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que e o Senhor da história. Especialmente da história do povo
de Deus. Nosso texto invoca a presença de Deus. Ensina ao povo
de Deus que ele não é o dono de seu próprio destino. Nossa perícope
ensina, por palavra e imagem, que Deus é o criador de
seu povo. Ao longo da história, Deus se ofereceu e se aproximou
do seu povo. Deus quer e procura a proximidade com aqueles
que o amam e seguem o seu chamado. Tomar conhecimento da
proximidade de Deus significa preparar-se com corpo e alma a
ter um encontro com o Senhor da vida. O encontro com Deus,
tanto na antiga como na nova aliança, provoca temor e tremor.
O homem, como criatura, é abalado em toda sua existência. Mas,
no mesmo instante, recebe a ação salvívica divina e esta ação
fornece o equilíbrio espiritual em sua vida. O encontro com
Deus, em Cristo Jesus, abala as estruturas do mundo e do homem.
Onde Cristo entra na vida de alguém, este "chegou em casa".
Ele encontrou a pérola e o seu lar. Desfrutará paz e amparo em
toda sua vida. Quem chegou ao monte Sião, à cidade do Deus
vivo, a Jerusalém celestial, saberá o que encontrou. Sua visão
será outra. Surge a pergunta: Poderá alguém abandonar o Senhor
de sua vida por cansaço, fadiga ou aborrecimentos?
Necessitamos do auxílio divino no combate à nossa fraqueza.
Sendo fruto da ação de Deus, temos que ser lembrados
que ele é o nosso Juiz e Salvador. Somente ele pode ajudar
quando surgem situações difíceis ou necessidades. Por isso o
nosso texto é também um convite. Uma mão estendida. Ele nos
lembra que Deus nunca abandonará o seu povo. Ele conduz o
seu rebanho. Deus jamais cessou de oferecer ao seu povo as
dádivas da salvação. É o próprio Deus que se oferece a si mesmo
como força e auxílio pelos meios da graça. Importa ao homem
aceitar o convite do poderoso Senhor. Pelos meios da graça,
Deus se aproxima ao homem e solicita a aproximação dele
com temor e tremor. O homem se aproxima às dádivas da salvação
tomando a sério a palavra de Deus. A palavra da nova
aliança é insistente. Ouvimos nela a voz do Senhor: "Vinde a
mim..." Cada cristão está comprometido com esta palavra.
Viver de "fé em fé" significa estar consciente do fato de que a
realidade espiritual não é palpável nem visível (cf. Hb 11.1;).
A terminologia usada ("tendes chegado") descreve a participação
no culto da congregação. O culto é o lugar no qual acontece
a aproximação entre Deus e o homem. Na confissão, na oração,
no batismo e na santa ceia sucede a aproximação entre Deus e
seu povo. No culto há intercâmbio entre o Senhor e aqueles
que necessitam a renovação em suas vidas. Hoje se faz necessário
penetrar novamente no mistério ou na profundidade do
"culto cristão" em todas as suas dimensões. No culto cristão, o
próprio Deus se comunica com o seu povo ameaçado e enfra-
IGREJA LUTERANA — Página 49