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IGREJALUTERANARevista Teológica-Pastoralda Igreja Evangélica Luterana do Brasil-Uma revista para os adultos em Cristo»Ano: 35Número: 39 trimestre de 1975Assinatura anual:Cr$ 30,00 para 1975No exterior: U8$ 6.00Número avulso: Cr$ 7,50REDAÇÃOCENTRAL:Rev. Leopoldo Heimann, Diretor de PublicaçõesAv. Pernambuco 2688, 90.000 Porto Alegre, RS,a quem devem ser remetidos os manuscritos, cartas,críticas e sugestões.CONSELHOREDATORIAL:Dr. Johannes RottmannDr. Donaldo SchülerRev. Leopoldo HeimannEXPEDiÇÃOE ENCOMENDAS:Casa Publicadora Concórdia S. A.a quem devem ser dirigidos os pedidos de assinaturas,bem como os valores correspondentesassinatura.àDiretor-Presidente: Victor SonntagDiretor-Gerente: Albert MattisAssessor: Rev. Guido Goer!ENDEREÇO:Qualquer mudança de endereço ou irregularidadeno número de assinaturas da revista devem sercomunicados à Casa Publicadora Concórdia, S. A.Avenida do Forte, 586, Cx. Postal 6150, 90.000Porto Alegre, RS.


APRESENTANDOQuando Gutenberg inventava ou a­perfeiçoava a imprensa, Lutero afirmou:«A imprensa é o último grandemilagre que Deus colocou a serviçoda propagação do evangelho de Cristo».A «Igreja Luterana», utilizando este«último grande milagre», a palavraimpressa, está propagando o evangelhode Cristo neste tempo em que muitos«não mais suportam a sã doutrina»,e se «recusam a dar ouvidos àverdade». Numa outra oportunidade Lu_tero disse: «Como servo de Deus, euquero falar, escrever e pregar».No Editorial estamos homenageandoum homem a quem Deus concedeua bênção de completar 70 anos de vida,um homem que também está «falando,escrevendo e pregando a sã doutrina»dentro da Igreja Evangélica Luteranado Brasil - Dr. Walter Kunstmann.Além dos quatro Artigos de Fundo- o estudo exegéticode 2 Tm 3.16.17,a continuação de Soteriologia no AT, aanálise de uma congregação e seu pastor,e a entrevista com o médico psiquiatrasobre Possessões Demoníacas- destacamos os dois Estudos Bíblicos,primeiros de uma série.Sob Devocional encontram-se orações,devoções, pregações e esboços parasermões. São mensagens e auxiliospráticos aos que se esforçam «na propagaçãodo evangelho de Cristo».Em Documentos apresentamos doisestudos importantes: Um católico e ummetodista. Não é dito que os mesmosdevam ser subscritos integralmente,contudo, eles nos conduzem à sériasreflexões.O Destaque do próximo número, oIV Trimestre, será uma série de quatroestudos teológicos sobre o temageral - «Os CarÍsmas».O preço da assinatura das quatroedições do próximo ano será de Cr$45,00.li: preciso falar, escrever e pregara sã doutrina. li: tempo de escrevercom retidão palavras de verdade.- Prega a palavra, insta, quer sejaoportuno, quer não, corrige, repreende,exorta com toda a longanimidadee doutrina.L.


2PROF. WALTER G. KUNSTMANN


Fo SETUAGENARIOPROF. \NALTER G. KUNSTMANNo. Prof. Walter Gerhard Kunstmanncompletou no dia 10 de julho de 1975,70 anos de vida. Nosso homenageado,nesta edição da IGREJA LUT'ERANA,é filho do pastor e professor JohannesF. Kunstmann e Marie Sophie ElisabethMartin. Nasceu na Saxonia, Alemanha,em 1905. Seu pai contribuiudecisivamente para sua formação. Em1930 doutorou-se em filologia pela Universidadede Leipzig, Alemanha, a fimde estudar as línguas semíticas. Casousecom Klara Elisabeth Kretzschmar.Este matrímônio foi ahençoado com 7filhos, dos quais 2 já são falecidos.Começou suas atividades de servode Deus como pastor assistente deseu pai na Comunidade Cristo de PortoAlegre. Ao lado do pastorado nareferida congregação, nosso irmão homenageadofoi professor, vice-diretore por fim diretor do Colégio Concórdia.Por 28 anos serviu aquele grupode cristãos que hoje, com a bênção deDeus, formam uma das maiores congregaçõesda IELB. Por muito tempoparticipou do Conselho Orientador daJuventude e foi membro da Comissãode Apelação da IELB. Mas, nós queremosdestacar três momentos especiaisde sua vida: Colégio Concórdia,Seminário Concórdia e Sociedade Bíblica.Indubitavelmente, o COLÉGIO. CÜN­OóRDIA faz parte de sua vida. Essecolégio foi o 10 educandário do 40 Distrito,de Porto Alegre. Foi de igualmodo o 10 ginásio evangélico luteranoda IELB. Num autêntico clima de família,os professores chegaram a permanecerno serviço ao Concórdia por30 a 50 anos de magistério.Aos 70 anos, o Prof. Kunstmanndiz que se sente realizado ao olharpara o Colégio Concórdia, especialmenteporque hoje seus netos são alunosda mesma escola. Ainda quanto aoColégio Concórdia, diz que foi um autênticolar e não um local de traba-3


lho. A família concórdia existia de fato.Sentiu-se amado por pais e alunos.O crescimento do colégio promoveuo desenvolvimento da congregaçãoe vice-versa. Alunos que conviviam comconfirmandos da comunidade pediampara serem instruidos também. O colégio,dentro das limitações, atendeuas necessic'ades espil'ituais. Comunidadee Educandário ViVel'&'Ylem harmonia.A Comunidade Cristo e o Con"órdiaforam seu 19 amor. Perguntado sobrea importância das escolas, disseque «o que fez Missouri crescer foramas escolas paroquias. Devemosaproveitar ao máximo as oportunidadesmissionárias nas escolas paroquiais epúblicas.»Depois do 19 amor, obviamente vemo 29• E o segundo foi o SEMINÁRIOCONCÓRDIA. Enquanto o Prof PaulV\T. Schelp residia no Rio, a serviçoda Sociedade Biblica do Brasil, a ComunidadeCristo com boa vontade cedeuseu pastor para prestar serviçosà Igreja no Seminário. Em fins de 1958foi chamado para ocupar a Cadeirade Teologia Biblica do Antigo Testamento.Em 1959 assumiu de tempo lntegralo magistério na Escola de Profetas,Perguntado sobre as transformaçõesmais significantes ocorridasno Seminário nos últimos anos, nossoprofessor respondeu que professores especializadospodem dar mais a seusalunos. e isto se reflete nos estudosteológicos. Com o aumento da bibliotecaos instrumentos C'e trabalho epesquisa foram melhorados. O nívelda escola subiu, e por isso ele vê comentusiasmo o futuro desta escola. Quantoao papel do Seminário Concórdiano mundo teológico brasileiro o mestreconcordiano afirmou que «o Semináriovem mantendo seu- lugar comouma escola com posição teológica conhecida,definida e defendida.» Mas oprofessor lamenta que o Seminário asvezes não está sendo bem compreendido.Para uns somos avançados demaise para outros somos atrasados.Muita gente não conhece o Seminárioe o que se passa em seu interior.Sugere que haja mais contato vivocom nossa escola. "O Seminário nãopode ser um corpo morto dentro daigreja», diz o entrevistado, que é omais velho servo da IELB em plenaatividade, seguido de perto pelo Prof.Otto A. Goerl. Um dos desejos doProf. Kunstmann é ver as sementesplantadas nos teologandos frutificar notrabalho pastoral. Também atuou nosperiódicos da IELB.Com o título de Doutor em Filologia.tinha conhecimento de hebráico.Sua colaboração foi solicitada pela SociedadeBíblica do Brasil na tarefa dedar A PALAVRA DE DEUS ao homeTIldesta te:;.~r2.... l-Ioje é membro daComissão Permartente de revisão econsulta da S. B. B.. com sede no Rio,ocupando a vaga deixada pelo falecidoDr. P. W. Shelp. Ta..mbém é consultorda comissão da tradução populardo Antigo Testamento. Lamentaque nossas congregações fazem tãopouco pela SBB. Parece-lhe que hápouca consciência das bênçãos que estaentidade traz à pátria brasileira.Talvez outros compromissos menos importantesestejam ocupan::Io nosso tempoe nossas mentes. Nosso professor,com muita honra, é Sócio Honorárioda S. B. B. Isto não nos deve fazerreclinar de novo no sofá -da glória ehonra luterana, mas nos motivar atambém participarmos ativamente destetrabalho de tão longo alcance missionário.O entrevistado faz questãode frisar que a S. B. B. em sua orientaçãoteológica é fiél à Palavra deDeus.Amigo e mestre, Professor WalterGerhard Kunstmann, A «IGREJA LU­TERANA», em nome das diversas entidadeseclesiásticas que lhe são grataspor seu serviço, lhe deseja muitasbênçãos do Deus Pai Todo Poderosopara a década C'os 70 e dos 80e dos 90, e mais, se Deus o quisermanter entre nós como exemplo de féesinceridade.O SENHOR VOS AUMENTE BÊlNçÁOSMAIS E MAIS, SOBRE VóSE SOBRE VOSSOS FILHOS (SI115:14).GerhardGrasel4


1.0 contexto anteriorA fim de ter diante de si um quadrogeral do pensamento dos versículos16 e 17, é necessário tomar em consideraçãoo que dizem os dois versículosanteriores, porque estes fornecem a basedas afirmações do apóstolo nos vv16 e 17:V. 14 e 15: «Tu, porém, permanecenaquilo que aprendeste, e de que fosteinteirado, sabendo de quem o aprendeste.E que desde a infância sabes assagradas letras que podem tornar-tesábio para a salvação pela fé em CristoJesus».O 'dé no início desta frase introduzum contraste. Paulo havia falado defalsos mestres, impostores, que iriamde mal a pior enganando seus seguidores.Timóteo, porém, está no campooposto: Tu, todavia, tu, não serás umenganador, mas sim um mestre fiel everdadeiro. Por isto cabe a exortação:«méne en hois émathes kai epistôthees»- (permanece naquilo que a­prendeste, e de que foste inteirado). Parecehaver progresso nos dois verbosdesta frase: Ele aprendeu certas coisas,émathes, que em si pode ter sidoum processo puramente mental ou intelectual,sem envolver seu coração;porém destas mesmas coisas ele foi«inteirado». Isto é muito mais amplo.Paulo emprega o verbo pistóein na vozpassiva (única ocorrência no N. T. nestelugar): «as coisas nas quais fostecertificado e firmado». Aqui se deve incluira convicção. Timóteo estava convencidodas coisas que tinha aprendido.Os aoristos parecem apontar simplesfatos acontecidos no passado. Pauloquer reavivar este passado para Timóteoquando diz:«eidôs pará tínoon émathes» (sabendode quem o aprendeste). Timóteoconhece a fonte do seu saber. A atividadeestá já longe no passado, mas elaa reconhece agora: «eidôs». O particípiodo perfeito passado, usado no sentidopresente, indica aquilo que ele conhecee salte. Existem, na realidade,dois fatores que ele conhece: 1) Eleconhece os que lhe transmitiram estascousas. - A tradição bizantina e oCódice Beza junto com versões latinase siríacas têm neste lugar o singular«pará tinós» o que parece ser uma correçãoposterior como se Paulo tivesse6ido o único que o instruira. O contextogeral da carta, todavia, indica claramenteos transmissores do correto conhecimentode Timóteo: sua avó Lóidee sua mãe Eunice: «... recordação queguardo de tua fé sem fingimento, amesma que primeiramente habitou emtua avó Lóide, e em tua mãe Eunice,e estou certo de que também em ti.(1.5)A idéia de que «tínooTI» nesta frasese refere ao neutro, que segue na fraseseguinte, isto é «hierá grámmata»,Sagradas Escrituras, e que desta maneiracairiam fora como transmissoressua avó e sua mãe limitando-se exclusivamenteà Escritura Sagrada, nãopode ser sustentada, visto que «pará»com o genitivo (do lado de), segundoos gramáticos, se usa somente com pessoase nunca com cousas neutras (cfBlass/Debrunner § 237). Enriquece, aocontrário, o sentido se tomarmos «tínoon»como sendo as pessoas mais influentesna vida do jovem Timóteo, istoé sua avó e sua mãe, que o levarampor sua instrução à verdadeira fé. Estas,de sua parte, tinham uma fonteverdadeira da qual hauriram sua instruíramsua instrução: as Sagradas Escrituras,«hierá grámmata». Timóteoagora também conhece esta fonte dondevem seu conhecimento, sua fé, elesabe também que esta fonte fora usadapor sua avó e sua mãe nos temposremotos de sua infância: «apó bréfous».Certamente é este um termo muisignificativo, pois «bréfos» denota mesmouma criança no ventre (Lc 1.41; cf.também Bauer: Gríech, DeutschesWorterbuch). Relembra, portanto, otermo a Timóteo do próprio começo desua infância, quando sua avó e sua mãelevaram a seu bem limitado entendimentoinfantil às verdades contidasnas Sagradas Letras do povo de Deus,«hierá grámmata» no original muiprovavelmente está sem artigo. J osefousa o termo mais amplo «ta hierágrámmata». Apesar de o termo - comou sem artigo - não aparecer em outraparte do Novo Testamento, ele écomum à literatura judaica em geralpara os escritos sagrados do cânone veterotestamentário.«The word «hierá»,sacred, is to be distinguísehd from«hágia», holy, sancta. The former word«hierá» expresses the reverence withwhich these writings were regarded, It


É necessano ter em mente todo estecontexto, quando se deseja interpretaros dois versículos em questão queem si são bastante simples e claros.2. O texto propriamente ditoV. 16 e 17: «Toda Escritura é inspiradapor Deus e útil para o ensino, paraa repreensão, para a correção, paraa educação na justiça, a ÍÍm de que ohomem de Deus seja perfeito e perfeitamentehabilitado para toda boa obra».«pása grafê»: toda Escritura. - Jáapontamos para o fato de não ser possívelatribuir a este termo em sentidodiferente ao já anteriormente citado:«hierá grámmata». O conceito dos doistermos é absolutamente idêntico. GottiobSchrenk ( (275,3).Portanto, em vista do fato de queno contexto Paulo está falando de umobjeto determinado perfeitamente conhecidoda parte de Timóteo, isto é,dos «hierá grámmata», o singular desteversículo, «grafê», deve ser um coletivo.Constatado isto, torna-se irrelevantese tomamos «pâsa» no sentido de«cada uma» ou no de «toda». «Cadauma» seria então simplesmente cadaparte individual do todo. - A Escritura»,a «Sagrada Escritura», os escritosque Timóteo conhece desde sua infância,o Cânon do Antigo Testamento,sim, este é «theópneustos».Esta é a idéia central desta passagemque põe a fonte do conhecimentonuma base real, objetiva e firme.«Theópneustos» é, pelo menos, comrespeito ao Novo Testamento, um «hapaxlegómenom>.Com respeito a seu significadoneste contexto, sua posição esua forma, foram propostas um nÚmeroconsiderável de soluções e explicações.A primeira pergunta que surge eque deve ser respondida é se este adjetivoverbal é de modo passivo ou ativo.A Vulgata o traduz por «divinitus inspirata»o que parece indicar que Jerônimoo viu como passivo. P. E. Kretzmannem seu excelente comentário (Die P3IStoralbriefe- St, Louis, Mo. 1918, ConcordiaP. H.) apresenta um número bastantegrande de adjetivos verbais compostos,terminando e - os, Caril a intençãode provar que o passivo é asseguradoquando a antepenúltima é acentuada.Julgo isto algo dÚbio para servirde prova absoluta. Wohlenberg meparece oferecer uma solução exataquando diz que o contexto está clarono sentido que «theópneustos» não precisaser provada como passivo, mas quede fato só pode ter o sentido «a Deoinspirata» e não «Deus inspirans» (deDeus inspirado» e não «Deus inspirando»).Bengel, em seu magnífico estilocompacto, dá uma interpretação quenão pode ser melhorada: «Non solumdum scripta est Deo spirante per scriptores;sed etiam dum legitur Deo spiranteper scripturam, et scriptura ipsaspirante. (


própria Escritura revela a Ele). JoachimJeremias (loc. cit.) diz interpretando:«Auch für die Christenheit istdas Alte Testament inspir.ierte Offenbarungsurlrunde:jede Schriftstelle ist'dUlTh das VVel1endes Geistes Gattesentstan:1en' - es ist vlirklich Gott, derhier redet~? - .Joseph Fl'eundo:tfer, Ulndos bem conhecidos intérpretes católicosopine.: «Ihre VJÜrcle (a cligrLidiadedas Escrituras) besteht darin, dass siederll f-rottliehen Atem entstaU1.Hlt (vonG-ott - \vortlich gottgehaueht')c1alnit die \iVürde àerSch~ift al~S gottlicher Inspiration fest».(Regensburger Neues Testament - 3.Aufl., Regensburg 1959). Bauer (\;'101'­terbueh zum Neuen rrestament) é sucintoe1n. sua definição que claramenteapóia a forma passiva quando diz:«the6pneustos - VOTI Gott eingegebel1,inGpiriert». Ethelbe?t Stauffer e:r:c1 seuartigo sobre theós em «Kittel» colocao termo na mesma categoria como theo~didaktos (por Deus ensinado) e interpretacomo «'lün Gott genaucht».EstOtl COln a posição de Lenski(loc. cit.) que diz: «The proof lies intheós and iu the verbs that are COE,­Dounded with the6s to form the verboLet the stuclent take Liddell and ScoUand examine the long lIst of «god» ­verbaIs in _ os. Vlhy are 8011 these verbaIsplairJy and nccessarily pa.ssive?Because God alone can be the agent».- Acho que a. :rn.elhor prü"\7a a. fa.vordo passivo está TI1IYT1B.p8.s.sf:'~fel"l1 (~-Ll€. €l-nminha opinHIo, é) por 8..s.slIn d~.ze::'. UElcor.ílentá:rio sobre este termo: II pe1.21:«."nunca iamais Qualouer ürofeciafoi dada por 'vontade' hu~.ana~ -er.t:·~tantohomens fa1a.'tarn. da pal'te c.e Deusmovidos pelo Espírito Santo». - :lliistoque Paulo quer dizer nesta passagema Timóteo quando formula: «TodaEscritura é divinamente inspirada».Existe, porém, um outro problemacom respeito ao termo, e esta é a questãoSe theópneustos é predicativo ou seé simplesmente atributivo. Linguisticamenteo grego permite que se tome oadjetivo theópneutos ou como atributivoou como predicativo. Mas convémnotar que a posição dos dois adjetivosgregos (theópneustos e oofélimos) nãopermite que se tome um como sendoepíteto e o outro com predicativo;exemplo: «Toda Escritura dada porinspiração é também útiL.» (assimEllicott e outros). Os adjetivos estãotão intimamente ligados um ao outroque, se um é predicativo ou outro tambémo deve ser. Assim já Bengel diz(loc. cit.): «Est haec pars non subjecti...,sed praedicati». - Jamieson, Fausset& Brown Critical Commentary)têm em poucas palavras o sentido certo:«All Scripture is God-inspired andtherefore useful; because we see no utilityin any portion, it does not followit is not God-inspired. It is useful oecauseGod-inspired, nor God-inspiredbecause usefuL .. Plenary inspiratíon afevery part of Scripture as a living 01'­ganic whole is here set forth».P:r isso tOIT':~~os pâsa grafê ~theópneUSLOSno senua.a expresso pela traduçãoda Ediç8.Q Revista e p.!..tualizadada BíbJia de ll.ln1ei::-:a:«Toda Escrituraé inspirada e útil...»É interessante notar a divergênciaque existe na atualidade entre as diferentestraduções em uso. As três traduçõespara a. lLl:}gua portugu.esa queao lado da Revi,são de Almeida estãoem uso em nosso meio são as seguintes:O Novo Testamento nad'f~Hoje: «Toda a Escritura SagTada éinspirada por Deus e Útil...» - li traduçãode J.RPhHipps tem exatamenteo mesmo texto:«Toda a Escritura Sagradaé inspirada por Deus e útiL.»- O J'\T ovo Testamento Vivo em linguageDlatualizada (Editol~a :r/fundo Cristão,São Paulo): (/.A Bfblia inteira nosfoi dada por inspiração de Deus, e éútil. ..» tendo como nota ao lado de «Bibliainteira»: «literalmente 'Toda Escritura».Podemos constatar, portanto,que as traduções para a língua brasileiraestão de acordo com o sentido dooliginal por nós achado.As traduções em língua alemã, aonosso ver sofrem todas de uma certaambigüidade da qual já está sofrendoa de Lutero que tem: «Alle Schrift, vonGott eingegeben, ist nütze ...» As seguintestraduções, que no momento estãodiante de nós, de uma ou outramaneira sofrem desta mesma 3...11lbigüidadese bem de graus algo diferentes.Assim tem Herrnann Menge (Stuttgart,Privil. Württ. Bibel anstalt, 13.Aufl. 1954): «Jede von Gottes Geisteingegebene Schrift ist auch fõrderlichzur Belehrung ...»; Haus Bruns (Giessen,Brunnen-Verlag 4. Aufl. 1969):9


«Jede von Gottes Geist durchwehteSchrift kann uns helfen zur Unterweisung...»; Jorg Zill (Stuttgart, Kreuz­Verlag, 1971): «Denn die ganze heiligeSchrift entstammt Gottes Geist undhilft uns, dieWahrheit zu begreifen ...»;Das Neue Testament für Menschen unsererZeit - RietmmüHer (Stuttgart,Quell-Verlag, 1964): «Jede Schrift, dievon Gottes Geist bestimmt ist, dientder Belehrung ...»; Die Gnte Nachricht(mais ou menos equivalente ao NovoTestamento na Linguagem de Hoje):«Alles, was in den helligen Schriftensteht, ist von Gottes Geist eingegebenund hilft, die Vlahrheit zu lehren ...».- Como se pode notar é somente aúltima que inequivocamente diz que tudoque está escrito nas Escrituras Sagradasé «eingegeben von Gottes Geist»,portanto «inspirado».As versões em língua inglesa aparentementefavorecem o sentido achadonooriginal por nós. Algumas delas merecémser citadas aqui. É natural quemeicionemoa como primeira a King Jame·sVersion que nada tem de ambiguidadeno seu texto: «All Scripture is givenby inspiration of God, and is profitable...»; The Twentieth Oentury NewTestament (Moody Bible Institute):«Every Scripture is God-inspired andis helpful...»; The Emphasized New Testament(tr. Joseph Bryant Rotherham,Kregel Publications): «Every scripture(iS); God-breathed, And profitable ...»(nota-se aqui o «ia» em parêntese e ominúsculo na «scripture» ); Edgar J.Goodspeed: The New Testament: AnAmerican Translation (The Universityof Chicago Press, 1948): «All Scriptureis divinely inspired, and useful...»;The American Standard Version: «Everyscripture inspired of God is alsoprofitable ...» (nota-se a falta de claridadecom respeito a «toda» e a faltado determinante «is»); The New Testamentin Basic English (CambridgUniversity Press): «Every holy Writingwhich comes from God is of profit...(certamente a mais ambigua de todasas versões aqui citadas); The NewTestament in the Language of Today(Trad. William F. Beck, Concordia PublishingHouse, Saint Louis, 1963): «AllScripture is inspired by God and helpsus to teach ...»; The New English Bible(Oxford University Press, 1961): «Eve­~y inspired scripture has it s use forteaching ...» (essa tradução não podeser considerada como literal); The RevisedStanda~d Version (Thomas Nelson& Sons, New York 1946): «AllScripture is inspired by God and profitable...» (essa tradução da Bíblia maisusada na América do Norte tem parao texto exato no rodapé a nota: «E:veryscripture inspired by God is also ...»).«Pâsa grafê theópneustos» no sentidoindicado dá a Timóteo a certeza deque sua fé, seu conhecimento não se baseiaem algo subjetivo. Ao contrário seapeia na maior autoridade que existe,no próprio Deus. É importante notarque aqui de novo o pnêuma é posto emfoco. Deus através de seu Espírito é a«causa efficiens»; homens de Deus são«causae instrumentalis». - Não há, noentanto, indicação alguma nesta passagemsobre o modo da inspiração. Épara Timóteo, como para nós, suficienteque as Escrituras Sagradas, comoTimóteo os tem estudado e crido, foram«Deus-spirado», theópneustos, eque não pode haver disputa quanto àsua origem nem quanto à sua autoridade.Agora esta Escritura «Deus-spirada»tem um efeito mui importante: Ela é«útil para o ensino». Timóteo sabia isto,porque ele foi ensinado e certificadode sua convicção através das Escrituras.. É óbvio, no entanto, que esta definiçãosobre a utilidade das Escriturasnão é exclusiva ou completa. Existem,como sabemos ainda outras finalidadescomo, por exemplo, Paulo dizem Rm 15.4:»... foi escrito, para o nossoensino ..., a fim de que, pela paciência,e pela consolação das Escrituras,tenhamos esperança». A função básica,no entanto, das Escrituras é de ela serútil para o ensino. Na Escritura encontra-setudo o que pode tornar os homenssábios para a salvação.Mas ela também é útil prós elengmón,para a repreensão, especialmentepara refutar os ensinamentos falsos dosheréticos, e o pecado decorrente de seguira estes falsos mestres (Tt 1.9, 13;I 1m 5.20; Tt 2.15).Mais ainda: ela é útil epanórthoosin,isto é útil para colocar de novo o pecadornaquela posição reta diante de Deusque perdeu com a queda, restituir aocrente o estado que lhe pertence desdea justificação operado por seu Senhorna cruz.10


Finalmente é útil para «a educaçãona justiça». Diz Huther (Meyer: Kritisch-Exegetischerkommentar über dasNeue Testament) acertadamente: «lnder Aufeinanderfolge diesel' Begriffe(repreensão, restituição, educação) istdie Klimax unverkennbar». A paidéia éa educação do homem para viver na esferada justiça de Deus. «Justiça», dikaiosynee,é realmente aquela qualidadeque tem o veredito do próprio Deusa seu favor, que ele como juiz aprovena sua sentença final (Mt 25.34-40).A oração com hína, que conclui estanotável passagem, deve ser construí dacom as quatro partes de toda frase ecitar Lenski (op. cit.): «While the fomprepositions make the four frases distinctand draw special attention to eachone, their four objects are connected inthe arder in which they aooear; teachingfirst- refutation of falsehoodsecond - restoration to an upright positionthird education in righteousnessat the end; and thus all these so thatthe l1l.an of God' (I Tm 6.11) he whabelongs to God. may be fitted up ashaving been fully fitteI for every goodwork, whether it be to teach, to refute,so raise up somebody, to educate» (pg847).Tomamos isto em primeiro lugar comouma referência a Timóteo. Ele, Timóteo,é em primeiro lugar o homem deDeus, para ele é que, em princípio, Pauloescreve tudo isto, relembran:'lo-lhe dabase de toda sua fé e de toda sua e2


