17.06.2015 Views

Introd. às pontes de concreto - Engenhariaconcursos.com.br

Introd. às pontes de concreto - Engenhariaconcursos.com.br

Introd. às pontes de concreto - Engenhariaconcursos.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO<<strong>br</strong> />

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS<<strong>br</strong> />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO ÀS PONTES DE CONCRETO<<strong>br</strong> />

Texto Provisório <strong>de</strong> Apoio à Disciplina SET - 412<<strong>br</strong> />

Mounir Khalil El Debs<<strong>br</strong> />

Toshiaki Takeya<<strong>br</strong> />

São Carlos, 2007


INTRODUÇÃO ÀS PONTES DE CONCRETO<<strong>br</strong> />

SUMÁRIO<<strong>br</strong> />

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................... 05<<strong>br</strong> />

1.1. DEFINIÇÕES...................................................................................................................................................................... 05<<strong>br</strong> />

1.2. ACENO HISTÓRICO......................................................................................................................................................... 07<<strong>br</strong> />

1.3. CARACTERÍSTICAS PARTICULARES.......................................................................................................................... 08<<strong>br</strong> />

1.4. NOMENCLATURA........................................................................................................................................................... 08<<strong>br</strong> />

1.5. CLASSIFICAÇÃO.............................................................................................................................................................. 11<<strong>br</strong> />

1.5.1. Material da superestrutura.......................................................................................................................................... 11<<strong>br</strong> />

1.5.2. Comprimento.............................................................................................................................................................. 12<<strong>br</strong> />

1.5.3. Natureza do tráfego.................................................................................................................................................... 12<<strong>br</strong> />

1.5.4. Desenvolvimento planimétrico................................................................................................................................... 12<<strong>br</strong> />

1.5.5. Desenvolvimento altimétrico..................................................................................................................................... 13<<strong>br</strong> />

1.5.6. Sistema estrutural da superestrutura........................................................................................................................... 13<<strong>br</strong> />

1.5.7. Seção transversal........................................................................................................................................................ 15<<strong>br</strong> />

1.5.8. Posição do tabuleiro................................................................................................................................................... 16<<strong>br</strong> />

1.5.9. Posição <strong>de</strong> execução................................................................................................................................................... 17<<strong>br</strong> />

1.6. CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS PRELIMINARES.................................................................................................. 19<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 20<<strong>br</strong> />

2. AÇÕES NAS PONTES............................................................................................................................................ 21<<strong>br</strong> />

2.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 21<<strong>br</strong> />

2.2. AÇÕES PERMANENTES.................................................................................................................................................. 22<<strong>br</strong> />

2.2.1. Peso próprio dos elementos estruturais...................................................................................................................... 22<<strong>br</strong> />

2.2.2. Peso <strong>de</strong> elementos não estruturais.............................................................................................................................. 22<<strong>br</strong> />

2.2.3. Empuxo <strong>de</strong> terra e <strong>de</strong> água......................................................................................................................................... 23<<strong>br</strong> />

2.2.4. Força <strong>de</strong> protensão...................................................................................................................................................... 26<<strong>br</strong> />

2.2.5. Deformações impostas............................................................................................................................................... 26<<strong>br</strong> />

2.3. AÇÕES VARIÁVEIS......................................................................................................................................................... 27<<strong>br</strong> />

2.3.1. Carga móvel............................................................................................................................................................... 27<<strong>br</strong> />

2.3.2. Força centrífuga.......................................................................................................................................................... 37<<strong>br</strong> />

2.3.3. Choque lateral (impacto lateral)................................................................................................................................. 39<<strong>br</strong> />

2.3.4. Efeito da frenagem e da aceleração............................................................................................................................ 39<<strong>br</strong> />

2.3.5. Variação <strong>de</strong> temperatura............................................................................................................................................. 40<<strong>br</strong> />

2.3.6. Ação do vento............................................................................................................................................................. 44<<strong>br</strong> />

2.3.7. Pressão da água em movimento................................................................................................................................. 46<<strong>br</strong> />

2.3.8. Empuxo <strong>de</strong> terra provocado por cargas móveis......................................................................................................... 47<<strong>br</strong> />

2.3.9. Cargas <strong>de</strong> construção.................................................................................................................................................. 48<<strong>br</strong> />

2.4. AÇÕES EXCEPCIONAIS.................................................................................................................................................. 49<<strong>br</strong> />

2.5. COMBINAÇÕES DAS AÇÕES......................................................................................................................................... 49<<strong>br</strong> />

2.5.1. Combinações últimas das ações................................................................................................................................. 49<<strong>br</strong> />

2.5.2. Combinações <strong>de</strong> serviço das ações............................................................................................................................. 50<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 51<<strong>br</strong> />

3. NOÇÕES DE CÁLCULO DE SUPERESTRUTURA............................................................................................ 52<<strong>br</strong> />

3.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 52<<strong>br</strong> />

3.2. PONTES DE VIGAS.......................................................................................................................................................... 53<<strong>br</strong> />

3.2.1. Seção T....................................................................................................................................................................... 55<<strong>br</strong> />

3.2.2. Seção celular.............................................................................................................................................................. 64<<strong>br</strong> />

3.2.3. Lajes do tabuleiro (tabelas <strong>de</strong> Rüsch)......................................................................................................................... 66<<strong>br</strong> />

3.3. PONTES DE LAJE............................................................................................................................................................. 66<<strong>br</strong> />

3.3.1. Lajes maciças............................................................................................................................................................. 66


3.3.2. Lajes vazadas.............................................................................................................................................................. 68<<strong>br</strong> />

3.4. CÁLCULO MEDIANTE PROGRAMAS DE COMPUTADOR....................................................................................... 69<<strong>br</strong> />

3.4.1. Pontes <strong>de</strong> viga............................................................................................................................................................. 69<<strong>br</strong> />

3.4.2. Pontes <strong>de</strong> laje.............................................................................................................................................................. 70<<strong>br</strong> />

3.4.3. Programas <strong>com</strong>erciais................................................................................................................................................. 71<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 74<<strong>br</strong> />

4. SISTEMAS ESTRUTURAIS.................................................................................................................................. 75<<strong>br</strong> />

4.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 75<<strong>br</strong> />

4.2. PONTES EM VIGA............................................................................................................................................................ 75<<strong>br</strong> />

4.2.1. Vinculações típicas..................................................................................................................................................... 76<<strong>br</strong> />

4.2.2. Formas da viga........................................................................................................................................................... 83<<strong>br</strong> />

4.2.2. Faixa <strong>de</strong> vãos.............................................................................................................................................................. 84<<strong>br</strong> />

4.3. PONTES EM PÓRTICO..................................................................................................................................................... 85<<strong>br</strong> />

4.3.1. Vinculações típicas..................................................................................................................................................... 86<<strong>br</strong> />

4.3.2. Formas do Pórtico...................................................................................................................................................... 87<<strong>br</strong> />

4.3.2. Faixa <strong>de</strong> vãos.............................................................................................................................................................. 88<<strong>br</strong> />

4.4. PONTES EM ARCO........................................................................................................................................................... 88<<strong>br</strong> />

4.3.1. Vinculações típicas..................................................................................................................................................... 88<<strong>br</strong> />

4.3.2. Formas do Arco.......................................................................................................................................................... 88<<strong>br</strong> />

4.3.2. Faixa <strong>de</strong> vãos.............................................................................................................................................................. 90<<strong>br</strong> />

4.4. PONTES ESTAIADAS....................................................................................................................................................... 90<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 92<<strong>br</strong> />

5. SEÇÕES TRANSVERSAIS.................................................................................................................................... 93<<strong>br</strong> />

5.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 93<<strong>br</strong> />

5.2. PONTES DE LAJE............................................................................................................................................................. 94<<strong>br</strong> />

5.3. PONTES DE VIGA............................................................................................................................................................. 98<<strong>br</strong> />

5.3.1. Tabuleiro normal........................................................................................................................................................ 98<<strong>br</strong> />

5.3.2. Tabuleiro rebaixado.................................................................................................................................................... 104<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 106<<strong>br</strong> />

6. TIPOLOGIA DOS APOIOS DAS PONTES........................................................................................................... 107<<strong>br</strong> />

6.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 107<<strong>br</strong> />

6.2. APARELHOS DE APOIO.................................................................................................................................................. 107<<strong>br</strong> />

6.2.1. Aparelhos <strong>de</strong> apoio metálicos..................................................................................................................................... 108<<strong>br</strong> />

6.2.2. Aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>................................................................................................................................. 108<<strong>br</strong> />

6.2.3. Aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene................................................................................................................................ 111<<strong>br</strong> />

6.3. INFRA-ESTRUTURA........................................................................................................................................................ 113<<strong>br</strong> />

6.3.1. Encontros e pilares..................................................................................................................................................... 113<<strong>br</strong> />

6.3.2. Fundações................................................................................................................................................................... 115<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 120<<strong>br</strong> />

7. ESFORÇOS NOS APARELHOS DE APOIO........................................................................................................ 121<<strong>br</strong> />

7.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 121<<strong>br</strong> />

7.2. CONSTANTES ELÁSTICAS DOS APOIOS.................................................................................................................... 122<<strong>br</strong> />

7.2.1. Definições................................................................................................................................................................... 122<<strong>br</strong> />

7.2.2. Articulação fixa.......................................................................................................................................................... 122<<strong>br</strong> />

7.2.3. Articulação móvel...................................................................................................................................................... 122<<strong>br</strong> />

7.2.4. Aparelho <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene.................................................................................................................................. 123<<strong>br</strong> />

7.2.5. Pilar............................................................................................................................................................................ 124<<strong>br</strong> />

7.2.6. Pilar <strong>com</strong> aparelho <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene................................................................................................................... 125<<strong>br</strong> />

7.3. PONTES DE TABULEIRO RETO ORTOGONAL CONTÍNUO..................................................................................... 126<<strong>br</strong> />

7.3.1. Efeito <strong>de</strong> uma força horizontal longitudinal............................................................................................................... 126<<strong>br</strong> />

7.3.2. Efeito <strong>de</strong> uma força horizontal transversal................................................................................................................. 127


7.3.3. Efeito da <strong>de</strong>formação longitudinal do tabuleiro......................................................................................................... 129<<strong>br</strong> />

7.4. PONTES DE TABULEIRO RETO ORTOGONAL DESCONTÍNUO............................................................................. 130<<strong>br</strong> />

7.4.1. Procedimento <strong>de</strong> cálculo............................................................................................................................................ 130<<strong>br</strong> />

7.4.2. Coeficientes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z............................................................................................................................................... 130<<strong>br</strong> />

7.4.3. Coeficientes <strong>de</strong> propagação....................................................................................................................................... 131<<strong>br</strong> />

7.4.4. Cálculo <strong>de</strong> αi, i−1<<strong>br</strong> />

e ki<<strong>br</strong> />

..............................................................................................................................................<<strong>br</strong> />

132<<strong>br</strong> />

7.4.5. Cálculo <strong>de</strong> αi, i+<<strong>br</strong> />

1 e Ki<<strong>br</strong> />

............................................................................................................................................<<strong>br</strong> />

134<<strong>br</strong> />

7.4.6. Roteiro <strong>de</strong> cálculo....................................................................................................................................................... 134<<strong>br</strong> />

7.5. DIMENSIONAMENTO DE APARELHOS DE APOIO DE NEOPRENE....................................................................... 135<<strong>br</strong> />

7.5.1. Pré-dimensionamento................................................................................................................................................. 136<<strong>br</strong> />

7.5.2. Verificações................................................................................................................................................................ 137<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 141<<strong>br</strong> />

8. PROCESSOS CONSTRUTIVOS............................................................................................................................ 142<<strong>br</strong> />

8.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................... 142<<strong>br</strong> />

8.2. CONCRETO MOLDADO NO LOCAL COM CIMBRAMENTO FIXO......................................................................... 143<<strong>br</strong> />

8.3. ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS QUE VENCEM TODO O VÃO E SUAS VARIAÇÕES.......................................... 146<<strong>br</strong> />

8.4. BALANÇOS SUCESSIVOS.............................................................................................................................................. 150<<strong>br</strong> />

8.5. DESLOCAMENTOS SUCESSIVOS................................................................................................................................. 152<<strong>br</strong> />

8.6. CIMBRAMENTO MÓVEL................................................................................................................................................ 166<<strong>br</strong> />

8.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................................................. 170<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 172<<strong>br</strong> />

Anexos<<strong>br</strong> />

A1. ASPECTOS BÁSICOS DO COMPORTAMENTO À FADIGA DO CONCRETO ARMADO E<<strong>br</strong> />

PROTENDIDO............................................................................................................................................................ 173<<strong>br</strong> />

A1.1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................ 173<<strong>br</strong> />

A1.2. FADIGA DOS MATERIAIS........................................................................................................................................... 176<<strong>br</strong> />

A1.2.1. Concreto simples..................................................................................................................................................... 176<<strong>br</strong> />

A1.2.2. Aço.......................................................................................................................................................................... 177<<strong>br</strong> />

A1.2.3. Aço para armadura protendida................................................................................................................................ 179<<strong>br</strong> />

A1.3. COMPORTAMENTO À FADIGA DE ESTRUTURAS E COMPONENTES............................................................... 180<<strong>br</strong> />

A1.3.1. Preliminares............................................................................................................................................................. 180<<strong>br</strong> />

A1.3.2. Ruptura <strong>de</strong>vido a momento fletor............................................................................................................................ 180<<strong>br</strong> />

A1.3.3. Ruptura <strong>de</strong>vido a força cortante.............................................................................................................................. 181<<strong>br</strong> />

A1.3.4. Ruptura da a<strong>de</strong>rência aço-<strong>concreto</strong>......................................................................................................................... 182<<strong>br</strong> />

A1.3.5. Abertura <strong>de</strong> fissuras e <strong>de</strong>formações......................................................................................................................... 183<<strong>br</strong> />

A1.3.6. Observações <strong>de</strong> danos por fadiga em estruturas...................................................................................................... 184<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................ 184<<strong>br</strong> />

A2. EMPREGO DAS TABELAS DE RÜSCH........................................................................................................... 185


1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

1.1. DEFINIÇÕES<<strong>br</strong> />

Ponte é uma construção <strong>de</strong>stinada a estabelecer a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong> qualquer<<strong>br</strong> />

natureza.<<strong>br</strong> />

Nos casos mais <strong>com</strong>uns, e que serão tratados neste texto, a via é uma rodovia, uma ferrovia,<<strong>br</strong> />

ou uma passagem para pe<strong>de</strong>stres.<<strong>br</strong> />

O obstáculo a ser transposto po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> natureza diversa, e em função <strong>de</strong>ssa natureza são<<strong>br</strong> />

associadas as seguintes <strong>de</strong>nominações:<<strong>br</strong> />

Ponte (propriamente dita) - quando o obstáculo é constituído <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> água ou outra<<strong>br</strong> />

superfície líquida <strong>com</strong>o por exemplo um lago ou <strong>br</strong>aço <strong>de</strong> mar (Fig. 1.1);<<strong>br</strong> />

Viaduto - quando o obstáculo é um vale ou uma via (Fig. 1.2).<<strong>br</strong> />

N.A.<<strong>br</strong> />

Fig. 1.1 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> ponte.<<strong>br</strong> />

Fig. 1.2 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> viaduto.


6<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

Os viadutos po<strong>de</strong>m receber, em função <strong>de</strong> suas particularida<strong>de</strong>s as seguintes <strong>de</strong>nominações:<<strong>br</strong> />

Viaduto <strong>de</strong> acesso - viaduto que serve para dar acesso a uma ponte (Fig. 1.3);<<strong>br</strong> />

Viaduto <strong>de</strong> meia encosta - viaduto empregado em encostas (Fig. 1.14-a) <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

minimizar a movimentação <strong>de</strong> solo em encostas íngremes, ou <strong>com</strong>o alternativa ao emprego <strong>de</strong> muro<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> arrimo ou similar (Fig. 1.14-b).<<strong>br</strong> />

N.A.<<strong>br</strong> />

Viaduto <strong>de</strong> acesso Ponte Viaduto <strong>de</strong> acesso<<strong>br</strong> />

Fig. 1.3 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> viaduto <strong>de</strong> acesso.<<strong>br</strong> />

Encosta<<strong>br</strong> />

Viaduto<<strong>br</strong> />

Encosta<<strong>br</strong> />

Estrada<<strong>br</strong> />

Muro <strong>de</strong> arrimo<<strong>br</strong> />

Pilar<<strong>br</strong> />

(a) Alternativa em viaduto (b) Alternativa em aterro<<strong>br</strong> />

Fig. 1.4 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> viaduto <strong>de</strong> meia encosta.<<strong>br</strong> />

Existe ainda um tipo <strong>de</strong> construção que, em <strong>de</strong>terminadas situações, po<strong>de</strong> ser enquadrado na<<strong>br</strong> />

categoria <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> que são as galerias.<<strong>br</strong> />

As galerias, também <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> bueiros, são o<strong>br</strong>as <strong>com</strong>pletamente ou parcialmente<<strong>br</strong> />

enterradas que fazem parte do sistema <strong>de</strong> drenagem, permanente ou não, das vias ou são o<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stinadas a passagens inferiores. Na Fig. 1.5 é ilustrada uma situação em que a galeria apresenta as<<strong>br</strong> />

características das <strong>pontes</strong> e uma outra situação em que as características fogem muito daquelas<<strong>br</strong> />

apresentadas pelas <strong>pontes</strong>. Evi<strong>de</strong>ntemente, existem situações intermediárias, para as quais, o porte e<<strong>br</strong> />

a altura <strong>de</strong> terra so<strong>br</strong>e a galeria conferem a este tipo <strong>de</strong> o<strong>br</strong>a características que as aproximam mais<<strong>br</strong> />

ou menos das <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

Tráfego<<strong>br</strong> />

Tráfego<<strong>br</strong> />

(a) Com características das <strong>pontes</strong><<strong>br</strong> />

Fig. 1.5 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> galeria.<<strong>br</strong> />

(b) Com características distintas das <strong>pontes</strong>


Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

7<<strong>br</strong> />

1.2. ACENO HISTÓRICO<<strong>br</strong> />

Um histórico das <strong>pontes</strong>, po<strong>de</strong> ser visto, <strong>de</strong> forma resumida, a partir dos materiais empregados<<strong>br</strong> />

na sua construção. Desta forma tem-se, na or<strong>de</strong>m cronológica, segundo LEONHARDT (1979), os<<strong>br</strong> />

seguintes tipos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>:<<strong>br</strong> />

Pontes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira - a ma<strong>de</strong>ira tem sido empregada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a antiguida<strong>de</strong> na construção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong>, inicialmente <strong>com</strong> arranjos estruturais bastante simples. Destaca-se que <strong>com</strong> este material<<strong>br</strong> />

chegou-se a construir <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> vãos consi<strong>de</strong>ráveis, <strong>com</strong>o o <strong>de</strong> uma ponte construída em 1758,<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e o rio Reno, <strong>com</strong> 118 metros <strong>de</strong> vão.<<strong>br</strong> />

