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Algumas considerações sobre a metapsicologia da melancolia, sua ...

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serviram para quebrar as resistências em direção à nova tópica (Martins, 2002). É nesta<br />

perspectiva, que será possível revisitarmos alguns conceitos como a identificação, as instâncias<br />

ideais e o eu, em uma perspectiva distinta <strong>da</strong> histeria.<br />

Deste modo, dialogaremos com autores como Ferenczi cuja noção de trauma pode <strong>da</strong>r<br />

subsídios para pensarmos a tragédia narcísica do melancólico, permitindo traçar uma possível<br />

<strong>metapsicologia</strong> <strong>da</strong> <strong>melancolia</strong>.<br />

Outra questão trata<strong>da</strong> ao longo desta monografia será o discurso do melancólico que<br />

parece denunciar essa tragédia narcísica. Veremos que, diferente do discurso neurótico, nele<br />

não há espaço para atos falhos, sonhos, ou seja, formações inconscientes. É um discurso rígido,<br />

descritivo, lúcido, que aproxima linguagem e morte (Martins, 2002). Deste modo, partindo do<br />

discurso proferido por esses pacientes, apontaremos uma possível aproximação entre as<br />

imagens produzi<strong>da</strong>s no setting analítico e as narrativas literárias do pós-guerra.<br />

O discurso melancólico e <strong>sua</strong> aproximação com as narrativas do pós-guerra também<br />

suscitou questões que nos levaram a pensar um paralelo entre a clínica psicanalítica e a escrita<br />

literária. Deparamo-nos com uma posição diferencia<strong>da</strong>, de testemunho, que o analista é<br />

convi<strong>da</strong>do a tomar que parece estar de acordo com um aspecto <strong>da</strong> literatura ressaltado<br />

principalmente no pós-guerra: a condição <strong>da</strong> escrita de testemunho de uma catástrofe<br />

(Seligmann-Silva, 2000).

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