SOTERIOLOGIA NO ANTIGO TESTAtv\ENTO(11 Parte)'\'V.alter Kunstmannn. Causa, início e maneira de umamudança llas relações com Deus nahistória da huulanidadeAqui, em prin1.eiro lugar, tenl0S ahistória da Torre de BabeI (Gn 11.1-9).Aí fica claro, que Deus não tem interessena uniformidade dos homens, quese teria baseado no uso de um só idion1a.Pelo contrário. Unidade de honlenscom tais tendências como as manifestaspor ocasião da construçg.,o àa torre,é contrária ao objetivo da parte deDeus, p.:..quela tendência infeliz1 simblasfêma, foi a intenção de destrona.r oCriador do Ul1iV8l~SO. -- Tan1bém nestaocasiê"o fica ela;:'o que lado a ladocom a lasti:nlavelrüente necessária seriedadepunitiva e a onipotência deDeus anda. o uso da graça e sabedoriado Senhor.Ed. Jakob, l.c.pg.290, escreve: «Sendoo pecado uma separaç.ão de Deus e.uma ofensa contra este, só pode ser extintapor um ato de perdão. Em Israela fé no all10r e na fidelidade deJavé fOl~am testel'l1unha.sj que ~ possibilidadedo perdão não foi duvidada. Oll10tivo real para o perdão de Deus naobriga,ção (bond) pela qual ele lneSlTIO,por livre vontade, se obrigou para con1seu povo, por arílOr e por aquilo, queacha 3ua expressão Il1.edia.nte chésed(pg 291). O perdão que é suplicado doshomens crentes, aos quais devemos ossalmos 51 e 130, não consta em umarer.t.ovação de un1a determinada situaçãoexterior comprometida, mas no renascimentodo coração e da mente. Aetimologia da expressão geral sâlach(perdoar) para «perdão» nos inclina àidéia do aspergir e lembra o momentorituaL.» - Uma nota marginal lembra«sâlach» no ácade, onde significa«aspergir».Parece ter sido a revolta humana(da torre de BabeI) contra Deus que12


induziu este de escolher outro caminho,quase um rodeio (Umweg), para chegarà relações mais intimas com OS homensIsto se deu com o chamado de Abraão(Gn 12.1-3). Desta maneira as relaçõesgraciosas de Deus para com a humanidade,em geral não foram interrompidas,mas esta nova relação forma. pOl'assim dizer, só uma linha particular.Se nós, desta maneira, analisamos­asprimeira.s etapas da soteriologia, o iniciodo projeto divino, a fim de por ofundamento para a salvação dos homens,devemos olhar retrospectivamente:1) Vemos na história da salvação dogênero humano, em geral um procedimentoduplo de Deus: a) um procedimentonegativo, em evitando ele umapunição que teria destruido completamenteos povos (Gn 8.21), se bem queum castigo disciplinar foi necessário(Gn 11.8); b) um procedimento positivo,recon:luzindo os homens à harmoniacom Deus. Deus fez luzir aos que sedesviaram ao caminho falso na naturezae história a estréia polar do seuamor, a fim de orientá-Ios. - Esteamor se desdobra: a) (tanto quantopodemos diretamente achar nas Escrituras)em ensinamen:tos referente à e­xistência, qualidadespercebidos na naturezae feitos divL'los,e na histólia universal(ef SI 14.7 e 53.6; 94.8-10, ondese apela ao raciocínio humano; SI 19.1­6; 104.24; 139.14) onde a sa,bedoria, onipotênciaeanunciadas;bondadeb) emdo Criador sãoexigências impostasao homem que, apesar de se tertornado pecador, é todavia superpostn!'ws animais (Gn 9.1-7); Deus advertecontra sangue de animais como ali·mento e contra o derramamento de sanogue humano; cc) dando ao homem como garantiasericordiosada eternado Criador.disposição mi­Sustentador eGovernador do universo, o seu arco-i ris(Gn 9.12-15 e a continuação da promessa(cf SI 65.9 ;,s). - 2) Depois da revoltahumana contra Deus (Gn 11.1-9),Deus começou a desempenhar um planoespecial de educação e salvação. a) :ÉJlógico que não podemos concordar comaqueles que, partindo do plano divinoespecial com Abraão e seus descendentes,querem concluir que Deus fosse injustoe parcial. Pois nunca Deus se esquivoudo gênero humanoentão também não. Esteem geral. Etambém daiem diante estava, nolens, volens, sobseu governo (Gn 50.20; 1s 10.5-6); Deustambém se interessou por Abimelequee os de Ninive, cf 20.6 e Jn 4.11; confere-setambém a bênção sobre Esaú emEdom; a viúva de sarepta, de Fenicia,1 Rs 17.9ss. - De mais a mais, Deusnão apenas estava interessado no bemestar corporal dos povos não israelitas,mas especialmente no seu bem-estarespiritual e eterno. Disto lembra 1s 28.26; «Pois o seu Deus assim o instruiudevidamente e o ensina», onde o Senhoré o que instrui e ensina, se bemque ai especialmente em questões agricolas.Mas ele se lembra de todos noSI 19.1 e 1s 40.22. No SI 94.19, Deus semanifesta como educador das nações eensinador dos homens. E nas promesllasdadas aos patriarcas, a bênção semprese estende sobre «todas as nações daterra», Gn 12.3. - Desta maneira, aspromessas em medida sempre crescente,se dirigem ao gênero humano totalaté que todas as nações afluirão aomonte do Senhor, Is. 2.2-4 e Mq 4.1-3;cf também 1s 19-25. O Messias deviaser o Salvador também de todos os nãoisraelitas.- b) Afinal, porém; quemsomos nós a chamar Deus de injusto(Is 46.5)? Pelo contrário, a Escrituraelogia a justiça divina desde o inicio(Ex. 9.27; Dt 32.4 etc) até ao fim (Ap16.5, 7; 19.2). Os que acusam o Senhorde injustiça, baseiam o seu atrevimentoem passagens como Dt 4.19, opinandoque Deus tivesse entregue as naçõesestranhas ao serviço dos astros,aJirmação que não está nesta passagem.De mais a mais, o caminho de Israel,deste povo sempre inconstante esempre de novo apostatado não foi fácil,comparado com o caminho das gentes,pois está escrito (Lc 12.48): «Aquelea quem muito se confia, muito maislhe pedirão». - c) Em face, agora, danova direção que, no caminho especial,a soteriologia escolheu, desapare­Ce também a última sombra da erradamenteafirmada «injustiça, divina»«frente aos outros povos». Ed. Koenig.1. c. pg. 263, nesta conexão lembraas instituições de aprendizagem experimentais,onde primeiro em circuloreduzido é experimentado aqui, queeventualmente mais tarde seria introduzidoem grande escala, e para estefim cita Is 5.1-7. Como em modelo queriademonstrar aos olhos das demais13


nações, que a salvação não constavade conquistas sangrentas, nem na competiçãode forças com as grandes naçõesda terra. Mas a luz por Deus acesaneste povo devia servir de farolorientador aos outros. Pois, esta maneirade procurar a harmonia com Deusmediante a reconciliação, seria única.No povo de Israel mesmo, o oficio demediador da salvação poderia ser ilustrado.E assim como o trono de Davie de seus sucessores iria ruir, podia sermostrado, que o futuro Mediador nãose manifestaria em glória externa, mascomo um que padece assim como o cordeirolevado ao matadouro (Is. 53).De mais a mais, Abraão só seria mencionadoem primeira linha. ele é o «filhoprimogênito» (Ex. 4.22), mas não oúnico. Diz Deus: «Toda a terra é minha»(EX 19.5; cf Dt 26.19; Am 3.2 e9.7. etc). Ainda mais: a posição preferencialde Israel não ia durar indefinitivamente,pois Is 49.6 diz que, quandoa salvação teria penetrado até os confinsda terra, então Israel seria apenasuma das partes integrantes das nações.3) O essencial do b'rit comAbraão consistia nisso, que emAbraão e sua descendência seriafundada uma verdadeira plantação dereligião ortodoxa e da moralidade a­gradável a Deus. Estas plantas, primeiro,deviam criar raizes em um viveiroprotegido e crescer para árvoresfortes, antes que fossem expostas aostemporais do mundo. 4) As revelaçõesespeciais de Deus aos descendentes deAbraão acham sua expressão no AT daseguinte maneira: chama a Israel povode sua propriedade (Êx 19.5 «minhapropriedade peculiar dentre todos ospovos»; Dt 7.6; 14.2; 26.18; «o seu povopróprio de todos os povos que hásobre a terra»; Ml 3.17; SI 135.4: «particulartesouro», «escolhido», «propriedade»,«povo santo»; cf ainda EX 19.6;Dt 7.6; 14.2; 21.19; 28.9). Doutro lado,estas relações são ilustradas e representadaspor diversas ilustrações:a) Em primeiro lugar esta relação échamada b'rit (aliança ou testamento).Wellhausen. Prolegommena, 442, diz:«Uma teocracia desde Moisés não existeem forma de uma aliança, que maistarde foi a (forma) preferida.» Contraisto, porém, lembramos Gn 15. 7 ss(também .Ex 19.4-6; 24.4-7, etc). Segundoestas passagens, a relação entreDeus e Israel dependia de uma livre resoluçãode Deus, condicionada com exigências.Também o cântico da Débora(Jz 5.23) impõe a maldição à cidadede Meros por causa da infidelidade contraJeová. Quando Josué solenemente seobrigou juntamente com o povo deDeus (Js 24.25) a guardar a aliança deDeus, não foi só então que esta aliançateria sido fundada Isto também nãofoi o caso, quando Josias com o povo sejuntou à aliança (a Rs 23.3). - SegundoWellhausen1. c. 444, a ,idéia deuma aliança entre Javé e Israel sóentão, na época de Josias, ca de 600 antesde Cristo, teria surgido ou, pelomenos só então teria chegado a se tornarcentro de interesse. Pelo contrário:Em toda a parte a existência desta aliançaé pressuposta. Este é o caso tambémcom Am 1.3, 6, 9, 11, 13; 2.1, 4.Sem ter falado uma sÓ palavra sobreJavé como Deus de Israel, o profetalogo começa a comunicar palavras deJavé; «Assim diz o Senhor; Por trêstransgressões de Damasco ... não sustareio castigo» (por ser assim resolvido,e isto para o bem e em defesa de Israel,cujo «Bundesherr», báal b'rit, eleé. (cf a isto também Os 11.1 e 12.14).Este b'rit agora é uma aliança ?Ed. Koenig 1.c. 206, deduz de passagenscomo Am 3,2 que isto tenha sido umaaliança fundada em condições (cf Os6.7 e 8.1), Se outros profetas antes deJeremias, a saber Isaías, Miquéias, Neemiase Joel não fizeram uso destetermo, temos por outra contemporâneosde Amós (p. ex. Sofonias e Habacuque)e profetas posteriores, como Zacariase Ageu, que também não o fizeram.Certamente Amós não deu a entenderque estava tratando de um novum,quando se referiu às relações entre Jeováe 1srael como b'rit. _ b) Esta relaçãotambém é demonstrada pela designaçãode Israel como «Reino de Deus»,i.é uma parcela da humanidade, governadae dirigida por meios especiais. - (Operíodo de Moisés e dos profetas anteriorespor meios especiais. - aa) O períodode Moisés e dos profetas anterioresé a da teocracia, na qual o próprioDeus foi rei de seu povo. Se fêzrepresentar no meio deste povo porprofetas e pelos sacerdotes como fiduciários(Treuhander) das revelações divinasjá manifestadas, e pelos gibbôrimou shofitim (heroia ou juizes), por meio14


dos quais Deus fêz uso de seu poderreal em favor do seu povo (Ex 15.18;19.5 s: «reino de sacerdotes»; Nm 23.21;Dt 33.5, onde não Se trata de Saul, comoalguns querem, mas de Deus; Jz8.23, onde Gi:leão declina a dignidadede rei a ele oferecida: «O Senhor vosdominará»! Cf também 1 Sm 8, especialmentevs. 7 e 11 ss; 10.17-27; etc.)bb) Mais tarde, Deus, pelo profeta Samuelconcede a instauração de umamonarquia humana que ainda de certamaneira Se achava incorporada nestaagora modificada teocracia (1 Sm 8.7),impos à esta monarquia determinadasorigações (1 Sm 10.25) e deixou continuara profecia como consciência religiosae moral da monarquia (1 Sm 15.10ss; 2 Sm 7.1 ss; 12.1 ss; 24.11-23; 1 Rs11.29 ss; etc; Am 7.12 ss; Is 41.21; 44.6;SI 5.4; 10.6; 24.7; 48.3). - Talvez aídeviam os mencionar, porque sempre éfalado de Israel como em tudo imitandoos povos vizinhos, se nunca .lam.ais aestes seguiu, p.ex., no endeusamento deseus reis; e esta certamente é uma característicageral e principal dos reinosdaquela época. - A importância do reinosecular em Israel para as profeciasmessiânicas será tratado mais adiante.cc) Mais outra designação do povo deDeus no AT é: «vinha amada» (não«amado/a de Isaias», como Ki:inig e outrosquerem, mas de Deus, cf Is 5.7:quem estava falando por intermédio deIsaias (cf Is 5.1-7; 3.14; 27.2). É metáforaapresentada, quando o mesmopovo é designado «cedro» (Ez 17.3 ss)ou «rebanho» ou «ovelhas do Senhor»(Gn 48.15; 49.24, verbalmente: «de lá,onde o pastor e a rocha de Israel estão»;Ez 34.8,10 s; SI 23.1; 74-1; 79.13;80.2; 95.7; 100. 3) dd) As relações entreDeus e Israel também são retratadasna conexão «Pai e filhos». Jeováé o Pai de Israel (Dt 32.6; Jr 3.4,19;31.9; Is 63.16; 64.7; Ml 1.6; 2.10); comparadoa um Pai: Dt 1.31; 8.5; 81103.13e 68.6; como isto também se espelhaem nomes próprios, compostos com 'abi(cf Abiel, 1 Sm 9.1; Abiú, Ex 6.23; Abieser,Js 17.2; Abisalão, 1 Rs 15.2,10etc). - Do outro lado, Israel é chamado«filho primogênito», a saber, deJavé (Ex 4.22) e tem, em conformidadecom sua eleição, esta categoriaem meio dos demais «filhos». Que aquigeralmente (também Kõnig, 1.c. pg.268) é lembrado Os 11.1 é lamentável,pois Mt 2.15 mostra claramente queDeus aqui não fala apenas de Israel,mas que isto é uma profecia que tratade Jesus. Isto se acha muito bem definidono livro «Minar Prophets», deTheod. Laetsch, pg. 88 s. - Podemoscitar para a equação «filho» = Israel;Is i.2; 30.9; Os 2.1; Dt 14.1; 32.19; Jr3.14,22; 31.20; Is 43.6 e SI 73.15. ee)Finalmente acha-se a ilustração «casamento»,certamente para mostrar a intimidadedo amor existente nesta relação,ao menos da parte de Deus. Istotambém mostra a expressão referenteaos apostatados: «em se prostituindo elescom os deuses», porque a infidelidadepara com Deus é ferreteada (gebrandmarkt)como «adultério». Cf a isto Lv17.7; Nm 15.39; Jz 2.1; 7.1; 8.27,33;19.29; 20.5 s; 1 Cr 5.25; Os 9.1: «emte prostituindo, deixaste o teu Deus»;SI 73.27; ou, simplesmente «adulterar»:Os 1.2; 4.12,15; 5.3; Jr 3.6,8; Ez 16.15ss; 20.30; 23.3,5,30; Is 57.3; SI 106.39;2 Cr 21.11,13. Israel é chamado diretamente«consorte» de Javé em Os 1.2ss; 2.21/19 s; 3.1 ss; Jr 2.2; Ez 16.8ss; Is 50.1 (


procas relgiosas entre Deus e os homens.- 3) A isto acrescentou a athidadeprofética para concentração contnuade almas humanasDiz Gerh. v. Rad, 1.c.I133: «.. Quemresolveu apresentar os conceitos da fécoerentes e sistematicamente, terá emtoda a parte motvo de falar dele ­na santidade de Jeová, na fé na criação,na idéia da aliança, etc. Mas comisto faria jús ao seu anuncamento?Nem mesmo então lhe faria jús, sereservasse um parágrao especial parafalar das idéias de Israel a respeito deseu futuro e dos povos. O anuncamentodos profetas desta maneira não podeser anexado orgânicamente às idéiasisraeltas da fé. Quão estupendo multlateralSe estende, ela tem seu ponto departda na convicção, que a história deIsrael com J eová até agora chegou aotermo, e que Jeová começara com Israelcousa nova. Eles procuram convencerseus contemporâneos de que os decretos de salvação de Jeová valendo atéagora perderam o seu valor, e que Israel,caso devia ser salvo, na fé Se devia«hinausverlagern», transferir, parauma ativdade salvadora de J eová nofuturo. Esta sua convição do rompimentodaquio, que havia até agora, ospõem, por princípio, fora da históriada salvação, como esta até agora tinasido compreendida por Israel Nisso t­veram, no seu meio, a mensagem dosprofeta e sua «bestürzende Sprengirkung»,seu efeito explosivo constante,que destruiu a existência até agora deIsrael perante Jeová e rasgou o horzonteda história de uma atividade totalmentenova de Deus com IsraeL . »As exigêncis divins segundo suasequência hstrcaDepois das prescrções dadas a Noé,destinguimos, nas exigência divnas,as seguintes etapas: 1) as exigêncasbásicas manfests a Abraão, a fim deque este estmasse mais alto os laçosque o ataram a Deus, seu «parentescocom Deus .. do que os laços de sangue,seu parentesco humano (Gn 12.1), eque vivesse numa moral relgiosaenteorientada, em piedade, diante de Deus».E se estas duas exigências formam abase da Lex Rlgoso-Morales, então aexigência da circuncisão fora o inicioda Lex Cermonals. - 2) As exgên-cas lvnas, manifestas no tempo deMoisés podem talvez ser reduzidas aos«10 mandamentos» (Ex 34.28; Dt 4.13;10.). ié. aos princpios de decálogo,transmitdo em Êx 20.2-17 e Dt 5.6-18(segundo Êx 20.19 e Dt 5.19 por partedo próprio Deus manifestos diretamenteao povo inteiro e, segundo Êx34.28 e Dt 9.10 por Deus mesmo inscritosnas tábuas da alança.A teoria de Stade, Geschichte 1.7,também de Konig lc. 280 e de muitosoutros, que falam de dois decálogos, umtransmitdo pelo Javsta, e o outro peloElohista, é fantástca demais para merecerconsideração. Eles, contra a dataçãodo decálogo para a época de Moisés,não podem objetar, P. ex. contra o10 mandaento: Js 24.23. Ê ridículo,concuir da Lei do sábado que houveempréstimo de idéías da Babiônia secomparamos os demais mandamentoscom as leis babiônicas. Sim, alguns dosmodernos chegam ao ponto de negarema possibidade de Moisés ter conhecidoo 70 madamento, pois, segndo eles, jáem EX.l. 1-3 Deus teria mandado queIsrael roubasse. - O que concerne~ aestrtura do decálogo: esta é inteiramentelógia: primeiro temos a pietas,então segue a prob!as, ié. primeiro setrata dos deveres para com Deus e depoisdos deveres morais para com oshomens.A lei moral do Ar segndo a sua orgem,pontos cubnants e lados escuros«Eu sou o Senhor teu Deus, que tetrei da terra do Egito ..» (Ex 20.2) mostraque a moraldade vetero-testamentáriafoi orientada relgiosamente. Podemser constatadas três relações: a)relgio cOm sabedoria, b) intelgênciacom moral e talvez também c) sabedoracom vrude. - a) Segidamenteachamos o axiome: «O temor do Senhoré o princípio da sabedora» (SI 11.10;Pv 9,10), ou: «o princpio do saber» (Pv17), ou então: «O temor do Senhor éa sabedoria» (Jó 28,28). «Princípio» aquisignifica «origem, ponto de saída, pontode cntato» (rê'sht aqui não querdzer «parte melhor, parte mais importate»,pois aparece em paraela comtechiâh «começo» (p.ex. Pv 9.10). ­O temor do Senor Se baseia no conhecimentodas diferentes revelações de16


Deus. A criação divina e sua manifes,tação contínua na vida natural, juntamentecom as palavras proféticas, dãotestemunho à percepção e conclusão,para que, desta maneira, na alma sepossa arraigar o amor para com o DeusmisericordimlO respectivamente o temor,o respeito, do santo Deus. E nisso sebaseava o preceito para a conduta davida, e assim se tornou ponto de partidada verdadeira sabedoria. - b)Também na relação «inteligência e moral»no AT, a primeira é básica. Istofica claro de palavras como Jz 19.23s! «Não façais semelhante mal» (verbal:não cometais semelhante asneira;n'balâh «Torheit»). Assim também em2 Sm 13.12. Mais geral: «praticar umdesatino» (einen Unsinn begehen, Gn34.7; Dt 22.21; Jz 20.6,10; Jr 29.23). ­O verbo jásar (Pv 9.7 etc) certamen,te tem como significação básica «ensinar,doutrinar» (Lutero: züchtigen, zurechtweisen),e é aplicado para mostrara influência da inteligência paracom o melhoramento moral, lembrandoaí a supremacia do homem sobre o animal.Cf. também Dt 4.6 como base emv.5; Já 28.28 e SI 119.34. Lembramosaqui a lei natural.2) Ponto alto da moral do AT - a)Israel superava seus vizinhos contemporâneossegundo teoria e praxe, nãoapenas o que diz respeito à imoralidadedos egípcios e canamanitas (Lv 18.3;20.22 s; Dt 18.9), mas já o adultério emsi, também o cometido com a estranha,valia como pecado grave contra Deus(Gn 9.9). - «Na literatura babilônicafalam p. ex. as 'tábuas Shurpu' de talmoral em base elevada, porém só emperguntas, e estas andam de mãos dadascom outros princípios, como p.ex .a prostituição 'sacra'» (assim diz Herodot1. 199 ss). - b) Isto também ficaclaro na relação da moral com o obsceno,pois os autores bíblicos nuncafalam do vulgar ou do sensual com outraintenção do que para mostrar asconsequências tristes de tais pecados eassim para condená-Ias. Uma linguagem,segundo o nosso conceito, vulgarou pouco estético no AT, como talvezem Ezequiel, só reflete a seriedade religiosa-moraldo autor. c) Os deveresmais nobres e difíceis da humanidadesão enumerados como o essencial dasantidade subjetiva de Israel, assim comojá aconteceu no decálogo (Êx 20.10) e 110 livro da aliança (Êx 21.26),assim especialmente em Lv 19; Dt 27.18;: «maldito aquele que fizer o cegoerrar o caminho»; Jó 29 e 31; em 9.9 éfalado da monogamia; Is 8.7; «Reparteo teu pão com o faminto)>>.3) Lados escuros - Aparentes ladosescuros, a saber aparentes omissõese defeituosidades na -legislação moraldo AT tinham duas razões: a) o povoprimeiro teve que ser educado, A istopertence o fenômeno, que deveres estéticosàs vezes são apresentados comoexigências religiosas (p. ex. Êx 19.10 etc). Então entram aqui as prescriçõesa respeito da conquista de Canaã,Em parte, a fim de dar à teocracia, porrazões pedagógicas, uma feição «nacional»,em parte, por os cananistas porcausa da corrupção total merecerem oextermínio (cf Gn 15.16 etc) este daparte de Deus foi decretado (Dt 7.16).Contra aqueles que porventura culpamDeus de «moralidade», lembramos queesta ordem foi limitada aqueles povosde Canaã, que «encheram a medida»(Gn 15.16), que viviam nos pecadosmais abomináveis (cf os sodomitas, Gn9.22; 19.5; também Lv 18.25,28; «Aterra vomitou os seus moradores»). Porisso, a conquista da Terra Prometidanão foi feita a custo de «rios de sangueinocente» (assim Delitzsch). - Depois,aqueles esquecem, que nem todosforam alimentados; até com os gibeonitasfoi feita aliança, e esta foi respeitadapor Israel apesar da traição dosgibeonitas (Js 9.3-19); cf ainda Js 15.63; Jz 1.21; 2 Sm 5.6 s; Cr 11.4-9). Osreis de Israel tinham fama de seremsuaves no trato dos inimigos vencidos(cf Rs 20.31), e o sentido de 2 Sm 12.31é: «e Davi os deixou trabalhar nos fornosde tijolos», assim já Menge, e nãocomo Lutero tem: «und verbrannte sieiu Ziegelõfen». - Também temos delembrar os preceitos referentes aos «gôrim»,hóspedes, dos estrangeiros, quesão bastante humanitários (cf Ex 22.20,21: «Não afligirás o forasteiro, nem ooprimirás; pois forasteiros fostes na terrado Egito»; cf também Ex 23.9; Lv19.33 s; Dt 24.17-19; em todo o caso, porém,eles como «nokrim» de nâkâr«auslandisch, fremd» ) não podiamser considerados como estando emestado de igualdade de condiçõescom os israelitas. Deles até no7Q ano, o ano do perdão das dívidas,17


a dívida podia ser cobrada (Dt 15.3),deles se podia exigir juros (Dt 20.20).Mas já aqui encontramos o termo «próximo»a cruzar os limites do «forasteiro»(Êx 11.2 «vizinhos», cf com Lv19.18 «próximo»), se bem que o amorao próximo ainda não é conhecido nasua plenitude (cf Lc 10.27-37). - b) Sequiséssemos interpretar como máculao fato de que autores do AT na «Spruchweisheit»,na «sabedoria proverbial»se serviram de provérbios já existentesou de outras fontes naturais, já conhecidas(cf Pv 6.1-5; 11.15; 17.18; 20.27),poderíamos talvez falar de «lados escuros»do AT. De Jó 12.2 s. apesar de32.8, onde é falado do «Espírito» e do«Hálito do Onipotente» que é concedidoa todos os homens, podemos concluir,que aquí se trata da razão geral humana,doada por Deus. - Também a«Spruchweisheit» em Israel aparentementetem como outra fonte a experiênciada vida (Pv 3.8; 6.20; Jó 12.12;15.9.10,18 s). - Mas também não esqueçamosa incerteza desta fonte (Jó32.7 s).Transposição para o desenv1}lvimentoda legislação cultural. (Lex-Ceremonialis)Nesta legislação destacaram-se asinstituições que visam as relações permanentesentre o Deus da aliança, b'aalhabb'rit e o povo da aliança, o objetodo b'rit e que contém, lado a lado, exigênciase promessas divinas. Estas instituições,por nós geralmente chamadasLei Cerimonial, referem-se principalmentea quatro pontos (cf Êx 25 e Lv16): 1) lugar do culto; 2) pessoas doculto; 3) atividades cultuais e 4) épocascultuais.1) A licença para diversos lugaresde culto (Êx 20.24-26) não apenas precedeuà fixação do lugar determinado(tabernáculo e templo), mas foi concedida,a) visando determinadas finalidades(1 Sm 9.12) e corno promesisa (Êx20.24) b) para um futuro, quando osisraelitas não teriam acesso para o lugaroficial do culto, Depois seguiu ainstituição do lugar central de culto emÊx 33.6-11 etc. - O que diz respeito àsimbólica. do lugar do culto, aqui trazemos,só à título de curiosidade, as seguintesponderações que tem sido feitas:a) A direção em que devia olhar oportal do santuário, foi o oriente. Istodeveria, em conformidade com Is 41.1s lembrar o «Deus na Luz» (Ex orientelux). b) A diferenciação entre páteo,santuário e santo-dos-santos teria refletidoas realidades cósmicas: a terra,moradia dos homens; o céu e afinal, «océu interior». Assim, corno antítese douniverso segundo J osefo (Antiquitatumiudaicum, n, 6,4): «Tudo no santuáriocorresponde às realidades acima nocéu», a morada terrena da divindadefoi explicada. Certamente ternos de fatourna correspondência entre o «santuário»e o «santo-dos- santos» e a diferenciaçãoestranha entre «céu» e «céudos céus» (Dt 10.14 etc; cf a isso 1s66.1). Assim Benzinger, Hebr. Archaeologie§ 64, pg. 338, tem esta exposiçãode Josefo por «essencialmente certa»Riehm, 1.c. § 19.2, diz: «A distribuii;ãodo tabernáculo corresponde à posiçãoocupada por Javé como Deus santoe rei de Israel». Hengstenberg. Authentikdes Pentateuch n, 628 ss, porsua vez teve o santuário do AT por um«símbolo do reino de Deus na AntigaAliança». As diferentes camadas do povode Israel em diferentes graus se podiamachegar a Deus. lembrando comisso as relações insuficientes do povo doAT para com seu Deus. - Ê difícilaceitar que a organização do santuáriovetero-testamentária fosse consideradocousa provisória, que no povo deveriasuscitar saudades para uma perfeiçãodestas relações, saudade,para quetodos se tornarem um povo de sacerdotescom aceso livre ao Santo-dos-Santos.Pois Israel já era um tal povo (Êx.19.6): «Vós me sereis reino de sacerdotese nação santa!» Certamente, o povonão era cônscio da imperfeição das suasrelações com Deus nesta época mediantea instituição do santnário., e a interpretaçãoda Carta aos Hebreus referentea isto é típica (Hb 4.14-16). -2) O que diz respeito às pessoascultuais: A importância da restriçãodos direitos sacerdotais de todos os levitas(Dt 33.8-11 e, especialmente, 18.1­8) à descendência direta de Arão (Lv1.5.7 etc; Nm 3.32 etc; Ez 44.9-15) ­de explicar isto aqui por extenso não épossível. Só queremos lembrar a) atividadesnegativas e e), positivas do sacerdócio.- A) Referente a observânciadas prescrições de purificação: ossacerdotes deviam p.ex. não somenteassumir as suas funções sacerdotais puros(Êlx 30.19 ss), e imediatamente &'1-18