Pontes <strong>de</strong> pedra - a pedra, assim <strong>com</strong>o a ma<strong>de</strong>ira, era empregada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a antiguida<strong>de</strong>, na<<strong>br</strong> />

construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>. Os romanos e os chineses já construíam abóbadas em pedra antes <strong>de</strong> Cristo.<<strong>br</strong> />

Os romanos chegaram a construir <strong>pontes</strong>, em forma <strong>de</strong> arco semicircular <strong>com</strong> até 30 metros <strong>de</strong> vão.<<strong>br</strong> />

Foi gran<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em pedra construídas pelos romanos; a maior parte <strong>de</strong>stas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sabaram, principalmente por problemas <strong>de</strong> fundação ou então foram <strong>de</strong>molidas por questões<<strong>br</strong> />

bélicas, mas existem algumas que permanecem até os dias <strong>de</strong> hoje. Na ida<strong>de</strong> média as abóbadas<<strong>br</strong> />

ficaram mais abatidas, chegando a atingir vãos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 50 metros.<<strong>br</strong> />

Pontes metálicas - embora as primeiras <strong>pontes</strong> metálicas tenham surgido no fim do século<<strong>br</strong> />

XVIII, em ferro fundido, foi a partir da meta<strong>de</strong> do século seguinte, <strong>com</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento das<<strong>br</strong> />

ferrovias - que produziam cargas bem mais elevadas que as que ocorriam até então - é que floresceu<<strong>br</strong> />

o emprego do aço na construção das <strong>pontes</strong>. Cabe <strong>de</strong>stacar que já a partir <strong>de</strong> 1850 construíam-se<<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> em treliça <strong>com</strong> 124 metros <strong>de</strong> vão.<<strong>br</strong> />

Pontes <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado - as primeiras <strong>pontes</strong> em <strong>concreto</strong> apareceram no início do<<strong>br</strong> />

século 20. Eram <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> simples em arco triarticulado, <strong>com</strong> o material substituindo a<<strong>br</strong> />

pedra. Embora já se empregasse o <strong>concreto</strong> armado na execução do tabuleiro das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

simples, foi a partir <strong>de</strong> 1912 que <strong>com</strong>eçaram a ser construídas as <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga e <strong>de</strong> pórtico em<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> armado, <strong>com</strong> vãos <strong>de</strong> até 30 metros.<<strong>br</strong> />

Pontes <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido 1 - embora as primeiras <strong>pontes</strong> em <strong>concreto</strong> protendido<<strong>br</strong> />

tenham sido feitas a partir <strong>de</strong> 1938, foi após a Segunda Guerra Mundial que o <strong>concreto</strong> protendido<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçou a ser empregado <strong>com</strong> gran<strong>de</strong> freqüência, por causa da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reconstruir<<strong>br</strong> />

rapidamente um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong>struídas durante a guerra.<<strong>br</strong> />

A partir <strong>de</strong> então, o <strong>de</strong>senvolvimento da construção das <strong>pontes</strong> se concentrou nos processos<<strong>br</strong> />

construtivos.<<strong>br</strong> />

Para um aprofundamento neste assunto re<strong>com</strong>enda-se a leitura <strong>de</strong> WITTFOHT (1975).<<strong>br</strong> />

1 O <strong>concreto</strong> armado e o <strong>concreto</strong> protendido não <strong>de</strong>vem ser vistos <strong>com</strong>o materiais diferentes. A distinção feita aqui<<strong>br</strong> />

visa realçar um avanço tecnológico importante na construção das <strong>pontes</strong>.


8<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

1.3. CARACTERÍSTICAS PARTICULARES<<strong>br</strong> />

Ao se <strong>com</strong>parar as <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> os edifícios, po<strong>de</strong>-se estabelecer certas particularida<strong>de</strong>s das<<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> em relação aos edifícios. Estas, po<strong>de</strong>m ser agrupadas da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

Ações - <strong>de</strong>vido ao caráter da carga <strong>de</strong> utilização das <strong>pontes</strong>, torna-se necessário consi<strong>de</strong>rar<<strong>br</strong> />

alguns aspectos que normalmente não são consi<strong>de</strong>rados nos edifícios. Nas <strong>pontes</strong>, em geral, <strong>de</strong>ve-se<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rar o efeito dinâmico das cargas, e <strong>de</strong>vido ao fato das cargas serem móveis, torna-se<<strong>br</strong> />

necessário <strong>de</strong>terminar a envoltória dos esforços solicitantes e a verificação da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fadiga dos materiais.<<strong>br</strong> />

Processos construtivos - em razão da adversida<strong>de</strong> do local <strong>de</strong> implantação, que é <strong>com</strong>um na<<strong>br</strong> />

construção das <strong>pontes</strong>, existem processos <strong>de</strong> construção que, em geral, são específicos para a<<strong>br</strong> />

construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

Composição estrutural - a <strong>com</strong>posição estrutural utilizada nas <strong>pontes</strong> difere da empregada<<strong>br</strong> />

em edifícios, em razão da carga <strong>de</strong> utilização, dos vãos a serem vencidos, e do processo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

construção.<<strong>br</strong> />

Análise estrutural - na análise estrutural existem simplificações e re<strong>com</strong>endações em função<<strong>br</strong> />

da <strong>com</strong>posição estrutural, <strong>com</strong>o por exemplo, o cálculo da estrutura em grelha consi<strong>de</strong>rando<<strong>br</strong> />

elementos in<strong>de</strong>formáveis numa direção.<<strong>br</strong> />

Nas construções, <strong>de</strong> uma maneira geral <strong>de</strong>ve-se aten<strong>de</strong>r os seguintes quesitos: segurança,<<strong>br</strong> />

economia, funcionalida<strong>de</strong> e estética. No caso das <strong>pontes</strong>, dois <strong>de</strong>stes quesitos merecem ser<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stacados: a estética e a funcionalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Para <strong>de</strong>terminadas <strong>pontes</strong>, nas quais o impacto visual no ambiente é importante, a estética<<strong>br</strong> />

assume um papel <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, justificando inclusive, em <strong>de</strong>terminados casos um aumento<<strong>br</strong> />

do custo. Reforçando ainda este aspecto, salienta-se que na construção <strong>de</strong> uma rodovia, as <strong>pontes</strong> e<<strong>br</strong> />

os viadutos são <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as <strong>de</strong> arte. So<strong>br</strong>e este assunto po<strong>de</strong>-se consultar LEONHARDT<<strong>br</strong> />

(1982) e WATSON & HURD (1990).<<strong>br</strong> />

No projeto das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong>ve-se visar o atendimento das condições <strong>de</strong> uso, <strong>com</strong> um mínimo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

manutenção, buscando assim evitar transtornos <strong>de</strong> uma interrupção do tráfego, que em<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminadas situações po<strong>de</strong>-se tornar calamitosa.<<strong>br</strong> />

1.4. NOMENCLATURA<<strong>br</strong> />

Tendo em vista os aspectos estruturais, as <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser subdivididas nos seguintes<<strong>br</strong> />

elementos, <strong>com</strong>o mostra a Fig. 1.6:


Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

9<<strong>br</strong> />

Superestrutura<<strong>br</strong> />

Encontro<<strong>br</strong> />

Aparelho <strong>de</strong> apoio<<strong>br</strong> />

Pilar<<strong>br</strong> />

Fundação<<strong>br</strong> />

Fig. 1.6 Esquema ilustrativo da <strong>com</strong>posição das <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

⎧ Estrutura principal<<strong>br</strong> />

SUPERESTRU TURA ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ Estrutura secundária<<strong>br</strong> />

APARELHO DE APOIO<<strong>br</strong> />

⎧ Suporte<<strong>br</strong> />

INFRAESTRU TURA ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ Fundação<<strong>br</strong> />

A superestrutura é a parte da ponte <strong>de</strong>stinada a vencer o obstáculo. A superestrutura po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ser subdividida em duas partes:<<strong>br</strong> />

• Estrutura principal (ou sistema estrutural principal ou simplesmente sistema estrutural) -<<strong>br</strong> />

que tem a função <strong>de</strong> vencer o vão livre;<<strong>br</strong> />

• Estrutura secundária (ou tabuleiro ou estrado) - que recebe a ação direta das cargas e a<<strong>br</strong> />

transmite para a estrutura principal.<<strong>br</strong> />

O aparelho <strong>de</strong> apoio é o elemento colocado entre a infraestrutura e a superestrutura,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stinado a transmitir as reações <strong>de</strong> apoio e permitir <strong>de</strong>terminados movimentos da superestrutura.<<strong>br</strong> />

A infraestrutura é a parte da ponte que recebe as cargas da superestrutura através dos<<strong>br</strong> />

aparelhos <strong>de</strong> apoio e as transmite ao solo.<<strong>br</strong> />

A infraestrutura po<strong>de</strong> ser subdividida em suportes e fundações. Os suportes po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

subdivididos em:<<strong>br</strong> />

• Encontro - elemento situado nas extremida<strong>de</strong>s da ponte, na transição <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

aterro da via, e que tem a dupla função, <strong>de</strong> suporte, e <strong>de</strong> arrimo do solo;<<strong>br</strong> />

• Pilar - elemento <strong>de</strong> suporte, normalmente situado na região intermediária, e que não tem a<<strong>br</strong> />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrimar o solo.<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar que além da subdivisão aqui apresentada, encontra-se na literatura nacional,<<strong>br</strong> />

outra subdivisão que é a seguinte:<<strong>br</strong> />

• SUPERESTRUTURA<<strong>br</strong> />

• MESOESTRUTURA (aparelho <strong>de</strong> apoio, pilar e encontro)<<strong>br</strong> />

• INFRAESTRUTURA (fundação).


10<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

Salienta-se que <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> não apresentam separação nítida entre os<<strong>br</strong> />

elementos, o que torna a aplicação da nomenclatura, para ambas as subdivisões apresentadas, não<<strong>br</strong> />

muito clara.<<strong>br</strong> />

Com relação à seção transversal, conforme mostrado na Fig. 1.7, po<strong>de</strong>m aparecer os seguintes<<strong>br</strong> />

elementos:<<strong>br</strong> />

• Pista <strong>de</strong> rolamento - largura disponível para o tráfego normal dos veículos, que po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

subdividida em faixas;<<strong>br</strong> />

• Acostamento - largura adicional à pista <strong>de</strong> rolamento <strong>de</strong>stinada à utilização em casos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

emergência, pelos veículos;<<strong>br</strong> />

• Defensa - elemento <strong>de</strong> proteção aos veículos, colocado lateralmente ao acostamento;<<strong>br</strong> />

• Passeio - largura adicional <strong>de</strong>stinada exclusivamente ao tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres;<<strong>br</strong> />

• Guarda-roda - elemento <strong>de</strong>stinado a impedir a invasão dos passeios pelos veículos;<<strong>br</strong> />

• Guarda corpo - elemento <strong>de</strong> proteção aos pe<strong>de</strong>stres.<<strong>br</strong> />

0,40 a 0,50<<strong>br</strong> />

Pista <strong>de</strong> rolamento<<strong>br</strong> />

7,00 a 8,00<<strong>br</strong> />

0,40 a 0,50<<strong>br</strong> />

Acostamento<<strong>br</strong> />

2,50 a 3,00<<strong>br</strong> />

Faixa<<strong>br</strong> />

3,50 a 4,00<<strong>br</strong> />

Faixa<<strong>br</strong> />

3,50 a 4,00<<strong>br</strong> />

Acostamento<<strong>br</strong> />

2,50 a 3,00<<strong>br</strong> />

Defensa<<strong>br</strong> />

0,80 a 0,90<<strong>br</strong> />

Guarda-corpo<<strong>br</strong> />

Passeio<<strong>br</strong> />

Pavimentação<<strong>br</strong> />

Guarda-rodas<<strong>br</strong> />

0,25 a 0,30<<strong>br</strong> />

Fig. 1.7 Denominações dos elementos relativos à seção transversal.<<strong>br</strong> />

Com relação à seção longitudinal, mostrada na Fig. 1.8, tem-se as seguintes <strong>de</strong>nominações:<<strong>br</strong> />

• Comprimento da ponte (também <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> vão total) - distância, medida<<strong>br</strong> />

horizontalmente segundo o eixo longitudinal, entre as seções extremas da ponte;<<strong>br</strong> />

• Vão (também <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> vão teórico e <strong>de</strong> tramo) - distância, medida horizontalmente,<<strong>br</strong> />

entre os eixos <strong>de</strong> dois suportes consecutivos;<<strong>br</strong> />

• Vão livre - distância entre as faces <strong>de</strong> dois suportes consecutivos;<<strong>br</strong> />

• Altura <strong>de</strong> construção - distância entre o ponto mais baixo e o mais alto da superestrutura;<<strong>br</strong> />

• Altura livre - distância entre o ponto mais baixo da superestrutura e o ponto mais alto do<<strong>br</strong> />

obstáculo.


Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

11<<strong>br</strong> />

Comprimento da ponte<<strong>br</strong> />

Vão 1 Vão 2<<strong>br</strong> />

Altura <strong>de</strong> construção<<strong>br</strong> />

Vão livre<<strong>br</strong> />

Altura livre<<strong>br</strong> />

N.A.<<strong>br</strong> />

Fig. 1.8 Denominações dos elementos relativos à seção longitudinal.<<strong>br</strong> />

1.5. CLASSIFICAÇÃO<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser classificadas segundo vários critérios; os mais importantes são os<<strong>br</strong> />

seguintes:<<strong>br</strong> />

• material da superestrutura;<<strong>br</strong> />

• <strong>com</strong>primento;<<strong>br</strong> />

• natureza do tráfego;<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong>senvolvimento planimétrico;<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong>senvolvimento altimétrico;<<strong>br</strong> />

• sistema estrutural da superestrutura;<<strong>br</strong> />

• seção transversal;<<strong>br</strong> />

• posição do tabuleiro;<<strong>br</strong> />

• processo <strong>de</strong> execução.<<strong>br</strong> />

Apresenta-se a seguir a classificação das <strong>pontes</strong> segundo cada um dos critérios relacionados.<<strong>br</strong> />

Destaca-se que <strong>com</strong> esta apresentação visa-se também ampliar a relação dos termos técnicos<<strong>br</strong> />

empregados no projeto e na construção das <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

1.5.1. Material da superestrutura<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> se classificam segundo o material da superestrutura em:<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira;<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong> alvenaria<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> simples;<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado;<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido;<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong> aço;


12<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

• mistas (<strong>concreto</strong> e aço).<<strong>br</strong> />

Na infraestrutura das <strong>pontes</strong> emprega-se normalmente o <strong>concreto</strong> armado, portanto não será<<strong>br</strong> />

feita a classificação segundo o material da infraestrutura.<<strong>br</strong> />

1.5.2. Comprimento<<strong>br</strong> />

Segundo o seu <strong>com</strong>primento, as <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser classificadas em:<<strong>br</strong> />

• galerias (bueiros) - <strong>de</strong> 2 a 3 metros;<<strong>br</strong> />

• pontilhões - <strong>de</strong> 3 a l0 metros;<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> - acima <strong>de</strong> l0 metros.<<strong>br</strong> />

Esta classificação tem importância apenas para apresentar as <strong>de</strong>nominações que as <strong>pontes</strong><<strong>br</strong> />

recebem em função do seu <strong>com</strong>primento ou porte, embora não exista consenso - e nem gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

importância - so<strong>br</strong>e as faixas <strong>de</strong> valores aqui indicadas.<<strong>br</strong> />

Existe ainda uma divisão, também <strong>de</strong> contornos não muito <strong>de</strong>finidos, que é:<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> pequenos vãos – até 30 metros<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> médios vãos – <strong>de</strong> 30 a 60 a 80 metros<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s vãos – acima <strong>de</strong> 60 a 80 metros<<strong>br</strong> />

1.5.3. Natureza do tráfego<<strong>br</strong> />

Segundo a natureza do tráfego, as <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser classificadas em:<<strong>br</strong> />

• rodoviárias;<<strong>br</strong> />

• ferroviárias;<<strong>br</strong> />

• passarelas (<strong>pontes</strong> para pe<strong>de</strong>stres);<<strong>br</strong> />

• aeroviárias;<<strong>br</strong> />

• aquetudos;<<strong>br</strong> />

• mistas.<<strong>br</strong> />

Estas <strong>de</strong>nominações são associadas ao tipo <strong>de</strong> tráfego principal. As <strong>pontes</strong> mistas são aquelas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stinadas a mais <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> tráfego, por exemplo ponte rodo-ferroviária que serve para<<strong>br</strong> />

estabelecer a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma rodovia e <strong>de</strong> uma ferrovia.<<strong>br</strong> />

1.5.4. Desenvolvimento planimétrico<<strong>br</strong> />

Segundo o <strong>de</strong>senvolvimento em planta do traçado, as <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser classificadas em:<<strong>br</strong> />

⎧ ortogonais<<strong>br</strong> />

• Retas ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ esconsas<<strong>br</strong> />

• Curvas<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> retas, <strong>com</strong>o o próprio nome diz, são aquelas que apresentam eixo reto.


Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

13<<strong>br</strong> />

Em função do ângulo que o eixo da ponte forma <strong>com</strong> a linha <strong>de</strong> apoio da superestrutura, estas<<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser divididas em ortogonais (quando este ângulo é <strong>de</strong> 90°), e esconsas (quando este<<strong>br</strong> />

ângulo é diferente <strong>de</strong> 90°).<<strong>br</strong> />

As Fig. 1.9-a e Fig. 1.9-b ilustram estas situações.<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> curvas são aquelas que apresentam o eixo, em planta, curvo, conforme ilustra a Fig.<<strong>br</strong> />

1.9-c.<<strong>br</strong> />

1.5.5. Desenvolvimento altimétrico<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> se classificam segundo o seu <strong>de</strong>senvolvimento altimétrico em:<<strong>br</strong> />

⎧ horizontal<<strong>br</strong> />

• Retas ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ em rampa<<strong>br</strong> />

⎧ tabuleiro convexo<<strong>br</strong> />

• Curvas ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ tabuleiro côncavo<<strong>br</strong> />

As Fig. 1.10-a, b, c, e d ilustram estas situações.<<strong>br</strong> />

1.5.6. Sistema estrutural da superestrutura<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser classificadas, quanto ao sistema estrutural da superestrutura em:<<strong>br</strong> />

• ponte em viga;<<strong>br</strong> />

• ponte em pórtico;<<strong>br</strong> />

• ponte em arco;<<strong>br</strong> />

• ponte pênsil;<<strong>br</strong> />

• ponte estaiada.<<strong>br</strong> />

Estes tipos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m apresentar subdivisões, em função dos tipos <strong>de</strong> vinculação dos<<strong>br</strong> />

elementos, <strong>com</strong>o por exemplo, ponte em viga simplesmente apoiada, ponte em arco biarticulado,<<strong>br</strong> />

etc. Estas subdivisões serão tratadas posteriormente.<<strong>br</strong> />

A Fig. 1.11 ilustra estes tipos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>.


