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Algumas considerações sobre a metapsicologia da melancolia, sua ...

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A <strong>melancolia</strong> apresenta, portanto, uma dubie<strong>da</strong>de. Ao mesmo tempo em que denuncia a<br />

condição humana de desamparo perante a per<strong>da</strong>, tenta negar a transitorie<strong>da</strong>de e eternizar o<br />

objeto com a <strong>sua</strong> identificação maciça.<br />

II) O modelo de identificação melancólico:<br />

A noção de identificação foi usa<strong>da</strong> por Freud, nos primeiros escritos, de forma<br />

puramente descritiva. Ao longo <strong>da</strong> obra, a identificação foi se tornando um conceito referido<br />

principalmente à histeria. Contudo, a partir de 1914 com o texto “Sobre o narcisismo: uma<br />

introdução”, Freud vai considerar outro tipo de identificação que corresponde as primeiras<br />

escolhas objetais <strong>da</strong> infância e que prefacia o modelo melancólico apresentado mais tarde.<br />

O texto “Psicologia de Grupo e Análise do Ego” (1921) é central para pensarmos os<br />

modelos de identificação, posto que é neste texto que Freud tenta sistematizá-los. Apesar <strong>da</strong><br />

plurali<strong>da</strong>de de sentidos que essa noção toma na obra freudiana, vamos focar em dois modelos<br />

identificatórios: o primeiro com base no mecanismo histérico de formação de sintomas e o<br />

segundo que, baseado na noção de narcisismo, eluci<strong>da</strong>rá o modelo melancólico.<br />

O modelo de identificação histérico caracteriza a primeira tópica. A identificação, na<br />

primeira tópica, ganha o caráter de um modo de funcionamento do aparelho psíquico que<br />

também é a base <strong>da</strong> estrutura histérica, tendo como principal mecanismo, o fantasiar. É no caso<br />

Dora (1905) que a articulação entre o mecanismo identificatório e o papel <strong>da</strong> fantasia na

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