tes abster-se do coito (1 Sm 21.4/5),mas também não podiam aproximar-sedo altar do lado dos degraus, a fim deque suas partes genitais não fossemexpostas (Êx 20.26); mais tarde, pelamesma cousa, os sacerdotes tiveramque manter cobertas estas partes duranteseu exercício sacerdotal, usandoroupa de baixo (Êx 28.42 ss). - b)Agora, o que diz respeito às atividadespositivas em representação de Deus,vamos mencionar as seguintes: c) Aleitura de trecho§ bíblicos. Já a leitura,todos os anos, no relato dos acontecimentosna primeira páscoa, de geraçãoem geração, foi obrigatória (Êx13.8-10; nos vs seguintes, 14-16, e emDt 6.4-9; 11.13-21 se acha ordenado, quecontinuamente deviam inculcar a Lei).Assim os sacerdotes deviam instruir naLei (Lv 10.11; Dt 33.8-11; Os 4.6; Mq3.11; Jr 18.18; Sf 3.4; Ez 22.26; s; Ag2. 11-13; MI 2.6 s), tiveram que, naFesta dos Tabernáculos, em cada anode jubileu (cf Dt 31.9-13) não apenaso livro de Dt, como muitos querem, massim ler todo o Pentateuco. Assim, notempo de Esdras (Ne 8. 1ss) foi lidotodo o Pentateuco, o qUe Josefo (c. Ap.2.17) quer ver baseado na prescriçãomosaica mencionada. - Quanto maisperto chegou o fim da profecia, comtanto mais energia as revelações anotadaspor escrito foram lidas peranteo povo. - Para fins desta leitura, oPentateuco foi subdividido em 154 gTandesParâshim (do verbo pãrash dragmental'em parágrafos»), é os livrosenquadrados sob «profetas», em Haftâres(de pâtar «explicar»; cf a isso Lc4.16 s e At 13.15). - O primeiro temo sinal «p» ou «ppp», terminando com«s», de sârach «fechar» ou suf «acharseu fim». - No sábado de Páscoa leramo Cantares, no 2° dia de Pentecostes,o livro Rute, no 100 dia do mês AB,dia de comemoração da destruição dotemplo (10 de agosto cf Jr 52.12 s)eram lidas as Lamentações. Finalmente,no sábado da oitava dos Tabernáculos.o livro Eclesiástes, e na Festa dePurim, é claro, o livro de Ester. Istotudo em conformidade com a l\fishnajudáica. - B) Outra atividade sacerdotalfoi o aw de abençltar (assim já Melquisedeque,Gn 14.19) em representaçãode Deus, sendo, por esta ocasião,o nome do Eterno posto sobre a congregação(Nm 6. 24-26). Esta Bênção éencontrada em passagens com três,cinco e sete «palavras» que oferecem aoabençoado a proteção do Senhor, suagraça e misericórdia que, por assim dizer,se espelha na [sua face; e, finalmente,é oferecida a paz do Senhor quedá realmente ao homem paz verdadeira(Nm 6.24-26; Lv 26 e Dt 28). C) Asimbolização da luz divina: Como representantesde Deus, cuja glória serevelou em uma luz ofuscante, e que éfonte de toda a vida e da luz (cf SI 36.9), os sacerdotes acenderam o ou oscastiçais no santuário (Êx 25.31 .ss etc).O produto maravilhoso, que alimentavao castiçal de sete braços, tornou-se símbolodo Espirito de Deus, que emanasete raios (Is 11.2; 61.1; SI 133.2; 1Sm 10.1 etcl. A guarda do «fogoeterno» no altar do holocaustos, lembrao fogo que caiu do céu( Lv 9.24;Jz 6.21; 1 Rs 18.31; 1 Cr 21.26, não,como alguns querem, «em oposição com2 Sm 24.25», pois aí é contada a mesmaocorrência, só abreviadamente; omesmo vale de 2 Cr 7.1 e 1 Rs 8.54).Não podia apagar (Lv 6.12s), mas nãopara desta maneira preservar o fogooriginal, caído do céu, como alguns querem,mas apenas em lembrança daquele.A prescrição divina, pelo menos, nãoindica mais - Para o holocausto nestealtar, os' sacerdotes não deviam usar«fogo estranho» (Lv 10.1,2), mas sim o«permanente». - Usava-se também ofogo eterno como ilustração da aliançapermanente entre Deus e os seus - Aforça consumidora, mas também purificadora,do fogo, e em especial as brasasvivas no altar, lembra 1s 6.6 sAs atividades cultua.is dlts sacerootesem sua função como representantes dacongregaçãlt1) A oração e as atividad'es cultuaisque simbolisavam e mesma: a) Diantee fora do santuário, também os leigos(p. ex. Ana. 1 Sm 1.9s) e, para só escolheruns tipos principais, rendeu Salomãolouvor, agradecimento, intercessãoe súplica por ocasião da oraçãoinaugural do templo (1 Rs 8.22 ss);mas por via de regra sÓ eram preces,súplicas, como a oração de Ezequias(2 Rs 19.14-19). - Sacerdotes e levitas,porém, apresentaram em nome da congregaçãogeral uma prece de penitência(Ne 9.4 ss), e o sumo-sacerdote fez o19


mesmo no Grande Dia da Reconciliação(Lv 16.21).Gerh. v. Rad, l.c. II.417 diz: «O aumentoe pormenorização do culto deofertas do «código sacerdotal (P) comsua ênfase na função redentora, tambempode ser explicado da incertezageral religiosa de uma época, que começoua duvidar dos fundamentos daaliança e sua validade. Por isso, aquisó nos referimos a uma idéia que sofreuconsiderável aperfeiçoamento pelapregação radical de lei por parte dosprofetas, a saber, a idéia de um mediadorque, como representante, Se põe noespaço entre Javé e o povo, ameaçadopor Javé. Não que a idéia em si só fosseprofética. Em uma narrativa bastanteantiga nos é comunicado, que o Jonatasque era réu de maldição, foi resgatadopelo povo, correspondendo à opiniãodefendida por muitos intérpretes,que se tratava de um homem e não deum animal que em representação assumiua maldição, melhor a severidadeantiga de toda a narração (1 Sm 14.45). Afinal, todo o serviço sacerdotalfoi um serviço de mediador representativo,especialmente quando lembramoso comer da carne da oferta pelo pecado.(Lv 10.17)>>.É parecido, quando em casos extraordinárioso louvor de Jeová é apresentadocom cânticos e música (cf Moisése Miria, Êx 15.1, 2,21; Débora, Jz5.2 ss; também a dança em rodas dasvirgens em Silá, Jz 21.19.21). Mas somenteDavi (Am 6.5) deu impulso àmúsica vocal e instrumental, assim queeste formava regularmente uma partefixa do culto (1 Cr 25.1 sS). - b) Asnuvens do incenso sim:bolizavam as oraçõessubindo ao trono de Deus (Éx30. 1-9 etc; Nm 17.11/16.46; SI 141.2;cf também Ap 5.8; 8.3 s). Ê por issoque ofertaram incenso na hora da ora-ção da congregação, reunida no páteo(Lc 1.10). - c) Os 12 pães de proposiçãojá são mencionados em 1 Sm 21.2-7 no santuário de Nob. Segundo Lv24.8 deviam ser renovados todos oS sábados.Também são chamados «pães defileiras» ou «de camadas» (cf Lv 24.6s; Ne 10.33; 101' 9.32; 23-29; também2 Cr 2.3; 13.11). Mas qual é o sentidoda designação «léchem panim», «pãodas faces», Êx 25.30)? Assim perguntaEd. Koenig - mas a citação nada maisdiz do que «diante de mim», Lé, «proposição»;assim também em Lv 35.13;39.36; 1 Sm 21.7; 1 Rs 7.48; 2 Cr 4.19).Certamente a idéia é esta, que todo osustento das 12 tribos aqui é ofertadocomo expressão de gratidão «diante doSenhor. diante a face do Senhor», comosinal de fidelidade do baal b'rit (cf Lv24.8) e da confiança dos fiéis nesta fidelidade.O material necessário para opreparo detes pães (Lv 24.4) certamenteera uma contribuição especial do povo.E o incenso, que segundo Lv 24.7devia ser espalhado sobre estes pães,devia ilustrar a súplica, de que Deustambém no futuro concedesse ao seupovo o alimento necessário. - Assimtudo isto simbolizava, como nós íamosdizer, a 4~ petição do Pai Nosso.(Segue a 3" e última parte)«TODA ESCRITURA :i1JINSPIRADA~OR DEUS»(Vem da pág. 11)motheusbrief - Leipzig/Erlangen,1923, A. Deichertsche VerlagsbuchhandlungA. R. Fausset: Critical & ExperimentalCommentary - The PastoralEpisUes - Grand Rapids, Mich. repr.1961 - Eerdmans Publishing Co.20


o PASTOR E SUA CONGREGACÃO •(Carta de um Pastor Luterano dirigidaa sua congregação* )Queridacongregação!Há pouco tempo, numa transmissãoda Televisão alemã foi apresentado,a nós pastores, algo como que umespelho em que nós, contudo tambéma congregação, deveríamos reconhecera nossa existência na Volkskirche dehoje. Isto certamente foi bastante salutarpara alguns; dissipou ilusões queestes talvez ainda alimentavam. O quemostraram os SETE DIAS na vidade um pastor, na vida de uma congregaçãoatual?O filme começa num culto, sendoque os bancos estão praticamente vazios.As entrevistas posteriormente a­presentadas deveriam demonstrar queos membros não sabiam ao certo porquê,afinal, tinham vindo e sempre denovo vêm. Eles precisam da igreja ­por que e para que, isto eles não sabemdizer. Assim, pouco a pouco, veiotoda a «congregação» a saber: confirmandos,que tiveram que ler o Catecismo,se bem que não o tenham entendidoe que foram confirmados parareceberem presentes e porque naturalmentetodos procedem do mesmomodo; estudantes, que põem tudo emdúvida, menos asi mesmos; velhos,que sempre ainda se sentem honradoscom a visita do pastor; noivos e recém-casados,que vêem no pastor umfator de embelezamento das festas familiares;pessoas, que estão no mundoe que têm a igreja como algo totalmentesupérfluo. Entram em cenaos «colegas de ofício»: oficiantes e auxiliares,que realizam sua tarefa eS-*) Nota: Escrita na Alemanha, estacarta tem por fundo a situação daIgreja Evangélica de lá. No entanto,achamos as verdades nela expressadasde grande valor tambémpara nossa situação aqui no Brasil.21


pecífica e um pouco mais do que isto,sem interesse, sem dedicação nesta suaincumbência, pessoas qUe no fundo tambémpoderiam ter-se tornado diretores,funcionários ou agentes de publicidade.O retrato desta igreja que, sem fé,sem amor, sem esperança, apenas «funciona»,foi certamente bem caracterizado.Foi bom que de uma maneiratão clara tenha sido mostrada a verdadeàqueles que ainda Se enganam noque diz respeito ao estado de nossascongregações da Volkskirche e seusmembros nominais. Pergunto: a verdade?Pode seI' verdade em 90% ou 95%- contudo a verdade absoluta não oé! A verdade estava distorcida no quetange as pessoas apresentadas, asquais absolutamente nada sabiam daconfiança em Cristo. Nem a congregaçãonem este Dastor deixaram transpar'ecera ele, Ô Senhor da congregação.Será que ele não deve transparecer?Esta é a pergunta que este filmenos apresenta. Se Cristo não transparece,então realmente faremos melhor«desembarcando»! Quem é cristão ouaté mesmo pastor efetivo tendo comomotivação querer melhorar o mundo,este ainda não compreendeu o quesignifica servir àquele Senhor que foicrucificado, a quem um discípulo traiu,do qual os outros discípulos fugirame que foi abandonado pelos seus seguidores.Num mundo que se orientapelo sucesso perceptível a curto prazo,podemos agir sem que nosso Senhornos meça pelo sucesso. Ele nos chamana condição de livres de coaçãoda parte de uma direção. Em vistadeste equívoco da parte dos realizadoresdeste filme, o que certamentenão foi intencional, as outras pequenascausas que porventura poderiamter-nos aborrecido ou provocado nossoprotesto são «causa de nada». Deixemoseste malogrado pastor tranqüilamentedemitir-se de seu cargo, não somentequando ele aparece no filme,mas também quando ele surge dentroda igreja, pois a comunidade de Jesusnão perde nada sem ele.Contudo, o que distingue a nós, quecom seriedade queremos ser pastorese cristãos, o que nos diferencia destestipos apresentados?Em primeiro lugar, nossa incumbência:nós fomos chamados para ser-mos testemunhas! Nós não devemospregar a nós; pelo contrário, devemosrelatar como C R 1ST O agiu outrorae ainda hoje age. Nós devemosapontar em direção ao auxílio que eletem preparado para nós através deseu perdão. Devemos nos desincumbirdesta função, n8,0 somente com palavrasmas também com nossa vida. Fatoé que a comunidade cristã tem faladodemais a respeito do evangelho,ao passo que o tem vivido em muipouca escala - a começar pelo cultoque em geral mais se assemelha a umasolenidade fúnebre quando deveria seruma festa de alegria pelo ressuscitado.Se o evangelho for vivido dentroda igreja, certamente então tambématravessará as paredes da igreja e tomaráseu lugar no convivia dos homens,não só por causa do desejo daparte destes, mas por causa da vontadede Deus que nos deu a incumbênciade sermos suas testemunhas.Em segundo lugar, nosso ·servir:A incumbência nos impulsiona a umservir em direção ao homem, e esteestá fundamentado no servir a Deus.Somente quem traz a incumbência deDeus no coração pode de fato servirao homem Nisto diferenciam-nos detodos os outros esforços humanitários.O servir, que é executado a partir danecessidade do homem, só tem sentidoquando conta com o «bom homem».Contudo, o homem não é bom, a.lJ.tesdecaído de Deus; ele vive em desacordopara com a vontade criadora deDeus. Servir a este homem, ajudá-Ia,só alcança êxito se o nosso servir desejareconciliar o homem com Deus.Por isto, o servir mais importante quenós podemos executar é o culto noqual nós, segundo Lutero, servimos aDeus porque ele serve a nós. Deve, entretanto,ser um culto que realmenteé dirigido a Deus, que repousa sobreos pilares «Palavra» e «Sacramentos»,através dos quais, como que numaponte, o próprio Deus pode encontrarseconosco. Tal como no culto, assimtambém em cada esfera do servirDeus quer encontrar-se conosco, eatravés de nós também com outros.Em terceiro lugar, nossa entrega:servir só pode aquele que se entrega!A entrega total Deus demonstrou-a emJesus. Este sacrifício torna possívela nossa entrega (- somente cautelo-22


sa e comparativamente deveríamos dizer«nosso sacrífício» -).0 homem, etambém o cristão, visa sempre em primeirolugar a si mesmo. Para a entregaele só é apto no momento emque ele estiver libertado de si 11188­mo. Enquanto imperar em nós a tendênciade assegurar a nossa vida. nãosomos dignos d.e uma entrega. Porisso podemos colocar isto nas mãosde Deus. Em tudo no que exnerimente,no que me ducede no dia-a-dia,devo perguntar: que quer Deus dizermecom isto? Por tudo que eu negligenciei,por tudo que fiz de errado,devo implorar pelo perdão de Deus.Em toda a circunstância de fracassoe mesmo no momento de ·dúvida oude desespero, devo consolar-me com ofato de Deus ter uma saída precisamenteno momento em que eu mesmonão tenho mais nenhuma. Entregarminha vida nas mãos de Deussignifica: levar a sério o fato de queno meu batismo eu já morri e queestou numa nova vida concedida porJesus. A vida terrena já me é um presenteque eu não mereci -. e quantomais não o é minha vida eterna?! Ese tudo me é dado de presente, presenteeste que sempre é renovado, nãosou eu então também livre para meentregar?Em quarto lugar, nosso poder: aliás,podemos nós hoje efetivamente falara respeito disto? Não é presunção suporque qualquer um dentre nós possater poder? E mesmo assim nossopoder é tão grande corno nossa incumbência;pois nós não nó-Ia atribuímosmas, pelo contrário, é O PODER DOSEl'I.THOR, o qual ele nos deu juntamentecom sua incumbência Podersignifica: não executar a incumbênciapor conta própria mas fazer aquilo doque o Senhor nos encarregou. Fala-seatualmente bastante em «cristãos amadurecidos».Contudo isto é muitas vezesmal entendido corno se cada umtivesse incumbência e poder para tu-do. O cristão amadurecido é antes a­quele que executa aquilo a respeito doque o Senhor, através da igreja, lhedeu incumbência e poder' - ao pastorordenado: «abastecer» a congregaçãocom Palavra e Sacramento; ao instrutor:auxiliar a congregação com a Palavra;ao diácono: servir à congregaçãoem amor; ao lideI' da comunidade:zelar pelos membros da congregação;ao cantor: induzir a congregaçãoao louvor; ao sacristão: cuidar daordem no culto; ao catequista: instruira juventude; ao pai: servir de exemplopara sua fanlília; a mãe: organizara vida cotidiana da família. Poderiamoscitar ainda outros que receberamincumbência e poder. Quem seentrega à sua incumbência, este tambémtem poder para executá-Ia.Finalmente nosso sucesso: o podernão é mensurável pelo sucesso! Quemduvidaria que Jesus teve poder? Sucessoele não teve nenhum! Êxito nãoé escala de medida para cristãos. QuemSe orienta pelo sucesso facilmente incorreno perigo de fazer o que agradaaos homens, o que «promete sucesso».Se temos sucesso isto é comDeus. Nós não temos nada a opinar.Um empreendimento negativo é em geral,no reino de Deus, uma melhorprova do que o sucesso medido e aplaudidoda parte dos homens.Que ser estranho, singular, é este:um pastor? Assim podem muitos terassistido a este filme «Sete Dias», natelevisão, por curiosidade, e talvez alémdisto também com satisfação pelo malalheio. Um pastor, na verdade, não éoutra causa senão o qUe cada cristãotambém deveria ser: uma testemunhado seu Senhor, um servo de Deus, nãode homens, alguém que está preparadopara se entregar à sua incumbênciae que por isto tem poder da partedo Senhor.Com saudações cordiaisvosso pastor Herwig Herr23


Médico Psiquiatra fala sobrePOSSESSÓES DEMONÍACAS24«Está endemoninhada», pensa o senhorde 39 anos de idade, referindo-seà irmã de 18, em sério atrito com opai. - «Está endemoninhado», diz ojovem de 18 anos, em trabalho de evangelização,referindo-se a um homem quezombava da cruzo «Está endemoninhada»,conclui um grupo de acampantes,impondo as rüi'ios sobre uma meninade 12 ou 13 anos que dava unsgritinhos. Mas, na verdade, a moça queinvestia contra o pai revelava apenaso choque entre duas gerações e a ausência,desde o inicio, de diálogo emfamília; o homem que zombava da cruzencontrava-se em terrível estado de embriaguês;e a menina de 12 ou 13 anossO'bre a qual se fazia um trabalhO' deexorcismo estava numa crise nervosaprópria da idade e do ambiente acentuadamenteemocional do retiro da mocidadedO' qual ela e seus exorcistasparticipavam.Depois de ter publicidade um estudoà luz da Bíblia sobre Possessõe8DemQrnacas (número de novembro de1974, última página), Ultimato apresenta,agora, uma entrevista sobre oassunto com o DI'. Uriel Heckert, médicopsiquiatra com clínica em Juiz deFora, MG, e professor assistente dePsiquiatria e Psicologia Médica ná. Faculdadede Medicina da UniversidadeFederal de Juiz de Fora e de Psicopatologiano Curso de PSicOlogia do Centrode Ensino Superior de Juiz de Fora.O entrevistado, de 30 anos, casadocom a assistente social Sônia MariaRocha Heckert, é homem temente aDeus e tem servido ao Senhor comosecretário de Educação Religiosa doPresbitério de Juiz de Fora, como assessorauxiliar da Aliança Bíblica Universitáriae superintendente da EscolaDominical da Igreja Presbiteriana deSão Mateus, da qual é pastor o seupai, Rev. Oséas Heckert.Ultimato - Como o doutor encaraa questão das possessões demoníacas?


Uriel - Vejo este assunto comofundamentalmente teológico. Na verdade,a maioria dos eruditos em Psiquiatrianão admite a possibilida:1e destacondição, atribuindo qualquer manifestaçãoque a evoque a um estado psicopatológico,mas interpretado pelaignorância dos observadores; Se bemque haja ilustres psiquiatras cristãos.O ensino bíblico, no entanto, parecemedeixar bem clara esta possibilidade,relatando inúmeros episódios, principalmenteligados ao ministério terreno deJesus Cristo. Cita, inclusive palavrastaxativas deste, afirmando a origemdemoníaca de vários fenômenos (Mt12.27; Mc 7.29; 16.17; Lc 4.35; 8.30).Além disso, em Mt 4.24, lê-se «... endemoninhados,lunáticos e paralíticos»,o que sugeriria uma distinção bíblicaentre as chamadas possessões e as doençasmentais Acho sensata a opiniãode L. L. Morris: «Não existe motivoa priori pelo qual devamos rejeitar oconceito inteiro sobre a possessão demoníaca.Quando os evangelhos nos fornecemboa evidência que isso teve lugar,é melhor aceitar o fato».Ultimato - Os Evangelhos mencionamalgumas pessoas fora do juízo eas chama de endemoninhadas. Elas poderiamser consideradas doentes mentais?Uriel - Os dois casos mais interessantessão o relato de Marcos,9.17,18e Lucas, 9.39, bem semelhante a umacrise epilética, e o caso do geraseno(Mt 8.28-34; Mc 5.1-20; Lc 8.26-39),que lembra uma grave psicose. Há aindacasos de mudez, de cegueira (Mt9.32; 12.22), que poderiam ser de naturezahistérica. Para todos, porém,é afirmada a origem demoníaca. Nãovejo problema em admitir que fatosde esfera espiritual afetem a vida físicae psíquica, provocando situaçõessemelhantes a doenças conhecidas, comojá é bem sabido ocorrer entre essasduas últimas esferas.Ultimato - Haveria indícios segurospara se falar que uma pessoa estápossuída por espírito mau?Uriel - A pergunta seria melhorrespondida por um demoniólogo. Mesmoadmitindo a possibilidade, compartilhodas reservas contra a tendência.de ver possessão em qualquer situaçãoaparentemente extravagante. Indíciospor vezes apontados, como fisionomiaestranha, grande força física,além de mal aquilatados por observadoresleigos, são comuns em situaçõesde eretismo emocional. Ambiente e situaçõespropícias podem criar uma expectativade certos comportamentos,como quedas, algumas expressões delinguagem, etc.Ultimato - Há alguma relação entreas chamadas possessões demoníacase as toxicomanias?Urlel - O mau uso das drogas certamentenão é de Deus. As toxicomaniassão graves formas de degradaçãoda vida humana, freqüentes em nossosdias (ver I Jo 3.8). Daí que a vidaespiritual, abrindo um novo sentido àexistência, pela fé autêntica, muitasvezes é o bastante para libertar pessoasda dependência às drogas.Ultimato - A ênfase que atualmentese dá à possibilidade de umapessoa ser tomada por demônio poderáagravar o problema da saúde mental?Unel - A maioria das pessoas viveuma situação de grande instabilidadeespilitual geralmente seguindocrenças religiosas primárias, cheias desuperstições e magia, longe de umafé segura e adulta. Acresce-se a istoa imaturidade psicológica, que franqueiaum clima de sugestionabilidadee insegurança. Esta ênfase, portanto,comumente colocada como recurso publicitário,ou como atrativo para gruposreligiosos, pode contribuir paracasos de distúrbios psíquicos. Por istonão se queira, simplesmente, suprimiro tema de qualquer debate, masque seja considerado com a moderaçãoda própria Bíblia. E que, sobretudo,cada pessoa estej,a; preparadapara encarar com serenidade as realidadesespirituais, o que tenho encontradona fé em Jesus Cristo (ver Lc10.10).(


