1998 - Competitividade e Crescimento - CNI
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<strong>Competitividade</strong> e <strong>Crescimento</strong>: A Agenda da Indústria<br />
Política industrial, de comércio exterior e tecnológica<br />
– A montagem e operacionalização de uma estrutura de coordenação interinstitucional<br />
das iniciativas voltadas para as PMEs, capaz de assegurar simultaneamente<br />
a consistência destas iniciativas e a gestão descentralizada dos<br />
instrumentos de política e dos programas de apoio às PMEs.<br />
Na realidade, a revalorização das PMEs, nas políticas industriais dos países da OCDE,<br />
se processa em paralelo com a difusão de um padrão de política onde instituições<br />
públicas e privadas locais e subnacionais adquirem papel cada vez mais importante.<br />
Uma das estratégias mais utilizadas, em todo o mundo, de política descentralizada<br />
de industrialização é a baseada em agrupamentos (clusters) de pequenas e médias<br />
empresas.<br />
Um agrupamento (cluster) é um conjunto de empresas, em determinada base geográfica,<br />
que desenvolvem atividades de forma articulada e com lógica econômica comum.<br />
A interação e a atuação coletiva proporcionam ao conjunto de empresas vantagens<br />
competitivas de desempenho superior à atuação isolada de cada empresa, em<br />
função das economias de escala (comercialização de insumos, transportes compartilhados,<br />
etc.). Em um grau mais elevado de interação e de eficiência coletiva, o agrupamento,<br />
além das economias de escala, desenvolve atividades de inovação tecnológica<br />
e diferenciação de produtos, e opera em cadeia produtiva adensada e verticalizada.<br />
O interesse pelos agrupamentos (clusters) como estratégia de industrialização local<br />
vem crescendo enormemente. As razões deste maior interesse se localizam na crescente<br />
descentralização da política industrial, inclusive com a diminuição da margem<br />
de autonomia dos Estados nacionais e na maior aplicação de políticas voltadas<br />
para as pequenas e médias empresas no combate ao desemprego e aos desequilíbrios<br />
regionais, na necessidade de ampliação da base exportadora e no incremento da<br />
inovação tecnológica.<br />
Diversas experiências demonstram o êxito desta estratégia baseada em agrupamentos<br />
(clusters). As mais importantes são: região da Emília Romana, na Itália;<br />
algumas regiões da França e da Alemanha; os clusters baseados em recursos naturais<br />
na Holanda e Finlândia e o Vale do Silício, nos Estados Unidos. No Brasil<br />
destacam-se as experiências do setor de calçados no Vale dos Sinos, no Rio Grande<br />
do Sul, dos setores de microeletrônica e telecomunicações de Santa Rita do Sapucaí,<br />
em Minas Gerais, e outras.<br />
A implementação de um agrupamento (cluster) requer a mobilização de agentes<br />
locais, estaduais e federais, tanto privados como públicos, nas regiões que possuem<br />
fatores potenciais, tais como: proximidade de mercados consumidores, fontes<br />
de matérias-primas, logística como vantagem comparativa, tradição e cultura<br />
tecnológica em um ramo industrial, existência de centro tecnológico ou universidade<br />
ou presença de grande empreendimento industrial.<br />
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