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Trinta anos depois de revolucionar os quadrinhos, Angeli faz ...

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A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás é cheia <strong>de</strong> personagens<br />

que a fizeram manter tradições, crenças,<br />

c<strong>os</strong>tumes e p<strong>os</strong>sibilitaram que essa joia<br />

colonial encravada no sertão goiano<br />

recebesse da Unesco o título <strong>de</strong> Patrimônio<br />

Cultural da Humanida<strong>de</strong>.<br />

O casario antigo <strong>faz</strong> <strong>de</strong> Goiás uma das principais representantes da arquitetura setecentista<br />

no mundo. Alice Noronha m<strong>os</strong>tra a cerâmica artesanal que <strong>de</strong>u fama à cida<strong>de</strong>,<br />

e o raizeiro Heli<strong>os</strong>, guardião das tradições locais<br />

Bec<strong>os</strong> que exalam arte<br />

A poeta Cora Coralina, escritores e pintores<br />

tornaram Goiás referência para as artes<br />

Goiás sempre inspirou poetas, mas ninguém retratou a<br />

antiga Vila Boa como Anna Lins d<strong>os</strong> Guimarães Peixoto<br />

Brêtas, ou Cora Coralina. A casa em que ela nasceu em 20<br />

<strong>de</strong> ag<strong>os</strong>to <strong>de</strong> 1889 ainda guarda suas lembranças. Às margens<br />

do Rio Vermelho, a residência, com seu imenso quintal<br />

e uma bica no porão, viu a escritora crescer, sair <strong>de</strong> sua terra<br />

natal e retornar em 1956 para viver lá até morrer, em 1985.<br />

“Naquele ano, um grupo <strong>de</strong> amig<strong>os</strong> se reuniu para <strong>faz</strong>er do<br />

imóvel um local em homenagem à escritora”, conta Marlene<br />

Velasco, diretora do hoje Museu Casa <strong>de</strong> Cora Coralina.<br />

Durante muit<strong>os</strong> <strong>an<strong>os</strong></strong>, Cora Coralina viveu ali, <strong>faz</strong>endo<br />

doces para sobreviver e escrevendo vers<strong>os</strong> para encantar.<br />

Seus ca<strong>de</strong>rn<strong>os</strong> com folhas pautadas <strong>faz</strong>em parte<br />

do acervo da instituição. “Eu datilografei originais e<br />

sempre brinquei aqui, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> menina”, revela Marlene.<br />

“As lembranças que tenho <strong>de</strong>sta casa são muito afetivas.”<br />

Uma ligação que a <strong>faz</strong> ser uma guerreira em prol<br />

do legado da autora. Ela li<strong>de</strong>rou a compra da casa, sua<br />

reforma, sua reconstrução após a enchente <strong>de</strong> 2001.<br />

Marlene lutou para incluir o nome <strong>de</strong> Cora Coralina no<br />

Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. “Nós som<strong>os</strong><br />

o museu mais visitado da cida<strong>de</strong>. E Goiás e Cora<br />

são indissociáveis.”<br />

Na arte, Goiás produziu outr<strong>os</strong> nomes <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. No<br />

Largo do Chafariz está a casa on<strong>de</strong> nasceu Hugo <strong>de</strong><br />

Carvalho Ram<strong>os</strong>, autor <strong>de</strong> Tropas e Boiadas, clássico do<br />

regionalismo brasileiro lançado em 1917, que influenciou<br />

até Guimarães R<strong>os</strong>a. No Largo do R<strong>os</strong>ário fica a residência<br />

que foi <strong>de</strong> J<strong>os</strong>é Joaquim da Veiga Valle, escultor do<br />

século XIX que <strong>de</strong>ixou enorme acervo sacro em igrejas<br />

da cida<strong>de</strong>, boa parte <strong>de</strong>le reunido hoje no Museu da Boa<br />

Morte. No ano passado, Goiás per<strong>de</strong>u outra gran<strong>de</strong> artista.<br />

A<strong>os</strong> 95 <strong>an<strong>os</strong></strong>, morreu Goiandira do Couto, pintora<br />

que fez das areias coloridas da Serra Dourada seu instrumento<br />

<strong>de</strong> expressão e homenagem às paisagens e à<br />

história da antiga Vila Boa.<br />

Saiba mais<br />

Para conhecer melhor a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás<br />

> A Capitania <strong>de</strong> Goyaz foi <strong>de</strong>smembrada da <strong>de</strong> São Paulo em 1748, mas o primeiro governador, Marc<strong>os</strong> <strong>de</strong> Noronha, só chegou a Vila Boa <strong>de</strong> Goyaz cinco <strong>an<strong>os</strong></strong> <strong><strong>de</strong>pois</strong> do <strong>de</strong>creto.<br />

> O Museu das Ban<strong>de</strong>iras funciona no prédio que abrigava a ca<strong>de</strong>ia pública. Em seu interior estão <strong>os</strong> instrument<strong>os</strong> <strong>de</strong> tortura empregad<strong>os</strong> contra pres<strong>os</strong> e escrav<strong>os</strong>.<br />

> Fora do centro histórico há o M<strong>os</strong>teiro da Anunciação do Senhor, mantido por irmã<strong>os</strong> beneditin<strong>os</strong>. Local indicado para meditação.<br />

> O Largo do Chafariz é um d<strong>os</strong> pont<strong>os</strong> mais agradáveis da cida<strong>de</strong>, com amplo gramado, muita sombra e uma sinfonia <strong>de</strong> passarinh<strong>os</strong> a qualquer hora do dia.<br />

> Em Goiás <strong>faz</strong> muito calor e o clima é abafado. Para se refrescar, uma boa pedida é o picolé <strong>de</strong> frutas do cerrado vendido na Praça do Coreto.<br />

> Quase 200 <strong>de</strong>graus levam à Igreja <strong>de</strong> Santa Bárbara. Vale o esforço. A vista <strong>de</strong> lá é linda.<br />

> Preste atenção em como vai chamar esse patrimônio da humanida<strong>de</strong>. Os moradores preferem Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás e até aceitam Antiga Vila Boa, mas <strong>de</strong>testam o nome Goiás Velho.<br />

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CONTINUUM<br />

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