ESTUDOSReflexões e SubsídiosSíSLICQ,SJohannes H. Rottmanno SAL DA TERRAMt 5.13Jesus disse aos seus discípulos: «Vóssois iO sal da terra; ora. se o sal ~ier aser insipido, como lhe restaurar o sabor?.Para mais nada preste senão para,lançado fora, ser pisado pelos holllens».Certamente uma das passagens maisconhecidas do Novo Testamento. Porqueentão mais uma vez numa devoção?Acho que mereCe estar diante dos nossosolhos diariamente, constantemente:na parede, por cima da nossa mesa detrabalho; ao lado da nossa cama a fimde servir para reflexão: a última danoite, a primeira da manhã: Tu és salda terra!Quem disse a palavra? - Jesus, ohomem de Nazaré, reconhecido profeta.Num belo dia de primavera, possivelmentedo ano 29. - Lírios no campo(Mt 6.28); pássaros cantando (6.26):numa colina Jesus sentado, ensinandoseus seguidores. - Que valor terá umapalavra ocasional dita quase 2,000 anosatrás? - Não era palavra para o passado,era e é palavra para o presente,para hoje, pois aquele, qUe o proferiuera e é o GRANDE E ETERNO PRE­SENTE: Egô eimi! Eu sou!Eu sou A Luz do mundo! - Eu souo Bom Pastor! - Eu sou O Caminho!A Vel-dade! Eu sou A Vida! - Eu souA Ressurreição! - Eu sou! Eu sou!Quem disse esta paiavra quase 2,000anos atrás é o eterno indicativo presente,Para ele não existe nem ontem,nem amanhã. Ele simplesmente é: JesusCristo é: ontem, hoje, e eternamente.Portanto foi a última palavra delerecordada por Mateus, um novo indicativodo presente: Egô eimí: meth' hy-26


môn - Eis: Estou convosco! Mt 28.20.- «Todos os dias!»Portanto: ele está conosco, hoje, nodia que os homens chamam o dia 12 deagosto de 1975, nesta hora, aqui.E este eterno indicativo presente fala.Não no modo imperativo. Ele simplesmenteconstata um fato aqui, comrespeito a nós: Vós sois! - É importantenotarmos: Jesus não fala no imperativo:Vós deveis ser. Não! Maisuma vez: O eterno indicativo presenteusa o indicativo presente quando falade nós, quando fala da nossa existêncianesta vida terrena.O que ele constata? Vós sais o salda terra. - Verdadeiras ondas de pensamentose reflexões nos invademquando pensamos no que isto significa:Sal. Para que serve o sal? Não podemosimaginar vida nossa sem sal comotempero. Porém não me satisfazessa idéia de nós como sal somenteservirmos qual tempero, como, aliás étraduzido pelo «Novo Testamento. Vivoem linguagem atualizada» Das palavras:«Vocês são o tempero do mundo,que o torna suportável».Jesus, no entanto, no contexto desua época certamente visava outros aspectosda figura «sal», aspectos maisessenciais: Na Palestina o sal era absolutamentenecessário para preservar econservar alimentos ainda não apodrecidos.Sal para pescadores era de absolutanecessidade de modo que até receberamo nome de «salgadores»: haliês- Mt 4.18,19; 1\1c 1.16,17; Lc 5.2. ­Que adiantava ter pescado um montãode peixes, se estes em pouco tempo seestragariam? Por isso sempre tiveramconsigo o sal para imediatamente depOisda pesca preparar os peixes.Que novo aspecto: «pescadores dehomens» realmente devem ser «haleêisanthrôpoon», salgadores de homens, Mt4.19!Outro emprego do sal, também degrande importância: o uso medicinal.Sal se empregava para limpar feridassupuradas, para queimar e tirar o pus.E só em terceiro lugar de importânciasal servia como tempero.Constatado isto - que então querdizer para nós: Vós sois o sal da terra!?a) preservar o mundo: Só por causados cristãos o mundo ainda existe;só porque o evangelho ainda não atingiuo último dos eleitos de Deus a terraainda fica em pé. A existência doscristãos é o freio de que o mundo dehoje ainda não está no ponto em queSodoma e Gomorra pareceram. A influênciada ética cristâ se faz sentirnas leis estatais dos países em que cristãosexercem seus direitos e deveres.b) se não fossem os cristãos, o pusda depravação moral já teria destruí doas civilizações.c) só por causa dos cristãos o mundoainda está temperado; só por causados cristãos ainda existem verdadeiraalegria, beleza, valores éticos.«Vós sais o sal da terra!» - Maisuma vez: é simples constatação - nãoum imperativo. Portanto: a perguntadiante de nós é uma pergunta pela nossaexistência? Somos? Somos de fatosal?Miremo-nos no espelho: Sou sal? ­no espelho da palavra de Deus: Sousal?Imaginemos: Jesus nos chamou, Jesusvos chamará a ser pescadores, istoé salgadores de homens, preservadores!- Não adianta que com grande retóricapela graça de Cristo ganhamosalmas - Se pela nossa existência - pelonão ser sal - derrubamos o que apalavra construiu. - Sabemos que mediantenosso testemunho podem ser salvasmuitas almas imortais. - Reconhecemosque muitas almas imortaisse podem perder porque a nossa existênciaaqui na terra não é aquela quedeve ser: sal da terra?Coloco esta pergunta diante de nóstodos, diante de cada um individualmente:És tu sal da terra? - Ê verdade?Senão!? -- Senão!?«Se o sal vier a ser insípido, comolhe restaurar o sabor?» - Sal insípido?Oh! não, Senhor! Sal insípido nãoexiste!Não existe? Dizem que naquelaépoca o sal natural ou sal de pedra estavamisturado com outros elementosquímicos, ficando por algum tempo aoar livre, teria pouco a pouco perdidoseu sabor. Sal teria se tornado areia.Não sei se assim Jesus queria argumentar.Pensem e apliquem! (Cristãoexposto às intempéries do mundo - ocalor das tentações, as tempestades dasatribuições lhe tirariam sua fé Será?)27


Será que Cristo simplesmente querapontar para o absurdo: Sal perdendosua salinidade!? Não é possível!Cristão, enquanto é cristão - é sal daterra. Quando não mais é - deixa deser sal da terra.Notem: O termo grego traduzidopor «insípido» é mooranthê (subj. passodo aor. I) de mooráinoo. Este termo noseu sentido real significa «ser tolo ­louco - insensato». - Lutero, à basedisso, traduz: «So aber das Salz dummwird ...» Sal insípido se existir, deve sernojento. Cristão, sem a qualidade essencialcristã torna-se nojento.Pensamento que atemoriza! - Significasermos hipócritas - atores nopalco do mundo. Nada mais!«...como lhe restaurar o sabor?»Oh! não, Senhor, não pode ser! Sal queperdeu sua salinidade, não pode recuperá-Ia?- Não. pode?? - Será quecristão apostatado não mais pode serrecuperado? - Irmãos, reflitamos! ­Judas? - Pedro? - Se fora assim,como dizem alguns, que o sal naturalpode perder sua salinidade, - se foraassim a intenção de Cristo na figurado sal, seria impossível uma segundaconversão. - Em todo caso um pensamentoque faz estremecer o nossocoração: Sou sal?? - Sou sal??«Para nada mais presta senão para,lançado fora, ser pisado pelos homens».- Não pode haver discussão.Cristão, sem ser cristão, é existênciaimpossível, louca, sem sentido, mooranthê!Para nada mais presta! Nada maisde quê? De ser pisado pelos homens ­como areia nas estradas do mundo.Nem pode pisar. Será pisado! - Quefim horrível.:m então só negativo o sentido destapassagem? - O não! - É absolutamentepositivo o que nos é dito. Éevangelho: Sois o sal da terra.sitivo porque o Eterno PresenteÉ po­Indicativo,o EU SOU, coloca-nos nestemundo de incerteza, de dúvidas, depontos de interrogação como pontos deexclamação: Vós sois o sal da terra!E é, apesar de tudo e de todas asadversidades, existência gloriosa porcausa do indicativo presente do SenhorEterno: «Eis que estou convosco todosos dias até a consumação dos séculos!»A SANTACEIA(Co 11.23-26; Mt 26.26-28; Mc 14.22-24;Lc 22.19,20)«Nosso Senhor Jesus Cristo, na noite,,em que foi traido, tomou o pão, e,tendo ,dado ;graças, 10 partiu e (j deuaos seus dIscípulos, dizendo: Tomai,comei, isto é o meu corpo, que é dadopor vós; f.azei isto ,em memória minha.E, semelhantemente também, depois daceia, tomou 'o cálice, e, tendo dado graças,lho entregou, dizendo: Bebei todosdeste; este cálice ,ê o novo testamentono meu sangue, que é derramado porvós para a remissão ·dospecaidos. Fazeiisto, quantas vezes !O bebel"des, emmemória minha».A Santa Ceia, a celebração mais antiga.A única que nosso Senhor mesmoinstituiu. Natal, Sexta-Feira Santa,Páscoa, Dia da Ascensão, Pentecoste- todos introduzidos mais tarde, todospela Igreja. A Santa Ceia nos aproximamais ao nosso Senhor.Por isso é conveniente que, nestedia, não vos pregue do púlpito, mas fiqueem vosso meio, simplesmente lembrando-nosmutuamente daquela noiteem que pela primeira vez o próprio Senhorcelebrava esta festa íntima comos seus. Servem-nos para esta lembrançaaquelas palavras que comumente ouvimosnas celebrações da Santa Ceia.- Será que realmente apropriamo-nosdo conteúdo delas sempre quando asouvimos? - Será que não servem simplesmentepara sublinhar um costumeque conservamos por um sentido de dever?«Nosso Senhor Jesus Cristo» - Onome colocado na frente - nome! Eleé a bandeira: Senhor, KYRIOS!Porque nos primeiros séculos, cristãosadoraram ao seu KYRIOS IESôUSKRISTOS, seu Senhor Deus Jesus Cristo,e negaram inclinar-se diante dasestátuas do Kyrios Kâisar, o senhordeus César, como foi decretado. Milharesdeles sofreram morte de mártir,morrendo cantando hinos de vitória nasarenas de Roma, de Antioquia, de Éfeso,testificando-o com o último suspironas fogueiras, confessando-o, recebendoo golpe da espada. - «Nosso SenhorJesus Cristo», Ele é ainda hoje,28


apesar de todas as tentativas de fazerde sua vida um mito, de sua morte umterrível engano, de sua ressurreiçãouma bem contada lenda. «Nosso SenhorJesus Cristo», Ele ainda seráquando voltará para julgar os vivos eos mortos. Sim, cumprir-se-á então oque Paulo escreve aos filipenses que «aonome de Jesus se dobre todo joelho,nos céus, na terra e debaixo da terra,e toda língua confesse que Jesus Cristoé Senhor (.KYRIOS IESôUS KRIS­TOS) para glória de Deus Pai», Fp2.10,11. - Até os que não querem, até«quantos o traspassaram» (Ap 1.7) reconhecerãoentão o «nosso Senhor JesusCristo».Ol'a é de absoluta importância quedigamos «nosso Senhor Jesus Cristo!»É a confissão que hoje deve ser feita::Nleu Senhor! «'" que me remiu a mim,homem perdido e condenado, mas resgatoue me salvou de todos os pecados,da morte e do poder do diabo, não comouro e prata, mas com seu santo eprecioso sangue e com seu inocente padecimentoe morte, para que eu lhe pertençae viva submisso a ele em seu reinoe o sirva em eterna justiça, inocênciae bem-aventurança, assim comoele ressurgiu dos mortos, vive e reinapara sempre». - Só aquele, que crê isso,só aquele que sabe depender totalmentedaquele Senhor que o comprou,da escravidão do pecado e do diabo, poderealmente participar desta Ceia testamentáriado nosso Senhor. Pois somentepara os seus Cristo a instituiu.Portanto digamos mais uma vez: «NossoiSenhor Jesus Cristo!E agora vem o mais consternadorde todos os acontecimentos da históriahumana: Nosso Senhor Jesus Cristo, oSenhor do céu e da terra, o experimentou,o sofreu: uma noite em que foi traído.Vós todos s8ibeis daquela noite, conheceisa história daquela noite sobrecuja entrada em letras de fogo está escrito:traição! É o mais horrível. - Noentanto vejo outros títulos sinistros:negação! - e mais: «os discipulos todos,deixando-o fugiram!» - E o Senhor,do mundo Só! - Sim, assim aconteceu,pode ser que hoje exatamente faça1945 anos. - Aniversário? - Jubileu?- traído por um companheiro ­negado por seu melhor amigo - abandonadopor todos que o amavam. - Éeterna verdade: O Tag, so schwarz undtrÜbe, wie finstre Mitternacht! O Tag,so heiss an Liebe, wie's keine Sonnemacht!Não é? Cresce em nós a vontade dejogar pedras! - Vamo - Joguemos aspedras - sobre Judas - ele as merece!- Merece? - Então nunca traisteteu Senhor? Nunca? - Vamos! Joguemosas pedras - sobre Pedra ­ele as merece! - Merece? - Será quenunca negaste o teu Senhor? - Joguemosas pedras - sobre João e Filipee Natanael e Mateus e os outros todos- eles as merecem! Ou? - Ou?Não, tu nunca deixaste o teu Senhorsozinho na noite, andando nas ruas domundo! Não, nunca!? - ??É esse o lado escuro daquela noite,que os antigos chamaram de «negra eturva como meia-noite sinistra». Porémestes pais da Igreja não ficaramneste lado; eles viram mesmo na meianoite,sinistra - a luz, sim luz maisforte do que a do sol do meio-dia: o soldo amor!Isto realmente é o grande, o divinomistério: Estava dentro do grandiosoplano do amor de Deus para com a humanid8ideperdida e, para a nossa razãoabsurda, verdade, que nesta noiteda traição começaria a grandiosa libertaçãoda humanidade escravizada:Assim como por cima da escuridãoe ao redor da cruz de Golgota nascemos raios do sol pascoal, sim, como devemnascer, para que a cruz não percaseu sentido, assim também, pelo amorde Deus, os raios de sua misericórdiaentram em nossas noites de traidores,de negadores, de covardes para confessar,E para que isto ficasse estabelecidopara todo o sempre instituiu o nossoSenhor Jeus Cristo na noite em que foitraído um testamento, um memorialeterno: Enquanto lá fora o traidor segueseu caminho funesto, acontece algolá onde está o nosso Senhor JesusCristo:Ele «tomou o pão» - Ele não o criou.O pão estava lá, estava na mesa.Pão pascoal, sem levedura. Aquele pãoque na noite da páscoa não faltava emnenhuma das casas dos israelitas desdeaquela noite memorável da libertaçãodo Egito. - Este pão o nosso Senhortomou.29


«...0 partiu» - Peço incluir aqui umpensamento pessoal: É pena que perdemosaquele costume apostólico que diretamentese liga à instituição pelo próprioSenhor, de partirmos o pão. - Eusei: o uso das hóstias é mais conveniente;não há o perigo de eventualmentemigalhas do pão consagrado se perderem.No entanto: Não seria de profundasignificância se também hoje comêssemosde «um só pão», partido entretodos, como bebemos de «um só cálice»?Não seria isto mais uma provada comunhão que nos une com - e sobo mesmo e único Senhor?«E o deu aos seus discípulos ...»Notem: «seus discípulos». - A nossapalavra «discípulo» não traduz inteiramentee completamente o qUe o originalgrego nos transmite. «akolouthêin»significa «seguir», seguir a um líder semperguntar por que e para que, seguiro caminho que o líder trilha. - Somostais seguidores do nosso único guia?Portanto: Jesus não simplesmente distribuio pão a esmo; o pão serve comoelo entre o 1vlestre e seus seguidores.- Em nossos dias sente-se mais e maisa inclinação de baratear a Santa Ceia:Entrada franca; entrada para todosque querem entrar! - Sob nenhumacircunstância Jesus queria isto. Ele odeu aos seus seguidores. Deu o quê?«Tomai, comei, isto é o meu corpo,que é dado por vós!» - Gostaria deexpressar aqui uma vez algo que hámuito desejava dizer, algo que, ao meuver está contido nas palavras do nossoSenhor. Ê uso em nosso meio que opastor nos dá a hóstia, o pão, diretamentena boca, ou sobre os lábios.Acho que o nosso texto diz algo diferente:Nosso Senhor Jesus Cristo a) tomouo pão; b) o deu aos seus discípulos;c) e disse: Tomai! Não é assim,que o discípulos tomaram o pão, comsuas mãos, da mão do Mestre e entãocomeram?! Não seria isto uma provaque no ato da distribuição não somossomente passivos mas co-participantes:Eu, de fato, desejo aquilo que me é dado.- Reflitamos uma vez sobre isto!E os discípulos tomaram o pão oque Jesus agora chama de nome diferente.Ele diz do pão: Isto é o meu corpo,que é dado por vós. Não faz explicaçõesminuciosas, não dá ensaio cíen-tífico ou dogmático sobre o «Como ?»,como acontece, como é possível? Quenós hoje com, em e sob o pão tomamose recebemos o corpo de Cristo dado pornós na cruz - isto é tão verdadeIrocomo aquele que o deu, é verdadeiro. Onosso receber do verdadeiro corpo deCristo dado por nós na cruz é tão divinaverdade, como Jesus Cristo na cruzé divina verdllide. - O milagre que experimentamosna Santa Ceia certamentenão é maior do que o de Deus em JesusCristo ter se tornado homem, nascidode uma mulher, do que o de Deusem Jesus Cristo ter morrido na Cruz.- Milagre não pode ser explicado comargumentos racionais; milagre que sepode compreender e explicar não maisé milagre, não mais é divino. - Portantotomemos as palavras e o quedizem como divina verdade: O pão, quecomemos na Santa Ceia é ao mesmotempo o corpo de Cristo dado por nós.Fechemos a caixa de perguntas da nossarazão!Por aquilo que segue no textoé ainda inifinitamente maior: «...istoé o meu corpo, dado por vós b - Porvós! Isto diz o Senhor Jesus Cristo aosseus discípulos; isto diz meu Senhor amim! «Dado, entregue, para ser mortopor ti! - Sim, lliqui estamos diantedo mais profundo de todos os mistériosde Deus: Deus se faz homem. E esteDeus-Homem morre. Morre, não qualquermorte, não como geralmente semorre aqui nesta terra da morte. Elemorre e morte mais miserável de quese tem noticia: morte de escravo criminoso.Certamente não por seus crimesparticulares, próprios. Não por simesmo. Por mim!!Desde que o pecado entrou no mundo,vale a palavra do Criador, que setornou o supremo Juíz: A alma que pecar,morrerá! - Eu pequei. Eu preci­So morrer. Tu pecaste. Tu tens de morrer.Não há escape! - Sem rumo anossa vida. Sem esperança a nossa morte,absolutamente sem esperança! - Epara dentro deste desespero soa agorade dentro da noite em qUe nosso SenhorJesus Cristo foi traído a mensagem:«... dado e derramado por vós,para a remissão dos vossos pecados».- Essa palavra vale; ela vale tantocomo a palavra triste da traição. Sim,essa palavra valeu naquela noite comovale hoje. E foi por isso que os cristãosda Igreja Antiga vestiram-se de bran-30


co quando foram tomar parte na SantaCeia. Vestiram o branco da alegria.Na noite em que o nosso Senhor Je­SUs Cristo foi trai do começou a nossalibertação do poder do diabo e dos terroresda morte; e essa libertação tornou-serealidade completa e total quandoo Senhor da cruz exclamou seu bradoda vitória: Está consumado!E com essa mensagem podemos realmenteterminar as nossas reflexõessobre as palavras da instituição da SantaCeia. Porque a segunda parte somentefortifica aquilo que constatamosaté este ponto:«Semelhantemente também, de.poisda Ceia•..» Também aqui nosso Senhornada criou de novo. Estava lá na mesao cálice comum, o cálice que, como opão sem fermento. lembrava o primeiragrande libertação do povo de Deusda escravidão do Egito. Antiga aliançae nova aliança feitas por um e o mesmoDeus. Gostaria mais a palavra «testamento»porque nem o povo de Israel,nem nós, o povo do Novo Testamento,contribuimos algo, para quefosse «aliança» entre duas partes contraentes.- Terminada a ceia em lembraçadaquele primeiro testamento, começouentão com os mesmos elementosvisiveis a instituição do Novo Testamento.« e tendo dado graças, lho entregou» Foi um cálice comum. Nada decopos individuais como em alguns lugareshoje estão distribuindo. - Dizem:por razões de higiene, de saúde. Nãosei; francamente não sei se tais razõesdevem valer. Não ouso condenar o copoindividual, desde que neles é tomadoo mesmo vinho, o vínho abençoadona celebração. No entanto, mais umavez: eu não sei! simplesmente não meposso colocar na mesa do Senhor onde,pela primeira vez, o nosso Senhor tomouo cálice, aquele um, que estava namesa, aquele, sobre o qual tinha proferidoa oração da gratidão, este cáliceele entregou aos seus discípulos.«... dizendo: Bebei todos deste»não é assim: um após o outro!?«Este cálice é o novo testamento nomeu sangue, que é derramado por vóspara a remissão dos pecados. - Derramou-sesangue naquela noite milharesde anos antes; derramou-se sangue emcada casa em Israel; derramou-se sanguede um «cordeiro sem defeito» paracada família um (Êx 12.1-17). - Derramou-sesangue no grande dia da libertação,lá na cruz. Não de um «cordeirosem defeito», animal, mas o sanguedo Cordeiro Divino «morto pelo pecador»;derramou-se sangue uma vezpor todas as famílias da terra, por todosos homens de todos os séculos. Derramou-seo sangue do Deus-Homem,sangue todo-suficiente, sangue para nós,para mim «para a remissão dos pecados»,meus pecados e teus, todos osmeus pecados e todos os teus. «Remissão»foi feita, pagamento de toda a culpaque existia no livro de Deus, culpaminha, tua, de todos nós Nosso sangue,nossa vída pertencia' ao diabo, aele nós os entregamos; ele os requereude nós. Lá então veio o pagador de todasas culpas: sangue por sangue, vídapor vida - uma vida suficiente por todasas vidas humanas, porque aquelavida era a vida do Deus-Homem.«Fawi isto, quantas vezes o beberdes,em memória minha!» - Ah! quãopoucas são as vezes que nós celebramosesta festa da suprema alegria! Ah! comoSe não tivéssemos recebido tudoque tem valor nesta vida terrena poreste sacrifício! - Ê possível que nãohaja mais «tantas vezes», é bem possívelque estejamos bem perto da últimavez em que no-io é permitidocelebrar. Vamos hoje! Sim, vamos hoje!31


DEVOCIONALORAÇÃOEu sinto uma vontademanhã, Senhor.de cantar, estaEu sinto uma necessidade de falar atodos que megnífico tu és.cercam o quão ma­Eu quiserapreenderqueaseles pudessem com­profundezas do teuamor, a tua preocupação eternaaqueles qUe querem seguir-te!por:Mas, meu cantar muitas vezes é desafinado,irrefletido.Meu falar é tão inadequado.Eu simplesmente não consigo expressaro que eu sinto, o que eu reconheçoser verdade a respeito doteu amor por tuas criaturas sobrea terra.Contudo,sarosaté mesmo o cantar dos pás­proclama o teu louvor.0's céus e a terra debaixo deles,as árvores qUe se elevamção a ti,em dire­as flores que ostentam,sem par,um coloridoas colinas verdejantesmontanhas,e as elevadasos vales e as campinas,os lagos e os rios,o grandecostaoceano quemarítima,banha nossaestes proclamamDeus,a tua grandeza, óe teu amor pelos filhos dos homens.Quão maravilhosonhor!é estar vivo, ó Se­Que cada momento de minha vida,cada batida de meu coração,seja dedicado a teu louvor e a tuaglória. Amém.(Oração à base do Salmo 89 extraídae traduzida do livro THE LORD RU­LE's" - Let's Serve Him! de LeslieF. Brandt por Vilson Scholz)82


n LiÇãO DO MAR VERMELHO(Devoção ,proferida no SeminárioConcórdia) ,Mário L, Rehfeldt«E, chegando Faraó, os filhos deIsrael levantaram os olhos, e eis queos egípcios vinham atrás deles, e temerammuito; então os filhos de Israelclamaram ao Senhor ... :rv!:oisés,porém, respondeu ao povo: Não temais:aquietai-vos e vêde o livramentode Senhor que hoje vos fará; porqueaos egípcios, que hoje vêdes, nuncamais os tornareis a ver ... Disse o Senhora Moisés : Estende a mão sobreo mar, para que as águas se voltemsobre os egípcios, sobre os seus carrose sobre os seus cavalarianos. EntãoMoisés estendeu a mão sobre omar, e o mar, ao romper da manhã,retomou a sua força; os egípcios, aofugir, foram de encontro a ele, e oSenhor derribou os egípcios no meiodo mar ... Assim o Senhor livrou Israelnaquele dia da mão dos egípcios;e Israel viu os egípcios mortos na praiado mar. E víu Israel o grande poderque o Senhor exercitara contra os egípcios;e o povo temeu ao Senhor, e confiaramno Senhor e em Moisés, seuservo ... Então entoou Moisés e os filhosde Israel, este cântico ao Senhore disseram: Cantarei ao Senhor, porquetriunfou gloriosamente: lançou nomar o cavalo e o seu cavaleiro. 0' Senhoré a minha força e o meu cântico;ele me foi por salvação; este éo meu Deus, portanto eu o louvarei; eleé o Deus de meu pai, por isso o exaltarei.»- Ex 14.10,13,26,27,30,31; 15.1,2.O jovem, tem por definição, os olhosvoltados para o futuro. Tudo faz nopreparo para enfrentá-Io. Estuda, exercita-se,chega a passar privações paracolaborar na criação de mundo novoe melhor. Mas há momentos na vida,até na juventude, em que parece nãohaver mai,s futuro, quando as sombrasnegras do desespero não só fecham ohorizonte, como não deix31TI ver nemmesmo para onde dar o próximo passo.Isto acontece na vida das pessoas,das sociedades, das civilizações e dospovos.Foi o que aconte,ceu com o povode Israel. Depois do m1)mento de euforiana saída do cativeiro egípcio, tendoo mar pela frente, o deserto à esquerdae à direita e vendo o pó doscarros e cavalos do exército de faraópelas costas, Lsrael não tinha maissaida. Nã1) havia para onde fugir, nãohavia mais socorro na dimensão terrenaou horizontal. Deus permitiu queo seu povo chegasse ao desespero completopara obrigá-Io a olhar para cima,para saber de onde lhe vinha oseu socorro.O povo clanl0ll ao Senhor. Moisés,seguindo instrução divina, estendeu seubraço empunhando o cajado sobre omar e o povo passou pelo mar emseco. Estranho paradoxo: o mar queinspirava terror aos povos da antiguidade,que nos mitos de vários povosera considerado o monstro que tentaraexterminar os próprios deuses, estemar tenebroso torna-se, a uma ordemdivina, o caminho da salvação para opovo de Israel.A passagem pelo mar, como diz1 Co 10.1, foi o batismo de Israel que,saindo da escravidão se tornasse o povoescolhido dos filhos de Deus. Quealvo de imensa graça divina foi estepequeno e rebelde povo! Ao ver o exércitoameaçador de Faraó inteiramentedestroçado na madrugada do novo dia,o povo encheu-se de confiança em Deuse em Moisés, e juntamente com seuHder canta magnífico cântico de vitória.Entretanto do outro lado do marnão estava o paraíso e sim o deserto .A passagem pelo mar não foi o fimmas o princípio de uma jornada árduaem que o povo tão facilmente se esqueciada notável libertação divina ea cada dificuldade que surgia murmuravacontra Deus e contra Moisés. Quarentaanos precisou o povo peregrinarpelo deserto para aprender a confiarem Deus.Posteriormente, já na terra prometida,sempre que o povo defrontava dificuldadessuperiores a suas forças, osarautos de Deus lembravam a passagemsalvadora pelo mar, para espantaras trevas do futuro e restaurar aconfiança na capacidade libertadora deDeus. O povo às vezes aprendia logoa lição e ãs vezes precisava ser castigadopara aprendê-Ia.33