14<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

(a) Ponte reta ortogonal<<strong>br</strong> />

(b) Ponte reta esconsa<<strong>br</strong> />

90 o Eixo da ponte<<strong>br</strong> />

Linhas <strong>de</strong> apoio<<strong>br</strong> />

da superestrutura<<strong>br</strong> />

= / 90 o<<strong>br</strong> />

Eixo da ponte<<strong>br</strong> />

Linhas <strong>de</strong> apoio<<strong>br</strong> />

da superestrutura<<strong>br</strong> />

(c) Ponte curva<<strong>br</strong> />

Eixo da ponte<<strong>br</strong> />

Linhas <strong>de</strong> apoio<<strong>br</strong> />

da superestrutura<<strong>br</strong> />

Fig. 1.9 Classificação das <strong>pontes</strong> segundo o <strong>de</strong>senvolvimento em planta.<<strong>br</strong> />

(a) Horizontal<<strong>br</strong> />

(b) Em rampa<<strong>br</strong> />

(c) Tabuleiro convexo<<strong>br</strong> />

(d) Tabuleiro côncavo<<strong>br</strong> />

Fig. 1.10 Classificação das <strong>pontes</strong> segundo o <strong>de</strong>senvolvimento altimétrico.


Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

15<<strong>br</strong> />

(a) Ponte em viga<<strong>br</strong> />

(b) Ponte em pórtico<<strong>br</strong> />

(c) Ponte em arco<<strong>br</strong> />

(d) Ponte pênsil<<strong>br</strong> />

(e) Ponte estaiada<<strong>br</strong> />

Fig. 1.11 Esquemas dos sistemas estruturais da superestrutura.<<strong>br</strong> />

1.5.7. Seção transversal<<strong>br</strong> />

Quanto à seção transversal às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> se classificam em:<<strong>br</strong> />

⎧ maciça<<strong>br</strong> />

• ponte <strong>de</strong> laje ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ vazada


16<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

⎧ seção T<<strong>br</strong> />

• ponte <strong>de</strong> viga ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ seção celular<<strong>br</strong> />

Existe ainda um tipo <strong>de</strong> ponte <strong>de</strong> viga – a viga em forma <strong>de</strong> treliça. No entanto, este tipo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seção transversal é muito pouco utilizado nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, o que justifica a não inclusão<<strong>br</strong> />

nesta classificação. As figuras Fig. 1.12-a e Fig. 1.12-b ilustram os casos em questão.<<strong>br</strong> />

(a) Pontes <strong>de</strong> laje<<strong>br</strong> />

Maciça<<strong>br</strong> />

Vazada<<strong>br</strong> />

(b) Pontes <strong>de</strong> viga<<strong>br</strong> />

Seção T<<strong>br</strong> />

Seção celular<<strong>br</strong> />

Fig. 1.12 Seções transversais das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

Observe-se que está sendo feita uma distinção na classificação das <strong>pontes</strong> quanto ao sistema<<strong>br</strong> />

estrutural da superestrutura e quanto à seção transversal, através da preposição que segue a palavra<<strong>br</strong> />

ponte. Assim, ponte em viga refere-se ao sistema estrutural da superestrutura em viga qualquer que<<strong>br</strong> />

seja a seção transversal, e ponte <strong>de</strong> viga refere-se à seção transversal em viga, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<<strong>br</strong> />

sistema estrutural da superestrutura.<<strong>br</strong> />

Salienta-se ainda que estas <strong>de</strong>nominações não são <strong>de</strong> uso <strong>com</strong>um nem na literatura<<strong>br</strong> />

nacional nem na prática da Engenharia Civil no país, mas foram julgadas a<strong>de</strong>quadas para evitar que<<strong>br</strong> />

haja confusão na hora <strong>de</strong> classificar as <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

1.5.8. Posição do tabuleiro<<strong>br</strong> />

Quanto à posição do tabuleiro as <strong>pontes</strong> se classificam em:<<strong>br</strong> />

• ponte <strong>com</strong> tabuleiro superior;<<strong>br</strong> />

• ponte <strong>com</strong> tabuleiro intermediário;<<strong>br</strong> />

• ponte <strong>com</strong> tabuleiro inferior.<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> tabuleiro superior recebem também a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> tabuleiro<<strong>br</strong> />

normal, e as <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> tabuleiro intermediário e inferior são também chamadas <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

tabuleiro rebaixado.<<strong>br</strong> />

A Fig. 1.13 ilustra estas situações. Salienta-se que para as <strong>pontes</strong> pênseis e para as <strong>pontes</strong><<strong>br</strong> />

estaiadas o tabuleiro é sempre inferior.


Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

17<<strong>br</strong> />

a) Tabuleiro superior (Normal)<<strong>br</strong> />

b) Tabuleiro intermediário (Rebaixado)<<strong>br</strong> />

c) Tabuleiro inferior (Rebaixado)<<strong>br</strong> />

Fig. 1.13 Esquema <strong>de</strong> seções transversais ilustrando a posição do tabuleiro.<<strong>br</strong> />

1.5.9. Processo <strong>de</strong> execução<<strong>br</strong> />

Os processos <strong>de</strong> execução a serem apresentados referem-se às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>. O assunto é<<strong>br</strong> />

aqui tratado <strong>de</strong> forma bastante sucinta, <strong>com</strong> um caráter introdutório e será <strong>de</strong>senvolvido, <strong>de</strong> forma<<strong>br</strong> />

mais <strong>com</strong>pleta, oportunamente.<<strong>br</strong> />

Assim, tendo em vista o processo <strong>de</strong> execução, as <strong>pontes</strong> são aqui classificadas em:<<strong>br</strong> />

• construção <strong>com</strong> <strong>concreto</strong> moldado no local;<<strong>br</strong> />

• construção <strong>com</strong> elementos pré-moldados;<<strong>br</strong> />

• construção <strong>com</strong> balanços sucessivos;<<strong>br</strong> />

• construção <strong>com</strong> <strong>de</strong>slocamentos progressivos.<<strong>br</strong> />

A construção <strong>com</strong> <strong>concreto</strong> moldado no local é a <strong>de</strong>nominação aqui apresentada para o tipo<<strong>br</strong> />

tradicional <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado, e que consiste na concretagem da superestrutura no<<strong>br</strong> />

local, <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> fôrmas apoiadas em ci<strong>br</strong>amento fixo.<<strong>br</strong> />

A construção <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> elementos pré-moldados, na sua forma mais <strong>com</strong>um,<<strong>br</strong> />

consiste no lançamento <strong>de</strong> vigas pré-moldadas por meio <strong>de</strong> dispositivo a<strong>de</strong>quado, seguido da<<strong>br</strong> />

aplicação <strong>de</strong> parcela adicional <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> moldado no local, em fôrmas que se apoiam nas vigas<<strong>br</strong> />

pré-moldadas, eliminando - ou reduzindo drasticamente - o cim<strong>br</strong>amento (Fig. 1.14).<<strong>br</strong> />

Em linhas gerais, a construção das <strong>pontes</strong> em balanços sucessivos é feita a partir dos lados<<strong>br</strong> />

dos pilares, em segmentos; a fôrma para a moldagem <strong>de</strong> cada segmento é sustentada pelo segmento<<strong>br</strong> />

anterior, sendo portanto necessário que o <strong>concreto</strong> <strong>de</strong>sse segmento anterior esteja <strong>com</strong> a resistência<<strong>br</strong> />

a<strong>de</strong>quada. Também, neste caso, elimina-se - ou reduz-se drasticamente - o cim<strong>br</strong>amento (Fig. 1.15).<<strong>br</strong> />

Existe também a alternativa <strong>de</strong> se fazer estes segmentos pré-moldados.


18<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

(a) Esquema <strong>de</strong> colocação dos elementos pré-moldados<<strong>br</strong> />

treliça <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

lançamento<<strong>br</strong> />

(b) Seção transversal final<<strong>br</strong> />

Fig. 1.14 Ilustração da construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> elementos pré-moldados.<<strong>br</strong> />

Fig. 1.15 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em balanços sucessivos.<<strong>br</strong> />

A construção <strong>com</strong> <strong>de</strong>slocamentos progressivos consiste na execução da ponte em segmentos,<<strong>br</strong> />

em local apropriado junto à cabeceira da ponte; à medida que o <strong>concreto</strong> <strong>de</strong> cada segmento vai<<strong>br</strong> />

adquirindo a resistência a<strong>de</strong>quada, a ponte é progressivamente <strong>de</strong>slocada para o local <strong>de</strong>finitivo,<<strong>br</strong> />

também eliminando - ou reduzindo drasticamente - o cim<strong>br</strong>amento (Fig. 1.16).


Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

19<<strong>br</strong> />

Fig. 1.16 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> <strong>de</strong>slocamentos progressivos. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

1.6. CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS PRELIMINARES<<strong>br</strong> />

Nas <strong>pontes</strong>, <strong>com</strong>o em qualquer tipo <strong>de</strong> construção, <strong>de</strong>ve-se procurar minimizar o custo, que é<<strong>br</strong> />

a soma dos custos da infra-estrutura, dos aparelhos <strong>de</strong> apoio e da superestrutura.<<strong>br</strong> />

Diversos fatores influem no custo <strong>de</strong> uma ponte, alguns <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m técnica e outros não, sendo<<strong>br</strong> />

portanto difícil estabelecer regras gerais para consi<strong>de</strong>rá-los.<<strong>br</strong> />

Para uma ponte <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado <strong>com</strong>primento, um dos fatores mais importantes que influem<<strong>br</strong> />

no custo são os vãos. Quanto maior é o vão, maior é o custo da superestrutura e menor a soma dos<<strong>br</strong> />

custos da infra-estrutura e dos aparelhos <strong>de</strong> apoio, e vice-versa, quanto menor é o vão, menor é o<<strong>br</strong> />

custo da superestrutura e maior a soma dos custos da infra-estrutura e dos aparelhos <strong>de</strong> apoio,<<strong>br</strong> />

conforme mostra o diagrama da Fig. 1.17, para uma situação genérica.<<strong>br</strong> />

Numa primeira aproximação, o vão indicado é aquele em que o custo da superestrutura resulta<<strong>br</strong> />

aproximadamente igual ao custo da infra-estrutura.


20<<strong>br</strong> />

Cap. 1 <strong>Introd</strong>ução<<strong>br</strong> />

Superestrutura Infraestrutura + aparelhos <strong>de</strong> apoio Custo total<<strong>br</strong> />

25<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

Custo<<strong>br</strong> />

15<<strong>br</strong> />

10<<strong>br</strong> />

5<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0<<strong>br</strong> />

Faixa <strong>de</strong> vão re<strong>com</strong>endado<<strong>br</strong> />

Fig. 1.17 Ilustração da <strong>com</strong>posição dos custos em função do vão.<<strong>br</strong> />

Vão<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

ACI 343R-77. Analysis and <strong>de</strong>sign of reinforced concrete <strong>br</strong>idge structures. Detroit, 1981.<<strong>br</strong> />

FREITAS, M. Pontes: introdução geral - <strong>de</strong>finições. São Paulo, EPUSP, 1981.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. Construções <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, vol. 6: Princípios básicos da construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Interciencia, 1979.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. Bridges: aesthetics and <strong>de</strong>sign. London. The Architectural Press, 1982.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Pontes em <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora,<<strong>br</strong> />

1979.<<strong>br</strong> />

WITTFOHT, H. Puentes: ejemplos internacionales. Barcelona, Editorial Gustavo Gili, 1975.<<strong>br</strong> />

WATSON, S.C. & HURD, M.K. Esthetics in concrete <strong>br</strong>idge <strong>de</strong>sign. Detroit, American Concrete<<strong>br</strong> />

Institute, 1990.


2. AÇÕES NAS PONTES<<strong>br</strong> />

2.1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Como as <strong>pontes</strong> são um tipo particular <strong>de</strong> estrutura, a consi<strong>de</strong>ração das ações e da segurança<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a norma NBR 8681:2003 "Ações e segurança nas estruturas", que<<strong>br</strong> />

classifica as ações da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

Ações permanentes<<strong>br</strong> />

Ações variáveis<<strong>br</strong> />

Ações excepcionais<<strong>br</strong> />

⎪⎧<<strong>br</strong> />

diretas<<strong>br</strong> />

⎨<<strong>br</strong> />

⎪⎩ indiretas<<strong>br</strong> />

⎪⎧<<strong>br</strong> />

normais<<strong>br</strong> />

⎨<<strong>br</strong> />

⎪⎩ especiais<<strong>br</strong> />

Segundo a norma NBR 7187:2003 "Projeto e execução <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado e<<strong>br</strong> />

protendido", as ações po<strong>de</strong>m ser agrupadas na forma que se segue:<<strong>br</strong> />

• ações permanentes, que entre outras são:<<strong>br</strong> />

- cargas provenientes do peso próprio dos elementos estruturais;<<strong>br</strong> />

- cargas provenientes do peso da pavimentação, dos trilhos, dos dormentes, dos<<strong>br</strong> />

lastros, dos revestimentos, das <strong>de</strong>fensas, dos guarda-rodas, dos guarda-corpos e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

dispositivos <strong>de</strong> sinalização;<<strong>br</strong> />

- empuxos <strong>de</strong> terra e <strong>de</strong> líquidos;<<strong>br</strong> />

- forças <strong>de</strong> protensão;<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong>formações impostas, isto é, aquelas provocadas por fluência e retração do<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>, e por <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> apoios.<<strong>br</strong> />

• ações variáveis, que entre outras são:<<strong>br</strong> />

- as cargas móveis (ação gravitacional, força centrífuga choque lateral; efeitos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

frenagem e aceleração)<<strong>br</strong> />

- as carga <strong>de</strong> construção;<<strong>br</strong> />

- a ação do vento;


22<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

- o empuxo <strong>de</strong> terra provocado por cargas móveis;<<strong>br</strong> />

- a pressão da água em movimento;<<strong>br</strong> />

- o efeito dinâmico do movimento das águas;<<strong>br</strong> />

- as variações <strong>de</strong> temperatura.<<strong>br</strong> />

• ações excepcionais, que entre outras são:<<strong>br</strong> />

- choques <strong>de</strong> veículos;<<strong>br</strong> />

- outras ações excepcionais.<<strong>br</strong> />

São apresentados a seguir os valores e algumas consi<strong>de</strong>rações, quando for o caso, referente a<<strong>br</strong> />

cada uma das ações anteriormente relacionadas.<<strong>br</strong> />

2.2. AÇÕES PERMANENTES<<strong>br</strong> />

2.2.1. Peso próprio dos elementos estruturais<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> metálicas ou <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, o maior número <strong>de</strong> peças torna conveniente a<<strong>br</strong> />

avaliação prévia do peso próprio da estrutura que po<strong>de</strong> ser por meio <strong>de</strong> fórmulas empíricas que<<strong>br</strong> />

variam <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as características da o<strong>br</strong>a.<<strong>br</strong> />

Ao contrário, em <strong>concreto</strong> armado ou protendido, esboça-se um anteprojeto da ponte, fixando<<strong>br</strong> />

as dimensões (pré-dimensionando, <strong>com</strong>o se diz) <strong>com</strong> base na observação <strong>de</strong> estruturas<<strong>br</strong> />

anteriormente projetadas; a seguir, calcula-se o peso próprio a partir do volume <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> <strong>de</strong> cada<<strong>br</strong> />

peça.<<strong>br</strong> />

Quando a discrepância entre os valores do peso próprio estimado e o resultante do<<strong>br</strong> />

dimensionamento <strong>de</strong>finitivo for maior que 5%, re<strong>com</strong>enda-se refazer o cálculo das solicitações<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vidas a essa ação.<<strong>br</strong> />

Devem ser tomados, no mínimo, os seguintes valores dos pesos específicos:<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> simples: 24 kN/m 3<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> armado ou protendido: 25 kN/m 3<<strong>br</strong> />

2.2.2. Peso <strong>de</strong> elementos não estruturais<<strong>br</strong> />

2.2.2.1. Pavimentação<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> rodoviárias, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado o peso da pavimentação e prever ainda<<strong>br</strong> />

um eventual recapeamento.<<strong>br</strong> />

Para o peso específico da pavimentação <strong>de</strong>ve-se empregar no mínimo o valor <strong>de</strong> 24 kN/m 3 .<<strong>br</strong> />

Para o recapeamento <strong>de</strong>ve-se prever uma carga adicional <strong>de</strong> 2 kN/m 2 . A consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>sta carga<<strong>br</strong> />

adicional po<strong>de</strong> ser dispensada a critério do proprietário da o<strong>br</strong>a, no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s vãos.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

23<<strong>br</strong> />

2.2.2.2. Lastro ferroviário, trilhos e dormentes<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> ferroviárias <strong>de</strong>ve-se prever, conforme a situação da ferrovia, o peso do<<strong>br</strong> />

lastro, dos trilhos e dos dormentes.<<strong>br</strong> />

Para o material do lastro <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado um peso específico aparente <strong>de</strong> 18 kN/m 3 .<<strong>br</strong> />

Deve ser suposto que o lastro atinja o nível superior dos dormentes e preencha <strong>com</strong>pletamente<<strong>br</strong> />

o espaço limitado pelo guarda-lastro, até a sua borda superior, mesmo se na seção transversal do<<strong>br</strong> />

projeto assim não for indicado. A Fig. 2.1 apresenta uma seção transversal <strong>de</strong> uma ponte ferroviária,<<strong>br</strong> />

ilustrando a situação em questão.<<strong>br</strong> />

Na ausência <strong>de</strong> indicações precisas, a carga referente aos dormentes, trilhos e acessórios <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

ser consi<strong>de</strong>rada no mínimo igual a 8 kN/m por via.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.1 Seção transversal <strong>de</strong> ponte ferroviária - consi<strong>de</strong>ração do peso do lastro.<<strong>br</strong> />

2.2.3. Empuxo <strong>de</strong> terra e <strong>de</strong> água<<strong>br</strong> />

2.2.3.1. Empuxo <strong>de</strong> terra<<strong>br</strong> />

O empuxo <strong>de</strong> terra nas estruturas é <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> os princípios da Mecânica dos<<strong>br</strong> />

Solos, em função da sua natureza (ativo, passivo ou <strong>de</strong> repouso), das características do terreno,<<strong>br</strong> />

assim <strong>com</strong>o das inclinações dos talu<strong>de</strong>s e dos paramentos.<<strong>br</strong> />

Como simplificação, po<strong>de</strong> ser suposto que o solo não tenha coesão e que não haja atrito entre<<strong>br</strong> />

o terreno e a estrutura, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as solicitações assim <strong>de</strong>terminadas estejam a favor da segurança.<<strong>br</strong> />

O peso específico do solo úmido <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado, no mínimo, igual a 18 kN/m 3 e o<<strong>br</strong> />

ângulo <strong>de</strong> atrito interno, no máximo igual a 30°.<<strong>br</strong> />

Os empuxos ativo e <strong>de</strong> repouso <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados nas situações mais <strong>de</strong>sfavoráveis. A<<strong>br</strong> />

atuação estabilizante do empuxo passivo só po<strong>de</strong> ser levada em conta quando sua ocorrência pu<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />

ser garantida ao longo da vida útil da o<strong>br</strong>a.<<strong>br</strong> />

Por exemplo, no encontro esquematizado na Fig. 2.2, o empuxo passivo (E p ) não <strong>de</strong>ve ser<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rado pois existe a possibilida<strong>de</strong> do solo ser retirado.<<strong>br</strong> />

Quando a superestrutura funciona <strong>com</strong>o arrimo dos aterros <strong>de</strong> acesso, a ação do empuxo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

terra proveniente <strong>de</strong>sses aterros <strong>de</strong>ve ser levada em conta apenas em uma das extremida<strong>de</strong>s do<<strong>br</strong> />

tabuleiro. Nos casos <strong>de</strong> tabuleiro em curva ou esconso, <strong>de</strong>ve ser feita também a verificação para a<<strong>br</strong> />

atuação simultânea dos empuxos em ambas as extremida<strong>de</strong>s, da maneira mais <strong>de</strong>sfavorável. Na Fig.<<strong>br</strong> />

2.3, está ilustrada a situação em questão.


