corredores, inclusive pelos próprios<br />
treinadores. Ele era citado como uma lenda, como um corredor imbatível porque “ele<br />
corria muito” isso significava correr rápido, mas também correr longas distâncias sem<br />
se cansar ou sentir dor. Era ele quem fazia o teste de condicionamento com os alunos<br />
novos e existia a aposta de quem conseguisse deixá-lo cansado durante o teste teria seis<br />
meses de mensalidade grátis. Um estagiário comentava que certa vez foi fazer um treino<br />
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