MIOLO DO HUGV 2006.pmd - Hospital Universitário Getúlio Vargas
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A IMPORTÂNCIA <strong>DO</strong> PLANEJAMENTO NA REABILITAÇÃO ESTÉTICA <strong>DO</strong> SORRISO PELA CIRURGIA PLÁSTICA PERIO<strong>DO</strong>NTAL: RELATO DE CASO<br />
tórios, hiperplasias, alterações de cor e recessões<br />
gengivais (FERNÁNDEZ et al., 2005). Uma das<br />
alterações a ser destacada é definida como a exposição<br />
de mais de 3mm de gengiva durante um<br />
sorriso moderado constituindo o sorriso gengival<br />
(ARAÚJO et al., 2007). Este artigo, embasado em<br />
evidências científicas, tem como objetivo o relato<br />
de caso clínico ressaltando a importância do planejamento<br />
cirúrgico para o sucesso da correção<br />
do sorriso gengival.<br />
REVISÃO DE LITERATURA<br />
Mudanças atuais nos paradigmas clínicos<br />
do tratamento periodontal têm criado um ambiente<br />
no qual os procedimentos estéticos periodontais<br />
são, muitas vezes, tão comuns como as terapias<br />
ressectivas realizadas anteriormente. Pode<br />
notar-se na população a tendência em direção ao<br />
reconhecimento da estética gengival e a<br />
comercialização de saúde em benefício próprio,<br />
por isso a demanda torna-se mais sofisticada e<br />
exigente aos profissionais em relação aos procedimentos<br />
odontológicos (MORLEY & EUBANK,<br />
2001; REDDY, 2003).<br />
Primordialmente, os elementos que contribuem<br />
para a estética do periodonto do segmento<br />
anterior estão relacionados no plano facial e labial<br />
e dependem da disposição dentária e da gengiva;<br />
no entanto, é importante correlacionar conjuntamente<br />
todos esses elementos para obter uma<br />
harmonia estética global (DUARTE, 2003).<br />
No «design» do sorriso, o ponto de partida<br />
para o plano de tratamento estético é a linha<br />
sagital mediana, pois esta referência é utilizada<br />
como guia estético facial porque, além de coincidir<br />
com a linha interincisiva, permitindo sua localização,<br />
também avalia as discrepâncias transversais<br />
nas posições dos dentes. Vale salientar que<br />
sua verticalidade é mais importante do que seu<br />
eventual afastamento lateral (BORGHETTI, 2002;<br />
MORLEY & EUBANK, 2001).<br />
A linha do sorriso, um dos fatores de grande<br />
influência da estética dos dentes e da face,<br />
define-se pelo paralelismo na curvatura entre as<br />
linhas incisal e labial inferior. Este fator estético é<br />
classificado em três categorias: alta, representada<br />
pela extensão coronária dos dentes anteriores<br />
superiores e uma faixa contínua de gengiva; média,<br />
que compreende os dentes anteriores superiores<br />
e gengiva interproximal; e baixa, que<br />
corresponde somente aos dentes anteriores superiores,<br />
assim determinando a orientação da linha<br />
do sorriso, o profissional pode projetar sua curvatura<br />
e forma (DUARTE, 2003).<br />
No entanto, quando as bordas incisais dos<br />
incisivos centrais superiores localizam-se abaixo<br />
dos caninos superiores, a linha do sorriso tem<br />
um design convexo, ocasionando um aspecto<br />
harmônico com a linha do lábio inferior. Entretanto,<br />
quando a borda oclusal dos caninos e prémolares<br />
superiores está localizada além da borda<br />
incisal dos incisivos centrais superiores, define-se<br />
a «linha do sorriso reversa» resultando na<br />
desarmonia dentofacial (MORLEY & EUBANK,<br />
2001).<br />
De acordo com os fatores estéticos abordados,<br />
a observação do tipo de sorriso é de fundamental<br />
importância no planejamento estético<br />
dos casos clínicos (SILVA et al., 2007). Há dois<br />
padrões aceitáveis de sorriso classificados de acordo<br />
com relação à altura da margem gengival em<br />
áreas estéticas: 1) a margem gengival dos incisivos<br />
centrais superiores (ICS) e caninos (CS) devem<br />
estar com a margem dos incisivos laterais<br />
(ILS) posicionada à incisal de 1 a 2mm (Classe I);<br />
e 2) o ICS, ILS e CS na mesma altura (Classe II).<br />
Outro aspecto fundamental para o planejamento<br />
estético compreende o zênite gengival, o qual<br />
corresponde à porção mais apical da margem<br />
gengival. Em função da inclinação dos dentes ser<br />
mesial em relação à linha média e interincisiva, o<br />
zênite gengival no segmento anterior é levemente<br />
distal ao eixo axial dos dentes. Isso é valido para<br />
o ICS e CS; já nos ILS o zênite é normalmente<br />
coincidente com seu longo eixo, provavelmente<br />
pela diminuta largura do seu diâmetro cervical<br />
(CHICHE & PINAULT, 1994).<br />
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revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong><br />
v. 5. n. 1-2 jan./dez. – 2006<br />
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