24<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

Fig. 2.2 Esquema ilustrativo da atuação dos empuxos do solo so<strong>br</strong>e um encontro.<<strong>br</strong> />

PONTE ESCONSA OU CURVA – VERIFICAR TAMBÉM A ATUAÇÃO<<strong>br</strong> />

DE EMPUXO DOS DOIS LADOS<<strong>br</strong> />

Fig. 2.3 Esquema ilustrativo da atuação do empuxo do solo para <strong>pontes</strong> em que a superestrutura funciona <strong>com</strong>o arrimo<<strong>br</strong> />

dos aterros <strong>de</strong> acesso.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

25<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> pilares implantados em talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aterro, <strong>de</strong>ve ser adotada, para o cálculo do<<strong>br</strong> />

empuxo <strong>de</strong> terra, uma largura fictícia igual a 3 vezes a largura do pilar, <strong>de</strong>vendo este valor ficar<<strong>br</strong> />

limitado à largura da plataforma do aterro. No pilar esquematizado na Fig. 2.4, é apresentada a<<strong>br</strong> />

situação em questão. Este "acréscimo" <strong>de</strong> pressão é <strong>de</strong>vido ao efeito <strong>de</strong> arqueamento do solo que<<strong>br</strong> />

ocorre porque o pilar é menos <strong>de</strong>formável que o solo.<<strong>br</strong> />

Para grupo <strong>de</strong> pilares alinhados transversalmente, quando a largura fictícia, obtida <strong>de</strong> acordo<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o critério anteriormente indicado, for superior à distância transversal entre eixos <strong>de</strong> pilares, a<<strong>br</strong> />

nova largura fictícia a consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>ve ser:<<strong>br</strong> />

• para os pilares externos, a semidistância entre eixos acrescida <strong>de</strong> uma vez e meia a largura<<strong>br</strong> />

do pilar;<<strong>br</strong> />

• para os pilares intermediários, a distância entre eixos.<<strong>br</strong> />

Po<strong>de</strong> ser prescindida a consi<strong>de</strong>ração da ação do empuxo <strong>de</strong> terra so<strong>br</strong>e os elementos<<strong>br</strong> />

estruturais implantados em terraplenos horizontais <strong>de</strong> aterros previamente executados, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />

sejam adotadas precauções especiais no projeto e na execução dos mesmos, tais <strong>com</strong>o: <strong>com</strong>pactação<<strong>br</strong> />

a<strong>de</strong>quada, inclinações convenientes dos talu<strong>de</strong>s, distâncias mínimas dos elementos às bordas do<<strong>br</strong> />

aterro, terreno <strong>de</strong> fundação <strong>com</strong> suficiente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte, entre outras.<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

(Largura fictícia do pilar para<<strong>br</strong> />

efeito do cálculo do empuxo)<<strong>br</strong> />

Fig. 2.4 Efeito do empuxo do solo em pilar isolado.<<strong>br</strong> />

2.2.3.2. Empuxo <strong>de</strong> água<<strong>br</strong> />

O empuxo <strong>de</strong> água e a subpressão <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados nas situações mais <strong>de</strong>sfavoráveis,<<strong>br</strong> />

sendo dada especial atenção ao estudo dos níveis máximo e mínimo dos cursos d'água e do lençol<<strong>br</strong> />

freático.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> contrapeso enterrado é o<strong>br</strong>igatória, na avaliação <strong>de</strong> seu peso, a<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ração da hipótese <strong>de</strong> submersão total do mesmo, salvo <strong>com</strong>provação da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ocorrência <strong>de</strong>ssa situação.<<strong>br</strong> />

Nos muros <strong>de</strong> arrimo <strong>de</strong>ve ser prevista, em toda a altura da estrutura, uma camada filtrante<<strong>br</strong> />

contínua, na face em contato <strong>com</strong> o solo contido, associada a um sistema <strong>de</strong> drenos, <strong>de</strong> modo a<<strong>br</strong> />

evitar a atuação <strong>de</strong> pressões hidrostáticas. Caso contrário, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado nos cálculos o<<strong>br</strong> />

empuxo <strong>de</strong> água resultante.<<strong>br</strong> />

Toda estrutura celular <strong>de</strong>ve ser projetada, quando for o caso, para resistir ao empuxo <strong>de</strong> água<<strong>br</strong> />

proveniente do lençol freático, da água livre ou da água <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> chuva. Caso a estrutura


26<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

seja provida <strong>de</strong> aberturas <strong>com</strong> dimensões a<strong>de</strong>quadas, esta ação não precisa ser levada em<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ração.<<strong>br</strong> />

2.2.4. Força <strong>de</strong> protensão<<strong>br</strong> />

A força <strong>de</strong> protensão é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> os princípios do <strong>concreto</strong> protendido,<<strong>br</strong> />

satisfazendo o disposto na versão da NBR 6118:2003 "Projetos <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>". (Obs.:<<strong>br</strong> />

esta norma engloba a parte <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido, que antigamente era objeto da norma NBR 7197<<strong>br</strong> />

“Cálculo e execução <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido - procedimento”).<<strong>br</strong> />

2.2.5. Deformações impostas<<strong>br</strong> />

2.2.5.1. Fluência<<strong>br</strong> />

A fluência é importante no caso <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido por causar perdas <strong>de</strong> protensão. A sua<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ração para <strong>de</strong>terminação da perda <strong>de</strong> protensão é feita <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as indicações da NBR<<strong>br</strong> />

6118.<<strong>br</strong> />

De uma forma geral, a fluência acarreta acréscimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação nas estruturas, <strong>de</strong> <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

armado ou protendido. Este acréscimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações <strong>com</strong> o tempo <strong>de</strong>ve ser levado em conta na<<strong>br</strong> />

verificação do estado limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações excessivas. No caso <strong>de</strong> elementos <strong>com</strong>primidos, este<<strong>br</strong> />

acréscimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações po<strong>de</strong> produzir acréscimos significativos nas solicitações, que também<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vem ser objeto <strong>de</strong> atenção na verificação do estado limite último.<<strong>br</strong> />

2.2.5.2. Retração<<strong>br</strong> />

A retração, assim <strong>com</strong>o a fluência, é importante no caso <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido por causar<<strong>br</strong> />

perdas <strong>de</strong> protensão.<<strong>br</strong> />

No caso do <strong>concreto</strong> armado, a norma NBR 6118 permite nos casos correntes consi<strong>de</strong>rar,<<strong>br</strong> />

tendo em vista a restrição imposta pela armadura, a <strong>de</strong>formação específica por retração igual a<<strong>br</strong> />

15x10 -5 (nos casos <strong>de</strong> espessuras <strong>de</strong> 10 a 100 cm e umida<strong>de</strong> ambiente não inferior a 75%), o que<<strong>br</strong> />

correspon<strong>de</strong> na prática a consi<strong>de</strong>rar a retração <strong>com</strong>o uma queda <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> 15 ºC. Nas<<strong>br</strong> />

versões anteriores da NBR 6118 havia a indicação para os casos <strong>de</strong> arcos e abóbadas <strong>com</strong> menos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

0,5% e 0,1% <strong>de</strong> armadura, que o valor da <strong>de</strong>formação específica <strong>de</strong>veria ser aumentado para<<strong>br</strong> />

20x10 -5 e 25x10 -5 , respectivamente, para consi<strong>de</strong>rar a maior retração que se verifica em peças<<strong>br</strong> />

pouco armadas.<<strong>br</strong> />

A retração provocará o aparecimento <strong>de</strong> solicitações quando as <strong>de</strong>formações da estrutura<<strong>br</strong> />

oriundas <strong>de</strong>sta ação forem impedidas. É o caso das <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> estrutura principal hiperestática, nas<<strong>br</strong> />

quais as diversas partes constituintes <strong>de</strong>vem ser projetadas para resistirem a esses acréscimos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tensões.<<strong>br</strong> />

Nas <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> estrutura principal isostática essas <strong>de</strong>formações <strong>de</strong>vem ser levadas em conta<<strong>br</strong> />

no projeto dos aparelhos <strong>de</strong> apoio, caso contrário aparecerão esforços adicionais correspon<strong>de</strong>ntes às<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>formações impedidas.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

27<<strong>br</strong> />

2.2.5.3. Deslocamentos <strong>de</strong> apoio<<strong>br</strong> />

Um dos critérios para escolher entre uma estrutura principal isostática ou outra hiperestática<<strong>br</strong> />

consiste justamente em eliminar a segunda solução quando houver temor <strong>de</strong> recalques excessivos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> fundação.<<strong>br</strong> />

Quando porém, a estrutura hiperestática for escolhida, apesar da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recalques<<strong>br</strong> />

excessivos da fundação, os efeitos <strong>de</strong>stes recalques <strong>de</strong>vem ser estudados cuidadosamente<<strong>br</strong> />

Cabe observar aqui, todavia, que os estudos so<strong>br</strong>e a fluência no <strong>concreto</strong> mostram que as<<strong>br</strong> />

estruturas hiperestáticas <strong>de</strong>sse material, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não se <strong>de</strong>more muito para retirar o cim<strong>br</strong>e, têm<<strong>br</strong> />

apreciável capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>com</strong>odação a essas <strong>de</strong>formações.<<strong>br</strong> />

2.3. AÇÕES VARIÁVEIS<<strong>br</strong> />

2.3.1. Carga móvel<<strong>br</strong> />

2.3.1.1. Pontes rodoviárias e passarelas<<strong>br</strong> />

As cargas a serem consi<strong>de</strong>radas no projeto das <strong>pontes</strong> rodoviárias e das passarelas são<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finidas pela norma NBR 7188 "Carga móvel em ponte rodoviária e passarela <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres".<<strong>br</strong> />

Inicialmente serão feitas algumas consi<strong>de</strong>rações so<strong>br</strong>e as cargas usuais nas <strong>pontes</strong> rodoviárias,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o intuito <strong>de</strong> avaliar a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>stas cargas e possibilitar uma <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />

valores indicados pela NBR 7188.<<strong>br</strong> />

Os veículos mais pesados que trafegam pelas rodovias normalmente são os caminhões, as<<strong>br</strong> />

carretas e, mais recentemente, as chamadas CVC – Combinações <strong>de</strong> Veículos <strong>de</strong> Carga, que<<strong>br</strong> />

correspon<strong>de</strong>m a uma unida<strong>de</strong> tratora e duas ou mais unida<strong>de</strong>s rebocadas.<<strong>br</strong> />

Esses veículos e CVC <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r a chamada “Lei da Balança”. Na Tabela 2.1 estão<<strong>br</strong> />

apresentados alguns dos principais valores estabelecidos pela “Lei da Balança” <strong>de</strong> 1998.<<strong>br</strong> />

Tabela 2.1 Alguns dos principais valores da “Lei da Balança” <strong>de</strong> 1998.<<strong>br</strong> />

Valores das máximas cargas por eixo nas rodovias nacionais kN tf<<strong>br</strong> />

Eixo isolado <strong>com</strong> 2 pneus<<strong>br</strong> />

(Distância entre eixos superior a 2,4 m)<<strong>br</strong> />

Eixo isolado <strong>com</strong> 4 pneus<<strong>br</strong> />

(Distância entre eixos superior a 2,4 m)<<strong>br</strong> />

60 6,0<<strong>br</strong> />

100 10,0<<strong>br</strong> />

Conjunto <strong>de</strong> 2 eixos em tan<strong>de</strong>m, <strong>com</strong> espaçamento <strong>de</strong> 1,2 a 2,4 m entre eixos 170 17,0<<strong>br</strong> />

Conjunto <strong>de</strong> 3 eixos em tan<strong>de</strong>m, <strong>com</strong> espaçamento <strong>de</strong> 1,2 a 2,4 m entre eixos 255 25,5<<strong>br</strong> />

Na Fig. 2.5, apresentam-se alguns tipos representativos <strong>de</strong> caminhões, carretas e CVC<<strong>br</strong> />

utilizados no Brasil. Apresenta-se a carga distribuída equivalente <strong>de</strong>terminada consi<strong>de</strong>rando a carga<<strong>br</strong> />

total do veículo uniformemente distribuída, correspon<strong>de</strong>nte a duas hipóteses: a) área <strong>de</strong> projeção do<<strong>br</strong> />

veículo <strong>com</strong> largura e todos os casos <strong>de</strong> 2,6 m e b) consi<strong>de</strong>rando área retangular da largura da faixa


28<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> rolamento, adotada igual à 3,5 m em todos os casos, e <strong>com</strong>primento igual ao do veículo mais<<strong>br</strong> />

15 m <strong>de</strong> folga entre veículos consecutivos, que correspon<strong>de</strong>ria a uma situação normal <strong>de</strong> tráfego.<<strong>br</strong> />

Descrição<<strong>br</strong> />

Peso<<strong>br</strong> />

total<<strong>br</strong> />

(kN)<<strong>br</strong> />

Carga<<strong>br</strong> />

distribuída<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a hipótese<<strong>br</strong> />

a (kN/m 2 )<<strong>br</strong> />

Carga<<strong>br</strong> />

distribuída<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a hipótese<<strong>br</strong> />

b (kN/m 2 )<<strong>br</strong> />

a) Caminhão <strong>com</strong> dois eixos traseiros<<strong>br</strong> />

(<strong>com</strong>primento <strong>de</strong> 12,0m)<<strong>br</strong> />

230 7,4 2,4<<strong>br</strong> />

b) Carreta <strong>com</strong> três eixos traseiros<<strong>br</strong> />

(<strong>com</strong>primento <strong>de</strong> 18,0m)<<strong>br</strong> />

415 8,8 3,6<<strong>br</strong> />

c) Caminhão tipo basculante <strong>com</strong> 6 eixos<<strong>br</strong> />

(<strong>com</strong>primento <strong>de</strong> 13,5m)<<strong>br</strong> />

485 13,8 4,9<<strong>br</strong> />

6 t 8,5 t<<strong>br</strong> />

8,5 t 8,5 t 8,5 t 8,5 t<<strong>br</strong> />

1,50 4,20 1,40 2,80 1,251,25 1,10<<strong>br</strong> />

O peso do veículo correspon<strong>de</strong> a soma dos valores máximos por<<strong>br</strong> />

eixo, mas ultrapassa o limite legal por unida<strong>de</strong>, que é 450 kN<<strong>br</strong> />

d) Bi-trem <strong>de</strong> 74 tf <strong>com</strong> 9 eixos<<strong>br</strong> />

(<strong>com</strong>primento <strong>de</strong> 25,0m)<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

740 11,4 5,4<<strong>br</strong> />

6 t 17 t 25,5 t 25,5 t<<strong>br</strong> />

1,40<<strong>br</strong> />

4,80 8,00m 8,00m 2,80<<strong>br</strong> />

Fig. 2.5 Caminhões e carretas <strong>de</strong> uso corrente no Brasil.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

29<<strong>br</strong> />

Deve-se lem<strong>br</strong>ar ainda que as <strong>pontes</strong> rodoviárias estão sujeitas a veículos especiais <strong>com</strong>o por<<strong>br</strong> />

exemplo o da carreta para transporte <strong>de</strong> transformadores apresentado na Fig. 2.6.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.6 Carreta especial para carga útil <strong>de</strong> 1.450 kN, totalizando peso <strong>br</strong>uto <strong>de</strong> 2.736 kN. Fonte: PFEIL (1979).<<strong>br</strong> />

Também <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> veículos militares, <strong>com</strong>o por<<strong>br</strong> />

exemplo tanques, pelas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas rodovias.<<strong>br</strong> />

Após essas consi<strong>de</strong>rações preliminares serão apresentados os valores indicados pela norma<<strong>br</strong> />

NBR 7188.<<strong>br</strong> />

Segundo a norma em questão, em <strong>pontes</strong> rodoviárias, a carga móvel é constituída por um<<strong>br</strong> />

veículo e por cargas q e q' uniformemente distribuídas (Fig. 2.7).<<strong>br</strong> />

A carga q é aplicada em todas as faixas da pista <strong>de</strong> rolamento, nos acostamentos e<<strong>br</strong> />

afastamentos, <strong>de</strong>scontando-se apenas a área ocupada pelo veículo. A carga q' é aplicada nos<<strong>br</strong> />

passeios. Essas cargas são fictícias, e procuram levar em consi<strong>de</strong>ração a ação <strong>de</strong> multidão e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

outros veículos mais leves ou mais afastados das zonas on<strong>de</strong> as cargas produzem maiores esforços<<strong>br</strong> />

solicitantes, <strong>com</strong> um esquema <strong>de</strong> carregamento mais cômodo para o cálculo.


