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NO<br />
SILÊNCIO<br />
DO<br />
DESERTO<br />
Protegido pelos olhares beduínos, nos meandros jordanianos,<br />
surge o deserto de Wadi Rum,<br />
que em 720 quilômetros quadrados de areia<br />
e suntuosidade natural conquista os olhares<br />
vindos das mais distantes fronteiras<br />
v POR FLÁVIA LELIS (TEXTO E FOTOS)<br />
Aareia segue de um lado a outro como se determinasse uma trilha<br />
imaginária, sempre destemida em busca de destinos indeterminados.<br />
O único som que se ouve é o soar da respiração,<br />
o vai-e-vem do vento que toca o rosto. Quando o olhar passa<br />
a investigar a paisagem descobre uma cadeia de imensas montanhas<br />
que guardam em 720 quilômetros quadrados os segredos do deserto de<br />
Wadi Rum, na Jordânia, um santuário silenciosamente protegido por<br />
beduínos. Dona de cenário que mescla vegetação esturricada pelo sol,<br />
a grandiosidade de paredões de pedras e a profundidade de inúmeros<br />
desfiladeiros, a região, tombada este ano como Patrimônio Mundial da<br />
Humanidade pela Unesco, é tratada como um nobre tesouro, uma vez<br />
que unicamente aqui é possível mergulhar numa cultura de mistérios,<br />
cercada por inscrições petrográficas que datam de quatro mil anos atrás.<br />
À maneira beduína, a ordem para quem chega – pela primeira ou pela<br />
centésima vez – é acomodar-se em uma das tendas desenhadas em extensos<br />
acampamentos, como o Captain’s Desert Camp, onde não cabem regalias excessivas,<br />
mas uma cama coberta por mosqueteiro, mesa com uma cadeira e<br />
a iluminação de um lampião. As paredes são tecidas por um tipo de lã grossa<br />
para proteger contra o frio trazido pela noite, enquanto os toaletes estão<br />
distantes alguns bons passos e são equipados com o suficiente para um 2<br />
BRASIL TRAVEL NEWS 2011<br />
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