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pode ver que o apóstolo aborda a justificação — ao menos sob
este nome — apenas em Gl, Rm, Ef e Fp.
7. Justificação é o conceito-cbave neste estudo. Algumas
anotações são oportunas: "É Paulo quem faz o emprego mais
freqüente deste grupo inteiro de palavras (justo, justificação,
etc), dando-lhe sua gama mais larga de sentidos. De todos os
escritores do NT, é ele quem estabelece a conexão mais estreita
com o AT, ao falar da justiça de Deus, e da justificação dos pecadores,
da parte de Deus. A justiça de Deus é essencialmente
Seu modo de tratar seu povo, baseado na Sua aliança, que assim
se constitui em uma nova humanidade..." (Dicionário Internacional
de Teologia do Novo Testamento, vol. II, p. 537). Que se
entende por "justiça de Deus" no AT? "A justiça de Deus aparece
no Seu modo divino de tratar com Seu povo, i.e., na redenção
e na salvação" (Ibid., p. 529). "A justiça de Deus é, realmente,
a própria em si" (Ibid.). "O AT nunca identifica a
justiça com a condenação" (Ibid.) / Alguns apontamentos tirados
de The Apostolic Preaching of the Cross, de Leon Morris: "No
AT o justo é aquele que é aceito diante de Deus" (p. 269) ."O
que São Paulo entende por justificação é simplesmente o perdão
dos pecados expresso em linguagem jurídica (forense)" (p. 284).
"Muitas vezes se diz que falar de 'justificação pela fé' é empregar
linguagem que não faz sentido para o homem moderno. O que
se esquece é que tal linguagem também não fazia sentido para
o contemporâneo de Paulo, a não ser quando o evangelho a tornava
significativa" (p. 287). "Justificação é o nome que, na
Bíblia, se dá a uma mudança de estado, não mudança de natureza"
(p. 291).
Disposição
Pregar a justificação pela fé é um renovado desafio. Justificar
tem outros sentidos em linguagem coloquial: apresentar
desculpas, explicar, etc. Por isso a Bíblia na Linguagem de Hoje
traduz dikaioo (justificar) por "ser aceito por Deus".
A melhor maneira de pregar a justificação é fazê-lo sem
empregar o termo, usando, de preferência, exemplos. A leitura
do AT e o evangelho desse domingo são um excelente ponto de
partida.
Nosso objetivo deveria ser, não dar uma aula sobre justificação,
mas fazer do sermão viva vox evangelii. Em outras palavras:
mais do que conhecer os contornos da doutrina, o ouvinte
precisa saber e crer que, em Cristo, pela fé, também ele é aceito
por Deus e que suas boas intenções, sua dedicação ao trabalho
da igreja, sua freqüência aos cultos, e tudo mais que se quiser
enumerar não podem contribuir em nada neste sentido.
IGREJA LUTERANA — Página 23