30<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

3 m Veículo <strong>de</strong> 6 ou 4 rodas<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

Direção<<strong>br</strong> />

do<<strong>br</strong> />

tráfego<<strong>br</strong> />

6 m<<strong>br</strong> />

Nos passeios consi<strong>de</strong>ra-se apenas a carga q'<<strong>br</strong> />

Fig. 2.7 Trem-tipo da NBR-7188.<<strong>br</strong> />

Assim, por exemplo, ao se pesquisar o máximo momento fletor em uma <strong>de</strong>terminada seção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uma viga contínua, o veículo é colocado no tramo <strong>de</strong>sta seção, colocando-se ainda as cargas q e q'<<strong>br</strong> />

(sem o veículo) nos tramos on<strong>de</strong> essas cargas provoquem aumento <strong>de</strong>sse momento (Fig. 2.8).<<strong>br</strong> />

Transversalmente essas cargas se esten<strong>de</strong>rão até on<strong>de</strong> possam contribuir para aumentar esse<<strong>br</strong> />

momento.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.8 Esquema <strong>de</strong> carregamento para cálculo do momento máximo da seção 25.<<strong>br</strong> />

Para efeito <strong>de</strong> escolha das cargas móveis, a norma NBR 7188, divi<strong>de</strong> as <strong>pontes</strong> rodoviárias em<<strong>br</strong> />

três classes, discriminadas a seguir:<<strong>br</strong> />

• Classe 45: na qual a base do sistema é um veículo-tipo <strong>de</strong> 450 kN <strong>de</strong> peso total;<<strong>br</strong> />

• Classe 30: na qual a base do sistema é um veículo tipo <strong>de</strong> 300 kN <strong>de</strong> peso total;<<strong>br</strong> />

• Classe 12: na qual a base do sistema é um veículo tipo <strong>de</strong> 120 kN <strong>de</strong> peso total.<<strong>br</strong> />

Na Tabela 2.2 apresentam-se o peso do veículo e os valores das cargas q e q' para cada uma<<strong>br</strong> />

das classes <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

Comparando os valores da carga distribuída q <strong>com</strong> os valores das cargas distribuídas<<strong>br</strong> />

equivalentes da Fig. 2.5, observa-se que o valor <strong>de</strong> q correspon<strong>de</strong>ria a uma situação normal <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

utilização das <strong>pontes</strong>. Naturalmente, uma situação <strong>de</strong> congestionamento so<strong>br</strong>e as <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong> levar<<strong>br</strong> />

a valores <strong>de</strong> carga distribuídas equivalentes maiores. Consi<strong>de</strong>rando uma situação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

congestionamento em que o espaçamento entre veículos consecutivos cairia <strong>de</strong> 15 m para 2 m, as<<strong>br</strong> />

cargas equivalentes dos casos mais críticos, caminhão basculante <strong>de</strong> 450 kN e Bi-trem <strong>de</strong> 740 kN, a<<strong>br</strong> />

carga distribuída equivalente chegaria a casa dos 8,0 kN/m 2 . Esta situação <strong>de</strong> congestionamento, só<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> veículos pesados e carregados <strong>com</strong> as cargas máximas, teria uma probabilida<strong>de</strong> muito baixa, o<<strong>br</strong> />

que permitiria consi<strong>de</strong>rar <strong>com</strong>o uma situação <strong>de</strong> <strong>com</strong>binação excepcional. Merece ainda <strong>com</strong>entar<<strong>br</strong> />

que nessa situação <strong>de</strong> congestionamento, o efeito dinâmico das cargas seria <strong>de</strong>sprezível, e portanto


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

31<<strong>br</strong> />

elas não <strong>de</strong>veriam ser majoradas pelo coeficiente <strong>de</strong> impacto (o conceito <strong>de</strong>ste coeficiente será visto<<strong>br</strong> />

posteriormente).<<strong>br</strong> />

Tabela 2.2 Pesos dos veículos e valores das cargas distribuídas.<<strong>br</strong> />

Veículo<<strong>br</strong> />

Carga uniformemente distribuída<<strong>br</strong> />

Classe da ponte Peso total q (em toda a pista) q' (nos passeios)<<strong>br</strong> />

kN kN/m 2 kN/m 2<<strong>br</strong> />

45 450 5 3<<strong>br</strong> />

30 300 5 3<<strong>br</strong> />

12 120 4 3<<strong>br</strong> />

Na Tabela 2.3 e na Fig. 2.9 são apresentadas as características dos veículos.<<strong>br</strong> />

Tabela 2.3 Características dos veículos-tipo.<<strong>br</strong> />

Item Unida<strong>de</strong>s Tipo 45 Tipo 30 Tipo 12<<strong>br</strong> />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eixos Eixo 3 3 2<<strong>br</strong> />

Peso total do veículo kN 450 300 120<<strong>br</strong> />

Peso <strong>de</strong> cada roda dianteira kN 75 50 20<<strong>br</strong> />

Peso <strong>de</strong> cada roda intermediária kN 75 50 -<<strong>br</strong> />

Peso <strong>de</strong> cada roda traseira kN 75 50 40<<strong>br</strong> />

Largura <strong>de</strong> contato b 1 - roda dianteira m 0,50 0,40 0,20<<strong>br</strong> />

Largura <strong>de</strong> contato b 2 - roda intermediária m 0,50 0,40 -<<strong>br</strong> />

Largura <strong>de</strong> contato b 3 - roda traseira m 0,50 0,40 0,30<<strong>br</strong> />

Comprimento <strong>de</strong> contato da roda m 0,20 0,20 0,20<<strong>br</strong> />

Área <strong>de</strong> contato da roda m 2 0,20 x b i 0,20 x b i 0,20 x b i<<strong>br</strong> />

Distância entre eixos m 1,50 1,50 3,00<<strong>br</strong> />

Distância entre centros das rodas <strong>de</strong> cada eixo m 2,00 2,00 2,00<<strong>br</strong> />

Ainda so<strong>br</strong>e este assunto a norma NBR 7188 estabelece:<<strong>br</strong> />

• Para passarela <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres: classe única, na qual a carga móvel é uma carga<<strong>br</strong> />

uniformemente distribuída <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> q = 5 kN/m 2 não majorada pelo coeficiente <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

impacto (o conceito <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> impacto será visto posteriormente).<<strong>br</strong> />

• Para qualquer estrutura <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong>finida por esta norma, cuja geometria,<<strong>br</strong> />

finalida<strong>de</strong> e carregamento não se encontrem aqui previstos, a carga móvel é fixada em<<strong>br</strong> />

instrução especial redigida pelo órgão <strong>com</strong> jurisdição so<strong>br</strong>e a referida o<strong>br</strong>a. Em particular,<<strong>br</strong> />

as <strong>pontes</strong> que sejam utilizadas <strong>com</strong> certa freqüência por veículos especiais transportando


32<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

cargas <strong>de</strong> peso excepcional <strong>de</strong>vem ser verificadas para trens-tipo também especiais. A<<strong>br</strong> />

fixação dos parâmetros <strong>de</strong>stes trens-tipo e das condições <strong>de</strong> travessia é atribuição do<<strong>br</strong> />

órgão que tenha jurisdição so<strong>br</strong>e as referidas <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.9 Características dos veículos-tipo.<<strong>br</strong> />

Com relação aos passeios, a norma NBR 7188, estabelece que os mesmos <strong>de</strong>vem ser<<strong>br</strong> />

carregados <strong>com</strong> a carga q' sem acréscimo <strong>de</strong>vido ao efeito dinâmico, no entanto, as peças que<<strong>br</strong> />

suportam diretamente os passeios, ou seja, a estrutura <strong>de</strong> suporte do passeio, <strong>de</strong>vem ser verificadas<<strong>br</strong> />

para a ação <strong>de</strong> uma so<strong>br</strong>ecarga <strong>de</strong> 5 kN/m 2 , sem acréscimo <strong>de</strong>vido ao efeito dinâmico.<<strong>br</strong> />

Os guarda-rodas e as <strong>de</strong>fensas, centrais ou extremos, <strong>de</strong>vem ser verificados para uma força<<strong>br</strong> />

horizontal <strong>de</strong> 60 kN, sem acréscimo <strong>de</strong>vido ao efeito dinâmico, aplicada na aresta superior, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

conseqüência da finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses elementos. A norma permite, para a avaliação das solicitações na<<strong>br</strong> />

implantação <strong>de</strong>sses elementos, a distribuição a 45 o do efeito da citada força horizontal.<<strong>br</strong> />

2.3.1.2. Pontes ferroviárias<<strong>br</strong> />

As cargas nas <strong>pontes</strong> ferroviárias são fixadas pela norma NBR 7189 "Cargas móveis para o<<strong>br</strong> />

projeto estrutural <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as ferroviárias".<<strong>br</strong> />

Essa norma estabelece quatro classes <strong>de</strong> trens-tipo que são relacionadas a seguir:<<strong>br</strong> />

• TB-360: para ferrovias sujeitas a transporte <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro ou outros carregamentos<<strong>br</strong> />

equivalentes;<<strong>br</strong> />

• TB-270: para ferrovias sujeitas a transporte <strong>de</strong> carga geral;<<strong>br</strong> />

• TB-240: para ser adotado somente na verificação <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> e projeto <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>as existentes;<<strong>br</strong> />

• TB-170: para vias sujeitas exclusivamente ao transporte <strong>de</strong> passageiros em regiões<<strong>br</strong> />

metropolitanas ou suburbanas.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

33<<strong>br</strong> />

2.4.<<strong>br</strong> />

As características geométricas e os valores das cargas estão mostrados na Fig. 2.10 e na Tabela<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

q'<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

Q Q<<strong>br</strong> />

Q Q<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

q'<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

a b c b a<<strong>br</strong> />

Q = carga por eixo<<strong>br</strong> />

q e q' = cargas distribuídas na via, simulando, respectivamente vagões carregados e <strong>de</strong>scarregados<<strong>br</strong> />

Fig. 2.10 Características das cargas ferroviárias.<<strong>br</strong> />

Tabela 2.4 Características das cargas ferroviárias.<<strong>br</strong> />

TB Q (kN) q (kN/m) q' (kN/m) a (m) b (m) c (m)<<strong>br</strong> />

360 360 120 20 1,00 2,00 2,00<<strong>br</strong> />

270 270 90 15 1,00 2,00 2,00<<strong>br</strong> />

240 240 80 15 1,00 2,00 2,00<<strong>br</strong> />

170 170 25 15 11,00 2,50 5,00<<strong>br</strong> />

2.3.1.3. Efeito dinâmico das cargas móveis<<strong>br</strong> />

Usualmente no estudo das estruturas supõe-se que as cargas sejam aplicadas <strong>de</strong> maneira que<<strong>br</strong> />

sua intensida<strong>de</strong> cresça gradualmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero até o valor total, no entanto as cargas móveis reais<<strong>br</strong> />

nas <strong>pontes</strong> são aplicadas <strong>br</strong>uscamente.<<strong>br</strong> />

Além disso, a simples consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> cargas estáticas não correspon<strong>de</strong>ria à realida<strong>de</strong> em<<strong>br</strong> />

virtu<strong>de</strong> das oscilações provocadas pelos veículos, especialmente pelos trens, e causadas pela<<strong>br</strong> />

existência <strong>de</strong> excêntricos nas rodas, pela ação das molas, pelas juntas dos trilhos ou por<<strong>br</strong> />

irregularida<strong>de</strong>s da pista nas <strong>pontes</strong> rodoviárias, pela força centrífuga causada pela <strong>de</strong>formação da<<strong>br</strong> />

ponte sob a ação das cargas (efeito Willis-Zimmermann), etc.<<strong>br</strong> />

A análise <strong>de</strong> todos estes efeitos <strong>de</strong>ve ser feita pela teoria da Dinâmica das Estruturas, e resulta<<strong>br</strong> />

bastante trabalhosa; daí, levar-se em conta na prática, o efeito dinâmico das cargas móveis <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

maneira global, dando a elas um acréscimo e consi<strong>de</strong>rando-as <strong>com</strong>o se fossem aplicadas<<strong>br</strong> />

estaticamente.<<strong>br</strong> />

Esse acréscimo é dado por um coeficiente φ, chamado coeficiente <strong>de</strong> impacto, ou coeficiente<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> amplificação dinâmica, não menor que 1, pelo qual são multiplicadas as cargas que têm ação<<strong>br</strong> />

dinâmica.<<strong>br</strong> />

F dinâmico ≅ φ . F estático (2.1)<<strong>br</strong> />

É importante observar que o efeito dinâmico das cargas é tanto maior quanto mais leve for a<<strong>br</strong> />

estrutura em relação às cargas que o provocam. Isto é diretamente salientado pela seguinte<<strong>br</strong> />

expressão encontrada na literatura técnica:


34<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

0,4 0,6<<strong>br</strong> />

φ = 1+<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

1+<<strong>br</strong> />

0,2l<<strong>br</strong> />

1+<<strong>br</strong> />

4G / Q<<strong>br</strong> />

(2.2)<<strong>br</strong> />

sendo o vão em metros, G a carga permanente, e Q a carga móvel máxima para a estrutura em<<strong>br</strong> />

estudo.<<strong>br</strong> />

A partir <strong>de</strong>ssa observação, conclui-se imediatamente que a influência do efeito dinâmico das<<strong>br</strong> />

cargas <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>crescer à medida que aumentar o vão da ponte, pois nesse caso o peso G da estrutura<<strong>br</strong> />

vai aumentando mais rapidamente do que a carga correspon<strong>de</strong>nte Q. De fato, observações<<strong>br</strong> />

experimentais mostram que se <strong>de</strong>ve dar ao coeficiente <strong>de</strong> impacto variação sensivelmente<<strong>br</strong> />

hiperbólica, ten<strong>de</strong>ndo assintoticamente a 1 ao aumentar o vão l (Fig. 2.11).<<strong>br</strong> />

Ao contrário, em <strong>pontes</strong> pequenas o coeficiente <strong>de</strong> impacto é maior. Assim, na expressão<<strong>br</strong> />

(2.2) (válida para ferrovias e rodovias), o coeficiente φ cresce para 2 ao diminuirem o vão l e a<<strong>br</strong> />

relação G/Q entre o peso G da estrutura e a carga Q que produz o efeito dinâmico. A esse respeito,<<strong>br</strong> />

ainda, é ilustrativa a expressão (2.3), também encontrada na literatura técnica (Fig. 2.11):<<strong>br</strong> />

0,4<<strong>br</strong> />

250<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

φ = 1,4<<strong>br</strong> />

− 500l<<strong>br</strong> />

− l = 1,4 − 0,0016 500l<<strong>br</strong> />

− l<<strong>br</strong> />

(2.3)<<strong>br</strong> />

em que se admite variação elíptica <strong>de</strong> φ entre l = 0 (φ = 1,4) e l = 250 m (φ = 1)<<strong>br</strong> />

(φ -1)<<strong>br</strong> />

(φ -1)<<strong>br</strong> />

0,4<<strong>br</strong> />

0,3<<strong>br</strong> />

Arco <strong>de</strong> hipérbole<<strong>br</strong> />

0,2<<strong>br</strong> />

Arco <strong>de</strong> elípse<<strong>br</strong> />

l<<strong>br</strong> />

0,1<<strong>br</strong> />

l (m)<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

0 50 100 150 200 250<<strong>br</strong> />

Valores experimentais Valores <strong>com</strong> a expressão (2.2)<<strong>br</strong> />

Fig. 2.11 Variação <strong>de</strong> φ em função <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Ainda em <strong>de</strong>corrência do que se disse, vê-se que a influência da ação dinâmica das cargas há<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ser maior em <strong>pontes</strong> metálicas do que em <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, mais pesadas.<<strong>br</strong> />

Por outro lado constatou-se, <strong>com</strong>o aliás é <strong>de</strong> se prever, que o efeito dinâmico é maior em<<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> ferroviárias do que em <strong>pontes</strong> rodoviárias.<<strong>br</strong> />

A norma NBR 7187 fornece os seguintes valores:<<strong>br</strong> />

• nos elementos estruturais <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as rodoviárias:<<strong>br</strong> />

φ= 1, 4 −0, 007l ≥1<<strong>br</strong> />

(2.4)


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

35<<strong>br</strong> />

• nos elementos estruturais <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as ferroviárias:<<strong>br</strong> />

( − 60 + 2,25l) 1, 2<<strong>br</strong> />

φ = 0,001 1600 l ≥<<strong>br</strong> />

(2.5)<<strong>br</strong> />

sendo l o <strong>com</strong>primento, em metros, do vão teórico do elemento carregado, qualquer que seja o<<strong>br</strong> />

sistema estrutural.<<strong>br</strong> />

Note-se que <strong>de</strong>sta maneira a relação entre a carga permanente e a carga móvel que produz<<strong>br</strong> />

efeito dinâmico é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> forma indireta, através do vão l. A Fig. 2.12 mostra a variação do<<strong>br</strong> />

coeficiente <strong>de</strong> impacto em função do vão l para <strong>pontes</strong> rodoviárias e ferroviárias, segundo a norma<<strong>br</strong> />

NBR 7187.<<strong>br</strong> />

1,6<<strong>br</strong> />

φ<<strong>br</strong> />

1,5<<strong>br</strong> />

1,4<<strong>br</strong> />

Pontes ferroviárias<<strong>br</strong> />

1,3<<strong>br</strong> />

1,2<<strong>br</strong> />

1,1<<strong>br</strong> />

1,0<<strong>br</strong> />

Pontes rodoviárias<<strong>br</strong> />

l (m)<<strong>br</strong> />

0 50 100 150 200<<strong>br</strong> />

Fig. 2.12 Variação <strong>de</strong> φ para <strong>pontes</strong> rodoviárias e ferroviárias segundo a NBR-7187.<<strong>br</strong> />

Em <strong>pontes</strong> rodoviárias, obtém-se φ = 1 para l = 57,14 m; consi<strong>de</strong>ra-se que, para vãos<<strong>br</strong> />

maiores, os efeitos dinâmicos traduzidos pelo coeficiente <strong>de</strong> impacto são <strong>de</strong>sprezíveis.<<strong>br</strong> />

Pelo contrário, em <strong>pontes</strong> ferroviárias nunca se <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o efeito dinâmico; e<<strong>br</strong> />

mesmo o valor mínimo φ = 1,2 correspon<strong>de</strong>ria ao longo vão <strong>de</strong> 169 m.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> elementos contínuos <strong>de</strong> vãos <strong>de</strong>siguais permite-se consi<strong>de</strong>rar um vão i<strong>de</strong>al<<strong>br</strong> />

equivalente à média aritmética dos vãos teóricos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o menor vão seja igual ou superior a<<strong>br</strong> />

70% do maior vão. A Fig. 2.13 ilustra esta situação.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> elementos em balanço, o valor <strong>de</strong> a ser empregado na expressão correspon<strong>de</strong> a<<strong>br</strong> />

duas vezes o <strong>com</strong>primento do balanço, <strong>com</strong>o ilustra a Fig. 2.14.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> lajes <strong>com</strong> vínculos nos quatro lados, o valor <strong>de</strong> l é tomado igual ao menor dos<<strong>br</strong> />

dois vãos <strong>de</strong> laje, resultando portanto, num coeficiente a favor da segurança. Por outro lado, quando