Será que nós já aprendemos a liçãoda passagem pelo mar? Moisésestendeu seu braço sobre o mar parasalvar o povo; Cristo estendeu seusdois braços sobre o madeiro para nossalvar. E pela cruz e túmulo vazionossos inimigos foram vencidos: pecado,morte e Santanás, tal como pelomar Faraó e seu exército, os inimigosde Israel. Eis nosso motív'O para regozijo,para cânticos de louvor e paraconfiança inabalável em Deus.Nossa libertação do poder de Satanásno batismo, no entanto, não éo fim da jornada, mas é seu começo.E nossa jornada pode ser tão árduacomo o foi a de Israel no deserto. Sim,porque fomos libertados para servir.Enfrentar um futuro de serviço não éfácil, nem mesmo para o jovem. Êpreciso força e coragem para fazê-Ia.Estas nós recebemos do passado, dopresente e do futuro, pois Cristo é omesmo ontem - esteve na nuvem queguiou o povo na passagem pelo mar,- hoje - está aqui, entre nós, comseu Espírito a nos dar testemunho i1'­refutável da nossa salvação por intermédiodele - e eternamente - temem suas mãos o futuro do universoe também nosso futuro até o dia emque o veremos face a face. Amém.--:0:--A VIDACRISTÃSermão sohre 1 Pe 1.3-11Rev. Theo. ReuterA vida cristã não é assunto de sentimento,nem só conhecimento, nem sóempreendimento contínuo. Muitas respostassemelhantes receberiamos, perguntandoa homens sábios ou homenssingelos. Quando obter resposta legitima,temos que perguntar a Bíblia, sóa ela. A palavra de Deus nos ensinacom autoridadeo que é a vida cristã.Ê algo 1) possibilitado e 2) realizadopor Deus,1.A vida cristã é possibilitada porDeus. Indica-se este fato pelos verboschamar, doar e participar na primeiraparte do texto: «Visto como pelo seudivino poder nos têm sido doadas todasas cousas que conduzem à vida e à piedade,pelo conhecimento completo daqueleque nos chamou para a sua própriaglória e virtude, pelas quais nostêm sido doadas as suas preciosas emui grandes promessas para que elasvos torneis co-participantes da naturezadivina, livrando-vos da corrupção daspaixões que há no mundo.» Vida cristãé possível somente pelo chamado divino.«Ele nos chamou por +) sua própriaglória e virtude». A glória de Deusé algo nele mesmo, a saber: seu amore sua graça para com Os homens. Avirtude de Deus é a eficácia do amor eda graça divinas por Jesus Cristo. S.Pedra fala desta eficácia nos versículosprecedentes, referindO-Se à justiça e, noúltimo versículo, ao reino eterno denosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.Pela glória e virtude suas Deus noschamou. Cham.ou-nos das trevas para asua maravilhosa luz. Como nas trevasdo universo com o seu ponto absolutode frio não tem vida, isto é: movimentomolecular algum, assim nós sem ochamado divino não temos vida e movimentoespiritual algum. Vir a Deus«não depende, pois, de quem quer ou dequem corre, mas de usar Deus a suamisericórdia» .Deus possibilita vida cristã, «por quemnos têm sido doadas as suas preciosas emui grandes promessas». Em nós nãoexiste nada para produzir vida cristã.Tem que vir de fora, tem que ser doadoimerecidamente. Quem quiser aceitarum presente, tem que aconchegarsede mãos vazias. «Alma farta pisafava de mel», diz Salomão. Mas comose efetua esta doação? Por uma espéciede inspiração repentina, duma emoção?S. Pedra fala duma doação pelo«conhecimento completo daquele quenos chamou», pelo «pleno conhecimentode nosso Senhor Jesus Cristo». Esteconhecimento se origina unicamentenas «preciosas e muí grandes promessas»,isto é: no santo evangelho. Semesta luz não há conhecimento; sem conhecimentonão há doação de seu poderdivino; sem o poder divino não há vidae piedade. Vês, caro ouvinte, qUe nãosomos nós que desenvolvemos vida cristã,mas, sim, Deus, que nó-Ia dá,34


A vida cristã é possibilitada porsuas preciosas e mui grandes promessasnós nos tornamos «co-participantesda natureza divina». Estas palavrasmostram com meridiana clareza que acausa da vida cristã é só Deus. Coparticiparda vida divina, quem tivesseimaginado cousa semelhante! Satanásprometera mentirosamente aos primeiroshomens o «ser como Deus». Sabemosque sucedeu o contrário: tornaram-seseres como Satanás. A promessabiblica para a vida no outro mundo éesta:Sou convencido que «por» correspondede maneira melhor ao originaldo que o «para» da «Edição revista eatualizada no Brasil».«Seremos semelhantes a ele, porquehavemos de vê-Ia como ele é. «E destanatureza divina podemos tornar-nos coparticipantesjá nesta vida pelo poderdivino. Poder-se-ia perder o fôlego,abismando neste pensamento: co-participaçãoda natureza divina já nestemundo. Se isto não é preciso e muigrande promessa!Mas ela não nos é doada unicamentepara possuí-Ia. A vida cristã, possibilitadapor Deus, não é um estado,mas sim ação, vida é movimento.2.Tal realização da vida cristã se efetuaigualmente só por Deus. S. Pedroenumera sete movimentações cristãs,que exprimem a vida espiritual: virtude,conhecimento, domínio próprio, perseverança,piedade, fraternidade, amor.Para que, todavia, ninguém pense estasmovimentações provirem da nossacapacidade, o apóstolo as liga a Deuse à fé. Diz: «Por isso (quer dizer: porqueDeus vos chamou, presenteou e fêzco-participantes), por isso mesmo associaicom a vossa fé a virtude etc».É a fé que nasce em nós pelo evangelho.Ê a fé que reconhece Deus comoO criador da vida espiritual no homem .E esta fé é a fonte das virtudes cristãs.Neste sentido compreendemos a sequênciaque S. Pedro nos apresenta.Primeiro: «Associai com a vossa fé avirtude». Não tenhais vossa fé pOI'simples conhecimento de histórias bíblicasou por poder recitar verdadesdoutrinárias. A fé quer viver, quer movimentar-sena virtude.«Associai com a virtude o conhecimento».Parece contradição ao que euarrtes disse, mas não é. Querendo-se associarcom a fé a virtude, precisa-sesaber o que é virtude. Não é a razãohumana que constitui aquilo que agradaa Deus. Não é o homem que fazmandamentos de moral, mas sim Deus,só ele e a sua palavra. Cresçamos, pois,no conhecimento da Bíblia.«Associai com o conhecimento o domíniopróprio». Certamente diz a Bíblia:«Tudo é vosso»; «tudo o que Deuscriou é bom»; «todas as cousas me sãolícitas». S. Paulo, porém, acrescenta:«Mas eu não me deixarei dominar porelas». E ele diz dos cristãos: «Os quese utilizam do mundo, como sejelenão usassem; os que compram, comose não o possuíssem». Domínio próprio.Mas igualmente em cousas espirituais.ou observar certas formas de devoçãoou me abster de cousas lícitas, que eunão prescreva o mesmo a outros.«Associai com o domínio próprio aperseverança». Seja o vosso modo deusar as dádivas de Deus como fôr: sobretodos os cristãos vêm mais cedo oumais tarde privações e provações. Nãoesqueçais em tais tempos que é Deusque os permite sobreviver-vos. Por is­So não tenteis esquivar-vos das provações.Perseverai debaixo da mão deDeus que «não permitirá que sejaistentados além das vossas forças».«Associai com a perseverança a piedade».Piedade é aquela atitude quesempre glorifica a Deus. Toda a vidacristã em todos os detalhes, em todasituação deve servir à glória de Deus.Dizei, pois, sob qualquer pêsames: «Temosrecebido o bem de Deus, não receberíamostambém o mal?»«Associai com a piedade a fraternidade».Sendo a piedade uma atitude denossa mente para com Deus, requerela expressão externa na fraternidade.S. João diz: «Quem não ama a seu irmão,a quem vê, não pode amar a Deus,a quem não vê». Serviço ao irmão e àirmã, aos da família da fé, é sinalperceptível do serviço que prestamosao Deus invisível.«Associai com a fraternidade oamor». A comunidade cristã não vivenuma ilha isolada, mas no meio domundo. S. Paulo não diz: Enquanto ti-35


vermos oportunidade, façamos o bemexclusivamente aos da família da fé,mas: «principalmente». «Façamos bema todos» Por isso, meus ouvintes, nãoesqueçais a ninguém na observação dosegundo grande mandamento, a saber:«Amarás a teu próximo como a ti mesmo».Homem algum é excluído do termo«o teu próximo».S. Pedro enumerou, como vemos, algumas,só algumas virtudes pelas quaisDeus quer realizar em nós a vida cristã.Mas em relação a elas diz o apóstolo:«Porque estas cousas, existíndoem vós e em vós aumentando, fazemcom que não sejais nem inativos, neminfrutuosos no pleno conhecimento denosso Senhor Jesus Cristo». Deus nãoquer que nós nos contentemos com oexercicio das virtudes nomeadas. Querantes que cresçamos no pleno conhecimentode nosso Senhor, que sigamos ospassos de Jesus em todos os sentidos,deixando aumentar em nós cada vezmais os frutos da fé.Se comparamos este modelo de vidacristã com a realidade da nossa vidaatual, levamos um susto. Temos queconsentir que também em relação nósS. Pedro diz: «Pois aquele a quem estascousas não estão presentes é cego,vendo só o qUe está perto (quer dizer:é míope), esquecido da purificação dosseus pecados de outrora». Temos recebidoo batismo, a purificação dos nossospecados de outrora, para usá-Iodiariamente como fonte fortificadorapara uma vida realmente cristã. Porquenão deixamos Deus realizar em nósaquilo que ele mesmo possibilitou peloseu chamado, pelos seus donativos epor ter-nos feito co-participantes danatureza divina?Mui necessária nos é a admoestação- e Deus nos conceda levá-Ia asério -: «Por isso, irmãos (irmãs),procurai com diligência cada vez maior,confirmar a vossa vocação e eleição;porquanto, procedendo assim, não tropeçareiem tempo algum.» Para comDeus a nossa vocação e eleição são firmes,e nós não podemos fazer nada paratorná-Ias mais fírmes. Mas para nóspodemos e devemos confirmá-Ias, tornando-assempre mais visíveis e perceptíveispelas provas de nossa vida cristã.A força para isso não provém, todavia,nem do mandamento, nem daadmoestação; provém, antes, das preciosase mui grandes promessas. Por issoS. Pedro finaliza sua palestra pelapromessa: «Pois desta maneira é quevos será amplamente suprida a entradano reino eterno de nosso Senhor eSalvador Jesus Cristo. Dando-nos naqueledia o eterno galardão», Deus quercompletar em nós a obra que inicioupela sua vocação em o nosso batismo,sim, a obra que já antes, de nossa existênciae do mundo, iniciou pela graciosaeleição.Glória a ti, o Cristo. Amém.JESUS DISSE:M. W. FlorTexto: «Respondeu Jesus e disse:» Jo8.14«Ora, destruidos os fundamentos,que poderá fazer o justo?» Pregandosobre esta passagem do salmo 11, umnotável teólogo e líder da nossa igreja,do século pass3Jdo, avançou a conclusãoque uma reforma da igreja, nos moldesda do século XVI, não mais seria possívelem nossa época. Lutem ainda teriacontado com a autoridade inconcussada Escritura, mesmo com a tradiçãoda igreja lhe fazendo sombra econcorrência. Sobre esta autoridade daBíblia, aceita pela teologia de seu tempo,teria sido possível reconstruir adoutrina da fé, como sobre um fundamentosólido. Em seu princípio «SolaScriptura», o acento pousava sobre o«sola» e não tanto sobre o «scriptura»,esta de suficiente reconhecimento e a­ceitação.Com o advento do criticismo bíblico,radical e impiedoso, do século XIX, iniciadopor Semler e Eichhorn - paranão remontar a Espinosa e Hobbes ­qUe atingiu na escola de Tuebingen oseu ponto de ebulição, as forças do maliniciavam a solapação sistemática dofundamento da fé cristã, tentando minara unidade, a autoridade, a integridadee a autenticidade das SagradasEscrituras. oÉ sintomático que o começodesta obra sinistra e sorrateira de dilapidaçãodo texto sagrado, cronologicamentecoincide com o início da marchatriunfal da Bíblia através dos povose línguas e nações, Parece que a


fundação das sociedades biblicas, coma consequente produção, tradução edistribuição das Sagradas Escrituras,em escala sempre crescente, foi motivode especial preocupação de Sata..llás, levando-amobilizar todos os recursos doinferno e partindo para um ataque total,para obstacular, neutralizar e paralisara corrida vitoriosa da palavra deDeus, tentando destruir-lhe o crédito eimpedir sua aceitação na sociedade humana.A erosão, deliberadamente provocada,continua ativando seu processo destrutivoaté os nossos dias, tendo variadoapenas em seus métodos e ênfases.Particularizando, vamos focalizar a viacrucis de apenas os quatro primeiroslivros do Novo Testamento. Já que osquatro evangelhos, com seu relato históriocosobre a pessoa e obra de Jesus,formam o núcleo, o cerne do evangelhoda salvação, Satanás arrestou neles asbrocas de sua escavação subterrânea,para solapar seus fundamentos e fazerruir as paredes da mensagem cristã.Desde que David Strauss, em meadosdo século passado, declarou seremos evangelhos de confiança duvidosacomo fonte sobre a vida de Jesus, classificando-oscomo coleção inconscientede mitos, Satanás canalizou para estepoço aberto todas as torrentes da incredulidadeque já abriram verdadeiracratera sob o edifício da igreja cristãvisível.A visão corrente dos nossos dias,no seio da teologia moderna, sobre aorigem e validade dos quatro evangelhos,é que não constituem um relatofidedigno de fatos históricos sobre apessoa e vida de Jesus, mas apenasuma confissão de fé da igreja cristã primitivaque viveu trinta a setenta anosdepois dos acontecimentos registrados;que não houve a mínima preocupação,por parte dos evangelistas, de reconstituirfatos históricos e biográficos da vidado Mestre, mas unicamente o objeti­Vo de elaborar um documento confessionalqUe servisse de base para a proclamaçãodas novas da salvação.Naturalmente _ assim dizem os neoentendidos- a multidão dos crentesrevestiu a figura de seu Mestre comcaracteristicas sobrenaturais; atribuiram-lhereivindicações de messianidade,forjaram as provas de sinais e milagrese colocaram ditos em sua boca que, provavelmente,nunca proferiu. E ainda épreciso levar em conta as falhas de memóriados autores e redatores, responsáveispor tantas incorreções, contradiçõese cousas semelhantes.Resumindo (ainda com a palavra oscríticos), a imagem de Jesus emergedo relato dos quatro evangelhos carregadode lendas e mitos e, para se poderobter uma estampa genuína e históricade Jesus, é preciso aplicar-lhe o processoda demitíficação, isto é, despir aimagem tradicional de Jesus das adiposidadesda fantasia crédula, da alucinaçãobeata e da amnésia infeliz de seusprimeiros seguidores, para assim reconstituiro esqueleto original e histórico dohomem de Nazaré.E nesta dissecação anatõmica esvaziarama mensagem dos quatro evangelhosa tal ponto que, segundo algunsteólogos, da biografia de Jesus restouapenas o ponto matemático de sua meraexistência que, aliás, também é mencionadapelas escassas e raras fontesextracristãs sobre a vida de Jesus.E para escapar da condenação daigreja e dos crentes atuais que aindaconfessam, nos três credos, sua fé noCristo Salvador, armou-se uma distinçãoartificial entre o Jesus histórico eo Cristo da fé. A figura de Jesus deNazaré, submersa nas brumas da história,distante, nebulosa, incerta, nãomais seria possível reconstituir; .deveseaceitar, por isso, o Cristo da fé, oCristo conforme proclamado na mensagemda primitiva igreja cristã ... Sãopoucos os teólogos que, com ErnstFuchs, ainda tem a coragem de concluirque «o assim chamado Cristo dafé de fato não é nenhum outro do queo Jesus histórico».Simultaneamente, não apenas aexistência do Jesus histórico, sua pessoae obra, mas também suas palavrastem sido postas em dúvida. Os artigosde exposição evangélica dos modernosescribas pululam com expressões quaisestas: «Palavras não autênticas», «frasesnão legitimas», «ditos apócrifos ouespúrios», «acréscimo ou comentário doredator», «intercalações posteriores».Para citar um exemplo vivo: Um dosmais festejados autores do século XXafirma que Mt 5.23 possivelmente sejauma palavra autêntica de Jesus, enquantoque Mt 17.24-27 seria uma lendaposterior.37


«Ora, destruídos os fundamentos, quepoderá fazer o justo?» Jesus respondeue disse: - Se aquilo que segue os doispontos, não for palavra autêntica deJesus, em um só caso, logo ficam prejudicadastQdas as demais pelo estimada dúvida e da incerteza; e a dúvidaage como detergente sobre a fé ...Perguntamos: Ê importante para anossa fé, é mesmo essencial à nossa fé,termos assegurada a fidelidade históricado relato dos quatro evangelhos sobrea vida e obra de Jesus, a fidelidadehistórica mesmo de todos OS detalhesnarrados, ou podemos contentar-nos comum Cristo aéreo, nebuloso, misterioso,globaliza.do, que foge a tQda e qualquercategoria histórica?Perguntamos: Ê importante para anossa fé, é mesmo essencial para a nossafé, termos assegurada a autenticidadedas palavras de Jesus, registradaspelos quatro evangelistas, de todas aspalavras, ou é permitido selecionarmoscomo legítimas apenas as que nos condizem,que subjetivamente contêm paranós um apelo peculiar, representamuma motivação psicológica?Jesus respondeu e disse! ...Antes de tentarmos responder asperguntas formuladas, pediríamos a liberdac1ede expor e contar os motivosque ocasionaram a escolha de justamenteeste assunto que, asseguramos, nãofoi buscado no bricabraque teológico doséculo passado, mas, pelo contrário, éde palpitante atualidade.Infelizmente o maior volume da literaturateológica moderna que nos vemdos grandes centros universitários, ondepressumivelmente a sabedoria divinadeveria ser ensinada, digo, a literaturaespecializada está eivada desta concepçãodos quatro evangelhos, O' queequivale à negação da autenticidade deseu conteúdo histórico e à contestaçãode sua inspiração por parte do EspiritoSanto. Como a biblioteca de nossa faculdadede teología está povoada porlivros deste teor e natureza, deíxa deser piada o que um colega nosso recentementeconcluiu: «Quem passou pornOSSa biblioteca e manteve a sua ortodoxia,pode ser considerado vacinadocontra a heresia».Em nossa própria igreja felizmenteainda não no Brasil - esta com-preensão do evangelho segundo o métodohistórico-crítico grangeou adeptos.Sintomática é a fraSe de um professornosso, dia em plena sala de aulas aestudantes do curso de pós-graduação«Se viajardes à Palestina e cavardesno lugar certo, podereis encontrar osossos de Jesus».Mas mesmo no Brasil estamos rodeadospor teorias de hermeneutica semelhante.Há um ano assistimos a umsimpósio teológico, com conferências sobrea imagem do Cristo, em que váriospreletores, inclusive católico-romanos,não mostraram muita preocupação emesconder sua orientação teológica modernista.Se a discussão ainda permanecesseno nível teológico e no âmbitoacadêmico das faculdades de teologia ...~ras recentelllente -- e era quase dedesconfiar dos olhos _ lemos um artigonum periódico de larga circulação entreos leigos, e isto no seio do protestantismoque tanto alarde faz de sua fidelidadeàs Escrituras Sagradas; o artigopretendia dar informação sobre a féaos seus leitores e desenvolvia a seguinteinstrução:Por muito tempo (reproduzimos livrementea exposição) dificilmente alguémduvicLlva que as múltiplas notíciasdo Novo Testamento, com respeitoà vida de Jesus de Nazaré, fossem, atéoS mínimos detalhes, uma espécie deata fotostática e exata dos acontecimentoshistóricos. Hoje entendemos ostextos bíblicos de maneira diferente, combase em métodos científicos, mais modernose aperfeiçoados, entendendo-ospossivelmente melhor. Pois quando lemosos livros do Novo Testamento,conferindo uns com os outros, esbarramosem contradições que chamam anossa atenção ao fato de que estava ellljogo outro propósito do que regístrarobjetivamente uma ata sobre determinadosaCQntecimentos. Assim, p. ex.,Lucas refere que Maria Madalena eoutras mulheres encontraram, na páscoade manhã, dois anjos que lhes comunicama ressurreição de Cristo. SegundoS. João é apenas a Maria Madalenasozinha que encQntra, antes detudo, uma sepultura vazia ...E o grupo de autores do artigo, entreos quais assina um teólogo de renomeinternacional, remata suas considerações,dizendo que disto tudo tiramosa conclusão eminentemente importan-38


te: mesmo que fosse possível, confirmara vida de Jesus como historicamenteautêntica, de modo absoluto, como osescritos bíblicos a glorificam; mesmo sealguém sucedesse em provar os fatosincomuns desta biografia, de modo incontestável:um fundamento inexpugnávelda fé em Jesus ... nem de longeassim obteríamos ...E como sói acontecer, deixam o pobredo leitor em suspenso; em vez delhe ter dado a pretendida «informaçãosobre a fé», podem ter-lhe inoculado aperigosa infecção da incredulidade ...Em todo o caso o problema está malcolocado.Certamente a nossa fé cristã nãorequer a reconstrução da biografiacompleta de Jesus, com detalhes detodos os momentos de sua vida. Da passagemdo Salvador por esta terra, pelopalco da história, Deus nos revelou,em grandes lances e pequenos detalhes,apenas aquilo que Ele julgou necessáriopara a nossa «informação sobre afé».Mas a partir dali afirmar ou julgarsem importância ou sem fundamentohistórico certos detalhes que Deus noshouve por bem revelar; ou mesmo urgircontradições, onde a razão humananão encontra a harmonia à primeiravista; ou ainda desclassificar asnarrações do milagre como inaceitáveispara um espírito científico; e, em consequênciadisto, negar veracidade históricaaos quatro documentos básicosdo evangelho de Jesus Cristo: tal posiçãodoutrinária necessariamente destróios fundamentos da fé.E os frutos desta atividade subterrâneaque opera já por século e meio,estão se manifestando em toda a parteno desaparecimento da fé, no esvaziamentodas igrejas, no desconhecimentodas verdades elementares da fécristã, no analfabetismo e frieza espiritual,na vida secularizada, na derrocadados princípios morais e da vidapiedosa, no estancamento das contribuições,no congelamento do zelo missionário,na paralização do testemunho ...sim, do testemunho, agora privado desuas bases, de sua autenticidade histórica.Eis porque insistimos na pergunta::m importante para a nossa fé, é mes­,mo essencial para a nossa fé, termosassegura,da a. fidelidade histórica dorelato dos quatro evangelhos fobre avida e a obra de Jesus?Ê importante para a nossa fé, émesmo essencial para a nossa fé, termosassegura,da a autenticidade das palavrasde Jesus, de todas as palavras,registradas pelos quatro evangelistas?Certamente uma fé puramente históricanão salva a ninguém. Tambémo diabo tem conhecimento dos fatoshistóricos, com maior abundância dedetalhes do que nós.Mas a fé é, em primeiro lugar, informaçãoe conhecimento; conhecimentoda pessoa e da obra de Jesus, oFilho de Deus humanado e integradona história. O Filho eterno de Deus setornou pessoa histórica, para salvar ascriaturas limitadas e condicionadas pelahistória. E é possível ter por verdadeapenas aquilo que realmente aconteceu;a dúvida que paire sobre um fatohistórico da história da salvação,mesmo que seja um detalhe, pode constituir-seem perigo e corroer a certezada fé, minando-a em suas bases.Se Jesus afirma categoricamenteque o discipulado está indissoluvelmentevinculado ao «permanecer em sua palavra»,oferece com esta condição a certezade que esta palavra nos seria preserIada,fora e acima de quaiquer dúvida,suspeita e incerta.Vejamos um exemplo marcante: Oapóstolo dos gentios, o grande bandeirantedo evangelho, insistiu na autentici:dadehistórica dos fatos do evangelhoda salvação. Em 1 Co 15 ele invocao testemunho de vários indivíduos egrupos (a certa altura de 500 discípu­Ias), como prova e demonstração daveracidade histórica da ressurreição deJesus, para então chegar à conclusão:«E se Cristo não ressuscitou, é vã anossa pregação e é vã a vossa fé».Aqui ocorreu um fato curioso, nahistória da hermenêutica, das mais recentesdécadas. O argumento de Paulo,citando 500 testemunhas perante o tribunalda história para atestarem. a ressurreiçãode Jesus, torna-se mais flagrante,mais chocante, pelo acréscimo:«dos quais a maioria sobrevive até agora».:m como se Paulo quisesse desafiaros leitores: E:sperai, coríntios céticos,eu já vou chamar as testemunhastantas ..., desafio esse que até se tornouincômodo para os corifeus do modernismo,de modo que o próprio Bult-


mann chamou de fatal esta linha de argumento.E um discípulo seu, solícito,acudiu pressuroso, formulando a propostade cons1derar o versículo 6, ou aomenos a parte b) como nota marginalposterior, eventualmente adição de umcopista, «porque parece não inserir-sena tradição».Irmãos e irmãs em Cristo: Deushouve por bem revelar-nos o seu FilhoJesus Cristo, nosso Salvador e suamaravilhosa obra em favor de nossaredenção, não por uma visão beata,nem por uma aparição física, mas porum relato escrito, assentaJdo em linguagemhumana, registrado como fatoou evento histÓrico nos quatro evangelhos,para ser lido e ouvido e entendidopor nÓs, e crido à maneira das criançasque são postas como modelos dafé. «Se não vos tornardes como crianças,de modo algum entrareis no reinodos céus». (Mt 18.3) :É o parâmetroadequado para a compreensão e aceitaçãocorreta do relato evangélico.A recusa formal e terminante dostermos dos evangelhos tem, talvez, suarazão profunda numa atitude ou mentalidadeque vem expressa nesta sentençade H. E. Fosdick: «É impossívelque um livro escrito há dois ou trêsmil anos, continue sendo usado no séculoXX, sem atualizar e enquadrarvárias de suas formas de pensamento ede expressão para categorias modernas».Jesus respondeu e disse: .., As palavrasde Jesus são, além de genuinas evel'daJdeiras, singelas e acessíveis mesmoaos poucos letrados, e perfeitamenteinteligíveis para a mente e linguagemcorrente do homem do século XX.Jesus disse (e assim iniciou o seuministério profético): «Arrependei-vose crede no evangelho!» fixando paraentão, para hoje e para todos os temposa regra de iniciação no noviciadocristão.Jesus disse: «Se não crerdes que eusou, morreis em vossos pecados», advertindotodos os incrédulos e céticosdo resultaJdo desastroso de sua atitudede recusa à distância....Jesus disse: «Em verdade, vos digo:quem OUVe a minha palavra e crê naqueleque me enviou, tem a vida eterna,não entra em juízo, mas passou damorte para a vida». Quem entre nÓsdesejaria perder uma só palavra, umasÓ sílaba, um sÓ fonema desta tão portentosapromessa de salvação?Irmãos e irmãs no Senhor, colegase discípulos na obra desta escola deprofetas: Na abertura de um novo anoletivo, o Senhor de toda a graça emisericórdia queira conceder ao corpodocente e ao corpo discente o divinofavor de permanecer na palavra de Jesus.,na palavra historicamente autêntica,na palavra registrada nos quatroevangelhos (e demais livros canônicos),na palavra inspirada pelo Espírito Santo,a única palavra que nos poderá tornarsábios para a salvação pela fé quehá em Cristo Jesus, a quem seja honrae glória e domínio e poder pelos séculosdos séculos. Amém.A LUTA ENTRE A VIDAE A MORTE(Sermão para Crítica - 169 Domingo deTrindade - Lc 7.11-17)M. W. Flor"Silêncio! Proibida a entrada!» - Oletreiro sobre a porta da sala de operaçõesdesperta em nós sentimentos de apreensão.Ali dentro se trava renhida luta en ..tre a vida e a morte. Os dois adversáriosinconciliáveis estão face a face.Defensor da vida. o médico luta, como bisturi e a seringa, para afugentar o espectroda morte. cujos agentes reduziramo organismo do paciente a uma ruína, emque a vida já não consegue resistir. ­Agora faz-se um silêncio angustiante. Opulso do doente deixa de bater. o sanguecoagula. o corpo esfria ... A mortetriunfou!Muitas vezes a operação é coroada deêxito. A atividade do organismo se reanimae o enfermo deixa. restabelecido, ohospital. Uma vitória da vida? Ah. se fosse!Mas é apenas um armisticio, de breveduração, a esmola de um pequeno prazoque o inimigo desapiedado lhe concede!Pouco mais cedo ou mais tarde elevolta ao ataque e arrebata a presa.


