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Trinta anos depois de revolucionar os quadrinhos, Angeli faz ...

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museus do mundo | storm king art center<br />

Arte no<br />

campo<br />

A uma hora <strong>de</strong> Nova York, o Storm King Art Center reúne<br />

130 obras numa área ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2 mil hectares<br />

TEXTO e FOTOS pedro henrique frança<br />

Inaugurado em 1960 pel<strong>os</strong> visionári<strong>os</strong> empresári<strong>os</strong><br />

H. Peter Stern e Ralph E. Odgen, cofundadores<br />

da Star Expansion Company, o Storm King<br />

Art Center está instalado num enorme <strong>de</strong>scampado<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2 mil hectares, em Mountainville,<br />

Hudson Valley, a pouco mais <strong>de</strong> uma hora <strong>de</strong><br />

distância <strong>de</strong> Nova York, n<strong>os</strong> Estad<strong>os</strong> Unid<strong>os</strong>.<br />

Para comemorar meio século <strong>de</strong> atenção ao que é<br />

produzido nas artes plásticas pelo mundo, o centro<br />

<strong>de</strong> arte saiu em 2011, pela primeira vez, <strong>de</strong> sua<br />

zona <strong>de</strong> conforto e realizou em Governors Island,<br />

n<strong>os</strong> arredores <strong>de</strong> Nova York, uma m<strong>os</strong>tra especial<br />

do artista americano Mark di Suvero. O público<br />

superou as expectativas: quase meio milhão <strong>de</strong><br />

pessoas viu <strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong>, dispers<strong>os</strong> por essa localida<strong>de</strong>,<br />

n<strong>os</strong> três meses em que a exp<strong>os</strong>ição esteve<br />

em cartaz. O resultado, claro, agradou <strong>os</strong> organizadores,<br />

que preten<strong>de</strong>m repetir o projeto no verão<br />

<strong>de</strong> 2012, na mesma Governors Island.<br />

Apesar <strong>de</strong>ssa experiência promovida pelo museu,<br />

ir até a se<strong>de</strong> do Storm King é programa obrigatório<br />

para <strong>os</strong> amantes da arte, além <strong>de</strong> um agradável<br />

passeio ao ar livre – só p<strong>os</strong>sível entre <strong>os</strong> meses<br />

<strong>de</strong> abril e novembro, quando não há neve, o que<br />

obriga o espaço a permanecer fechado. E, por falar<br />

nisso, como sobrevivem às mudanças climáticas<br />

as 130 obras instaladas? “Esse é um gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safio a qualquer instituição que se propõe a<br />

exibir arte a céu aberto. Mas muitas das obras<br />

aqui exp<strong>os</strong>tas já foram pensadas pel<strong>os</strong> artistas<br />

contemplando essa condição, o que facilita sua<br />

exibição. De qualquer forma, no inverno as obras<br />

menores são levadas para n<strong>os</strong>so espaço coberto;<br />

as maiores são preservadas com materiais <strong>de</strong> proteção”,<br />

explica o conselheiro sênior da instituição,<br />

Anthony Davidowitz. Por maiores, leia-se enormes,<br />

com mais <strong>de</strong> 6 metr<strong>os</strong> <strong>de</strong> altura.<br />

Se a questão física é <strong>de</strong> “fácil” solução, não é tão<br />

simples assim manter uma estrutura vult<strong>os</strong>a<br />

como a do museu. Para mantê-la, o Storm King<br />

conta com uma vasta lista <strong>de</strong> membr<strong>os</strong>, doadores<br />

e suporte da fundação homônima, além <strong>de</strong> parcerias.<br />

“Som<strong>os</strong> muito felizes por term<strong>os</strong> um amplo<br />

grupo <strong>de</strong> indivídu<strong>os</strong> e fundações que apoiam<br />

n<strong>os</strong>sas ativida<strong>de</strong>s e programas. Eles sintetizam a<br />

compreensão da importância <strong>de</strong> proteger e promover<br />

a apresentação única do centro, <strong>de</strong> sua arte<br />

e paisagem. É essa gener<strong>os</strong>ida<strong>de</strong> que permite a<br />

