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Algumas considerações sobre a metapsicologia da melancolia, sua ...

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entre presente, passado e futuro, levando à finitude, que é aceita sob a condição de<br />

asseguramento de um passado de plenitude e um futuro com a promessa de “felici<strong>da</strong>de”.<br />

Como apontado acima, Pinheiro (1995) aproxima as noções de introjeção de Ferenczi e<br />

de narcisismo de Freud. Portanto, é somente através <strong>da</strong> libido, por aglutinação, que a<br />

onipotência narcísica pode se fazer. É somente a partir do movimento de introjeção que<br />

transforma o estranho em familiar, eliminando as diferenças e aglutinando-as, incluindo tudo<br />

aquilo que pode ser incluído, que se pode espantar o desamparo. O edifício narcísico é<br />

construído para aceitar a castração e a partir de então, troca-se a coisa pela representação. Ou<br />

seja, o sujeito se estrutura e agora partilha do universo simbólico, tendo como mecanismos o<br />

fantasiar, o representar e o identificar-se para fazer frente à falta. Na <strong>melancolia</strong>, o que parece<br />

fracassar é uma consistência narcísica para fazer frente à castração.<br />

Narcisismo e eu estão sem dúvi<strong>da</strong> atrelados. Em “O eu e o isso”(1924), Freud mostra<br />

dois vieses do eu. O eu é um eu corporal, de superfície, ele mesmo é a projeção dessa<br />

superfície. Por outro lado, o eu é também um precipitado de identificações, ou seja, o conjunto<br />

de marcas de investimentos que foram abandonados pelo sujeito. O que Pinheiro (1995) chama<br />

de couraça narcísica é constituí<strong>da</strong> pela história dos investimentos objetais abandonados do<br />

sujeito. E a representação de uma uni<strong>da</strong>de corporal forja<strong>da</strong> imaginariamente é o que leva à<br />

alteri<strong>da</strong>de. Segundo Pinheiro (1995):

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