Quem é este conquistador invencívelque, há seis mil anos, devasta a nossaterra e semeia o terror? Quem é este tiranoimpiedoso que não faz acepção depessoa, distinção de idade, discriminaçãoracial, social ou econômica? Que brutalmenteignora laços de afeto, desrespeitavínculos sagrados, estendendo suas garrasfrias ao esposo querido, ao filho dileto,à mãe amada; que, impassível, faz jorrarrios de lágrimas e de sangue e deixa, nosrastos e ecos de sua passagem, sentimentosde frustação, de impotência, de infelicidade?A luta entre os dois poderes:Vida - I. a poder da morteMorte eUm cortejo fúnebre se encaminha parao cemitério. No esquife conduz uma vítimada morte. Não é um velho, alquebrado,farto de dias, que aguardasse ansiosamenteo descanso. É um jovem, no verdordos anos, crestado na flor da idade.É filho único de uma viúva, sua esperançae esteio para a velhice. Já é o segundoholocausto que o negro príncipe dassombras dela exige. Não se mostrou satisfeitocom a usurpação do marido, oprimeiro tributo. Não recua diante de Naim,que significa «a formosa», devido abeleza de sua localização na planície deEsdraelon. Não se compadece do desamparoe das lágrimas de uma pobre viúva.Espreita-a, sim, a ela também, com um risode maldade, pois também e!a não escaparáde suas garras.De nada valem à muiher solitária ascondolências dos amigos bem intencionados:não lhe podem devolver o fi!ho, nãopodem compensar a perda jrreparável.Eis um quadro da miséria e da desolação,em toda a trágica realidade, que amorte criou nesta terra. Todos os sofrimentos,todas as desgraças são sombraspálidas em confronto com o poder sinistro,com o domínio de terror do ceifadorde vidas.Meus amigos: Havia uma época em queo mundo desconhecia o flagelo da morte.Na segunda folha da Bíblia lemos o testemunho:«Viu Deus tudo quanto fizera, eeis que era muito bom.» Infelizmente ohomem não conservou-se no estado de ínocênciae desafiou a advertência divina.Desencadeou, ele próprio, a desgraça indizívelque o sujeitou ao poder fatal damorte. E arrastou consigo toda a sua desoendência,como acusa o apóstolo aos Ro-manos: «Portanto, assim, como por um sóhomem entrou o pecado no mundo e pelopecado a morte, assim também a mortepassou a todos os homens, porque todospecaram.»Aponta o apóstolo, na mesma passagem,a razão de ser da morte: «Pelo pecadoentrou no mundo a morte,» e «todospecaram, assim também a morte passou atodos os homens.» E no fim do capituloseguinte, declara a verdade nua e crua:«A morte é o salário do pecado.»A morte, pois, não é simpiesmente umaconseqüência natural do desgaste do organismohumano, cansaço de células, comoque a biologia moderna. A morte é,entre todos os fenômenos chamados irregulares,o mais antinatural; é uma interferênciaviolenta no princípio da vida; éa abrogação, a supressão arbitrária de umdireito sagrado que o homem originalmentepossui; o direito de uma vida eternaem comunhão com o Criador.Mas isto não explica o terror da morteem toda a sua extensão. Se a biologiatem razão que a morte é simplesmentea dissolução do organismo em seuselementos anorgânicos; se certas fiiosofiasestão com a verdade, quando postulamque a morte é a queda no nada; entãoresta:-ia um grande consolo: Sofrer resignadamenteo assalto do ceifador de vidas e,depois, nada mais sentir, deixar simplesmentede existir.a que, entretanto, torna a morte temporaltão horrorosa, é que segue, no seuencalço, a morte eterna, que a Escriturachama segunda morte. E esta não consistenum uniquilamento sumário do indivíduo,mas sim, na sua exclusão da vida eterna,ou na condenação a um tormento pereneque excede toda e qualquer imaginaçãohumana. Um poeta, como que em gemidos,assim expressa o seu horror; "Eternidade,oh! que temor, me inspiras como teu rigor! És longa em demasia.Só nestanoite de aflição concentro a mente, ocoração, do medo se angustia. Não há nadade pavoroso assim, como este tempoque é sem fim.»Ah, como os homens procuram defender-secontra um desfecho tão doloroso!Como a ciência trabalha para neutralizaro poder da morte, pesquisando meios, descobrindoremédios. Conseauiu efetivamente,em nosso século, ele;ar a idade médiado homem de 35 para 54 anos. Masisto é apenas, como já dissemos, um es-41


molar submisso e vexatório por um prazode dilação aos pés do tirano.Não traz alivio para esta angústia afilosofia dos estóicos que aconselha queo homem sofra caladamente, que se conformeresignadamente com seu destino inevitável;nem a dos epicureus, que o homemprocure afogar as suas dores nosprazeres desta vida. O aguilhão permanecee se faz sentir continuamente. A tendêncianatural do homem é de não estarindiferente quanto ao seu futuro.Não há então uma solução para o problemamais angustiante do homem: a suaimpotência diante da morte? Graças aDeus: há uma solução perfeita e total!Voltemos a Naim!11. O Poder da VidaUma caravana de viajantes se aproximada cidade. Agora se encontra de frentecom a procissão funebre. À frente dogrupo que chega, está Jesus de Nazaré,aquele que dera de si o testemunho ousado;«Eu sou a Vida!» Não é por acasoque intercepta a marcha triunfal do destruidorsinistro. Tinha um encontro marcadocom a morte, seu inimigo jurado.A Vida e a Morte se defrontam! Agoravale a prova! Oh, Vida, Vida, conseguirástriunfar?Um olhar, cheio de ternura e misericórdiapousa sobre a viúva: «Não chores!.O tom meigo da voz, a firme convicção,um poder secreto, faz estancar o fluxo daslágrimas. A expectativa é tensa, prenúnciode um grande acontecimento. O que traráo próximo momento?Novamente os lábios da Vida se movem:«Jovem, eu te mando: levanta-te!» Jesusnem dá pela presença da morte. Oinimigo é muito vil e covarde, para merecerdele qualquer atenção. A simplespresença da Vida o fez abandonar o campode batalha. Nem sequer tenta disputara posse de sua vítima.E diante dos olhos pasmados da multidão,o organismo inerte do jovem se reanima.Movem-se os membros, levanta-seagora o corpo e o que estivera morto, passaa falar. Jesus o restitui à sua mãe..Onde está, ó morte, o teu aguilhão?Onde está, ó morte, a tua vitória? - Graçasa Deus que nos dá a vitória por intermédiode nosso Senhor Jesus Cristo .•O acontecimento notório às portas deNaim era apenas uma escaramuça preliminar.A grande batalha final travou-se cer-ca de dois anos mais tarde. Os mais afamadoscampos de batalha, em que se decidiramos destinos de nações e de civilizações- as Termópilas, a Ponte de Mílvia,Poitiers,Waterloo e as Margens doIpiranga - todos são ofuscados por Golgotá,onde Vida e Morte se empenharamem luta titânica, para decidir a sorte eternada humanidade.É verdade que, quando na sexta-reira,à noite, os amigos de Jesus depositaramo corpo inerte deste no túmulo de Joséde Arimatéia, a causa da Vida parecia perdida.Era uma ilusão, porém, para observadoresmenos perspicazes. A causa deCristo, a causa da Vida, não periclitouum só instante. O inimigo, este sim, orereceutenaz e desesperada resistência.O brado retumbante "Está consumado»,contudo, lhe anuncia a derrota total.E com voz alta, clara e penetrante, Jesusentrega o seu espírito, não ao favor oudesfavor do inimigo, e sim, nas mãos deseu Pai Celeste. E pela ressurreição doterceiro dia a vitória total e final se tornaevidente e indiscutível.Por isso o apóstolo escreve: .NossoSalvador Cristo Jesus não só destruiu amorte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade.»- A luta de Crísto não tevepor finalidade a demonstração, exibiçãode sua força - não era um teatro paradivertir, e sim - a de destruir .pela suamorte aquele que tem o poder da morte ...e livrar a todos os que, pelo pavor damorte, estavam sujeitos à escravidão todoo dia.»Assim o trabalho era exclusivamente deJesus, também a glória pertence a ele tãosomente, mas o proveito é totalmente nosso.Pela sua morte, pela sua vitória sobrea morte concedeu-nos livremente eternoe incondicional de todos os nossos inimigos.Pela sua ressurreição Jesus nosgarantiu uma ressurreição para a vida bemaventuradae perene.Não vale a objeção da nossa razão edos incrédulos que todos ainda devemospassar pela morte; por isso tudo não passariapor um conto de fadas, para animaras crianças e pessoas de mente fraca.Jesus empenhou a sua palavra: «Eu soua ressurreição e a Vida; quem crê emmim, ainda que esteja morto, viverá; e todoo que vive e crê em mim, não morreráeternamente.» - E outra vez: «Quemouve a minha palavra e crê naquele queme enviou, tem a vida eterna, não entraem juízo, mas passou da morte para a vi-42


da;» - E ainda: "Se alguém guardar aminha palavra, não verá a morte eternamente... " Essas promessas são tão reaise verdadeiras como uma palavra de Deuspode ser.O que se deu é que a morte eterna roianulada para todos os que, pela fé, participamda vitória de Cristo; e a mortetemooral foi totalmente transformada: Jánão' é o oficial de justiça que nos cita acomparecermos diante do juizo de Deus,e sim, o mensageim de nosso Salvadorque nos conduz para o descanso eternono Reino da Luz. Por isso o apóstolo serefere aos crentes que morreram, como os«que dormem em Cristo,» e à ressurreiçãocom a um acordar-se de um sono.Vede, o inimigo mortal transformou-seem amigo para os que estão em CristoJesus. É o livramento de todas as agrurasdo presente século e a passagem para ummundo melhor. - Eis porque também, juntoàs sepuituras de nossos entes queridos,que morreram no Senhor, não precisamosentristecer-nos como os que nãotem esperança. Semeamos apenas os seuscorpos mortais no grande campo de Deus,donde brotarão pars uma nova existência.Por isso o consolo de Jesus: «Não cho­I'es,» conserva até hoje o seu vigor e opoder de secar lágrimas ...A morte temporal não apenas é desprovidade todo e qualquer terror; transformou-seainda numa bênção para oscl'entes em Jesus. Nesta convicção exclamouo santo apóstolo: "Para mim o viveré Cristo e o morrer é lucro.» E o mesmosanto escritor nos dá um pressentimentodo fabuloso ganho que teremos com amorte: "Semeia-se o corpo na corrupção,ressuscita na incorrupção; semeia-se emdesonra, ressuscita em glória; semeia-seem fraqueza, ressuscita em poder; semeiasecorpo natural, ressuscita corpo espiriritual... » "porque é necessário que estecorpo corruptível se revista da incorruptibilidadee que o corpo mortal se revistada imortalidade.»Por isso, meus amigos, quando vier anossa hora derradeira, e a nossa carnefraca nos quer inspirar temor, lembremonosentão da vitória de nosso Senhor JesusCristo, da Ressurreição e da Vida, sobrea morte, e teremos o supremo consolo. Oraremos então em venturosa esperança:Em Cristo irei adormecerE em suas chagas me esconder.Da culpa me livrou na cruzE o justo sangue de JesusÉ o meu '"1enhor da salvação,Quando entro à celestial mansãoEm paz e gozo irei partir,Saudoso do feliz porvir.A morte posso ag:-adecer,Por ela a glória passo a verA vida eterna me conduzAumenta a minha fé, Jesus. Amém.ESBOÇOS PARASERMÕESSext1>Domingo após a Páscoa -14.15-21Joo assunto do presente evangelhoiOude ser resumido desta forma: «Nadesolação da nossa vida, o Cristo ressuscitadopede ao Pai que mande oEspírito Santo para viver em nós, dando-nosvida e equipando-nos,ra toda a boa obra».assim, pa­Tema: Dia de MudançaIntrodução: No dia de mudança avelha ou a nova casa está tão vazia,solitária, fria, cheia de ecos, tão estranhapara um lar veI'dadeiro.Deixai o Filho entrar.I. Nós nos sentimos desolados.a - A desolação da vida. (Sozinhosna multidão do mundo).b - A desolação de uma Páscoa quese esvazia. (O que há para ser proclamadodisto agora? Páscoa passou).II. Cristo ora ao Pai para enviar oEspírito Santo a nós. v.16m. O Cristo ressuscitado viVe emnós, v.17IV. Cristo diz: «Porque eu vivo vocêviverá». (Ele entra em nós e nos fazreviver. Páscoateriormente.nos atinge sempre in­Fale de fazer mudança ...),V, Nós vivemos com um propósito.(Obedecemos os mandamentos no seupoder),Conclusão: Pede pelo mobiliário doSenhor. Deixa que Ele se mude. Elenão usa quaisquer móveis, apenas paraencher a casa, mas o equipamento doEspírito. Deixa entrar o Filho, a Vida.ASCENSÃO - Mt 28.16-20Ascensão é para Cristo o triunfo,uma festa de vitória. Cristo abandonou43


o trono do Pai, nasceu para morrer eatravés de sua morte reconciliou-noscom Deus. Seu trabalho foi completo eagora voltou para casa, em certo sentido.Prometeu estar conosco para sempre,mas a ascensão apresentou seu retornovitorioso ao céu, como se fossedar conta de sua obra realizada.O pecado não foi com Cristo parao céu, mas ficou aqui na terra. Rompamosos laços do pecado. Subamostambém aos céus com nossos coraÇões,nossas vont9Jdes e nossos desejos, e as­,sim seguiremos nosso Senhor.Ascensão significa para nós, termoso Cristo vitorioso. Pelo que Eletem feito, nossas vidas adquirem outrosentido. Quando o Senhor subiu não havi?tristeza. A glória não havia sidoafastada. Os discípulos sabiam disso'após Pentecostes. Nós necessitamos deajuda hoje. A igreja suspira por Cristo,e ansiosamente espera o reino celestial.Ela ora pelo Espírito Santo. Deus dáo socorro. Nós podemos avançar emseu poder.I. No seu podera - Ele assegurou aos discípulosseu poder. Eles apenas tinham que relembrarseu poder sobre o pecado, amorte e o diabo.b - Ele assegurou qUe tem podersobre céu e terra, em sua palavra e sacramentos,o poder de romper o pecadoe vencer a morte.li. Neste lugara - Ele deu-nos um lugar e posiçãono seu plano. Ele conta conasco.b - Ele não preserva sua palavraque é a verdade, enlatando-a, secandoa,congelando-a. Ele a transmite.c - Ele enviou seus fiéis para ensinare batizar.d - Nós devemos de todas as naçõesfazer seus discípuols.lH. Na sua presençaa - A sua ordem segue sua promessa.Os seus são enviados para umagrande tarefa no mundo, mas com elesestá presente no mundo, o Senhor.b - A presença de Deus é mostradae conhec~da quando vivemos seu amorem nossas vidas. O Filho de Deus tornou-Sefilho de homem para tornar-nosfilhos de Deus.c - Como você o tem visto subirao céu, assim retornará.Sétimo Domingo após a Páscoa ­Jo 17.1-11O Senhor havia subido ao céu. Eleprometera um novo Confortador e Guia.O Espírito Santo ainda não havia descido.O clamor da igreja hoje não é deuma desconsolada, órfão e abandonada.li: o tempo de espera. A igreja anseiapelo Senhor. Não é uma ânsia pelaglória que se foi. mas pelo EspíritoSanto daquela glória para modelar oscristãos presentes, segundo o modelo deCristo.Tema: A glória de JesusI. A glória da obra de Jesus foi paramostrar o nome do Pai.a - Jesus veio para mostrar todanatureza e o caráter do Pai SI 9.10;20.7; 22.22; Is 52.6; Jo 14.9b - Jesus veio e mostrou Deus emtudo que Ele fez.n. A glória da cruz é o amor divino.a - Pela maneira como morreu, suaglória real foi mostrada ao mundo.b - A cruz foi a coroação da obrade Cristo, oferecendo amor de Deus atodas os homens.c - Glorificou o Pai, sendo-lhe obedienteaté a morte de cruz.TIr. A cruz é o caminho para a vida,o caminho de volta ao Pai.HI. A glória de Cristo ainda brilhaatravés de seus discípulosa - Os discípulos foram dados aJesus por Deus.b - Pelos discípulos sua glória continuaatingindo homens, pelo amor.c - Ele oferece alegria mesmo nomeio da hostilidade.Domingode Pent-ecosteJo 20.19-23Tempestades aparecem na vida, equando chegam, as águas da vida ficambarrentas e agitadas. Quando istoacontece, nós necessitamos de compreensão,mas acima de tudo nós necessitamosde seu Espírito Santo (1 Co 12).Tempestades causam medo, frustraçãoe imobilidade. Esta era a realidade paraas discípulos, e é a nossa realidade.Nós necessitamos de ajuda, de orientação.Jesus lança com seu Espíritouma ponte sobre águas turbulentas.I O Senhor veio e acabou com omedo dos discípulos.44


a - Os discípulos estavam atrásde portas trancadas por medo (20.19).b - Jesus termina com este problematrazendo paz. O fruto do Espiritoé a paz depois qUe o medo foi banidopela fé, paz por causa de sua presença.lI. O Senhor Ü'ansforma as tristezasde seus discípulos em alegrias.a - Eles tinham perdido seu lider,estavam fraquejando. Tinham perdidotodo objetivo e propósito. Eles estavamperdidos.b - Depois que viram as marcasda paixão em seu corpo, eles foram tomadosde alegria. Compare a alegria ea tristeza através de toda sua vida comJesus.IIr. O Senhor vence sua imobilidade.a - Eles estavam medrosos, não fazendonada, apenas sentados.b - O Senhor soprou sobre eles(como o sopro da vida em Gênesis) eeles foram movidos - não mais estavamparados, imóveis, mas como enviadosEle estava vivo para dar vida.rv. O Senhor superou sua confusãoe deu lhes uma nova direção.a - Eles não estavam mais contemplandouma situação ruim. Agoraeles possuíam uma mensagem. Eles estavamincumbidos da proclamação doperdão de Deus.b - Cristo, por seu Espírito, deulhesa chave para os coraçõesdas pessoas o perdão. O soproque foi soprado sobre eles, poderiapassar deles para outros, e trazer vida.Cristo veio para ligar o mundo comDeus. Ele veio para derrubar as bar·reiras da hostilidade entre os homens.Ele o conseguiu pela ponte da cruz. Seuespírito oferece vida e força para osproblemas, e uma vida vitoriosa.Domingo de Trindade - J03.16-18O presente texto que, nesta série, éo evangelho para a festa da SantíssimaTrindade vem como um bálsamoabençoa;do. Quem conhece a literaturade nossa tradição, sabe que foi muitodiscutido o fato que o evangelho tradicionalpara a Trindade (Jo 3.1-15) estáem completo desacordo com o dia e,naturalmente, combina mal com os propósitose as lições deste dia. O domingoda Trindade não envolve uma ação,mas uma doutrina. João 3.16-18 está,sem dúvida, mais de acordo com as verdadeseternas da obra da nossa salvação,efetuada por Deus Pai, Filho eEspírito Santo.O diálogo entre Cristo e Nicodemos,no evangelho de João, inicia no versículo2 e conclui no versículo 15 do capítulo3. Dos versículos 16 a 21, Joãoexpressa as maravilhosas implicaçõesdo amor de Deus em Cristo Jesus. Ospais da igreja conheciam as razões destaescolha, embora que seus herdeirosdepois não a conservassem. Séculosmais tarde, os reformados luteranosvoltaram a usar este texto para o domingoda Trindade.A salvação de Deus, em Cristo, podeser obtida somente pela fé.I. Ao homem é impossível alcançara sua própria salvação.a - Ele está miseravelmente presosob a ira de Deus, agora e sempre.b - Abandonado à sua própria sorte,deve perecer.II. O Deus insondável e inescrutávelenviou, por amor, o seu Filho.a - Este Filho não veio para condenaro mundo.b - Veio para salvá-Io.lIT. A fé, o dom do Espírito, alcançaa salvação.a - Fé nos livra da condenaçãoeterna.b - Fé torna o crente aceitável aDeus.TV. Glória ao Pai, ao Filho e ao SantoEspírito.PrL'1leiro domingo após a Trindade ­Jo 6.51-58Este trecho do Evangelho de Joãotrata do discipulado e destaca, em especial,o segredo da fé e da vida cristã.Propomos como assunto de consideração:«O amor de Cristo até seu sacrifícioé o p8Jdrão de nosso amor».I. Ele desceu do céu para trazervÍ'da eterna.a O pão que Ele dá, oferece avida.b - O sangue que Ele dá traz vida.c - Quem recebe estes dons temassegurado a vida eterna.45


lI. Aquele que come o pão do céue bebe o sangue tem a vida que a simesmo se manifesta.a - A vida vem dele.b - O amor manifesta-se por causade seu amor.Segundo domingo a.pós a. Trindade ­Mt 9.9-13Quando o presente evangelho é usadocomo trecho apropriado para este


porque Ele nos achou e não porque tivéssemosestado perdidos de uma formaespecial.Devemos sruber que Ele ora por nóspara qUe o diabo não nos possa arrebatar,para que permaneçamos firmesna fé Nosso valor consiste somente nistoqu'e Ele nos ergueu e nos segura porSua mão.rI. ProcuraiSomos responsáveis por aquele queestá perdido e não podemos ficar contentes,contando somente os noventa enove que foram encontrados. Todo queestá cansado e desamparado, todo porquem Deus tem compaixão está incluidoem nossa responsabilidade.Falemos. mas não deixemos de efetuara cura. Pregar o Reino significafazer outros pertencer ao Rei. Ê lembrade>também nossa autoridade sobreespíritos imundos e nosso poder decurar doenças e enfermidades .Nós o temos. Passemos adiante. Nósfomos achados. Procuremos.Quarto domingo após .a Trindade ­Mt 10.26-33Neste evangelho Jesus nos exortaa confiar em Deus, o qual inclui o conhecimentosalvador de Cristo.Tema: A fé que confia e confessaTodos nós confessam.os corretamentenosso Credo: «Eu creio em Deus ...»,mas fé é muito mais que recitar credosou concordar coril dogmas.I. Fé é confiar em Deus.a - Falta de fé não é apenas o duvidarde dogmas ou não ter certeza daexistência de Deus, mas ter medo, medoda morte eterna, medo de subsistiragora.b - Fé nos liga com Deus, como oPai, que nos sustem. Ele conhece todanossa necessidade e Ele tem cuidado.Nós sabemos que tem cuidado de nósporque Ele deu o seu próprio Filho pornósṅ. Fé confessa a Jesus Cristo comoo Cristo de Deus.a - Falta de fé não é não saberrecitar um credo, mas é deixar de seapropriar do dom de Deus, que é a vidaem Cristo Jesus.b - Por outro lado, fé, verdadeiradiz: «Jesus, eu te conheço.Tu és o enviado de Deus para remira mim e para juntar-me à família doPai e Tu o conseguiste com o preço doteu próprio sacrifício. Tu realmente oconseguiste. E eu quero contá-Ia ondeeu posso».Quinto domingo após a Trindade - Mt 10.37-42Aqui salientam-se os aspectos denosso amor a Cristo: pois é mais queamor ao próximo, mas promove o amorao próximo.Tema: Que se entende por amar aCristo?'Em hinos nossos cantamos o amor aJesus (Citar alguns exemplos). Melhorque tudo é que Jesus nos diga oque realmente envolve amar a Ele,I. Amá-Ia mais do que ao competidora - A concorrência de pessoas amadas.Algumas decisões cruciais: Estãoelas se intrometendo entre mim e Jesus?Engano-me a mim mesmo supondoque não os deveria amar?b - A concorrência do conforto. Oídolo de nossa era. Lembremo-nos queEle renunciou ao conforto quando Eleprocurou libertar-nos da escravidão dacarne e do mundo.n. Amá-Ia bastante para amar aspessoas .a - Jesus nos comprou de sorte quenos importemos de seus filhos e suas filhas,edificando os membros de seu corpo.b - Ele garante sua promessa debênção com seu próprio sacrificio, nomeio de seus irmãos, para redimir-nostodos pelo preço de sua própria vida.(Xota: As presentes disposições sãouma continuação da sequência do númeroanterior, traduzidas do C.T.M. de1972, pelos estudantes da Faculdade deTeologia, sob a orientação do ReitorA. J. Schmidt)SONHO IMPOssíVEL(Devoção proferida no SemínárioConcórdia)M. ,O.WarthHá uma canção sobre o «Sonho Impossível»no musical do «Homem de LaMancha».é comovente a melodia e conteúdo.47


- o homem sabe que é um «sonhoimpossivel», mas ele quer continuar avencer o inimigo invencível- ir onde os bravos fogem- fazer justiça para todos.Há um «sonho impossível» na tuavida e na minha- pode ,ser déscrito como Jesus fez,dizendo: (Mt 13.31)«O reino ,rue Deus é semelhante aum grão de mosta.rda!»- parece um «sonho impossível»que a menor das sementes se possa tornaruma árvore, maíor que todas ashortaliças.parece um «sonho impossível»que dentro de cada um de nós que somosparte do mundo mau, existia oReino de Deus.Reino de Deus é o tema central daEscritura.- Deus estabeleceu o seu Reino comuma promessa; Eu sou o teu Deus. Tués o meu povo.- por um «sonho impossível», queé o próprio Salvador Jesus Cristo, tornouesta promessa uma realidade.- pelo «grão de mostarda», que ésua Palavra cheia de Espírito Santo,Deus faz crescer continuamente a suaárvore do Reino de Deus, que tem dimensõesescatológicas.Ê um «sonho impossível» quandopensamos na luta constante da nossacarne contra o espírito.- mas Deus torna o sonho umarealidade pelo constante perdão que recebemosem Cristo.- o que parece impossível, Deustorna realidade final, quando nos receberno seu Reino eterno de glória.O «grão de mostarda» nos revelaalgumas dimensões confortadoras doReino de Deus em nós e entre nós.10 nos mostra que, por mais simplesque possa parecer, é necessáriolançar a semente na terra: a Palavrado Evangelho precisa ser falada nomundo.20 o resultado já está prefixado nasemente: o grão de mostarda será umaárvore; a Igreja e vai Se completar nodia final.39 o crescimento existe e segue oseu ritmo próprio, embora não possaser notado sempre: a Igreja existe, vivee cresce, embora possamos ficar desapontadoscom a vida cristã na Igreja.Esta última dimensão nos leva aduas reflexões:nossa vida imperfeita, comomembros da Igreja de Deus, nos develevar à humildade, ao arrependimento,mas também a compreensão dos errosdos outros cristãos,- em segundo lugar, o «grão demostarda» precisa crescer em nós.Ê claro que nenhum «sonho impossível»se realiza sem o dom e o milagredo «grão de mostarda» de Deus emnós.- mas, com o poder de Jesus, emquem nós podemos apoiar totalmentepela fé, muitos «sonhos impossíveis» esperampara serem tornados realidadeem nossa vida.- há tarefas 8. serem cumpridas,estudos para serem feitos, dons paraserem usados, livros para serem escritos,lTlúsicas para serem compostas,poesias para serem feitas, amor paraser dado.- já descobliste o teu «sonho impossível»que o «grão de mostarda» deDeus quer realizar por teu intermédio?- pelo «grão de mostarda» tu tetornaste um precioso instrumento nasmãos de Deus, embora as aparências talvezainda digam o contrário.Nós professores lançamos em cadaaula preciosos «grãos de mostarda» nacerteza de que Deus fará «sonhos impossíveis»uma realidade quando vósireis comunicar o amor de Deus emJesus Cristo.Vós alunos semeais «grãos de mostarda»em cada estudo, em cada devoção,em cada oração.Pastores semeiam (no rádio) sempoderem ver os frutos, pois a seara égrande.Cada um de nós sonha um «sonhoimpossível»- que não será realidade, quandonós mesmos queremos tomar o destinonas mãos, quando confiamos em nósmesmos.- mas que se realiza, de acordocom o ritmo- de crescimento do «grãode mostarda» em nós, quando colocarmostudo nas mãos de Deus. «Possotudo naquele que me fortalece».É possível- comprar um banco de igreja, masnão é possível comprar um lugar nocéu.(Conclui na pág. 62)48


