ESPÍRITO SANTO

DIAMANTINA
QUANDO A NOITE
Considerada uma das principais atrações culturais
de Diamantina, a Vesperata segue conquistando
novos adeptos da apresentação que coloca músicos
nas alturas e maestros no meio do público
v POR FLÁVIA LELIS
I Maestros em meio ao público
ajudam a criar atmosfera
envolvente da vesperata
Certamente nem todos sabem a letra, ou o ritmo.
Mas pouco importa. A cada batida de pratos e assopro
de trombones, as vozes se esforçam em criar
um coral improvisado para tornar mais afinados
os versos Angra dos Reis e Ipanema / Iracema, Itamaracá /
Porto Seguro, São Vicente / Braços abertos sempre a esperar /
Pois bem, cheguei / Quero ficar bem à vontade / Na verdade
eu sou assim / Descobridor dos sete mares / Navegar eu quero.
Em pouco tempo, a música Descobridor dos sete mares,
de Michel e Gilson, imortalizada na voz de Tim Maia, já
embala uma tímida dança aqui, outra acolá. O momento
não faz parte da apresentação de um cover, na verdade,
toda a cena se desenrola sob as estrelas, em Diamantina,
Minas Gerais, durante mais uma edição da Vesperata,
evento lançado em solo mineiro, que a cada ano ganha novos
adoradores por contar com um charme especial: uma
banda que faz sua exibição instrumental do alto de sacadas
dos casarões coloniais da Rua da Quitanda.
Maestros no meio do público
Ali, contrariando o estilo da tradicional serenata, os
músicos nas alturas são regidos por dois maestros que
se colocam em meio ao público, desenhando com as
mãos movimentos intensos que tornam a vibração
dos instrumentos ainda mais fortes, ecoando para todas
as direções de um cenário histórico, antes tocado
por célebres personagens brasileiros, como o presidente
Juscelino Kubitschek e a escrava alforriada Chica
FOTOS: © INSTITUTO ESTRADA REAL
48 2011 BRASIL TRAVEL NEWS