Edição 54 download da revista completa - Logweb
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EDIÇÃO Nº<strong>54</strong>—AGOSTO—2006<br />
JORNAL<br />
• •<br />
LogWeb<br />
REFERÊNCIA EM LOGÍSTICA<br />
Segurança & Confiabili<strong>da</strong>de na Movimentação de Materiais<br />
DIAGNOSTICANDO<br />
O NÍVEL DE<br />
CONFIABILIDADE DA<br />
MOVIMENTAÇÃO<br />
DE MATERIAIS<br />
Analisando a movimentação de materiais<br />
ao longo <strong>da</strong> cadeia de abastecimento,<br />
sob o ponto de vista holístico,<br />
observaremos com relativa facili<strong>da</strong>de<br />
que esta ativi<strong>da</strong>de operacional encontra-se<br />
presente em quase to<strong>da</strong>s as<br />
etapas que compreendem o processamento<br />
completo de um produto.<br />
Portanto, esta característica lhe<br />
confere a condição de ativi<strong>da</strong>de estratégica<br />
em relação ao fluxo de materiais<br />
de ponta a ponta, ou seja, a partir <strong>da</strong><br />
entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> matéria-prima na empresa,<br />
passando pela estocagem inicial, produção,<br />
movimentação e estocagem em<br />
processo, armazenagem e carregamento<br />
para distribuição, além <strong>da</strong>s operações<br />
reversas.<br />
Diante desta simples análise, concluímos<br />
que uma parte significativa do<br />
tempo, espaço físico e recursos humanos<br />
envolvidos no processo produtivo<br />
de uma empresa está atuando diretamente<br />
com a movimentação de materiais,<br />
visando atender, em tempo hábil,<br />
à deman<strong>da</strong> do mercado.<br />
Refletindo de maneira objetiva e<br />
consciente em relação à argumentação<br />
exposta, poderíamos afirmar que todos<br />
os elementos envolvidos com a movimentação<br />
de materiais deveriam, então,<br />
receber tratamento compatível<br />
com a importância que representam no<br />
contexto logístico e para a competitivi<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong>s empresas.<br />
Entretanto, na reali<strong>da</strong>de, constatamos,<br />
na maioria <strong>da</strong>s empresas, um<br />
completo descaso e negligência no<br />
trato <strong>da</strong>s questões que envolvem a<br />
segurança e a confiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s operações<br />
de movimentação de materiais,<br />
comprometendo seriamente não apenas<br />
a sua capaci<strong>da</strong>de de atendimento<br />
ao cliente, mas, principalmente, gerando<br />
um aumento dos custos com<br />
influência direta no nível de competitivi<strong>da</strong>de<br />
dos negócios.<br />
É importante o desenvolvimento de<br />
um “Plano de Segurança e Confiabili<strong>da</strong>de”<br />
que tenha em seu escopo a<br />
preocupação com ações preventivas<br />
que visem, sobretudo, a regulari<strong>da</strong>de<br />
nas operações de movimentação de<br />
materiais, através de medi<strong>da</strong>s técnicas<br />
e administrativas que eliminem, ou<br />
pelo menos minimizem, as situações<br />
que apresentem riscos iminentes de<br />
descontinui<strong>da</strong>de operacional.<br />
É recomendável a realização<br />
periódica de um diagnóstico operacional<br />
desenvolvido ao longo de to<strong>da</strong><br />
a cadeia de abastecimento <strong>da</strong> empresa,<br />
sendo contemplados os seguintes<br />
elementos de análise, que devem ser<br />
observados e avaliados minuciosamente:<br />
1. Veículos industriais e equipamentos<br />
de movimentação de<br />
materiais;<br />
2. Acessórios utilizados para<br />
amarração e içamento de<br />
cargas;<br />
3. Compatibili<strong>da</strong>de técnica entre<br />
equipamentos, acessórios e<br />
operações;<br />
4. Ativi<strong>da</strong>des operacionais;<br />
5. Cargas e elementos<br />
unitizadores;<br />
6. Instalações físicas;<br />
7. Áreas de circulação e acessos<br />
(Arranjo Físico);<br />
8. Sinalização horizontal e vertical;<br />
9. Manutenção dos veículos,<br />
equipamentos e acessórios;<br />
10. Qualificação e habilitação dos<br />
operadores e usuários;<br />
11. Centrais de reabastecimento<br />
(gasolina, diesel, GLP e<br />
baterias);<br />
12. Especifici<strong>da</strong>de e abrangência<br />
<strong>da</strong>s normas e procedimentos<br />
internos;<br />
13. Cumprimento <strong>da</strong>s Normas<br />
Regulamentadoras do MTE,<br />
ABNT e outras;<br />
14. Serviços terceirizados.<br />
Colaboração Técnica: Eugenio Celso R. Rocha, consultor e instrutor em logística,<br />
movimentação de materiais e segurança do trabalho. eugenio-rocha@uol.com.br<br />
É importante ressaltar que, após a<br />
realização do diagnóstico, os resultados<br />
<strong>da</strong>s análises devem nortear a empresa<br />
no sentido de que sejam<br />
adota<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s cabíveis, visando<br />
atender às exigências <strong>da</strong>s normas<br />
cita<strong>da</strong>s.<br />
Resumindo, podemos relacionar<br />
os seguintes objetivos a serem alcançados<br />
a curto, médio e longo prazos<br />
com estas medi<strong>da</strong>s, e que deverão ser<br />
ampla e permanentemente divulgados,<br />
buscando a conscientização e o apoio<br />
de todos os envolvidos:<br />
OBJETIVOS<br />
A CURTO PRAZO:<br />
a) Eliminar ou minimizar os riscos<br />
de descontinui<strong>da</strong>de operacional;<br />
b) Elevar os níveis de segurança<br />
e confiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s operações;<br />
c) Reduzir custos;<br />
d) Manter a quali<strong>da</strong>de de atendimento<br />
ao cliente;<br />
e) Aumentar a competitivi<strong>da</strong>de no<br />
mercado.<br />
OBJETIVOS A MÉDIO<br />
E LONGO PRAZOS:<br />
a) Criar e manter um estado de<br />
consciência preventiva;<br />
b) Incentivar o comprometimento<br />
com a confiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s operações;<br />
c) Ajustar-se às normas pertinentes<br />
às ativi<strong>da</strong>des de movimentação<br />
de materiais.<br />
Muito tem se falado em logística,<br />
quali<strong>da</strong>de no atendimento ao cliente,<br />
competitivi<strong>da</strong>de e tantos outros termos<br />
dependentes <strong>da</strong> movimentação de<br />
materiais, entretanto, pouco ou quase<br />
na<strong>da</strong> se fala em relação à segurança<br />
do trabalho e à análise de riscos nestas<br />
ativi<strong>da</strong>des, que são ações que<br />
viabilizam tecnicamente as demais.<br />
Concluindo, deixamos alguns<br />
conceitos para que as empresas meditem<br />
e se conscientizem <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de<br />
imperativa de mu<strong>da</strong>nças no modelo<br />
atual de gestão <strong>da</strong> movimentação<br />
de materiais:<br />
“A segurança do trabalho<br />
precisa ser integra<strong>da</strong>, pois ela não é<br />
um recurso, não é uma influência,<br />
não é um procedimento e,<br />
certamente, não é um programa.”<br />
“A segurança é um estado de<br />
espírito; uma atmosfera que precisa<br />
ser parte integrante de todos os<br />
procedimentos que a empresa<br />
adota.”