DOCUMENTOSA IGREJA QUE A GENTE QUERNa Arquidiocese de Vitória a Igrejasofre uma mudança. Mudança de qualidade,como a semente de café vira planta,pé de café. É tudo café, como a Igrejaé sempre Igreja. Mas muda de qualidade.Semente é diferente da plantae planta é diferente de fruta. Assim aIgreja de Vitória está plantando umasemente no chão da vida do povo. Sementefica debaixo do chão, a gentenão vê. Pode até pisar em cima dela,mas ela acaba germinando dentro daterra, dentro da vida. Aqui a pouco vaibrotar. O que vai nascer?QUE FRUTOS ESPERAMOS DES­SAS SEJVIENTES QUE ESTÃOSENDO LANÇADAS PELA NOS­SA IGREJA, PELAS NOSSASCOMUNIDADES?Quem planta café não espera colherbatata. Espera colher café. Assim, vejamo que todos nós esperamos colherdessas sementes que nas cidades e nasroças as comunidades estão plantandono chão da vida:- UMA IGREJA POVO DE DEUS- Uma Igreja que não seja só de padres.Seja principalmente dos leigos. Oengenheiro pode saber construir a casa,mas é o mutirão do povo que põea casa de pé. Cálculo de engenharia nãobasta para fazer a casa, fica no papel.Família nenhuma mora num papel, moraé em casa de pedra, tijolo, madeirae telha. Quem faz essa casa é o trabalhodos pedreiros, do carpinteiro, dobombeiro, do eletricista, etc. Mas casasem cálculo e sem planta sai errada.Então o engenheiro é importa,''lte, massozinho ele não ergue a casa O mesmoacontece na Igreja: o padr'e soziJ1..honão é a Igreja nem faz a Igreja. AIgreja é {) povo que tem fé em Deuse amor ao próximo. Dentro da Igrejacada um tem sua fun~ão e servi~o comona construção da casa: um tomaconta da capela, outro cede sua casa49


para a reunião da comunidade, outraorganiza as festas, uma senhora visitaos doentes, outro lê a Bíblia e explicapara a comunidade, uma moça ensínacatecismo para as crianças, etc. O padreé CC1illO o engenheiro: anima a comunidaie,ajuda na orientação. Masqualquer obra pode ser tocada sem queo engenheiro fique lá o dia todo. Osoperários sabem fazer as coisas. NaIgreja também todos devem saber fazeras coisas, todos são responsáveis:padres e leigos. Ninguém é melhor doque o outro, pois todos têm a mesmaimportância. O dono da casa é JesusCristo. Cada um de nós é um tijolo dacasa.- UMA IGREJA POPULARIgreja feita de povo e não apenas degC'lte que tem dinheiro e prestígio. Jesusfoi pobre, os apóstolos foram pobres:muitos eram pescaiores. A Igrejatambém deve ser pobre e nela ossimples e humildes devem ocupar os primeiroslugares. Como Jesus deu preferênciaaos pobres, a nossa Igreja devedar preferência à gente simples, ao homemtrabalhador, ao operário e ao lavrador.Na sociedade o pobre serve aorico - na igreja o rico deve servir aopobre.- UMA IGREJA MINORIA - Omelhor é a gente não se preocuparcom a quantidade, mas com a qualidade.Um pequeno diamante vale maisque uma tonelada de pedras. Assim,vamos tra:balhar com grupos e pequenascomunidades e não com multidões.Chega de católicos de nome, que sóquerem saber da Igreja na hora de batizaro filho ou casar a filha (e aindaficam danados Se o padre não faz comoeles querem!). O que interessa éque as pequenas comunidades formadasno meio do povo saibam que elassão Igreja. Com elas vamos fazer o trabalhode evangelização - anunciar pelaspalavras e atos que Jesus Cristoveio nos libertar de todas as misériase opressões, espirituais e materiais.Trabalho com pequenos grupos rendemais. Neles o Evangelho é como umacolher de açúcar diluída numa pequenaxícara: dá sabor ao café. Mas misturaruma colher de açúcar num caldeirãode café a gente nem sente o gosto.- UMA IGREJA COMUNIDADE- Massa é diferente de comunidade.Quando o templo está cheio de genteassistindo missa, pode ser que essas pessoasnada tenham em comum entre elas:isto é massa. Na massa as pessoas estãoumas em frente às outras. Há algode comum entre elas. Imaginem umafamília com 50 membros: uns nem reconhecembem os outros. Numa famíliade 5 membros todos se conhecem.Por isso devemos formar, promover edinamizar COmunidades Eclesiais deBase - CEEs. Onde se reúne um grupode cristãos da mesma rua, do mesmobairro, do mesmo local de trabalho,lá existe uma CEB, uma comunidade deIgreja.UMA IGREJA CRISTOCÊN­TRICA - Êta palavra complicada! l\Tassignifica uma coisa bem simples: Igreja,onde o Cristo esteja no centro. Temmuita Igreja por ai onde no centro estáo São Benedito, a Santa Luzia ou aNossa Senhora da Penha Tudo issotem o seu valor, pois Benedito, Luzia eNossa Senhora foram pessoa·s que viveramtudo o que o Cristo falou. Mas nãopodemos trocar o motor pelos acessórios.Carro anda é com o motor. E naIgreja o motor é Jesus Cristo, que morreue ressuscitou por nós. Ele está vivoentre nós e confia em cada um de nós.- UMA IGREJA DOS LEIGOS ­Como vimos, engenheiro sozinho nãoconstrói uma casa. Pa:lre sozinho não éa Igreja. A Igreja são os leigos,o povo.Alguns leigos se fizeram padres OU foramnomeados bispos ou eleitos papasnão para mandar, mas para servir aosleigos. O papa João XXIII era um camponêspobre da Itália. A Igreja é formadapor todos os homens de fé. Masnão hasta saber que se pertence a umafamília: é preciso assumir compromissoe se sentir responsável pelo crescimentodessa família. Os leigos devem cadavez mais ter voz e vez na Igreja, poiseles são a Igreja.- IGREJA PERSONALIZANTE ­Onde cada pessoa se sinta de fato gente.Se alguém faz uma viagem, cheganuma cidade, fica parado na praça semfalar com ninguém e sem conhecer ninguém,é bem possível que ela não gosteda viagem. Mas quando a gente cheganuma cidade, vai à praça e conversacom uma porção de gente, a gentegosta, pois foi reconhecido como pessoa.Assim deve ser na Igreja: cada um terum nome e um rosto. Ainda tem genteque na Igreja se sente como freguês50


num supermercado da fé: vai lá só paracomprar batísmo, missa de casamentoou de enterro. Parece que outros,quando entram na Igreja, só têm ouvidos,pois nunca abrem a boca pra falar.Outros parece que deixaram o corpoem casa, pois se sentem só alma,como se a salvação fosse só da allna enão da pessoa toda. Ora, Deus querlibertar o homem todo, e não só da suamiséria espiritual, mas também da suamiséria material.- UMA IGREJA CARISMATICAOutra palavra complicada, mas quesignifica o seguinte: uma Igreja ondeo Espírito Santo possa soprar e dar vidae não uma Igreja cheia de leis, estruturase ritos mecânicos. Um sujeitopode comprar a melhor semente deplanta, o melhor jarro e plantar. Se elanão puser água todo dia e não deixarno sol a planta vai indo e morre. A Igrejapode ser muito bonita, muito bem organizada,mas se não tiver a água dafé do povo e o sol do Espirito de Deusvai indo e fica que nem pneu no atoleiro:gira sempre no mesmo lugar. OEspírito Santo é quem mostra o quecada membro da Igreja é capaz de fazere como pode ajudar na cOlTmnidade:as funções e serviços dos quais falamosacima. Isto são os carísmas, ouseja, os dons que Deus dá a cada umpara o bem da comunidade. Assim aIgreja caminha pra frente.- UMA IGREJA PLURIALISTA- Plural são muitos: cristãos. Singularé um só: cristão. Uma Igreja pluralístaé uma Igreja que não fica fechadaem si mesma que nem coruja domato, mas se abre para os outros eaceita a colaboração de cada um. UmaIgreja que valoriza as diversas experiênciaspastorais, a caminhada de cadacomunidade. Salada boa não é aquelaque é feita de um legume só, masaquela que tem cenoura, batata, tomate,pimentão e maionese. Ai sim, elafica boa. Também é assim na Igreja:ela deve saber aproveitar o jeito e otrabalho de cada um, de modo a daroportunidade a todos.UMA IGREJA PARTICULAROu seja, que tenha característícaslocais. Tem muito Volks amarelo poraí, mas o dono de um sabe exatamentequal é o seu, pois cada carro, emboraigual na aparência, tem suas característicasparticulares. Nossa Igreja tambémdeve ter suas feições próprias, seujeitão, sua maneira de trabalhar. Êassim que ela vai contribuir ainda maispara a Igreja espalhada pelo mundoafora, a Igreja universal.UMA IGREJA POBRENão apenas uma Igreja dos pobres,mas também uma Igreja pobre. Igrejasem luxos e pom.pas, sem salamalequese enfeites. Bicicletas com muito acessórioe enfeite acaba andando devagar.Pra andar depressa deve ser bem l"ve,como a Igreja. Ao mesmo tempo ::L "ossaIgreja deve ser despretensiosa, !ll,mil de, sem querer ser a dona da bolada Verdade e da Salvação. Igreja pobre,que se não tem templos, se reúnenas casas; se não tem alto-falante natorre, canta ao violão de um rapaz; sealguém precisa de ajuda, faz mutirão.- UMA IGREJA PEREGRINA ­Um sujeito morava num descampadomuito bonito. Muita gente queria comprara casa dele, mas ele não vendia:«não saio daqui porque daqui possocontenmlar a beleza da natureza». Eletinha /azão. :rVrascom o tempo foramconstruindo uma cidade ao redor dacasa dele, E ele continuava insistindoem não sair. Ergueram muros, prédiose edifícios, e passados alguns anos elejá não via nenhuma árvore, só cimentoe asfalto, Mas continuava firme:«daqui não saio, pois tem uma naturezamuito bonita». Assim é a Igrejaque não caminha e fica sempre namesma toada: o mundo muda e ela continua.O mundo renova e ela envelhece.Acaba que nem aquele sujeito: ranzinzae apegado ao seu cantinho. UmaIgreja peregrina é uma Igreja que tempernas para andar e procura sempre atrilha do futuro. Por isso esta Igrejaestá sempre fazendo revisão da vida,cursos de renovação, questionando seuspassos, de modo a nunca envelhecernem enferrujar. O óleo que não permitesua engrenagem pegar ferrugem écomposto de duas coisas: Evangelho eVida. A Palavra de Jesus mais os Acontecimentose Situações que a realidadeem que vivemos vai mostrando.- UMA IGREJA MISSIONARIAA Igreja é como um ônibus: ninguémentra no ônibus para só andar de51


ônibus, mas para ir de um lugar aoutro. ônibus é veiculo, é meio detransporte. A Igreja também é veiculo,é o meio que nos conduz ao Reino deDeus. A missão da Igreja não está nela,está fora dela: anunciar a presençado Reino de Deus no mundo dos homens.Assim como ninguém fala parasi mesmo, mas fala para ser ouvidopelos outros, a Igreja vive e prega oEvangelho para transformar o homeme o mundo.- UMA IGREJA ECUMÊNICA ­Nãc são os católicos que acreditam emJe3us Cristo: também são discipulos decristo os protestantes, os batistas, adventistas,presbiterianos, congregacionais,etc. Os crentes também são cristãoscomo os católicos. Por isso a Igrejadeve procurar viver em unidade comas outras Igrejas: Deus não quer a divisão,quer a união, porque a união faza força.UMA IGREJA DINÂMICA ­Âgua parada dá bicho e faz mal àsaúde. Âgua da correnteza qualquerum pode tomar, é limpa. Igreja paradona,apegada às suas estruturas, é comoágua parada: não serve para matara sede qUe os homens têm de Deus.Igreja dinâmica, comprometida com osproblemas dos homens, é como águada correnteza: acaba com a sede dagente, renova as energias da gente.- UMA IGREJA ENCARNADACada comunidade que forma a Igrejade um lugar - de uma cidade, de umbairro, de uma vida - deve procurarcriar raizes nesse lugar. Igreja semraizes é como planta fora da terra: secalogo. Tudo que diz respeito ao homeminteressa à comunidade cristã. Senum lugar os posseiros estão sendo expulsos,a Igreja deve participar do problema.Se noutro lugar os bairros pobresnão têm água e luz, a comunidadecristã deve participar do problema.E assim por diante. De nada adiantamuita reza se os cristãos não assumemas dificuldades da vida do povo, comoJesus fez.UMA IGREJA VIDA - Assimcomo a planta se alimenta de água esol, a Igreja se alimenta de Fé e deVida. As duas coisas devem estar bemjuntas no povo. O povo deve olhar osfatos de vida com olhos de fé. Ao mesmotempo deve celebrar na sua fé osfatos da vida: a colheita bem sucedida,o aniversário de um amigo, a uniãodos companheiros de trabalho, a alegriaque traz a vitória do time preferido,o mutirão para construir a casa deum vizinho, etc Tudo isso deve ser celebradopela comunidade do mesmo jeitoque ela celebra o nascimento de umacriança no batismo, a entrada de umjovem na adolescência pela confirmação,Cristo feito alimento na vida dohomem pela eucaristia, a unidade deamor de um rapaz e uma moça pelocasamento, etc. Sacram.entos são mui·to mais que 7: é todo acontecimentoque nos aproxima mais de Deus e doshomens.- UMA IGREJA SERVIÇO - Jesusdisse que ele não veio para ser servido,mas para servir. A comunidadede Igreja não existe para ser servida,mas para servir. Quem não vive paraservir não serve para viver, já dissealguém por aí. Imaginar um cristãoque não queira servir é como imaginarum motorista que não saiba nem pegarno volante do carro. O Igreja serve aopovo participando de sua busca de libertação;o povo quer estar livre damiséria, da opressão, da ignorância, dasdoenças. Assim como Jesus curou oscegos, fez andar os coxos, deu saúdeaos leprosos, ressuscitou os mortos, aIgreja deve servir e libertar aquelesque hoje mais necessitam de seu amor;os pobres.- UMA IGREJA FERMENTO DOREINO DE DEUS - Reino de Deus éuma expressão da Biblia para significaro mundo que um dia vai existirporque Deus prometeu: mundo semmiséria, sem divisão de ricos e pobres,sem mortalidade infantil. Mundo aquinesta terra em que os homens vão vivertodos como irmãos, um procurandoservir ao outro. A Igreja é agora ofermento desse mundo novo: fermentoa gente coloca na massa para a massacrescer. Igreja fora do mundo é comofermento fora da massa. Portanto,cada comunidade cristã deve procurarser na sua cidade, no seu bairro, noseu local de trabalho este fermento deum mundo novo, denunciando todas as52


arreiras que impedem a comunhãoentre os homens, procurando destruirtodos os obstáculos qUe dividem os homensentre si. O cristi5.o quer um mundosem privilégios, onde todos possamter iguais direitos: diante de Deus somostodos iguais. Cabe então à Igrejalutar por esse mundo e ao mesmo tempodescobrir e apontar as causas quedeficultam a construção desse mundo.E por isso que Jesu.s nos ensinou a rezartodos os dias: «Venha a nós o "'vossoReino».- UIVIA IGREJA PROFÉTICA ­Na Biblia o profeta não era equele quea.àivinhava o futuro1 mas aquele quemostrava ao povo a verdadeira vontac~e~deI?el~s._ A I~greja./-~ cada comuniaaCteeC18S1al de DaSe L8Yil essa mesmavccacão: aDontar Dara o povo a verda~cleira- v(rn.~L8.,de de Deus. Não a vontadedos poderosos, dos que f,Ó que:t'em mandare aumentar suas riquezas. J\/Ias avontade de Jesus Cristo que se fez po...bre cora os -oOb1'85. Corno ele a cCI"nunidadedeve denunciaT todos os erros elr.:1Ist::.ça s da sociedade: quando umcrj.stão se cala, é Deus quenl cala, poisEle quer falar pela nossa boca.- UNtA IGHEJA LIBEHTADORAO homem não é só espírito, pois seassim fosse ele neln precisaria trabalharpal'8, COlner. O hOIllenl é carne eosso, cOllsciêl1.cia, rl1erl1ória e in teligêneia..Por isso a Igreja. r:.ào quer salvarsó o espí.rito 6.0 homem, quer «salvar ohomem todo e todos os homens» (papaPaulo VI). Salvar signifíca libertar:libertar das rIlisérias espirituais e materiais.Na sociedade a Igreja deve sera voz dos que n8~o têm voz, visandocriar um mundo mais justo e maís fraterno.E nisso ela deve Se en1.penharcom cO~L'agem, pois o próprio .Ie3US nãotemeu a cruz - por ela ele encontroua "lida. A cruz, ~a perseguição, a calúniae a difarflação são elogios para ocristão: nl0stra qUe ele está do ladodos pobres e nâ,o daqueles que queremmanter a pobreza para poderem ficarmais ricos ainda. «Bem-aventurados osque sofrem perseguição por causa domeu NOHle» (Mt 5).Doe. da Arquidiocese de Vitória1975 - ES(CEI - Documento 63 - julho 1975)-:0:-1 - O crescimento dos movimentoscarisElá ticos, na.s Igrej a.s Prote:stan taise na Igreja Católica Romana) terr.L sidoum fator estimulante no despertall'lsntode um novo interesse no EspíritoSanto. Nesta Pastoral que nos foisolicitada pela. Segunda Regi§,o Eclesiástica,não pretendenlos dar respostasa toda.s as questões relacionadas com anatureza .. obra e manifestaçilo do EspíritoSanto na vida da Igreja, dos inc1ividuose do ynundo, rnas estabelecer aposição metcdista sobre o 8.ssunto e estinlularos meto distas a continuaremestud.ando o que a palavra de Deus nosensina; e huscarern o «Dom do Espírito»para as suas vidas individuais e paraa vida das igrejas '.3, tambéIH H. manifestaremo poder gera-dor e santificadordo Espírito 8TYl seu testemunho peranteo Inundo. Nào é tão importante«c.onhecer);. a doutrin.a, mas experimenta.rJesus Redentor pelo .seu Espírito.Na Bíblia, especiaL.'TI8nte no Novo Testamento,a ênfase é dada à atividadedo Espírito Santo. Para os homens queescreveram o r-Tovo Testamento, ben1como para aqueles para os quai.s roi escrito,o Espírito não êl'a urna doutrina,n'las uma expel'iência. Sua palavra chavenão era crer no Espírito Sa.ntoJ masreceb:el~o Espírito Santo.2 - Tenlos falado muito em «!nis~sões» e L'luito pouco em «lvfissão». OConcilio Gera.! venl àespel'tar a consciciênciados H1.etodistas no B:easil paraa importância da «l\.'.Iissào»,88111 aqual as «nlissões» por T.nais florescentesque se ap1'8Senten1j não pa.ssam deE1ero ativis1110 hUT.t1.al1.o. Erl1. o NovoTest~nl1.ento, a TI1.issão tem precedênciasobre tudo, inclusive sobre a própriaIgreja. F.... leitura do :1\To\7oTesta111entonos dá a pel"'ceber que existe UTY1Et integraçãoentre Miggâo e !gl'eja, UHl círculo,que nào é vicioso porque tem oseu centro n§,o em si mesmo mas foradele. «É criado pela presença ativa deCristo. ,J:!] o resultado de seu lYlOvirI1ento,de sua ação de enviaT. Tanto a Igrejacomo a Missào, enqua.nto atividadede homens são resultados da ação missionáriacriadora do Espírito (Jo 20.21).A Missão de Cristo vem prímeiro; a53


Igreja e a Missão são resultados quese interatuam».O' pouco resultado que temos colhidodo nosso esforço missionário decorre,em grande medida, da falta dorevestimento do poder do Espírito Santo.1.8 «receberei poder ... e ser eis mínhastestemunhas»).3 - Comprendemos que estamostratando com algo que supera a nossacompreensão. Perguntamo-nos se nãodeveríamos apenas limitar-nos a um atode adoração e gratidão e dizer com SãoPaulo: «Graças a Deus pelo seu dominefável» (II Co 9.15). «Podemos expressar-nosa respeito do inexpressível»?Razão tinha Cirilo de Jerusalémquando afirmava: «A graça do Espíritoé verdadeiramente necessária para tratardo Espírito Santo; não com o fimde tratar dele como convém, porque istoé imposível, mas para que possamtratar deste tema sem perigo, dizendoo qUe está contido nas Escrituras divinas»(Catequesis, XVI, I). 0' EspíritoSanto é o alento de Deus mediante oqual outorga vida na criação e na recriação,ou resumidamente, é Deus emação na vida humana. Segundo as Escrituras,o Espírito Santo, é o poderatravés o qual Deus age. Ele está presentena criação, ordenando o que antesfora um caos (Gn 1.2). A preocupaçãodo autor de Gênesis é o relacionara criação com o Criador para mostrarque todas as coisas estão sob o domíniode Deus. E também está presentena 0'bra da Regeneração, pois permaneceno mundo como único Poder Regeneradore Libertador do homem.Além disso, o Espírito Santo é o Paráclito- consolador e exortador que sus··tenta, consola a anima a Igreja a prosseguirem sua luta contra todas as forçasque escravizam o homem. (Jo 20.22). E Ele ainda que nos conduz a todaverdade, a verdade que está emCristo e que é o próprio Cristo.4 - Nem sempre aqueles que se interesseampelo Espírito Santo fazemdistinção entre «o Dom do Espírito» eos dons do Espírito. 0's segundos semo primeiro só podem prejudicar aquelesque alegam possuí-Ios e perturbara ordem e a paz de outros crentes fiéise dedicados. 0' dom por excelência é oDom do Espírito Santo. Todos os demaissão secundários e complementários.Ninguém deve se gloriar de pos-suir dons mais excelentes que os demaiscrentes, pois o Corpo de Cristo,que é a Igreja, necessita de todos osdons para que ela cumpra a sua Missãono mundo.Neste momento em que a IgrejaMetodista está sendo despertada paratomar consciência de sua missào nomundo e buscar o poder para cumprí­Ia, reconhecemos a necessidade urgentedo Dom do Espírito para o cumprimentoda missão. 0's planos e progTamasde Evangelização, Ação Social,Missões, Educação, e outros, só se tOTnamparte da Missão na medida emque são batizados com a promessa de(At 1.8): «Mas recebereis poder, aodescer sobre vós o Espírito Santo, esereis n1inhELs testemunhas tanto en1Jerusalém, como na Judéia e Samariae até aos confins da terra». 0' Dia dePentecostes tem sido considerado comoo dia de Nascimento da Igreja Cristã.Sob a presença e o poder do EspíritoSanto houve manifestações miraculosas.Mas além destas manífestações miraculosas,estava o revestimento permanentedo Espírito nas almas dos crentes,como um poder iluminador e santificador,que os unia em um só corpo.«A natureza exata da manifestaçãopentecostal talvez seja difícil de recuperar.Por certo é difícil de reconciliara proclamação do Evangelho emmuitas línguas, com o que sabemos poroutras passagens como o «falar línguas»(ICo 14.2-29) e com as criticasde que nos informa o autor de Atos, deque «estavam embriagados» (At 2.13),que Pedra se viu obrigado a contestar.Mas o sígnificativo nestas manifestaçõesespirituais é a evidência visívele audível do Dom e do poder de Cristo(At 2.23). Para aqueles primeiros cristãos,era inauguração triunfal de umanova relação com o Senhor vivo, cujaconfiança domina grande parte do pensamentoda Igreja Apostólica. Se o discípuloreconhecia visivelmente sua lealdadepor meio da fé, do arrependimentoe do batismo, cria que o Cristo exaltadoreconhecia não menos visivelmenteao discípulo por meio do Dom doEspírito. Pentecoste, foi certamente umdia do Senhor; e ainda que dificilmentese possa chamar o dia do nascimentoda Igreja, porque esta teve seu começona associação de Jesus com seus discípulos,assinou uma época na procla-54


mação do Evangelho, na convicção da'presença de Cristo que alcançaram seusdiscípulos, e no aumento dos aderentesda nova «fé» (Walker: História de IaIglesia Cristiana, pág. 22).5 - Muitas pessoas perguntam: queé carismático? O termo carismáticovem da palavra grega Charismata, quepor sua vez vem de Charisma, e Charismavem de Charis, que quer dizergraça. São Paulo, em Corintios, usa apalavra Charismata, que as nossas Bíbliastraduzem por dons espirituais. Podemosdizer que os carismas são graçasou manifestações extraordinárias do EspíritoSanto, concedida aos membros daIgreja para o bem dos demais e, sobretudopara a propagação da mesmaIgreja. Uma tentativa de definição decarismático nos é dada pelo Rev. BobStamps nos seguintes termos: «Se umapessoa crê que Deus está vivo e livreno mundo de hoje, livre para fazer oque ele deseja fazer, então ela é umcarismático, goste disso ou não, faleem língua ou não fale, queira ou nãoqueira» .O carisma é produto de Charis, istoé da graça, e a fonte única de todos oscarismas se acha naquele que se chamaEspírito por excelência (I Co 12.4),que é Deus (12.6). O fim destes carismas,segundo São Paulo é a utilidade(I Co 12.7), mas não a utilidade individualde quem os possui ou exercita,mas coletiva ou social de toda a Igreja.São Paulo (I Co 12.12s; cf Rm 12.4se Ef 4.4-11s), comtempla a Igreja comoa um corpo cujos membros possuemuma função específica, porém não somentepara seu proveito, mas para obem de todo o organismo.São Paulo nos dá várias listas doscarismas. Nenhuma delas pretende sercompleta, e, às vezes, emprega termosequivalentes para designar o mesmocarisma.Há uma lista de nove dons e outrade oito em I Co 12.8-10,28-30.12.8-10Palavra da sabedoriaPalavra das ciênciasFéDom de CurarOperações de milagresProfeciaDiscernimento do espíritoVariedade de línguas_ Capacidade para interpretá-IasApóstoloProfetasMestresOperadoresDons ,de curarSocorrosGovernosVariedades12.28-30de milagresde línguasPouco adiante, no mesmo escrito,encontramos outro grupo (I Co 14.26),Salmos, doutrinas, revelações, línguase interpretações.As outras listas (Rm 12.6-8; Ef 4.IIIsão as seguintes:ProfeciaMinistérioEnsinoExortadorContribuintePresidênciaMisericordiosoApóstolosProfetasEvangelistasPastoresMestresRomanosEfésiosÉ bom lembrar que São Paulo enfatiza:1) a variedades dos dons :2) suafonte única, apesar de suas manifestaçõesexternas; 3) seu fim comum, obem de toda a comunidade, antes quede indivíduos isolados. (I Co 12.4-11;Ef 4.4-6,11-16). Convém lembrar aindaque São Paulo dá lugar proeminenteaos dons de sabedoria e cOTlhecimentoque faltavam na Igreja de Corinto, eestima o dom de profecia superior aglossalalia (14.1-5). O profeta fala inteligentementee beneficia a todos osouvintes; a glossólogo é ininteligível, amenos que haja intérprete, e edifíca asi mesmo.(Glossolalia, glossólogo - capacidadede falar em língua que não temaprendido.)55


