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Algumas considerações sobre a metapsicologia da melancolia, sua ...

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mais seguro aceitar o sentimento de culpa, incorporando-o.<br />

O risco de morte física e psíquica é antevisto pela criança que transplanta o sentimento<br />

de culpa para si própria e garante a permanência do objeto a qualquer preço, incorporando-o.<br />

Ferenczi utiliza o termo clivagem traumática para designar esse mecanismo de incorporação do<br />

agressor que resultará em uma divisão do ego.<br />

Segundo Pinheiro (1995): “a clivagem do trauma, fruto do desmentido, estaria mais<br />

próxima <strong>da</strong> descrição metapsicológica <strong>da</strong> <strong>melancolia</strong>.” (Pinheiro, 1995: 83). O agressor toma<br />

o ego <strong>da</strong> criança, ignorando “o seu ver<strong>da</strong>deiro dono”. A linguagem <strong>da</strong> paixão toma a fala sem<br />

relação com a linguagem <strong>da</strong> ternura, ou seja, o ego se divide em duas partes que não têm<br />

ligação entre si. Pinheiro (1995) aponta para a função superegóica que o objeto de identificação<br />

passa a exercer, com um tom ditatorial que se aproxima do que Freud chama de face cruel do<br />

superego cruel. Entretanto, outras características superegóicas não podem ser destaca<strong>da</strong>s<br />

facilmente, somente o tom autoritário parece fazer referência ao que Freud chama de supereu.<br />

A partir de tal modelo de identificação seguido <strong>da</strong> clivagem do ego, cabe perguntar qual<br />

o estatuto <strong>da</strong>s instâncias ideais na <strong>melancolia</strong>.<br />

IV)As instâncias ideais na <strong>melancolia</strong>:

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