1998 - Competitividade e Crescimento - CNI
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<strong>Competitividade</strong> e <strong>Crescimento</strong>: A Agenda da Indústria<br />
4. A AGENDA DE NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS<br />
4.1. A convergência das agendas temáticas de negociação comercial<br />
A Rodada Uruguai representou a emergência de um novo paradigma de agenda<br />
negociadora, pela incorporação de negociações de políticas à tradicional negociação<br />
de produtos. Este enfoque permeou as negociações do NAFTA e do Mercosul, reaparecendo<br />
com força nas discussões sobre a constituição da ALCA. O foco das negociações<br />
multilaterais comerciais deslocou-se da redução das barreiras ao comércio de<br />
mercadorias para a negociação de regras e disciplinas aplicáveis a temas tão diversos<br />
quanto o comércio de bens e serviços, os investimentos internacionais, as políticas<br />
industriais nacionais e os direitos de propriedade intelectual.<br />
A estratégia de<br />
negociação do Brasil<br />
deve levar em conta<br />
a interdependência<br />
dos vários processos<br />
negociadores.<br />
Há, portanto, uma clara tendência de convergência nas agendas de negociação,<br />
nos planos multilateral e regional. Essa convergência, em princípio irreversível, em<br />
torno do novo paradigma, traz algumas conseqüências importantes para o Brasil:<br />
– Preparação para as negociações – É uma agenda complexa e ampla,<br />
onde se negociam temas com impactos que vão além dos fluxos comerciais.<br />
A preparação das negociações, o embasamento técnico e a<br />
prévia negociação “doméstica” das posições nacionais com transparência<br />
nos procedimentos de consulta entre o Governo e o setor privado<br />
tornam-se componentes essenciais da estratégia negocial;<br />
– Menor grau de liberdade – A ampliação da agenda de negociações e<br />
o estabelecimento de disciplinas multilaterais aplicáveis a regulações<br />
domésticas restringem a liberdade para implementar políticas nacionais<br />
de fomento e de proteção aos produtores domésticos;<br />
– Escalada de compromissos – Estabelece-se uma espécie de “escalada<br />
de compromissos” entre os processos de negociação, principalmente<br />
quando estes envolvem grandes atores no comércio internacional.<br />
Assim, por exemplo, compromissos assumidos na ALCA, que vão além<br />
daqueles acordados multilateralmente, tendem a se tornar referência<br />
para as negociações futuras na OMC e, ao serem internalizados nas<br />
regras multilaterais, incentivam a adoção, nos acordos regionais, de<br />
disciplinas OMC-plus.<br />
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