6- Embora a contribuição especificado M:etodismo à doutrina do Espíritoseja o Testemunho do Espírito (Rm8.16), não temos descurado dos demaisaspectos da Obra do Espírito na vidados crentes, na Igreja e no ll1UIlclo. Recebemoscom alegria todo esforço honestopara uma corl1preensão Hlais EnlpIae mais profunda da atuação do EspíritoDivino no atual momento históricoqUe vive a Igreja de Cristo no rnundo.Só o poclel~ de Deus vivo, que semanifestou lTmravilhosamente no Pentecoste(At 2.11), poderá levant8x aIgreja e encaminhá-Ia ao seu verdadeirodestino.7 - ReconhecCI110Sos aspectos positivosdos movimentos carismáticos:mais amor para com a palavra de Deus,maior busca do poder espíritual atravésda oração, mais zelo pela práticada vida cristã, maior zelo evangelizante,luas CUlnpre-nos, no exerClCIO donosso 111unU§episcopal, aleItar os irmãosn1etodistas quanto a.os erros deinterpretação bíblica e a paxcialidadena busca e no exercício dos:1ons espirituais.Ê neste propósito que nos animamosa pedir a atenção da cornunidademeto dista para os seguintes pontos:a) - A Igreja Ivletodista aceita o«não proibais» de São Paulo aos Corintios(ICo 14.34), mas seguido aindao apóstolo, sugere critérios para o exercíciodos dons espirituais:I? - a inteligibilida.de (I COl"íntios14.1-19)20 - o poder do convencimento (ICo 14.20-25; Cf Is 28.11, 12)39 - Controle (I Co 14.26-33)4° - a decência e a ordem (I Co14.34-40)Não Se deve esquecer que a primeiracarta do Apóstolo Paulo aos Corintiosera a resposta que ele dava aos irmãosde Corinto sobre problemas existentesna comunicJ.ade coríntia aue lheforam notificados por um grupo· de irmãose também por carta. Entre osproblemas tratados, está o da ordem noCulto PÚblico, no qual se insere o exercíciodos dons espirituais (carismas).Havia, como todos sabemos, abusos entreos irmãos de Corinto no uso dos carismas,e é quanto aos abusos que oapóstolo os adverte de maneira clara ecategórica.b) - Seguindo ainda a orientaçãodo Apóstolo, a Igreja Metodista dis-tingue entre os valores dos diferentesdons e apela para que busquenlüs osmais importantes (I 1,:1.1;20). Pareceque havia entre os corintios um desejoimoderado de posuírem os dons maisespetaculares, pI'incipalmente o de falarem línguas. _4-leitura atenta do capítulo14 de Corintios nos mostra que oapóstolo não deu tanta. ênfase, COll'lOalguns quererü dar, ao dOEl de Ellguas.Diz ele que profetizar é ma.is Ünportan.­te que falar em línguas (14.1-12); d.izainda que ele mesmo podia dar g~açasa Deus porque podia falar €11l outl'aslínguas lna-is do ql1~:: todos os de Corintoe, no entanto, preferia falar r~a Ig::~'ej~cinco palavr,as CO~ o próprio ent~ndlmento,para InstrUIr os outro.s, a, aezlnil palavras elTI outra língua (14.18­19) ; c~~zainda o apóstolo, havendoqueIl'l fa.le en1 línguas, é necessário quehaja intérprete e que, nào havendo intérprete)fique calado o glossólogo (14.27, 28); e, finalmente; diz o apóstoloque quenl fala em outra língua Yl2.0falaaos homens, mas a Deus (14.2).c) - O an10r é o cloyn mats excelentee deve ser norma fundamental parao uso dos demais dons (I 13) «e aindaque alguém fale a língua dos anjos, senão tiver aYYlOl', .será como o bronzeaue soa, ou C01110 o cÍlnbalo que retine(13.1) .. -d) - Os dons foram dados por Deuspara a edificação do corpo de Cristo epara atingirmos a estafura do varãoperfeito em Cristo Jesus (Ef 4.12.13).O bem comum e a maturidade espiritualdo crente devem nortear o uso dosdons espirituais.e) - li: não seria demais, para concluir,o último conselho do apóstolo:«tudo, porém, seja feito com decênciae ordem» (I Co 14.40).8 - «Não apaguemos o Espírito»,diz São Paulo. Estejamos prontos paraouvir o que o Senhor da Igreja estádizendo por intermédio daqueles 1rmàosque se consagram e oram, pelos queclamam e anunciam a palavra profética.Ouçamos a voz de Deus denunciandoo pecado e a degradação moral, aapostasia da fé, e através daqueles quebuscam o poder divino para viverem.uma vida pura e santa neste mundo.Se há um movimento do Espírito naIgreja de hoje, tentando despertar-noscomunitária e individuahnente, devemos(Conclui na pág, 63)56


AIGREJA NO MUNDOo NúMERO DAS RELIGIOSASDI~n:NUIConforme notícias co Centro de Informações«Ecclesia», com sede emSão Paulo, nos Últirl10s quatro anos,as religiosas no mundo diminuiram de24,6%. Estatísticas da Congregação dosReligiosos e Institutos Seculares dizemque esta taxa se eleva a 38,5% nosEstados Unidos e no Canadá. O númeroatual de religiosas é de 609.369,sendo que 137.009 trabalham I'-OS paísesde missão, 82.229 na Amél'ica doSul, 31.272 na Asia e 3.922 na Africa.Nos territórios de TI1issão, a ba.ixafoi de 31% para a África, de 21%par8~ a p.-,-mérica Latina e 3,3% paraa Asia. A Rádio Vaticano lembrou quea diminuição verificada nos tenitóriosaludidos, é, devido sobretudo à partidaforçada de religiosas estrangeiras.A-:0:-TELEVISÃOH. R.Uma pesquisa realizada constatouque em cada três livros, publicados noBrasil, um fala do sexo sobre os maisdiferentes disfarces. Uma autora brasileira,de que preferimos omitir o nome,escreveu 16 livros sobre lesbianismo..Ê a violência sexual que permeia anossa literatura. Em sendo assim, opúblico consumidor está cada vez maissendo lesado e «deteriorado» por estaliteratura. - Não bastasse este quadrodeprimente, temos outro, um poucopior: a violência através do vídeo.Numa pesquisa que realizamos atravésdos jornais, constatamos que dos155 cinemas da cidade de São Paulo,135 apresentavam filmes proibidos paramenores de 18 anos, e os assuntosdos filmes eram: sexo e violência .Um filme tem, de modo geral, 24quadros por segundo. Os autores intercalamos quadros com senas violentas.O consciente dos telespectado-57


es, normalmente, não captalU as imagens,mas o inconsciente sim. Daí, certaspessoas terem reações estranhasapós a exibição de determinado filmeou programa. O filme «O Exorcista»é um exemplo. Isto sem falarmos dosfilmes e programas de televisão, queclaramente mostram violência. - Aconclusão lógica a que Se chega, éque o cristão não tem mais prazer dechegar em casa e descansar assistindoà televisão. Não tem mais prazer porque,em assistindo, fica exposto a cenasde violência e depressão. - Entretanto,não é preciso lamentar a nossapassividade em resolver tais problemas.O deputado federal Gióia Jr.,honrando o seu mandato, fez uma moçãoque condena a violência na televisão.Esta moção foi aparteada porvários de seus colegas e aprovada.Mais uma vitória dos evangélicos quevêem seus interesses sendo pleiteados.(do «Expositor Cristão» adapto H. R.)-:0:-A MULHER NO MUNDOTiramos de várias fontes os seguintesdados interessantes com respeitoà mulher no mundo. Estes dados sóconfirmam o que o Novo Testamentoensina, e o que é para todos os cristãosuma realidade que não pode sercontestada: a mulher no seu valor éabsolutamente igual ao homem; as diferençasentre os sexos não estão novalor, mas sim no emprego dos donsdados a cada sexo pelo Criador. Seguemos dados colhidos entre os milharespublicados neste assim denominado«Ano da Mulher». - (Achamostodos os anos - e cada ano em particular- anos da mulher - Dorquen§.o h8veria sentido contar an'os, -senão tivéssemos as mães que, pela graçade Deus, nos deram a nossa vida).- Golda Meir, a ex-primeira ministraisraelense, é considerada pelo InstitutoGallup - já no segundo anoconsecutivo - a mulher que as norteamericanasmais admiralU. - Com7.918 estudantes matriculados regularmente,dos quais 3.646 mulheres,a Universidade de Brasília conseguiuregistrar em fins de 1974, o maioríndice de participação feminina emsua vida acadêmica, fato visto peloreitor Amadeu Curi como sinal deevolução do desenvolvimento da Universidadeno país - Margareth Thatchertornou-se a primeira mulher aliderar os conservadores, partido políticoda Grã-Bretanha. Com esta liderança,numa próxima eleição, naqual os conservadores ganhariam, tornaria-sesucessora natural do agoraprimeiro-ministro Wilson. - No Jornal«Última Hora» escreve Rosia MariaMuraro: «Todo mundo sabe que osprogramas de maiores índices de audiência,na televisão, são exatalUenteas novelas. Ninguém duvida também,que a grande audiência das novelasé constituida por mulheres. Penso queestá na hora da televisão brasileiraentregar a uma autora ligada aos movimentosfeministas brasileiros a oportunidadede gerar em trabalho especialmentededicado a mulher. ( ... )Acredito que uma novela realizada assimpoderia perder as suas origensde folhetim, a ganhar a audiência dosaparelhos desligados ... ». - Felizmentepara a igreja de Deus valeu já naépoca de Cristo e de Paulo o que hojevale e valerá até o derradeiro destemundo: «Dessarte não pode haverjudeu nem grego ... , nem homem nemmulher; porque todos vós sois um emCristo Jesus», Gl 3.28.-:0:-H. R.REPRESALIAS CONTRA UMPR,EGADOR DO EVANGELHOJanis Smits, um pastor da igrejabatista na localidade de Hasenpoth,pequena cidade no Estado de Letôniana Rússia Soviética, não pode deixaro país apesar de lhe serem oferecidospossibilidades de emprego no ocidente.No ano passado lhe foi aprendidoa carteira de trabalho aue todos oscidadãos da União Soviética precisamter para receber auxílio e direito auma moradia, por que havia permitidoque no coro de sua comunidadeparticipassem crianças na idade escolar.A participação de crianças em atividadereligiosa é terminantemente proibida.Além desse «crime» o pastorSmits convidou sua congregação a um58


culto de oração a favor dos cristãosperseguidos no seu país. Sem carteirade trabalho o pastor está condenadoa passar fome com sua famíliavisto que ninguém o deve ajudar materialmente.O seu pedido de lhe darlicença de emigrar também foi negado.Além disso recebeu sua congregaçãoa intimação que seu pequenotemplo seria definitivamente fechadose permitissem ao pastor Smits de neleainda pregar. - E isto acontecenum país que tem na sua constituiçãocomo um dos artigos básicos acompleta liberdade religiosa!-:0:-H. R.«APLICA-TE A LEITURA ... }}I Tm 4.13Escreve John 'tVesIey a um pastor:«O que tem prejudicado excessivamentenos últimos tempos e, temo queseja o mesmo atualmente, é a carênciade leitura. Eu raramente conhecium pregador que lesse tão pOllCO. Etalvez por negligenciá-Ia você tenhaperdido o gosto por ela. Por esta razãoo seu talento na pregação não sedesenvolve. Você é apenas o mesmo dehá sete anos atrás. É vigoroso, masnão é profundo; há pouca variedade;não há largura de pensamento. Só aleitura pode suprir esta deficiência,juntamente com a meditação e a oraçãodiária. Você se prejudica 2. si mesmo,omitindo isto. Você nunca poderáser um pregador profundo nem mesmoum crente completo. Vamos. comece!Estabeleça um horário paraexercícios pessoais. Poderá adquirir ogosto que não tem; o que no início étedioso, será agradável posteriormente.Quer goste ou não. Leia e ore diariamente.Ê para sua vida; não há outrocaminho; caso contrário, você serásempre um frívolo, medíocre e superficialpregador. Faça justiça à sua alma;dê-lhe tempo e meios para crescer.Não continue a matá-Ia de fome.Tome sua cruz e seja realmente umcristão. Então todos os filhos de Deusse regozijarão (e não entristecer-se-ão)por sua causa, e em particular.(Do «ExpositorCristão»)ASSIM TAMBÉM SE PODECELEBRAR O A..~IVERSÃRIODE UMA IGREJA{(o Estandarte» em seu número 10deste ano sob o título «Modo originalde uma igreja comemorar dez anos:5.000 visitas domiciliares» publica o seguinterelatório que pode servir como liçãopara outras congregações nestestempos em que o fim do mundo se aproxima:«A nossa mui amada Igreja PresbiterianaIndependente de Londrinacompletou dez anos. Começou pequena,com 90 e poucos alunos na EscolaDominical, porém, com fé e disposiçãode alma, Deus a abençoou efoi crescendo até atingir mais de 340alunos. - Veio a crise e surgiram dificuldades,mas a igreja unida e coesa,desde o Conselho até o mais humildeirmão, se uniu para a resistência.E começou a batalha. A Igrejase ajoelhou para lutar melhor e os inimigosforam vencidos um a um. A Igrejase levantou, está de pé e firme nocumprimento de sua missão - evangelizar.Para comemorar mais condignamenteo seu 10


LIVROSKirchengeschichte aIs JVílis§ion6geschichte- Band I - Die lUte KircheHerausgegeben von HeinzgünterFrohnes, Hans-Werner Gensichen undGeorg Kretschmar. München 1974,Christian Kaiser Verlag - DM 49. ­472 Seiten.«Ein ausserordentliches Buch. Bahnbrechendin seinem Aufbau! KirchengeschichteaIs Missionsgeschichte, gesehenmit den Augen der wohl bedeutendstenlVIissions - und Kirchengeschichtlernder Gegenwart.» Assim começaria umaavaliação desta obra em todos os sentidosextraordinária, Se fosse feito emalemão. Numa maneira totalmente diferentese escreve neste volume «história».A idéia: Igreja é missão, portanto:história da igrej a é histólia da missão!deu ensejo a esta modalidade decomposição. Não é simplesmente umahistória no sentido de relatórios e interpretaçãode acontecimentos sucessivos.Já o fato de que autores conhecidos emtodo mundo como exponentes se reunemneste volume para interpretar fenôrDenose aspectos dos mais diversos garanteuma riqueza extraordinária noseu conteudo. Nomes qUe são mundialmenteafamados encontramos aqui:Karl Holl, Hans von Soden, Binar Molland,Hans von Campenhausen. AlfredAclam, Georg Kretschmar, HeinrichDorrie, Carl Anclresen e outros mais.Este Volume I só trata de fenômenosda Igreja Antiga. Um segundo volumeestá em preparação que deVe tratarsobre «Das kirchliche Frühund beginnende Hochmittelater». Infelizmentenão pôde encontrar qualquerindicação de quantos volumes constaráfinalmente a obra completa. Seja comofor, este primeiro volume é uma jóia euma verdadeira mina de informaçõesque dificilmente se encontram reunidasnum único lugar. Ê certamente semexagero o qUe a editora escreveu nacapa do volume: «Die in dieser Reihegeplanten Bande unternehmen denVersuch, Kirchengeschichte von diesemAnsatz aus (que história da igreja certamentee naturalmente é história damissão da igreja) darzustellen und siederart als theologische Disciplin, dochin der Bindung an die von der modernenGeschichtswissenschaft entwickelte Methode,zu bewahren. Das herkommliche,auf Europa oder gar Mitteleuropakonzentrierte Bild der Kirchengeschitewird dadurch in einer gera de fürunsere V/eltorientierung wichtigenWeise verandert».Este volume I (depois de três ensaiosintrodutórios, que ao todo abrangemXC - 90 páginas!!, com os títulosGeleitwort de Hans-vVerner Gensichen;Missionsgeschichte und Kirchengeschichtede Heinzgünter Frohnes; e Bibliographiezur Missionsgeschichte, tambémde Heinzgünter Frohnes) é divididoem 5 grandes partes. A melhor indicaçãode quão rico é O conteúdo desterealmente grande livro é citar simplesmenteos titulos dos ensaios contiQOSemcada uma desta cinco partes:I. Altkirchliche Mission im überblick(Visão geral da missão da IgrejaAntiga)1. Karl Holl: Die Missionsmethodeder alten und die der mittelalterlichenKirche (O método da missão da IgrejaAntiga e o da Igreja da Idade Média)2. Hans von Soden: Die christilcheIvIission in Alterum und Gegenwart (Amissão da Igreja Cristã na antiguidadee na época de hoje)3. W. H. C Frend: Der Verlauf derMission in der Alten Kirche bis zum7. Jahrhundert (O desenvolvimento damissão na Igreja Antiga até o séculoVII)4. Einar Molland: Besass die AlteKirche ein Missionsprogramm undbewusste Missionsmethoden? (A IgrejaAntiga possuia um programa de missãoe métodos missionários conscientementeelaborados?)lI. Missionarische Verkündigung inder Alten Kirche (Proclamação missionáriana Igreja Antiga)1. Hans von Campenhausen: DasMartyrium in der Mission (O martíriona obra missionária)2. Alfree Adam: Das Monchtum inder Alten Kirche (A instituição monásticana Igreja Antiga)3. Georg Kretschmar: Das christlicheLeben und die Mission in der frühen60


Kirche (A vida cristã e a obra missionáriana Igreja Antiga)IH. PolitischeFaktoren in derund gesellscl1aftlichealtkirchlichen Mission(Fato-políticosIgreja Antiga)e sociais na missão da1. Rudolf Freudenberger: Die Auswirkungenkaiserlichel~ Politik auf dieAusbreitungsgeschichtetums bis zu Diokletiandes Christen­(Influências dapolítica imperial sobre a história do desenvolvimentodo cristianismo até Diocleciano)2. AntonieWlosok: Christliche Apologetikgegenüber kaiserlicher Politikbis zu Konstantin (Apologética cristãem face da política imperial até Constantino)3. Joseph Vogt: Die kaiserliche Politikund die christliche Mission im 4.und 5. Jahrhundert (A política imperiale a missão clistã no quarto e quintoséculo)4. Hennecke Gülzow: Soziale Gegebenheitender altkirchlichen Mission(Realidades sociais da missão na IgrejaAntiga)5. Hans Dietrich Altendorf: RomischeSenatsaristokratie und Christentum amEnde des 4. Jahrhunderts (Aristocratiasenatorial romana e o cristianismonos fins do quarto século)IV. Das Christentum und die antikeBildung (O Cristianismo e a culturaantiga)1. Heinrich Dorrie: Das Gebaudespatantikersen ZügenBildung mit seinem religio­(A estrutura da cultura nosfins da era antigagiosos)com seus traços reli­2. Heinrich Dorrie:tapl1ysik aIs TheologieSpãtantike Me­(Metafísica daantiguidade posterior3. Heinrich Dorrie:como Teologia)Die Solar-Theologieln der kaiserzeitlichen Antike (Ateologia solar na época dos imperadoresromanos)4. Gerhard Ruhbach: Bildung in derAlten Kirche (Cultura na Igreja Antiga)V. Anknüpfung und Widerspruchim Verlaufe altkirchlicher Mission (Ligaçõese contradições no desenvolvimentoda missão da Igreja Antiga)1. Alois Kehl: Antike Volks frommigkeitund das Christentum (Crençaspopulares na antiguidade e o cristianismo)2. Carl Andresen: Altchristliche Kritikam Tanz- ein Ausschnitt aus demKampf der Alten Kirche gegen heidnischeSitte (Crítica sobre danças naIgreja Antiga - um capítulo da lutada Igreja Antiga contra costumes pagãos)3. Theodor Klauser: Der Festkalenderder Alten Kirche im Spannungsfeldjüdischer Traditionen, christlicherGlaubensvorstellungen und missionarischenAnpassungswillens (O calendáriodas festas na Igreja Antiga sob atensão entre tradições judaicas, imagensde fé cristã e vontade missionária deadaptação)4. ~ Karl Hol!: Kultursprache undVolkssprache in der altchristlichen Mission(Linguagem erudita e linguagempopular na obra da missão da IgrejaAntiga)5. Gerard J. M. Bartelink: Umdeutungheidnischer Termini im christlichenSprachgebrauch (Interpretaçãonova de termos pagãos na linguagemcrist8")É difícil imaginar uma coletâneamais erudita e mais variada do queaquela que este volume nos oferece. Seainda tomamos em consideração que abibliografia oferecida no fim do livrosobre missão e desenvolvimento docristianismo na antiguidade extende-sesobre 26 páginas, e que vários registrose um mapa sobre a extensão do cristianismoaté o ano 500 enriquecem aindamais o livro, achamos o preço muitorazoável. A todos que se interessarempela história da Igreja Antiga e de suamissão no mundo de então recomendamosa compra desta obra toda especial.Johannes H. RottmannJorg Baur: Beke:nntnis und Kirche.Zur Verstandigung über die LeuenbergerKorkordie. Stuttgart 1973. CalwerVerlag - 40 Seiten - DM 2.90Apesar de com grande atraso achamosainda ser oportuno apontar paraessa monografia sobre um tema quedurante algum tempo foí tratado tambémem nossa «Igreja Luterana», quereproduziu alguns dos documentos referentesa «Leuenberger Konkordie» comotambém trouxe o próprio texto (cf.«Igreja Luterana» 1973, páginas 92 até118). A monografia aqui anunciada éa reprodução de uma palestra, e de algunspontos discutidos referentes aela, que pelo autor foi proferida diante61


da Convenção Sinodal da Igreja Ev.Luterana na Bavária (Synode der Ev.- Luth. Kirche in Bayern). O autoraponta para alguns pontos qUe segundoa opinião dele estariam discutíveis eque precisariam de uma formulaçãomais adequada e mais de acordo comas confissões luteranas do século 16.Nós demonstramos em nossa revista nolugar acima referido porque seria impossivelpara nós aceitarmos uma tal«Concórdia». - Serve, no entanto, essamonografia para nos informar sobremais alguns aspectos da discussão sobrea aceitação deste documento, que,apesar de severas criticas, foi aceitopelas igrejas evangélicas da Alemanha,inclusive por aquelas que fazem parteda Vereinigte Evangelisch-LuterischeKirche Deutschlands (VELKD): fatoextremamente lamentável.JohannesH. RottmannPredigtarbeit zwischen Text und Situationvon J ochen Tolk. Band 62 inedr Serie» Beitraege zur evangelischenTheologie». - 1972 - CHR.KAISER VERLAG MüNCHEN. 162Seiten. DM 14.Na apresentação do livro o autormenciona a preocupação pelo esvaziamentoprogressivo das igrejas. Os ouvintesreclamariam sermões mais relacionadoscom a vida. Mas um sermão,realmente fiel ao texto, sendo por conseguinteexpositivo, não poderia correspondera esta exigência, plenamente.Crítica o autor a maneira lastimável dese manipular um texto - o qUe acontecetodos os domingos para se conseguirum sermão «legítimo». Chama atençãoà facilidade com que se empregaum «jargão» característico, entendido,em parte, pelos aficcionados dos cultos,mas não pelos de fora.A culpa da relevância do sermão éapontada, por alguns, na aplicação rígidade muitos métodos homiléticos; poroutros, na exegese crítica-histórica.o pregador deve usar uma linguageminteligível e clara, e não pode ignorara realidade da «Situation» de seusouvintes. Neste caso não pode contentar-secom um mero relato dos grandesfeitos de Deus ou com repetição deverdades válidas, sem situar seus ouvintes.O autor faz uma análise crítica dosmétodos homiléticos à base de três livrosde três diferentes pregadores. Nestaanálise estuda a estrutura dos sermões,procurando mostrar se o textofoi explorado e como o pregador situasua congregação. Afirma: «O sermãoque não está relacionado com a situação,nada diz. A pregação hoje é «einGeschechen», onde se sucedem decisõesdefinitivas».O autor recomenda liberdade na escolhade textos. Não quer estar preso,domingo após domingo, às perícopespreestabelecidas. Deve o pregador fazerum trabalho exegético intensivo e contínuo,pesquisando o Antigo como oNovo Testamento quanto à sua «kerygmatischeIntentioll». Deve estar,igualmente, preocupado com o queacontece em seu redor, na congregação,igreja, sociedade; com as perguntase os problmas que enfrentam os homens,que são seus ouvintes. Encontrará,nesta pesquisa, textos que fornecerãoluz para um pregar relevante paraseus ouvintes naquela situação.SONHO IM~OSSíVELA J. Schmidt(Vem da pág. 42)comprar um crucifixo, mas nãoé possível comprar a salvação.- é possivel comprar vidros quesubstituem parte dos olhos e permitemver melhor, mas não é possível comprara luz que nos tire das trevas dopecado.- é possível comprar prazer, 'llasnão é possível comprar o amor deDeus em Jesus.São «sonhos impossíveis» que sóDeus realiza pelo «grão de mostarda» dasua Palavra.Realiza o teu «sonho impossível»pelo poder de Deus, no ritmo que Deusestabeleceu para a tua vida. Aproveitao dom que Deus te deu.62


Comunicação Especial: Dr. Hermann Sasse - 80 anos!Recebemos a seguinte comunicaçãodo Rev. Friedrich Wilhelm Hopf, Missionshaus,Bleckmar, que certamente éde interesse para muitos dos leitoresda nossa «Igreja Luterana». A nossarevista há muitos anos, sempre de novo,publicou artigos teológicos de fundoda pena de um dos maiores teólogosluteranos desta geração, elo nosso amigopessoal Dr. He:;'lliann Sasse. A comunicaçãodo DI'. Hopf tem o seguinteteor:«An die Freunde von D. HermannSasse: Sehr verehrte Herrn, erlaubenSie mil', bitte, dass ich Sie auf ein nahebevorstehendes Datum aufmerksammache. Am Donnerstag, 17.Juii 1975,wird Herr Professor D. Hermann Sassein Australien sein 80. Lebens jahr vollendenund gewiss dankbar sein für jedenGruss, den er aus diesem Anlasserhalt. Er hat VaI', den Jubilaumsgeburtstagbei seinem altesten Sohn zuerleben ... Seine standige Adresse istRev. Prof. DI'. Hermann Sasse, DD16 Welligton SquareNorth Adelaide5006, South Australia.Leider war eS nicht moglich, zum80. Geburtstag von D. Sasse eine Festschriftherauszubringen, in der seinwissenschaftliches Lebenswerk hatteebenso gewürdigt werden müssen, wieseine Bedeutung aIs Lehrer der Kirche.Um so dankbarer sind wir Herrn HellmutHeeger in Berlin, dass demnachst imVerlag «Die Spur» zwei Bande von Sasse-'Schriftenerscheinen werden: In StatuConfessionis, Band I (in 2. Auflage),und Ba.nd fi (neu). Mit freud1ichenGrüssen bin ich Ihr serh ergebener FriedrichvVilhelm Hopf».Essa comunicação, infelizmente, chegoutarde demais (25 de Agosto) paradar-nos a oportuni:'ade de escrever aovenerado amigo DI'. Sasse ainda emtempo para o seu aniversário. Seja portanto,essa comunicação neste lugar anossa cordial e Íraternal saudação aum homem que por sua absoluta fidelidadeàs Confissões Luteranas nos deua todos nós o exemplo de como procedere como lutar pela causa do Senhornestes tempos já do fim. Ê certamenteadequada para o venerado DI'. Sassea palavra do profeta: «Os que foramsábios resplandecerão como o fulgor dofirmamento; e os que a muitos conduziramà justiça, como as estrelas sempree eternamente», Dn 12.3.J ohannesH. RottmannPAS'l10RAL SOBRE O MOVIMENTOCARISIVíATICO(Vem da pág. 56)reconhecer os nossos pecados tanto deomissão como de comissão, porque é opecado que nos separa de Deus e dopróximo. Reconhecemos que, se pelopecado fomos destituído da graça deDeus, pelo seu Espilito podermos serrestaurados e reconduzidos ao caminhodo gozo e da esperança em Jesus Cristo.Rio de Janeiro, 15 de julho de 1975EXPOSITORCRISTÁO63


íNDICEApresentando, 1O Setuagenário, 3Toda Escritura é inspirada por Deus, 5Soteriologia do Antigo Testamento, 12O pastor e sua congregaç.ão, 21Po:o;sessõesdemoníacas, 24Estudos bíblicos, 26n.'vocional, 32Documentos, 49A Igreja no Mundo, 57Livros, 60Comunicação especial, 6364

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