36<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

se tratar <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje, contínuas ou não, valem as mesmas consi<strong>de</strong>rações referentes às vigas,<<strong>br</strong> />

isto é, o valor <strong>de</strong> l é a distância entre apoios.<<strong>br</strong> />

l 1<<strong>br</strong> />

l 2<<strong>br</strong> />

l 3<<strong>br</strong> />

l 4<<strong>br</strong> />

φ 1<<strong>br</strong> />

= f (l 1<<strong>br</strong> />

) φ 2<<strong>br</strong> />

= f (l 2<<strong>br</strong> />

) φ 3<<strong>br</strong> />

= f (l 3<<strong>br</strong> />

) φ 4<<strong>br</strong> />

= f (l 4<<strong>br</strong> />

)<<strong>br</strong> />

se<<strong>br</strong> />

l<<strong>br</strong> />

min<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

⎛ 1<<strong>br</strong> />

≥ 0,7.<<strong>br</strong> />

l<<strong>br</strong> />

max<<strong>br</strong> />

⇒ φ = f ⎜ n ∑l<<strong>br</strong> />

⎝ i=<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

⎟ ⎠<<strong>br</strong> />

⎞<<strong>br</strong> />

Fig. 2.13 Coeficiente <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> elementos contínuos.<<strong>br</strong> />

l b<<strong>br</strong> />

l b<<strong>br</strong> />

l = 2. l b<<strong>br</strong> />

Fig. 2.14 Coeficiente <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> elementos em balanço.<<strong>br</strong> />

O efeito dinâmico das cargas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezado, ou seja, o coeficiente <strong>de</strong> impacto é tomado<<strong>br</strong> />

igual a 1, nas seguintes situações:<<strong>br</strong> />

• na <strong>de</strong>terminação do empuxo <strong>de</strong> terra provocado pelas cargas móveis. A Fig. 2.15 ilustra<<strong>br</strong> />

esta situação. A razão <strong>de</strong>sta re<strong>com</strong>endação da norma ocorre em virtu<strong>de</strong> da atenuação dos<<strong>br</strong> />

efeitos dinâmicos através do maciço arrimado.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.15 Empuxo <strong>de</strong> terra provocado pelas cargas móveis.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

37<<strong>br</strong> />

• no cálculo das fundações. Neste caso po<strong>de</strong>-se invocar o que se disse a respeito <strong>de</strong> G/Q e<<strong>br</strong> />

do recebimento indireto, atenuado, dos efeitos dinâmicos.<<strong>br</strong> />

• nos passeios. Aqui a razão é bem diferente. Nos passeios, a carga aplicável é q' = 3 kN/m 2<<strong>br</strong> />

(para qualquer das três classes) e preten<strong>de</strong> levar em conta ou a aglomeração <strong>de</strong> pessoas<<strong>br</strong> />

(da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 4 por m 2 ) ou o estacionamento <strong>de</strong> veículos; em qualquer dos dois casos, tais<<strong>br</strong> />

cargas não produzem efeito dinâmico consi<strong>de</strong>rável.<<strong>br</strong> />

2.3.2. Força centrífuga<<strong>br</strong> />

A força centrífuga se manifesta nas <strong>pontes</strong> em curva, aplicada pelo veículo ao tabuleiro<<strong>br</strong> />

através do atrito das rodas <strong>com</strong> o pavimento ou, em <strong>pontes</strong> ferroviárias, aplicada pelo friso das<<strong>br</strong> />

rodas ao trilho e, consequentemente, à estrutura.<<strong>br</strong> />

Convém observar que basta ser curvilínea a trajetória do veículo, enquanto que o eixo<<strong>br</strong> />

longitudinal da o<strong>br</strong>a, em planta, po<strong>de</strong> ser retilíneo. Assim, por exemplo, a abóbada da Fig. 2.16 é reta<<strong>br</strong> />

(tem planta <strong>de</strong> eixo retilíneo, normal aos pegões); mas a ferrovia so<strong>br</strong>e o tabuleiro tem andamento<<strong>br</strong> />

curvilíneo, provocando o aparecimento <strong>de</strong> força centrífuga.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.16 Exemplo ilustrativo <strong>de</strong> ponte curva em abóbada reta.


38<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

Supondo que o eixo da estrada seja uma curva <strong>de</strong> raio <strong>de</strong> curvatura R, a força centrífuga seria<<strong>br</strong> />

dada por:<<strong>br</strong> />

F =<<strong>br</strong> />

Mv .<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

(2.6)<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> v e M são a velocida<strong>de</strong> e a massa do veículo.<<strong>br</strong> />

Exprimindo v em km/h, R em metros, e colocando em termos do peso do veículo, tem-se<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

2⎛<<strong>br</strong> />

1000 ⎞<<strong>br</strong> />

v ⎜ ⎟<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Q 60.60 0,0077.Q.v<<strong>br</strong> />

F =<<strong>br</strong> />

⎝ ⎠<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

(2.7)<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

10 m/s R<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

expressão que permite <strong>de</strong>terminar a força centrífuga a partir do peso Q correspon<strong>de</strong>nte a cada eixo<<strong>br</strong> />

do trem-tipo.<<strong>br</strong> />

Na prática, porém, admite-se que a força centrífuga seja uniformemente distribuída ao longo<<strong>br</strong> />

do eixo da estrutura, e a intensida<strong>de</strong> é avaliada <strong>de</strong> maneira aproximada <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

prescrições da norma NBR 7187. Nesta norma, a força centrífuga é consi<strong>de</strong>rada em função do tipo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> tráfego, do raio <strong>de</strong> curvatura R e, para ferrovias, em função da largura da bitola, o que procura<<strong>br</strong> />

levar em conta a diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s usuais entre bitola larga e bitola estreita.<<strong>br</strong> />

Tem-se assim a força centrífuga avaliada <strong>com</strong>o uma fração C da carga, já incluído o efeito<<strong>br</strong> />

dinâmico, <strong>com</strong> os valores apresentados a seguir:<<strong>br</strong> />

• em <strong>pontes</strong> rodoviárias:<<strong>br</strong> />

C = 0,25 do peso do veículo-tipo para R ≤ 300 m<<strong>br</strong> />

C = 75/R do peso do veículo-tipo para R > 300 m<<strong>br</strong> />

• em <strong>pontes</strong> ferroviárias <strong>de</strong> bitola larga (1,60 m):<<strong>br</strong> />

C = 0,15 da carga móvel para R ≤ 1200 m<<strong>br</strong> />

C = 180/R da carga móvel para R > 1200 m<<strong>br</strong> />

• em <strong>pontes</strong> ferroviárias <strong>de</strong> bitola estreita (1 m):<<strong>br</strong> />

C = 0,10 da carga móvel para R ≤ 750 m<<strong>br</strong> />

C = 75/R da carga móvel para R > 750 m<<strong>br</strong> />

A força centrífuga assim <strong>de</strong>terminada é consi<strong>de</strong>rada atuando no centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> do trem<<strong>br</strong> />

(suposto 1,60 m acima do topo dos trilhos) ou na superfície <strong>de</strong> rolamento, conforme se trate,<<strong>br</strong> />

respectivamente, <strong>de</strong> ponte ferroviária ou rodoviária.<<strong>br</strong> />

Desta forma, a força centrífuga correspon<strong>de</strong> a uma força horizontal H, atuando no plano<<strong>br</strong> />

médio das vigas principais, e a um momento. Este momento produzirá então um acréscimo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

solicitação vertical na viga externa, e um alívio na viga interna.<<strong>br</strong> />

A não ser em estruturas muito leves, a solicitação vertical correspon<strong>de</strong>nte ao momento não é<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância; a solicitação horizontal H, por sua vez, necessitaria <strong>de</strong> um enrijecimento -<<strong>br</strong> />

no caso, tratando-se <strong>de</strong> ação perpendicular ao eixo da ponte, <strong>de</strong>nomina-se contraventamento - o<<strong>br</strong> />

qual é fornecido pela própria laje que suporta o lastro ou a pavimentação.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

39<<strong>br</strong> />

Como esta ação produz forças horizontais no topo dos pilares, ela se constitui numa ação<<strong>br</strong> />

importante para o dimensionamento da infraestrutura e dos aparelhos <strong>de</strong> apoio.<<strong>br</strong> />

2.3.3. Choque lateral (impacto lateral)<<strong>br</strong> />

O impacto lateral, também chamado <strong>de</strong> choque lateral, surge nas <strong>pontes</strong> ferroviárias <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

conseqüência da folga existente entre o friso das rodas e o boleto do trilho; o movimento do trem<<strong>br</strong> />

não é perfeitamente retilíneo, havendo choque das rodas ora contra um trilho ora contra o outro.<<strong>br</strong> />

Procura-se levar em conta esse efeito substituindo-o por uma força horizontal normal ao eixo<<strong>br</strong> />

da linha e concentrada contra o topo do trilho, <strong>com</strong>o carga móvel a ser disposta na situação mais<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sfavorável, <strong>com</strong> intensida<strong>de</strong> igual a 20% da carga do eixo mais pesado (Fig. 2.17).<<strong>br</strong> />

TB 360 270 240 170<<strong>br</strong> />

H (kN) 72 54 48 34<<strong>br</strong> />

Fig. 2.17 Efeito do choque lateral.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em curva o impacto lateral não é superposto, para efeito <strong>de</strong> cálculo, à força<<strong>br</strong> />

centrífuga: <strong>de</strong>ntre os dois, consi<strong>de</strong>ra-se apenas o mais <strong>de</strong>sfavorável.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> mais <strong>de</strong> uma linha, esta ação é consi<strong>de</strong>rada em uma <strong>de</strong>las.<<strong>br</strong> />

Da mesma forma que a força centrífuga, esta ação é importante no dimensionamento da<<strong>br</strong> />

infraestrutura e dos aparelhos <strong>de</strong> apoio.<<strong>br</strong> />

2.3.4. Efeito da frenagem e da aceleração<<strong>br</strong> />

Os veículos ao serem freados ou acelerados numa ponte, irão produzir so<strong>br</strong>e as mesmas,<<strong>br</strong> />

forças na direção do tráfego, ou seja, forças horizontais ao longo do eixo da ponte.<<strong>br</strong> />

Em geral, nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, a laje resiste bem a estes esforços, transmitindo-os aos<<strong>br</strong> />

elementos da infraestrutura <strong>de</strong> uma forma que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do arranjo dos aparelhos <strong>de</strong> apoio. Estes<<strong>br</strong> />

esforços irão então produzir uma consi<strong>de</strong>rável flexão da infraestrutura, <strong>com</strong>o ilustra a Fig. 2.18.


40<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

1 2<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

Fig. 2.18 Efeito da frenagem e da aceleração.<<strong>br</strong> />

A norma NBR 7187 <strong>de</strong>termina que as forças horizontais <strong>de</strong> frenagem e aceleração sejam<<strong>br</strong> />

calculadas <strong>com</strong>o uma fração das cargas móveis verticais, da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

• Nas <strong>pontes</strong> rodoviárias, o maior dos seguintes valores:<<strong>br</strong> />

- 5% do valor do carregamento na pista <strong>de</strong> rolamento <strong>com</strong> as cargas distribuídas,<<strong>br</strong> />

excluídos os passeios<<strong>br</strong> />

- 30% do peso do veículo-tipo<<strong>br</strong> />

• Nas <strong>pontes</strong> ferroviárias, o maior dos seguintes valores:<<strong>br</strong> />

- 15% da carga móvel para a frenagem<<strong>br</strong> />

- 25% do peso dos eixos motores para a aceleração<<strong>br</strong> />

Destaca-se ainda que:<<strong>br</strong> />

• para a avaliação dos esforços longitudinais, as cargas móveis são consi<strong>de</strong>radas sem<<strong>br</strong> />

impacto;<<strong>br</strong> />

• em ferrovias, a norma distingue o caso <strong>de</strong> frenagem do <strong>de</strong> aceleração, consi<strong>de</strong>rando que<<strong>br</strong> />

no primeiro intervém toda a carga móvel e, no segundo, apenas a lo<strong>com</strong>otiva;<<strong>br</strong> />

• essas forças longitudinais previstas pela norma são sempre supostas <strong>com</strong>o aplicadas na<<strong>br</strong> />

superfície <strong>de</strong> rolamento (pavimentação ou topo do trilho);<<strong>br</strong> />

• no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> ferroviárias <strong>com</strong> mais <strong>de</strong> uma linha, consi<strong>de</strong>ra-se a força longitudinal<<strong>br</strong> />

em apenas duas <strong>de</strong>las: numa consi<strong>de</strong>ra-se a força <strong>de</strong> frenagem e na outra a força <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aceleração ou meta<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> frenagem, adotando-se a maior <strong>de</strong>las. Estas forças são<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>radas atuando no mesmo sentido, nas duas linhas que correspon<strong>de</strong>m à situação<<strong>br</strong> />

mais <strong>de</strong>sfavorável para o dimensionamento.<<strong>br</strong> />

2.3.5. Variação <strong>de</strong> temperatura<<strong>br</strong> />

Como existe uma superfície exposta (parte superior) à ação solar direta, a distribuição <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

temperatura ao longo da altura da seção transversal das <strong>pontes</strong> apresenta a forma indicada na Fig.<<strong>br</strong> />

2.19.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

41<<strong>br</strong> />

Face superior<<strong>br</strong> />

y<<strong>br</strong> />

T(y)<<strong>br</strong> />

Fig. 2.19 Distribuição da temperatura ao longo da altura da seção.<<strong>br</strong> />

Face inferior<<strong>br</strong> />

Esta distribuição <strong>de</strong> temperatura po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong><strong>com</strong>posta em três parcelas (Fig. 2.20-a): variação<<strong>br</strong> />

uniforme, variação linear (gradiente <strong>de</strong> temperatura) e uma parcela correspon<strong>de</strong>nte à temperatura<<strong>br</strong> />

igual nas faces opostas, variando no interior da seção. As <strong>de</strong>formações correspon<strong>de</strong>ntes a estas<<strong>br</strong> />

parcelas estão mostradas na Fig. 2.20-b.<<strong>br</strong> />

T m T (y)<<strong>br</strong> />

T (y)<<strong>br</strong> />

(a)<<strong>br</strong> />

Temperatura<<strong>br</strong> />

ε<<strong>br</strong> />

Δ T<<strong>br</strong> />

ε<<strong>br</strong> />

m R S<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

(y)<<strong>br</strong> />

ε<<strong>br</strong> />

S<<strong>br</strong> />

(y)<<strong>br</strong> />

(b)<<strong>br</strong> />

Deformações<<strong>br</strong> />

Variação uniforme<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> temperatura<<strong>br</strong> />

Gradiente<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> temperatura<<strong>br</strong> />

Variação no<<strong>br</strong> />

interior da seção<<strong>br</strong> />

Fig. 2.20 De<strong>com</strong>posição da variação <strong>de</strong> temperatura e as <strong>de</strong>formações correspon<strong>de</strong>ntes.<<strong>br</strong> />

A variação uniforme <strong>de</strong> temperatura tentará produzir uma variação <strong>de</strong> <strong>com</strong>primento e o<<strong>br</strong> />

gradiente térmico tentará produzir um encurvamento ao longo do <strong>com</strong>primento. Já a última parcela<<strong>br</strong> />

irá produzir tensões internas, uma vez que as seções permanecem planas, sem contudo, acarretar<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>slocamento algum.<<strong>br</strong> />

A quantificação <strong>de</strong>stes efeitos po<strong>de</strong> ser feita a partir da Fig. 2.21.


42<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

T 0 ε 0<<strong>br</strong> />

T(y)<<strong>br</strong> />

T<<strong>br</strong> />

y<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

Δ ε(y)<<strong>br</strong> />

ε<<strong>br</strong> />

T u<<strong>br</strong> />

ΔT<<strong>br</strong> />

ε<<strong>br</strong> />

u<<strong>br</strong> />

Temperatura Deformação<<strong>br</strong> />

Fig. 2.21 Linearização da temperatura e das <strong>de</strong>formações.<<strong>br</strong> />

Como não existe força normal e momento fletor aplicados, as tensões normais são autoequili<strong>br</strong>adas,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o indica as expressões 2.8 e 2.9.<<strong>br</strong> />

N = ∫ σT (y).dA = 0<<strong>br</strong> />

(2.8)<<strong>br</strong> />

M = ∫ σT (y).y.dA = 0<<strong>br</strong> />

(2.9)<<strong>br</strong> />

Com base no esquema da Fig. 2.21, po<strong>de</strong>-se colocar as <strong>de</strong>formações na seguinte forma:<<strong>br</strong> />

ε0 = α.T 0<<strong>br</strong> />

(2.10)<<strong>br</strong> />

εu<<strong>br</strong> />

= α. Tu (2.11)<<strong>br</strong> />

⎡ ⎛ ΔT<<strong>br</strong> />

⎞⎤<<strong>br</strong> />

Δε( y) = −α⎢T(y)<<strong>br</strong> />

− ⎜Tu + y⎟⎥<<strong>br</strong> />

(2.12)<<strong>br</strong> />

⎣ ⎝ h ⎠⎦<<strong>br</strong> />

sendo: ΔT = T0<<strong>br</strong> />

−T u<<strong>br</strong> />

α=coeficiente <strong>de</strong> dilatação térmica<<strong>br</strong> />

A partir da lei <strong>de</strong> Hooke, tem-se:<<strong>br</strong> />

⎡⎛<<strong>br</strong> />

ΔT<<strong>br</strong> />

⎞ ⎤<<strong>br</strong> />

σ<<strong>br</strong> />

T<<strong>br</strong> />

( y) = Δε(y).E<<strong>br</strong> />

= ⎢⎜Tu<<strong>br</strong> />

+ y⎟ − T(y) . α.E<<strong>br</strong> />

h ⎥ (2.13)<<strong>br</strong> />

⎣⎝<<strong>br</strong> />

⎠ ⎦<<strong>br</strong> />

sendo:<<strong>br</strong> />

E =<<strong>br</strong> />

módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Substituindo a expressão (2.13) nas expressões (2.8) e (2.9), resulta:<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

T u<<strong>br</strong> />

= ∫T<<strong>br</strong> />

∫ y .y. dA<<strong>br</strong> />

(2.14)<<strong>br</strong> />

A I<<strong>br</strong> />

y<<strong>br</strong> />

( y) .dA − T( )


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

43<<strong>br</strong> />

( )<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

ΔT = ∫T<<strong>br</strong> />

y .y. dA<<strong>br</strong> />

(2.15)<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

A = área da seção transversal<<strong>br</strong> />

I = momento <strong>de</strong> inércia em relação ao CG da seção<<strong>br</strong> />

y = y− y s (or<strong>de</strong>nada medida a partir do CG da seção)<<strong>br</strong> />

y s = distância do CG da seção à borda inferior<<strong>br</strong> />

A partir <strong>de</strong>stas expressões po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar a temperatura média T m , e a rotação da seção φ<<strong>br</strong> />

, <strong>com</strong> as seguintes expressões:<<strong>br</strong> />

= 1<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

T ∫ T(y).dA = ∫ T(y).b(y).<<strong>br</strong> />

A<<strong>br</strong> />

A<<strong>br</strong> />

dy<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

(2.16)<<strong>br</strong> />

ε0 − εh<<strong>br</strong> />

ΔT.<<strong>br</strong> />

α α<<strong>br</strong> />

φ = = = ∫ T( y ).y.b<<strong>br</strong> />

( y ).<<strong>br</strong> />

dy<<strong>br</strong> />

h h I<<strong>br</strong> />

(2.17)<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> b(y) e b( y ) correspon<strong>de</strong>m às larguras da seção nas or<strong>de</strong>nadas y e y , respectivamente.<<strong>br</strong> />

Para o efeito da variação uniforme da temperatura, calculado a partir <strong>de</strong> T m , valem<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rações análogas às que foram feitas para a retração.<<strong>br</strong> />

No caso da variação linear da temperatura ao longo da altura, cuja rotação é calculada <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

expressão (2.17), irão ocorrer esforços solicitantes nas estruturas em que o encurvamento não é<<strong>br</strong> />

livre, <strong>com</strong>o por exemplo no caso <strong>de</strong> vigas contínuas.<<strong>br</strong> />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente se a vinculação permite ou não o movimento, ocorrerão tensões <strong>de</strong>vidas a<<strong>br</strong> />

T s (y). Estas tensões po<strong>de</strong>m ser calculadas <strong>com</strong> a expressão (2.13).<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar que a variação da temperatura po<strong>de</strong> acarretar esforços na direção transversal ao<<strong>br</strong> />

eixo da ponte. A Fig. 2.22 mostra, para seção celular, os momentos fletores <strong>de</strong>vidos a uma variação<<strong>br</strong> />

uniforme <strong>de</strong> temperatura (Fig. 2.22-a) e a um gradiente térmico na laje do tabuleiro.<<strong>br</strong> />

C<<strong>br</strong> />

Δ/2 Δ/2<<strong>br</strong> />

C<<strong>br</strong> />

T 1<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

C<<strong>br</strong> />

C<<strong>br</strong> />

T 2<<strong>br</strong> />

M<<strong>br</strong> />

M<<strong>br</strong> />

V<<strong>br</strong> />

V<<strong>br</strong> />

T<<strong>br</strong> />

T<<strong>br</strong> />

(a) Variação uniforme (b) Gradiente térmico<<strong>br</strong> />

Momentos fletores para variação uniforme Momentos fletores para gradiente térmico<<strong>br</strong> />

Fig. 2.22 Momentos fletores em seção celular <strong>de</strong>vidos à variação <strong>de</strong> temperatura na laje do tabuleiro.


