CLIPPING DO IBRAC 2012
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<strong>CLIPPING</strong> <strong>DO</strong> <strong>IBRAC</strong> N.º 17/<strong>2012</strong> 21 a 27 de maio de <strong>2012</strong><br />
e do Conselho do grupo francês, como chairman da Wilkes.<br />
As movimentações traçam um cenário em que Diniz passa a ocupar papel secundário na companhia fundada<br />
por seu pai e conduzida e liderada pelo empresário há décadas.<br />
Em meados do ano passado, Diniz teve as relações com Naouri fortemente abaladas após tentar unir o Pão de<br />
Açúcar às operações brasileiras do Carrefour, arquirrival do Casino na França.<br />
"O maior risco é societário, com a possível saída de Diniz e de alguns conselheiros", diz Vincent Baron,<br />
sócio-diretor da Naxentia, consultoria especializada em transições críticas, fusões e aquisições. "A dúvida é<br />
se Diniz fica no Conselho. Terá de haver uma moeda de troca", disse.<br />
Ele aponta que o desgaste causado por questões societárias pode resultar em incerteza maior quanto à<br />
política de crescimento do Pão de Açúcar, o que pesaria nas suas ações.<br />
Com a possibilidade de o empresário brasileiro perder espaço no grupo, as atenções do mercado se voltam<br />
para como o Casino pretende manter o ritmo de crescimento e a liderança da companhia, algo conquistado<br />
principalmente via aquisições, uma das principais características do perfil de Diniz.<br />
"A principal dúvida dos investidores é se a companhia continuará a ter bom desempenho após a troca de<br />
controle", assinalou a analista-chefe do Raymond James no Brasil, Daniela Bretthauer. "Na teoria, isso<br />
deveria acontecer."<br />
Por outro lado, Baron, da Naxentia, ponderou que, tirando o desgaste com Carrefour, Casino e Pão de<br />
Açúcar sempre caminharam alinhados.<br />
"Não vejo riscos operacionais, o Casino é muito maior que o Pão de Açúcar, atua na mesma área em várias<br />
regiões do mundo onde os mercados são competitivos. Deve manter o perfil mais agressivo de aquisições,<br />
principalmente no segmento atacadista", afirma.<br />
As operações de varejo no Brasil, de qualquer forma, se encontram em estágio bastante consolidado,<br />
restando poucas opções como possíveis alvos de aquisição.<br />
POTENCIAL <strong>DO</strong> BRASIL<br />
O Brasil é atualmente o segundo maior mercado do Casino depois da França e visto como importante motor<br />
de crescimento do grupo em países emergentes, diante da crise na Europa, o que significa que qualquer passo<br />
em falso pode ser prejudicial.<br />
"O maior potencial de crescimento do Casino virá de Brasil, Colômbia ou do sudeste da Ásia. Mas o Brasil é<br />
a menina dos olhos e vai continuar sendo o foco", diz Baron.<br />
De fato, a possibilidade de colocar a varejista brasileira no piloto-automático para crescer em outros locais<br />
não agrada investidores e analistas.<br />
"O Casino terá de continuar buscando crescimento no Brasil, caso contrário perderá a atual liderança de<br />
mercado para Carrefour e Wal-Mart", avalia o analista Carlos Hernandez, da Planet Retail, grupo de pesquisa<br />
de varejo sediado em Londres.<br />
Carrefour e Wal-Mart ocupam a segunda e terceira posições, respectivamente, no setor supermercadista<br />
brasileiro, que em 2011 faturou 224,3 bilhões de reais, segundo dados da Associação Brasileira de<br />
Supermercados (Abras).<br />
O LEGA<strong>DO</strong> DE DINIZ<br />
Para alguns analistas, a saída de Diniz aumentaria o risco de perder o time de executivos que ele formou,<br />
responsável por manter a rentabilidade da companhia.<br />
O Casino, entretanto, tem afirmado estar satisfeito com a atual diretoria do Pão de Açúcar, especialmente<br />
com o presidente-executivo da empresa, Enéas Pestana.<br />
Muitos citam, inclusive, o poder do empresário de transferir suas próprias características ao negócio. "É uma<br />
dessas empresas muito personalistas", destaca o gerente de fundos Flávio Barros, da Grau Gestão de Ativos.<br />
"O que virá depois é nebuloso."<br />
Conforme o atual acordo de acionistas, Diniz tem o direito de permanecer como presidente do Conselho do<br />
Pão de Açúcar, embora seu papel em decisões estratégicas seja limitado e suas manobras corporativas<br />
dependam de aprovação do Casino.<br />
A possibilidade de Diniz conquistar o controle da Via Varejo (ex-Globex), que concentra os ativos de<br />
eletroeletrônicos e comércio online do Grupo Pão de Açúcar, também não é descartada por profissionais que<br />
acompanham o setor.<br />
"Diniz ficar com a Via Varejo é uma possibilidade", diz Baron, da Naxentia. "O foco das operações do<br />
Casino é no segmento alimentar, então essa negociação faria sentido."<br />
Contudo, o fato de a aquisição de Casas Bahia e Ponto Frio - que integram a Via Varejo - ainda não ter sido<br />
aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mais de dois anos após terem sido<br />
realizadas, é visto como outro fator de dúvida. "A indefinição com o Cade é uma incerteza a mais",<br />
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