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Revista HUGV 2010 - Hospital Universitário Getúlio Vargas - Ufam

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USO DO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ZUMBIDO (TINNITUS HANDICAP INVENTORY) ADAPTADO PARA O PORTUGUÊS PARA<br />

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM QUEIXA DE ZUMBIDO ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA<br />

(46,2%) afirmaram não haver interferência em nenhum desses aspectos. Os resultados estão expostos na<br />

Tabela 2.<br />

O grau de gravidade do zumbido e a QV medidos pelo THI estão expostos na Tabela 3.<br />

A confiabilidade do questionário, medido pelo coeficiente alfa de Cronbach, foi satisfatório para o<br />

questionário total (α = 0,920). Os valores encontrados para as subescalas foram: 0,900 para a funcional,<br />

0,803 para a emocional e 0,432 para a catastrófica. O baixo valor encontrado para a subescala catastrófica<br />

pode ser explicado pelo pequeno número de questões.<br />

Concentração<br />

Emocional<br />

Atividade Social<br />

Sono<br />

Sim = 4 (30,8%)<br />

Não = 9 (69,2%)<br />

Sim = 3 (23,1%)<br />

Não = 10 (76,9%)<br />

Sim = 2 (15,4%)<br />

Não = 11 (84,6%)<br />

Sim = 2 (15,4%)<br />

Não = 11 (84,6%)<br />

Grau de Gravidade N % Qualidade de Vida<br />

Desprezível 4 30,8 Ótima<br />

Leve 2 15,4 Boa<br />

Moderado 3 23,1 Razoável<br />

Tabela 3 – Principais aspectos que sofrem influência negativa<br />

pelo zumbido.<br />

Severo 2 15,4 Ruim<br />

DISCUSSÃO<br />

O zumbido é considerado o terceiro pior sintoma<br />

para o ser humano, sendo superado apenas pelas<br />

dores crônicas e tonturas intensas e intratáveis. 2 Suas<br />

características são extremamente variáveis, sendo<br />

os tipos de sons similares mais descritos aqueles em<br />

assovio, guizo de cigarra, apito, zumbido e jorrando.<br />

Pode ser na orelha direita, esquerda ou em ambas, ou<br />

percebida como vindo de dentro da cabeça, de alta<br />

ou baixa frequência, agudo ou crônico, constante<br />

ou intermitente, de causa patológica conhecida ou<br />

obscura, com diferentes níveis e padrões de estresse<br />

15, 16<br />

psicológico, associado ou não a perda auditiva.<br />

A mesma variedade de características foi observada<br />

neste estudo.<br />

Sabe-se que, em até 80% dos casos, o<br />

zumbido é leve e intermitente, de modo que os<br />

pacientes nem chegam a procurar auxílio médico.<br />

Apenas os 20% restantes apresentam repercussão<br />

importante ou até incapacitante na QV, interferindo<br />

com o sono, a concentração e as atividades<br />

sociais, além de provocar distúrbios emocionais. 17<br />

Um estudo realizado num centro de referência<br />

em otorrinolaringologia mostrou que 59,3%<br />

dos pacientes referem alterações no equilíbrio<br />

emocional, 50,3% no sono, 49,3% na concentração<br />

e 14,2% nas atividades sociais. 18 Em nosso estudo,<br />

também foi observado interferência do sintoma<br />

nestas quatro grandes áreas, com uma pequena<br />

inversão nas áreas mais afetadas, sendo que a mais<br />

afetada em nossos pacientes foi a concentração<br />

(30,8%), seguida pelo equilíbrio emocional (23,1%),<br />

atividade social e, finalmente, o sono (15,4% cada).<br />

Observa-se que, em nossa amostra, o prejuízo<br />

nesses setores parece ser menor que no estudo<br />

anteriormente citado, muito provavelmente<br />

por conta das características próprias de cada<br />

população. É possível, no entanto, notar a forte<br />

influência do zumbido na QV dos pacientes, pois<br />

o sintoma pode ser mais grave do que se percebe,<br />

sendo necessária uma investigação mais detalhada<br />

e muito além do exame otorrinolaringológico<br />

convencional.<br />

Na última década, houve um aumento<br />

significativo no número de instrumentos voltados<br />

para avaliação da QV na área da saúde. Como a<br />

maior parte desses instrumentos foi elaborada<br />

originalmente na língua inglesa, o crescente<br />

interesse em traduzir esses instrumentos trouxe à<br />

tona diversas controvérsias quanto aos métodos de<br />

39<br />

revistahugv - <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong><br />

v.9. n. 1-2 jan./dez. – <strong>2010</strong>

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