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universidade feevale douglas neves spindler algoritmos para ...

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14<br />

1 FRACTAIS<br />

Historicamente, o interesse pela geometria tem sido estimulado por suas aplicações<br />

na natureza. A elipse, por exemplo, assumiu importância como a forma das órbitas<br />

planetárias, bem como a esfera foi utilizada <strong>para</strong> representar o formato da Terra. Mesmo<br />

sabendo que órbitas não são exatamente elípticas e nem que a Terra é exatamente esférica,<br />

estas aproximações podem ser perfeitamente adequadas <strong>para</strong> descrever muitos objetos.<br />

Entretanto, muitos padrões encontrados na natureza são tão irregulares e com nível<br />

de complexidade tão alto que não podem ser adequadamente descritos pela tradicional<br />

geometria euclidiana. Conforme mencionado por Mandelbrot (1982, p. 1), o criador do termo<br />

fractal, “nuvens não são cones, litorais não são círculos e nem o raio viaja em uma linha reta”.<br />

Assim, Mandelbrot propôs uma nova geometria da natureza, a geometria fractal, de modo a<br />

prover melhores representações de padrões irregulares e fragmentados – a própria origem do<br />

termo fractal, baseada no adjetivo latino fractus, significa “fragmentado” ou “irregular”.<br />

Falconer (1990, p. xiii) endossa a motivação <strong>para</strong> tal proposta afirmando que “conjuntos<br />

irregulares provêm uma representação muito melhor de muitos fenômenos naturais do que as<br />

figuras da geometria clássica”. Assim, a geometria fractal compõe um framework <strong>para</strong> o<br />

estudo de tais conjuntos irregulares.<br />

Entretanto, não existe um consenso a respeito da definição exata de um fractal. Para<br />

Devaney (1990, p. 130), por exemplo, “um fractal é, basicamente, uma forma geométrica que<br />

apresenta duas propriedades especiais: o objeto é autossimilar e possui dimensão fracionária”.<br />

descrevem que:<br />

<br />

<br />

Falconer (1990, p. xx), entretanto, defende que<br />

a definição de fractal deveria ser considerada da mesma maneira que um biólogo<br />

define „vida‟. Não há uma definição rígida e rápida, mas apenas uma lista de<br />

propriedades características de algo vivo, como a habilidade de se reproduzir, ou de<br />

se mover, ou ainda de existir, até certo ponto, independentemente do ambiente. A<br />

maior parte das coisas vivas possui a maioria das características da lista, embora<br />

haja objetos vivos que sejam exceções a cada uma delas. Do mesmo modo, parece<br />

melhor considerar um fractal como um conjunto que tem propriedades como as<br />

listadas abaixo, ao invés de procurar por uma definição que irá quase certamente<br />

excluir alguns casos interessantes.<br />

Ainda conforme Falconer (1990), tais propriedades, <strong>para</strong> um dado conjunto fractal F,<br />

F possui uma estrutura fina, com detalhes em escalas arbitrariamente pequenas;<br />

F é irregular demais <strong>para</strong> ser descrito em linguagem geométrica tradicional, tanto<br />

localmente quanto globalmente;

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