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A psicossomática nos confins do sentido: problemas e reflexões ...

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A psicossomática <strong>nos</strong> <strong>confins</strong> <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> – <strong>problemas</strong> e reflexões<br />

psicanalíticas acerca <strong>do</strong> fenômeno psicossomático<br />

Rogerio Robbe Quintella<br />

Resumo da Dissertação de Mestra<strong>do</strong> submetida ao Programa de Pós-graduação em<br />

Teoria Psicanalítica, Instituto de Psicologia, Universidade Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro –<br />

UFRJ, como parte <strong>do</strong>s requisitos necessários à obtenção <strong>do</strong> título de Mestre em Teoria<br />

Psicanalítica.<br />

RESUMO<br />

O presente trabalho situa a questão psicossomática como problemática para a<br />

psicanálise, a qual teve como principais referências G. Groddeck, F. Alexander e P.<br />

Marty. A pesquisa realizada aponta <strong>problemas</strong> teóricos importantes que aparecem<br />

nessas abordagens, quan<strong>do</strong> da confrontação de seus respectivos modelos teóricos com o<br />

conceito freudiano da “neurose atual” e com os princípios fundamentais <strong>do</strong> pensamento<br />

de Freud.<br />

O modelo da neurose atual passa por uma releitura neste trabalho, o qual coloca<br />

em cena a concepção de historicidade em relação ao que se denomina “atual” na obra<br />

freudiana, e propõe uma relativização <strong>do</strong> último, conferin<strong>do</strong> uma dimensão de<br />

‘historicidade’ atrelada também aos sintomas orgânicos. Esta análise indica a<br />

pertinência de se articular a neurose atual ao campo <strong>do</strong> trauma, conceben<strong>do</strong>-a como um<br />

excesso traumático impossibilita<strong>do</strong> de elaboração. Nesse campo, focalizamos a questão<br />

<strong>do</strong>s ‘neurônios-chave’ no “Projeto para uma psicologia científica”, relacionan<strong>do</strong>-os ao<br />

trauma tal como se verifica em “Além <strong>do</strong> princípio <strong>do</strong> prazer”. Partin<strong>do</strong> deste ponto,<br />

buscamos no campo teórico da psicanálise autores que pensam com profundidade o<br />

problema <strong>do</strong> trauma de maneira articulada a efeitos de linguagem. A teoria <strong>do</strong><br />

significante e <strong>do</strong> gozo em Lacan, bem como a noção de “Cripta” em Abraham e Torok<br />

acenam para perspectivas cujos fatores de linguagem determinantes aparecem em uma<br />

relação direta com o traumático. O “psicossomático” seria nessa direção toma<strong>do</strong> como<br />

um efeito de linguagem cujos elementos, para além da significação, assumiriam um<br />

estatuto traumático e poderiam, em determinadas condições, convocar o corpo a<br />

responder em sua materialidade.<br />

A psicossomática indica ainda <strong>problemas</strong> relaciona<strong>do</strong>s ao campo de saber<br />

psicanalítico, sobretu<strong>do</strong> no que tange à questão <strong>do</strong> dualismo, da separação corpo/mente.<br />

Procuramos pensar a psicanálise, tentan<strong>do</strong> sair deste escolho, como campo de<br />

positivação para a idéia de uma interação corpo-mente.<br />

Palavras-chave: psicossomática, neurose atual, excesso traumático, gozo, cripta.<br />

Rio de Janeiro<br />

Janeiro/2005

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