Algumas considerações sobre a metapsicologia da melancolia, sua ...
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Essas noções são trazi<strong>da</strong>s do trabalho de Ferenczi: “Transferência e introjeção” de 1909,<br />
que introduziu o conceito de introjeção e teve como conseqüência diversos desdobramentos na<br />
psicanálise, principalmente na <strong>metapsicologia</strong> <strong>da</strong> identificação.<br />
Para Ferenczi, a introjeção não é uma reação à per<strong>da</strong>, como descrito algumas vezes em<br />
Freud, mas sim um mecanismo que diz respeito à pulsão. Ou seja, esse mecanismo é antes um<br />
modo de fazer investimento característico do neurótico do que uma retribuição, uma<br />
compensação pós-per<strong>da</strong>.<br />
Podemos fazer uma aproximação <strong>da</strong> introjeção à identificação histérica. A introjeção<br />
seria, portanto, um processo permanente de ligação com o mundo, no qual o neurótico investe e<br />
se apropria <strong>da</strong> própria pulsão através de traços do objeto de investimento:<br />
“É que precisamente, a aspiração <strong>da</strong> introjeção não é <strong>da</strong> ordem <strong>da</strong> compensação, mas<br />
<strong>da</strong> ordem do crescimento: ela busca introduzir, alargando-a e enriquecendo-a, a libido<br />
inconsciente, anônima ou recalca<strong>da</strong>. Além disso, não se trata de “introjetar” o objeto, como se<br />
diz facilmente, mas, o conjunto <strong>da</strong>s pulsões e de <strong>sua</strong>s vicissitudes cujo objeto é o próprio<br />
contexto e mediador.” (Torok,1995:222 apud Verztman 2002:65)<br />
Deste modo, introjeção é a maneira neurótica de amar e, como ressalta Verztman<br />
(2002:65), este conceito não está referido à interiorização, pelo contrário, possui a característica<br />
de lançar o eu para fora de si. A introjeção, portanto, representa um mecanismo de