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fé. Aqui Paulo parece pensar mais em termos de Heüsgeschichte,
ou seja, o povo de Deus do Antigo Testamento sob a tutela da
lei antes da vinda de Cristo, e não tanto em indivíduos sob a lei
antes de pessoalmente crerem em Cristo. Desse último aspecto
o apóstolo passa a falar no v. 26; c) "A fim de que fôssemos
justificados por fé" (v. 24b) — Retorna o tema abordado em
Gl 2.16; f) "Filhos de Deus mediante a fé em Cristo... fostes
batizados em Cristo" (v. 26, 27) — Fé e batismo estão intimamente
ligados. O batismo é o sacramento da justificação, o sacramento
da fé. A fé não resulta de uma experiência mística,
mas é criada no batismo; g) "Filhos de Deus" (v. 26) — Para
este conceito, conferir Gl 4.5 e Rm 8.14, onde Paulo inclui o Espírito
Santo SS; h) Este texto, como, de resto, toda a carta aos
Gálatas, pode e precisa ser estudado em paralelo com a carta
aos Romanos; i) "De Cristo vos revestistes" (v. 27b) — Conferir
Rm 13.14 e Ef 4.24 (o "novo homem" tem tudo a ver com Cristo!);
j) O v. 28a encontra paralelos em Gl 6.15, Rm 10.12, 1 Co
12.13, e Cl 3.11; 1) "Nem homem nem mulher" (v. 28) — 0
texto não pode ser ignorado, tampouco transformado em "chave
hermenêutica" ano abre o sentido ou permite rejeitar as demais
afirmações da Escritura sobre a questão da ordenação de mulheres
ao ministério. Deve-se considerar o contexto de Gálatas,
ouvir o que o texto diz, e respeitar o texto naquilo que não diz.
Vista no contexto, a afirmação do apóstolo esclarece que "do
ponto de vista da redenção em Cristo e dos dons do Espírito por
Ele concedidos, não existe favoritismo do judeu em relação ao
grego (gentio), do senhor em relação ao escravo, do homem em
relação à mulher" (RIDDERBOS, Herman N. The Epistle of Paul
to the Churches of Galatia, p. 149). O texto não ensina, como
se insiste em afirmar, que as diferenças naturais (homem/mulher)
e sociais (senhor/escravo, judeu/gentio) simplesmente deixaram
de existir. Afinal, as mesmas são levadas em conta por
textos como Ef 6.5; 1 Tm 6.1; Tt 2.9; 1 Pe 2.18; 1 Co 11.3; 1 Co
14.34,35; 1 Tm 2.11; Gl 3.28, portanto, não pode ser usado como
texto definitivo para a questão "ordenação de mulheres". A argumentação
é a seguinte: "Somos um em Cristo; as mulheres
estão na fé em Cristo; logo, deveriam ser ordenadas também".
Tal argumentação não é legítima, como mostra o seguinte reduetio
ad absurdum: "Todos somos um em Cristo; as crianças
estão em Cristo, pela fé; logo, também crianças deveriam ser
ordenadas..."; m) O indicativo "todos vós sois um em Cristo
Jesus" (v. 28b) aparece como subjuntivo cm Jo 17.11,21: "para
que todos sejam um".
Disposição
Sugerimos enfatizar o ensino dos versículos 26 a 29, especialmente
o que diz respeito ao batismo:
IGREJA LUTERANA — Página 25