44<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

Na norma NBR 7187 é re<strong>com</strong>endado que seja consi<strong>de</strong>rada uma variação uniforme <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

temperatura <strong>de</strong> ±15 o C. Empregando o valor do coeficiente <strong>de</strong> dilatação térmica do <strong>concreto</strong> (α)<<strong>br</strong> />

igual a 10 -5 / o C, po<strong>de</strong>-se avaliar a variação do <strong>com</strong>primento dos elementos e consequentemente os<<strong>br</strong> />

seus efeitos. Combinada a esta variação, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada, ao longo da altura <strong>de</strong> cada seção<<strong>br</strong> />

transversal, a distribuição <strong>de</strong> temperatura indicada pela NBR 7187, que é reproduzida na Fig. 2.23.<<strong>br</strong> />

T<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

T<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

T<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

h (m) T 1 (°C) T 2 (°C) T 3 (°C)<<strong>br</strong> />

≤0,2 8,5 3,5 0,5<<strong>br</strong> />

0,4 12,0 3,0 1,5<<strong>br</strong> />

0,6 13,0 3,0 2,0<<strong>br</strong> />

≥0,8 13,5 3,0 2,5<<strong>br</strong> />

Fig. 2.23 Distribuição <strong>de</strong> temperatura ao longo da altura da seção, segundo a NBR 7187.<<strong>br</strong> />

2.3.6. Ação do vento<<strong>br</strong> />

A norma NBR 7187 não indica nenhum procedimento para a <strong>de</strong>terminação da ação do vento<<strong>br</strong> />

em <strong>pontes</strong>; apenas re<strong>com</strong>enda seguir o disposto na norma NBR 6123, que trata da ação do vento em<<strong>br</strong> />

edifícios. Sendo assim, apresenta-se o procedimento indicado pela antiga norma <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> NB-2/61.<<strong>br</strong> />

A ação do vento é traduzida por carga uniformemente distribuída horizontal, normal ao eixo<<strong>br</strong> />

da ponte.<<strong>br</strong> />

So<strong>br</strong>e que superfície atua o vento? Admitem-se dois casos extremos, para a verificação:<<strong>br</strong> />

tabuleiro sem tráfego e tabuleiro ocupado por veículos reais.<<strong>br</strong> />

No primeiro caso (ponte <strong>de</strong>scarregada), consi<strong>de</strong>ra-se <strong>com</strong>o superfície <strong>de</strong> incidência do vento,<<strong>br</strong> />

a projeção da estrutura so<strong>br</strong>e plano normal à direção do vento.<<strong>br</strong> />

No segundo caso (ponte carregada), essa projeção é acrescida <strong>de</strong> uma faixa limitada<<strong>br</strong> />

superiormente por linha paralela ao estrado, distante da superfície <strong>de</strong> rolamento 3,50 - 2,00 - 1,70<<strong>br</strong> />

m, conforme se trate, respectivamente, <strong>de</strong> ponte ferroviária, rodoviária ou para pe<strong>de</strong>stres (Fig. 2.24).<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> ponte <strong>de</strong>scarregada (menor superfície exposta), admite-se que a pressão do vento<<strong>br</strong> />

seja <strong>de</strong> 1,5 kN/m 2 , qualquer que seja o tipo <strong>de</strong> ponte.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

45<<strong>br</strong> />

Ao se verificar o caso <strong>de</strong> ponte carregada, admite-se que ao se oferecer essa maior superfície<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> incidência, o vento atue <strong>com</strong> menor intensida<strong>de</strong>: 1,0 kN/m 2 para <strong>pontes</strong> ferroviárias ou<<strong>br</strong> />

rodoviárias, e 0,7 kN/m 2 em <strong>pontes</strong> para pe<strong>de</strong>stres (Fig. 2.24).<<strong>br</strong> />

Fig. 2.24 Valores da ação do vento nas <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

Observe-se que, <strong>com</strong>o no caso da força centrífuga, a pressão do vento, aplicada a uma certa<<strong>br</strong> />

altura da superfície <strong>de</strong> rolamento, também se traduz por um momento e uma força horizontal<<strong>br</strong> />

transportada para o plano médio das vigas principais. Analogamente, pois, o momento produzirá<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>créscimo da carga vertical na viga exposta ao vento, e acréscimo igual na outra (no caso mais<<strong>br</strong> />

simples <strong>de</strong> duas vigas principais). Com relação à infraestrutura e aos aparelhos <strong>de</strong> apoio, vale a<<strong>br</strong> />

mesma observação da importância <strong>de</strong>sta ação no dimensionamento <strong>de</strong>stes elementos.<<strong>br</strong> />

Quando a estrutura principal for laje, dispensa a norma o cálculo da ação do vento, tendo em<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ração a gran<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z à torção <strong>de</strong>ssa estrutura, sua ampla capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistir à ação<<strong>br</strong> />

horizontal e, mesmo, a pequena superfície exposta (Fig. 2.25).<<strong>br</strong> />

Fig. 2.25 Efeito da ação do vento na superestrutura em ponte <strong>de</strong> laje.


46<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

O cálculo dos esforços causados pelo vento também é dispensado quando se tratar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

abóbadas <strong>com</strong> largura nas nascenças superior a 1/10 do vão, ou <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> arcos paralelos e<<strong>br</strong> />

tabuleiro superior, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenha contraventamento contínuo e que a distância entre os eixos dos<<strong>br</strong> />

arcos externos seja superior a 1/9 do vão (Fig. 2.26). Nestes casos, abóbada e arcos atuam, quanto ao<<strong>br</strong> />

vento, <strong>com</strong>o viga-balcão cuja seção transversal tem, nas nascenças, altura igual à largura b da<<strong>br</strong> />

abóbada ou à distância a entre os arcos externos; daí a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se dispensar a verificação<<strong>br</strong> />

da ação do vento, quando b ou a são suficientemente gran<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.26 Exemplos ilustrativos <strong>de</strong> estruturas em que a ação do vento po<strong>de</strong> ser dispensada.<<strong>br</strong> />

2.3.7. Pressão da água em movimento<<strong>br</strong> />

Segundo a norma NBR 7187, a pressão da água em movimento so<strong>br</strong>e os pilares e os<<strong>br</strong> />

elementos <strong>de</strong> fundação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada através da expressão:<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

= K.<<strong>br</strong> />

v a<<strong>br</strong> />

(2.18)<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong>: q é a pressão estática equivalente em kN/m 2<<strong>br</strong> />

v é a velocida<strong>de</strong> da água em m/s<<strong>br</strong> />

K é um coeficiente adimensional cujo valor é 0,34 para elementos <strong>de</strong> seção transversal<<strong>br</strong> />

circular<<strong>br</strong> />

Para elementos <strong>com</strong> seção transversal retangular, o valor <strong>de</strong> K é função do ângulo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

incidência do movimento da água em relação ao plano da face do elemento, conforme a Tabela 2.5.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

47<<strong>br</strong> />

Tabela 2.5 Valores <strong>de</strong> K para cálculo da pressão <strong>de</strong> água.<<strong>br</strong> />

Ângulo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

incidência<<strong>br</strong> />

Valor <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

K<<strong>br</strong> />

90°<<strong>br</strong> />

0,71<<strong>br</strong> />

45° 0,54<<strong>br</strong> />

0° 0<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> um pilar <strong>de</strong> seção circular, num rio <strong>com</strong> velocida<strong>de</strong> da água igual a 2 m/s, tem-se:<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

q = 034 , × 2 = 136 , kN / m 2 que é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za da pressão do vento.<<strong>br</strong> />

Destaca-se entretanto que nos rios que carregam troncos <strong>de</strong> árvore ou galhos esta pressão<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>rá ser bem maior do que os valores avaliados <strong>com</strong> a expressão fornecida, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong>sse<<strong>br</strong> />

material se pren<strong>de</strong>r nos pilares.<<strong>br</strong> />

Em situações em que o movimento da água é muito importante, a norma NBR 7187<<strong>br</strong> />

estabelece que o efeito dinâmico das ondas e das águas em movimento <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminado<<strong>br</strong> />

através <strong>de</strong> métodos baseados na hidrodinâmica.<<strong>br</strong> />

2.3.8. Empuxo <strong>de</strong> terra provocado por cargas móveis<<strong>br</strong> />

Além da pressão <strong>de</strong> terra <strong>com</strong>entada no item 2.3.1, nos encontros e nas cortinas, po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ocorrer pressões <strong>de</strong>vidas à carga móvel que está a<strong>de</strong>ntrando ou <strong>de</strong>ixando a ponte. Estas pressões se<<strong>br</strong> />

somam às anteriores, conforme ilustra a Fig. 2.27.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.27 Efeito <strong>de</strong> carga móvel em cortina.<<strong>br</strong> />

Normalmente, essa carga móvel colocada junto à cabeceira da ponte, para efeito <strong>de</strong> cálculo, é<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rada uniformemente distribuída, e cujo valor po<strong>de</strong> ser estimado transformando o peso do<<strong>br</strong> />

veículo-tipo em carga uniformemente distribuída e <strong>com</strong>pondo-a <strong>com</strong> a carga distribuída q que<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ra o efeito <strong>de</strong> outros veículos, <strong>com</strong>o se mostra na Fig. 2.28.


48<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

Fig. 2.28 Transformação da carga móvel em carga uniformemente distribuída.<<strong>br</strong> />

O carregamento assim obtido, po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado <strong>com</strong>o um aterro adicional, <strong>de</strong> altura h a ,<<strong>br</strong> />

dividindo-se o seu valor pelo peso específico do solo, <strong>com</strong>o ilustra a Fig. 2.29.<<strong>br</strong> />

Fig. 2.29 Transformação da carga móvel distribuída em altura <strong>de</strong> terra.<<strong>br</strong> />

2.3.9. Cargas <strong>de</strong> construção<<strong>br</strong> />

Durante a fase construtiva po<strong>de</strong>rão ocorrer ações provisórias que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas no<<strong>br</strong> />

projeto. Nesse sentido, a norma NBR 7187 estabelece que no projeto e cálculo <strong>de</strong>vem ser<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>radas as ações das cargas passíveis <strong>de</strong> ocorrer durante o período da construção, notadamente<<strong>br</strong> />

aquelas <strong>de</strong>vidas ao peso <strong>de</strong> equipamentos e estruturas auxiliares <strong>de</strong> montagem e <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

elementos estruturais e seus efeitos em cada etapa executiva da o<strong>br</strong>a. Estas cargas <strong>de</strong>vem ser<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>radas na estrutura <strong>com</strong> o esquema estático, resistência dos materiais, e seções resistentes<<strong>br</strong> />

existentes por ocasião da sua aplicação.


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

49<<strong>br</strong> />

2.4. AÇÕES EXCEPCIONAIS<<strong>br</strong> />

Segundo a norma NBR 8681, ações excepcionais são aquelas que têm duração extremamente<<strong>br</strong> />

curta e muito baixa probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência durante a vida da construção, mas que <strong>de</strong>vem ser<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>radas no projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas estruturas.<<strong>br</strong> />

No caso das <strong>pontes</strong>, a norma NBR 7187 cita os choques <strong>de</strong> objetos móveis, as explosões, os<<strong>br</strong> />

fenômenos naturais pouco freqüentes, <strong>com</strong>o enchentes catastróficas e sismos, entre outros.<<strong>br</strong> />

O choque <strong>de</strong> objetos móveis é a única ação especificada pela norma NBR 7187, que<<strong>br</strong> />

estabelece que os pilares passíveis <strong>de</strong> serem atingidos por veículos rodoviários ou embarcações em<<strong>br</strong> />

movimento, <strong>de</strong>vem ter sua segurança verificada quanto aos choques assim provocados. Dispensa-se<<strong>br</strong> />

esta verificação se no projeto forem incluídos dispositivos capazes <strong>de</strong> proteger a estrutura contra<<strong>br</strong> />

este tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte.<<strong>br</strong> />

Como a norma NBR 7187 não fornece os valores das cargas para consi<strong>de</strong>rar esta ação, po<strong>de</strong>se<<strong>br</strong> />

recorrer à norma alemã DIN 1072, que estabelece que os elementos estruturais passíveis a<<strong>br</strong> />

choque <strong>de</strong> veículos, <strong>de</strong>vem ser verificados para forças horizontais, não simultâneas, <strong>de</strong> 1.000 kN na<<strong>br</strong> />

direção longitudinal e <strong>de</strong> 500 kN na direção transversal. Estas forças <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas<<strong>br</strong> />

atuando so<strong>br</strong>e o elemento a 1,20 m da superfície <strong>de</strong> rolamento.<<strong>br</strong> />

So<strong>br</strong>e a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> outras ações excepcionais, a norma NBR 7187 estabelece que <strong>de</strong>vem<<strong>br</strong> />

ser feitas em construções especiais, a critério do proprietário da o<strong>br</strong>a.<<strong>br</strong> />

2.5. COMBINAÇÕES DAS AÇÕES<<strong>br</strong> />

Os critérios e valores <strong>de</strong> <strong>com</strong>binações últimas e <strong>de</strong> serviço das ações indicadas pela NBR<<strong>br</strong> />

8681:2003 são mostrados a seguir.<<strong>br</strong> />

2.5.1. Combinações últimas das ações<<strong>br</strong> />

Para as <strong>com</strong>binações últimas normais, o valor da ação <strong>de</strong> cálculo vale<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

⎛<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

⎞<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

= ∑ γ<<strong>br</strong> />

gi.FGi,k<<strong>br</strong> />

+ γ<<strong>br</strong> />

q⎜FQ1,k<<strong>br</strong> />

+ ∑ ψ0 j.<<strong>br</strong> />

FQj,k<<strong>br</strong> />

⎟<<strong>br</strong> />

(2.19)<<strong>br</strong> />

i=<<strong>br</strong> />

1 ⎝ j=<<strong>br</strong> />

2 ⎠<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong>: F Gi,k = valores característicos das ações permanentes<<strong>br</strong> />

F Q1,k = valor característico da ação variável principal<<strong>br</strong> />

F Qj,k = valores característicos das outras ações variáveis<<strong>br</strong> />

γ gi = coeficientes <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração das ações permanentes<<strong>br</strong> />

γ q = coeficiente <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração das ações variáveis<<strong>br</strong> />

= fator <strong>de</strong> <strong>com</strong>binação<<strong>br</strong> />

ψ 0j<<strong>br</strong> />

Para as situações normais tem-se os seguintes valores dos coeficientes <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração:<<strong>br</strong> />

a) ações permanentes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong>: para as ações constituídas pelo peso próprio<<strong>br</strong> />

das estruturas, dos elementos construtivos permanentes não estruturais e dos equipamentos


50<<strong>br</strong> />

Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

fixos, todos consi<strong>de</strong>rados globalmente, quando o peso próprio da estrutura não supera 75%<<strong>br</strong> />

da totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes pesos permanentes e para outras ações permanentes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

variabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

γ g = 1,4 para efeitos <strong>de</strong>sfavoráveis<<strong>br</strong> />

γ g<<strong>br</strong> />

= 0,9 para efeitos favoráveis<<strong>br</strong> />

b) ações permanentes <strong>de</strong> pequena variabilida<strong>de</strong>: para as ações permanentes, quando o peso<<strong>br</strong> />

próprio da estrutura supera 75% da totalida<strong>de</strong> dos pesos permanentes e para outras ações<<strong>br</strong> />

permanentes <strong>de</strong> pequena variabilida<strong>de</strong> (situação mais <strong>com</strong>um no sistema estrutural<<strong>br</strong> />

principal das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>)<<strong>br</strong> />

γ g = 1,3 para efeitos <strong>de</strong>sfavoráveis<<strong>br</strong> />

γ g = 1,0 para efeitos favoráveis<<strong>br</strong> />

c) efeitos <strong>de</strong> recalques <strong>de</strong> apoio e <strong>de</strong> retração do <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

γ ε = 1,2 para efeitos <strong>de</strong>sfavoráveis<<strong>br</strong> />

γ ε = 1,0 para efeitos favoráveis<<strong>br</strong> />

d) ações variáveis<<strong>br</strong> />

cargas aci<strong>de</strong>ntais móveis: γ q = 1,4<<strong>br</strong> />

efeitos da temperatura: γ ε = 1,2<<strong>br</strong> />

e) valores do fator <strong>de</strong> <strong>com</strong>binação<<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres: ψ 0 = 0,4<<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> rodoviárias: ψ 0 = 0,6<<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> ferroviárias: ψ 0 = 0,8 (ferrovias não especializadas)<<strong>br</strong> />

