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Trinta anos depois de revolucionar os quadrinhos, Angeli faz ...

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VJ SPETtO<br />

“O vi<strong>de</strong>omapping vem na esteira <strong>de</strong> todas as manifestações<br />

urbanas <strong>de</strong> arte. É uma ânsia da cultura e da arte atual<br />

<strong>de</strong> transformar a cida<strong>de</strong> em que se vive numa coisa mais<br />

humana, acessível e lúdica.”<br />

Público assiste à apresentação<br />

<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>omapping no Passport VJ<br />

University, em São Paulo<br />

revelar por trás daquilo, ou chegar na frente <strong>de</strong><br />

uma fachada, olhar as portas e janelas e dizer:<br />

‘n<strong>os</strong>sa, parece a cara <strong>de</strong> um cachorro, <strong>de</strong> um<br />

homem’”, exemplifica o VJ. Spetto diz que usa<br />

<strong>os</strong> <strong>de</strong>talhes d<strong>os</strong> edifíci<strong>os</strong> on<strong>de</strong> projeta como element<strong>os</strong><br />

da dramaticida<strong>de</strong>. Essa ação artística<br />

não se resume, para ele, em um espetáculo <strong>de</strong><br />

luzes, já que p<strong>os</strong>sui uma narrativa passível <strong>de</strong><br />

ser apreendida e sentida pelo espectador, que<br />

dá sua própria interpretação ao que vê.<br />

Novo, novíssimo; antigo, antiquíssimo<br />

O processo <strong>de</strong> criação do vi<strong>de</strong>omapping envolve,<br />

sem dúvida, uma refinada tecnologia <strong>de</strong> softwares<br />

para mo<strong>de</strong>lar, editar e mixar as imagens,<br />

e <strong>de</strong> hardwares robust<strong>os</strong>, capazes <strong>de</strong> rodar esses<br />

programas – em geral, PCs com sistema Macint<strong>os</strong>h,<br />

máquinas híbridas montadas pel<strong>os</strong> própri<strong>os</strong><br />

vi<strong>de</strong>omapers. Há também <strong>os</strong> projetores,<br />

suas lentes e a técnica necessária para operá-<br />

-l<strong>os</strong>. Tudo isso é “novo, novíssimo”, como g<strong>os</strong>ta<br />

<strong>de</strong> dizer Spetto. Mas também há a porção antiga,<br />

antiquíssima do vi<strong>de</strong>omapping. Para dobrar<br />

a imagem na fachada tridimensional <strong>de</strong> um edifício<br />

usando softwares mo<strong>de</strong>rn<strong>os</strong> em hardwares<br />

tunad<strong>os</strong>, é preciso ter intimida<strong>de</strong> com a trigonometria.<br />

Sem um estudo matemático da fachada<br />

que servirá <strong>de</strong> suporte à projeção as contas não<br />

fecham e o vi<strong>de</strong>omapping simplesmente não<br />

po<strong>de</strong> existir. A arte, com sua virtu<strong>de</strong> integradora,<br />

consegue unir extrem<strong>os</strong> <strong>de</strong> forma orgânica.<br />

Spetto estima que, em todo o mundo, haja<br />

cerca <strong>de</strong> 20 grup<strong>os</strong> que trabalham seriamente<br />

com essa nova arte. No Brasil, o vi<strong>de</strong>omapping<br />

segue evoluindo, mas encontra barreiras<br />

técnicas por falta <strong>de</strong> formação profissional e<br />

<strong>de</strong> equipament<strong>os</strong>, que, <strong>de</strong> acordo com o VJ,<br />

são itens car<strong>os</strong> e difíceis <strong>de</strong> ser importad<strong>os</strong>.<br />

“Mas com o pouco equipamento que há já dá<br />

pra <strong>faz</strong>er bastante coisa”, diz.<br />

O vi<strong>de</strong>omapping sustenta a reocupação do<br />

espaço público pelas pessoas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fachada<br />

d<strong>os</strong> edifíci<strong>os</strong> até o ambiente on<strong>de</strong> <strong>os</strong> espectadores<br />

se reúnem para ver as projeções.<br />

Naquela noite <strong>de</strong> sábado no Memorial da<br />

América Latina, as centenas <strong>de</strong> espectadores<br />

sentad<strong>os</strong> no chão da parte exterior do edifício<br />

– algumas até <strong>de</strong>itadas –, conversando,<br />

bebendo e dançando, eram a imagem mais<br />

próxima <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> participativa<br />

e humana, que se preocupa men<strong>os</strong> em<br />

proibir as coisas e mais em criar condições<br />

para que as pessoas <strong>de</strong>sfrutem <strong>de</strong>la. “O vi<strong>de</strong>omapping<br />

vem na esteira <strong>de</strong> todas as manifestações<br />

urbanas <strong>de</strong> arte. É uma ânsia da<br />

cultura e da arte atual <strong>de</strong> transformar a cida<strong>de</strong><br />

em que se vive numa coisa mais humana,<br />

acessível e lúdica. Tod<strong>os</strong> querem transcen<strong>de</strong>r”,<br />

diz Spetto.<br />

No caso do Ví<strong>de</strong>o Guerrilha a história por<br />

trás da fachada também foi protagonista<br />

nas projeções. “Fizem<strong>os</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> visitas<br />

técnicas à Rua Augusta até chegarm<strong>os</strong> a um<br />

formato final para cada edifício. Mas o mais<br />

interessante é você pensar que, em cada prédio<br />

com seus moradores, existe uma história<br />

que po<strong>de</strong> ser contada. E essa é uma das<br />

missões do evento: encontrar a poesia visual<br />

que está perdida e projetá-la, <strong>de</strong>ixando as<br />

cida<strong>de</strong>s e <strong>os</strong> moradores mais bonit<strong>os</strong> e orgulh<strong>os</strong><strong>os</strong>”,<br />

explica Melo.<br />

31<br />

CONTINUUM<br />

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