conservação <strong>de</strong>sse espaço”, discursa Davidowitz.<br />

Encabeçado por um <strong>de</strong> seus fundadores, H. Peter<br />

Stern, o Storm King não tem fins lucrativ<strong>os</strong>. Seu<br />

riquíssimo acervo começou a se consolidar n<strong>os</strong><br />

<strong>an<strong>os</strong></strong> 1960 com a compra <strong>de</strong> 13 trabalh<strong>os</strong> do escultor<br />

americano David Smith. “Hoje são mais <strong>de</strong><br />

cem esculturas <strong>de</strong> alguns d<strong>os</strong> artistas mais importantes<br />

das últimas décadas, incluindo obras realizadas<br />

especialmente para o centro”, pontua Davidowitz.<br />

Além disso, exp<strong>os</strong>ições temporárias são<br />

realizadas para dar visibilida<strong>de</strong> a nov<strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong>,<br />

que, enfatiza o conselheiro sênior da instituição,<br />

dialogam com a coleção permanente. “Geralmente<br />

são obras emprestadas pel<strong>os</strong> artistas, colecionadores<br />

ou museus e fundações. E as m<strong>os</strong>tras são<br />

complementadas com catálog<strong>os</strong> especiais.”<br />

Cenário lúdico<br />

O Storm King <strong>faz</strong> <strong>de</strong> sua vasta área ver<strong>de</strong> um cenário<br />

lúdico, que n<strong>os</strong> remete às pinturas <strong>de</strong> Monet<br />

ou <strong>de</strong> Van Gogh, especialmente no outono, quando<br />

a natureza dá um show à parte, com a folha-<br />

gem das árvores em tons vermelh<strong>os</strong>, rox<strong>os</strong> e amarel<strong>os</strong>.<br />

As esculturas que abriga são assinadas por<br />

nomes que <strong>faz</strong>em história na arte mundial, como<br />

a francesa Louise Bourgeois, <strong>os</strong> ingleses Kenneth<br />

Campbell e Henry Moore e <strong>os</strong> americ<strong>an<strong>os</strong></strong> Mark<br />

di Suvero e Roy Lichtenstein, para citar alguns.<br />

Em meio à valorização da arte contemporânea,<br />

com obras negociadas por cifras muitas vezes<br />

astronômicas, Davidowitz <strong>faz</strong> questão <strong>de</strong> frisar<br />

a fil<strong>os</strong>ofia disseminada pelo instituto do qual <strong>faz</strong><br />

parte. “A maioria das novas obras entra em n<strong>os</strong>sa<br />

coleção como presente ou encomenda. Nós realmente<br />

não n<strong>os</strong> concentram<strong>os</strong> em flutuações <strong>de</strong><br />

valores <strong>de</strong> mercado [para montar n<strong>os</strong>so acervo].”<br />

Se essa supervalorização que corre mercado afora<br />

valoriza ou banaliza a arte contemporânea, é<br />

discussão em que o conselheiro prefere não carregar<br />

nas tintas. “A curadoria do Storm King não<br />

é pautada por esses critéri<strong>os</strong>.”<br />

Para 2012, a agenda do centro tem como foco,<br />

além da nova edição da m<strong>os</strong>tra realizada em Governors<br />

Island, a exp<strong>os</strong>ição Luz e Paisagem, que<br />

reunirá obras <strong>de</strong> artistas renomad<strong>os</strong> e outr<strong>os</strong> não<br />

tão conhecid<strong>os</strong> do público. A curadoria vai explorar<br />

o contraponto entre as obras e a luz natural –<br />

aproveitando o gener<strong>os</strong>o tapete ver<strong>de</strong> do parque.<br />

Apesar <strong>de</strong> ter olh<strong>os</strong> atent<strong>os</strong> ao crescimento da<br />

visibilidida<strong>de</strong> da produção brasileira em território<br />

norte-americano, o Storm King Art Center<br />

ainda não tem nenhum artista do país em seu<br />

acervo. “Mas o curador David Collens e o Comitê<br />

<strong>de</strong> Aquisições e Coleções estão constantemente<br />

avaliando nov<strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong> produzid<strong>os</strong> em todo o<br />

mundo”, ressalta o conselheiro.

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