Nos casos particulares <strong>de</strong> <strong>com</strong>binações últimas excepcionais e <strong>com</strong>binações últimas especiais<<strong>br</strong> />

ou <strong>de</strong> construção, a norma NBR 8681 fornece outros valores.<<strong>br</strong> />

2.5.2. Combinações <strong>de</strong> serviço das ações<<strong>br</strong> />

Conforme estabelece a norma NBR 868l, nas <strong>com</strong>binações <strong>de</strong> utilização são consi<strong>de</strong>radas<<strong>br</strong> />

todas as ações permanentes, inclusive as <strong>de</strong>formações impostas permanentes, e as ações variáveis<<strong>br</strong> />

correspon<strong>de</strong>ntes a cada um dos tipos <strong>de</strong> <strong>com</strong>binações da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

a) <strong>com</strong>binações quase-permanentes <strong>de</strong> utilização<<strong>br</strong> />

m n<<strong>br</strong> />

d, uti ∑ Gi, k ∑ 2 j.<<strong>br</strong> />

i= 1 j=<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

F = F + ψ F , (2.20)<<strong>br</strong> />

Qj k<<strong>br</strong> />

b) <strong>com</strong>binações freqüentes <strong>de</strong> serviço<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

d, uti ∑ Gi, k 1 Q1,<<strong>br</strong> />

k ∑ 2j Qj k<<strong>br</strong> />

i= 1<<strong>br</strong> />

j=<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

F = F + ψ . F + ψ . F , (2.21)


Cap. 2 Ações nas Pontes<<strong>br</strong> />

51<<strong>br</strong> />

c) <strong>com</strong>binações raras <strong>de</strong> serviço<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

d, uti ∑ Gi, k Q1, k ∑ 2j.<<strong>br</strong> />

Qj k<<strong>br</strong> />

i= 1<<strong>br</strong> />

j=<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

F = F + F + ψ F , (2.22)<<strong>br</strong> />

Os valores dos fatores <strong>de</strong> <strong>com</strong>binação <strong>de</strong> utilização ψ 1 e ψ 2 , para as cargas móveis e seus<<strong>br</strong> />

efeitos dinâmicos, são os seguintes:<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres: ψ 1 = 0,3 e ψ 2 = 0,2<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> rodoviárias: ψ 1 = 0,4 e ψ 2 = 0,2<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> ferroviárias: ψ 1 = 0,6 e ψ 2 = 0,4<<strong>br</strong> />

As <strong>com</strong>binações <strong>de</strong> serviço atrás referidas são empregadas nas seguintes situações:<<strong>br</strong> />

• para verificação <strong>de</strong> estado limite <strong>de</strong> fissuração (abertura <strong>de</strong> fissuras) - <strong>com</strong>binação<<strong>br</strong> />

freqüente <strong>de</strong> serviço;<<strong>br</strong> />

• para verificação <strong>de</strong> estado limite <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> fissuras - <strong>com</strong>binação rara <strong>de</strong> serviço;<<strong>br</strong> />

• para verificação <strong>de</strong> estado limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação excessiva (flecha) - <strong>com</strong>binação quasepermanente<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> serviço.<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

ABNT. NB 2 - Cálculo e execução <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1961.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 6118 - Projeto e execução <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1978.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7187 - Projeto e execução <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado e protendido. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

1986.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7188 - Carga móvel em ponte rodoviária e passarela <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

1984.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7189 - Cargas móveis para projeto estrutural <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as ferroviárias. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

1985.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7197 - Projeto <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1987.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 8681 - Ações e segurança nas estruturas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1984.<<strong>br</strong> />

CEB. Bulletin d'Information no. 167 - Thermal effects. Rotterdan, 1985.<<strong>br</strong> />

DIN 1072. Puentes <strong>de</strong> carreteras y caminos: hipóteses <strong>de</strong> carga (Tradução para o castelhano).<<strong>br</strong> />

Bilbao, Editorial Balzola, 1973.<<strong>br</strong> />

FREITAS, M. Pontes: introdução geral - <strong>de</strong>finições. São Paulo, EPUSP, 1981.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. Solicitações nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>. São Carlos, EESC-USP, 1971.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Pontes em <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora,<<strong>br</strong> />

1979.


3. NOÇÕES DE CÁLCULO DE SUPERESTRUTURA<<strong>br</strong> />

3.1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

A análise do <strong>com</strong>portamento estrutural das <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma forma simplificada, ser<<strong>br</strong> />

subdividida em duas etapas:<<strong>br</strong> />

a) análise da distribuição dos esforços na direção transversal da ponte, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fundamentalmente do tipo <strong>de</strong> seção transversal;<<strong>br</strong> />

b) análise do efeito das cargas equivalentes, obtidas a partir da análise da distribuição dos<<strong>br</strong> />

esforços na direção transversal, no sistema estrutural principal.<<strong>br</strong> />

A Fig. 3.1 ilustra a obtenção da distribuição dos esforços na direção transversal, em uma<<strong>br</strong> />

ponte <strong>com</strong> duas vigas principais; as cargas equivalentes na viga, são também <strong>de</strong>nominadas tremtipo<<strong>br</strong> />

da viga.<<strong>br</strong> />

Cargas equivalentes na viga<<strong>br</strong> />

Fig. 3.1 Ilustração da distribuição dos esforços na direção transversal.<<strong>br</strong> />

A Fig. 3.2 ilustra a colocação das cargas equivalentes no sistema estrutural principal <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

ponte <strong>de</strong> viga simplesmente apoiada, para a <strong>de</strong>terminação do máximo momento fletor no meio do<<strong>br</strong> />

vão, e da máxima força cortante no apoio.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

53<<strong>br</strong> />

Fig. 3.2 Ilustração do estudo do efeito das cargas equivalentes no sistema estrutural principal.<<strong>br</strong> />

Esta análise é mais realista no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga e mais aproximada no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

laje, pois no segundo caso existe uma maior inter<strong>de</strong>pendência das solicitações nas duas direções.<<strong>br</strong> />

Em face do exposto, conclui-se que é possível abordar <strong>de</strong> uma forma genérica, os sistemas<<strong>br</strong> />

estruturais separadamente das seções transversais, embora sabendo que existe uma<<strong>br</strong> />

inter<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> maior ou menor grau, entre eles.<<strong>br</strong> />

3.2. PONTES DE VIGAS<<strong>br</strong> />

No tabuleiro <strong>de</strong> uma ponte <strong>de</strong> vigas, po<strong>de</strong>m-se i<strong>de</strong>ntificar três elementos: as vigas<<strong>br</strong> />

longitudinais (também chamadas <strong>de</strong> vigas principais ou longarinas), as vigas transversais (também<<strong>br</strong> />

chamadas <strong>de</strong> transversinas), e a laje.<<strong>br</strong> />

Normalmente, esses três elementos formam um conjunto monolítico, cuja cálculo exato é <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tal modo <strong>com</strong>plexo e laborioso, que a sua realização utilizando processos “manuais” (isto é, sem<<strong>br</strong> />

auxílio <strong>de</strong> <strong>com</strong>putadores) é praticamente impossível.<<strong>br</strong> />

Sendo assim, para se calcular “manualmente” os esforços nos elementos que formam o<<strong>br</strong> />

tabuleiro <strong>de</strong> uma ponte <strong>de</strong> vigas é necessário recorrer aos chamados processos aproximados, que<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rando simplificações a<strong>de</strong>quadas, permitem realizar o cálculo “manual” dos esforços, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

maneira simples, objetiva e segura, sem o auxílio <strong>de</strong> <strong>com</strong>putadores.<<strong>br</strong> />

O procedimento empregado na maioria dos processos aproximados, é conhecido <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

“método dos coeficientes <strong>de</strong> repartição”, e consiste em <strong>de</strong>terminar a repartição do carregamento<<strong>br</strong> />

aplicado, entre os elementos que <strong>com</strong>põem o tabuleiro. Uma vez conhecida a parcela do<<strong>br</strong> />

carregamento que cabe a cada elemento, chamada também <strong>de</strong> “quinhão <strong>de</strong> carga”, faz-se o cálculo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> cada elemento isoladamente <strong>com</strong> o correspon<strong>de</strong>nte quinhão <strong>de</strong> carga.<<strong>br</strong> />

Os processos aproximados po<strong>de</strong>m ser classificados em três categorias:<<strong>br</strong> />

- processo que consi<strong>de</strong>ra as longarinas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;<<strong>br</strong> />

- processo que consi<strong>de</strong>ra o chamado efeito <strong>de</strong> grelha;<<strong>br</strong> />

- processo que supõe que o tabuleiro é uma placa ortótropa.<<strong>br</strong> />

O processo que consi<strong>de</strong>ra as longarinas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, po<strong>de</strong> ser utilizado em tabuleiros <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

duas longarinas, on<strong>de</strong> se obtêm resultados satisfatórios, mas nos tabuleiros <strong>com</strong> mais <strong>de</strong> duas<<strong>br</strong> />

longarinas, não é re<strong>com</strong>endável a sua utilização pois a aproximação é em geral muito grosseira.


54<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

Dentre os processos que consi<strong>de</strong>ram o efeito <strong>de</strong> grelha, os mais conhecidos são o processo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Engesser-Courbon e o processo <strong>de</strong> Leonhardt.<<strong>br</strong> />

O processo conhecido <strong>com</strong>o <strong>de</strong> Engesser-Courbon, é atribuído a F. Engesser, e foi<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvido por J. Courbon e M. Mallet. Neste processo, que se caracteriza pela sua simplicida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

e campo <strong>de</strong> aplicação, são adotadas as seguintes hipóteses simplificadoras:<<strong>br</strong> />

- o tabuleiro monolítico é transformado numa malha <strong>de</strong> vigas longitudinais e transversais;<<strong>br</strong> />

- é <strong>de</strong>sprezado o efeito <strong>de</strong> torção nas vigas;<<strong>br</strong> />

- a transversina é suposta <strong>com</strong>o tendo rigi<strong>de</strong>z infinita.<<strong>br</strong> />

O processo conhecido <strong>com</strong>o <strong>de</strong> Leonhardt, foi <strong>de</strong>senvolvido pelo alemão F. Leonhardt, e<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ra as seguintes hipóteses simplificadoras:<<strong>br</strong> />

- o tabuleiro monolítico é transformado numa malha <strong>de</strong> vigas longitudinais e transversais;<<strong>br</strong> />

- é <strong>de</strong>sprezado o efeito <strong>de</strong> torção nas vigas;<<strong>br</strong> />

- a transversina é suposta flexível.<<strong>br</strong> />

Dentre os processos que supõem que o tabuleiro é uma placa ortótropa, o mais conhecido é o<<strong>br</strong> />

processo <strong>de</strong> Guyon-Massonet. A idéia original do processo é atribuída ao francês T. Guyon que<<strong>br</strong> />

elaborou um processo para calcular placas ortótropas <strong>de</strong>sprezando o efeito <strong>de</strong> torção, utilizando o<<strong>br</strong> />

método dos coeficientes <strong>de</strong> repartição. Posteriormente, o francês C. Massonnet generalizou o<<strong>br</strong> />

processo introduzindo no cálculo a consi<strong>de</strong>ração do efeito <strong>de</strong> torção.<<strong>br</strong> />

Neste texto serão apresentados os processos <strong>de</strong> Engesser-Courbon e <strong>de</strong> Guyon-Massonnet. No<<strong>br</strong> />

texto, as vigas longitudinais serão chamadas simplesmente <strong>de</strong> vigas, e as vigas transversais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

transversinas.<<strong>br</strong> />

Na Fig. 3.3, os esquemas à esquerda representam três superestruturas, <strong>de</strong> vigas ligadas (a)<<strong>br</strong> />

apenas pela laje, ou (b) por transversinas e finalmente (c) por transversinas <strong>com</strong> essa mesma rigi<strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />

e por laje inferior, configurando a viga <strong>de</strong> seção celular, ou viga-caixão.<<strong>br</strong> />

a)<<strong>br</strong> />

b)<<strong>br</strong> />

c)<<strong>br</strong> />

Fig. 3.3 Tipologia da seção e processos <strong>de</strong> cálculo das superestruturas <strong>de</strong> vigas.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

55<<strong>br</strong> />

O cálculo <strong>de</strong>ssas superestruturas po<strong>de</strong> ser orientado por diversas concepções, mais ou menos<<strong>br</strong> />

simplificadas, relativas ao <strong>com</strong>portamento estático <strong>de</strong>sses conjuntos monolíticos. Tais concepções<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m ser caracterizadas, em primeira aproximação, pelo que se admite quanto à ação que so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

essas superestruturas exerce uma carga concentrada Q, suposta atuando so<strong>br</strong>e uma das nervuras.<<strong>br</strong> />

No processo <strong>de</strong> cálculo intitulado <strong>com</strong>o vigas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, admite-se que a viga<<strong>br</strong> />

diretamente carregada absorva totalmente a força Q, sem intervenção da segunda viga, que<<strong>br</strong> />

correspon<strong>de</strong> a supor, para efeito <strong>de</strong> cálculo das vigas longitudinais, que o tabuleiro (laje e eventuais<<strong>br</strong> />

transversinas) seja seccionado so<strong>br</strong>e as vigas principais e so<strong>br</strong>e elas se apóie simplesmente. Essa<<strong>br</strong> />

aproximação torna-se cada vez menos satisfatória à medida que as transversinas vão adquirindo<<strong>br</strong> />

maior importância, pelo número e pela rigi<strong>de</strong>z (a b), e é totalmente inadmissível no caso da viga<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> seção celular (c).<<strong>br</strong> />

Nos dois primeiros casos (a e b) o primeiro processo <strong>de</strong> cálculo (vigas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes) é<<strong>br</strong> />

admitido pela NB-2/61 (item 25: “ os tabuleiros <strong>com</strong> três ou mais vigas principais <strong>de</strong>vem ser<<strong>br</strong> />

calculados <strong>com</strong>o grelhas, permitindo-se o emprego <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> cálculo aproximados”)e<<strong>br</strong> />

correntemente utilizado. O segundo processo <strong>de</strong> cálculo (grelha), mostra que ambas as vigas<<strong>br</strong> />

colaboram, cabendo naturalmente parcela maior à viga diretamente carregada. Isto, graças à<<strong>br</strong> />

solidarização engendrada pelas transversinas e pela própria laje. Neste caso, quanto maior a rigi<strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />

dos elementos transversais mais acentuado é o efeito <strong>de</strong> grelha e menor é o valor <strong>de</strong> α . O último<<strong>br</strong> />

caso (c), às vezes assimilado ao <strong>de</strong> uma grelha, é mais a<strong>de</strong>quadamente tratado consi<strong>de</strong>rando-se a<<strong>br</strong> />

viga-caixão sujeita aos efeitos da carga Q centrada e do momento Q.e, correspon<strong>de</strong>nte à<<strong>br</strong> />

excentricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Q.<<strong>br</strong> />

3.2.1. Seção T<<strong>br</strong> />

a) Duas Vigas (Vigas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes)<<strong>br</strong> />

Dispostas as cargas <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada so<strong>br</strong>e o tabuleiro, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>terminar primeiro qual<<strong>br</strong> />

o quinhão <strong>de</strong>ssas cargas que é suportado pelas várias vigas principais, ou seja, há que <strong>de</strong>terminar,<<strong>br</strong> />

para cada viga, um trem <strong>de</strong> cargas fictícias as quais, supostas atuando diretamente so<strong>br</strong>e cada uma<<strong>br</strong> />

das vigas, produzam nestas os mesmos esforços que provem das cargas reais dispostas so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />

tabuleiro. Esse trem <strong>de</strong> cargas fictícias é o <strong>de</strong>nominado trem-tipo. Haverá em geral, um trem-tipo<<strong>br</strong> />

para cada viga principal (ou apenas dois: um para as duas vigas laterais e outro para as internas).<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> haver apenas duas vigas principais, esse trem tipo é <strong>de</strong>terminado <strong>com</strong> suficiente<<strong>br</strong> />

exatidão admitindo que uma carga disposta so<strong>br</strong>e o tabuleiro se reparta entre as duas vigas em dois<<strong>br</strong> />

quinhões inversamente proporcionais as distâncias da carga à vigas. Portanto, supõe-se que o<<strong>br</strong> />

tabuleiro, para efeito <strong>de</strong> distribuição das cargas às duas vigas, se <strong>com</strong>porte <strong>com</strong>o uma viga<<strong>br</strong> />

transversal (geralmente <strong>com</strong> balanços) simplesmente apoiada so<strong>br</strong>e as vigas longitudinais, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

mostra a Fig. 3.4.<<strong>br</strong> />

Correspon<strong>de</strong> isto a admitir para o quinhão Q 1 da viga 1 uma linha <strong>de</strong> influência retilínea, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tal forma que a carga Q igual a 1 aplicada so<strong>br</strong>e a viga 1 corresponda, na própria viga 1, um<<strong>br</strong> />

quinhão igual a própria carga e, a carga Q igual a 1 aplicada so<strong>br</strong>e a viga 2, ainda na viga 1, um<<strong>br</strong> />

quinhão nulo, <strong>com</strong>o indica a Fig. 3.5.


56<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

Fig. 3.4 Distribuição transversal das cargas: vigas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.5 Exemplo <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> duas vigas contínuas <strong>de</strong> três ramos <strong>com</strong> uma carga Q móvel.<<strong>br</strong> />

Suponhamos então uma ponte <strong>com</strong> duas vigas principais contínuas em três ramos, carregada<<strong>br</strong> />

por uma carga Q disposta à distância a da viga 1 (Fig. 3.5), e à distância x <strong>de</strong> um dos encontros.<<strong>br</strong> />

Tudo se passa <strong>com</strong>o se a viga 1 estivesse sujeita a uma carga Q 1 , disposta à mesma distância x do<<strong>br</strong> />

encontro e, portanto, <strong>com</strong>o se a viga 2 estivesse suportando o quinhão Q 2 =Q-Q 1 , situado ainda à<<strong>br</strong> />

distância x do encontro consi<strong>de</strong>rado (Fig. 3.6)<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

Fig. 3.6 Exemplo <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> duas vigas contínuas <strong>de</strong> três ramos <strong>com</strong> uma carga Q móvel.<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando agora uma ponte, <strong>com</strong> estrutura principal constituída por duas vigas que, por<<strong>br</strong> />

exemplo, sejam simplesmente apoiadas (Fig. 3.7). O carregamento normal da ponte será <strong>com</strong>posto


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

57<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> um veículo, <strong>com</strong> carga distribuída Φq anterior e posterior do veículo, <strong>de</strong> carga distribuída Φq<<strong>br</strong> />

lateral, e <strong>com</strong> carga <strong>de</strong> multidão, posta ao lado, adiante e atrás dos veículos. Para o cálculo <strong>de</strong> cada<<strong>br</strong> />

uma das vigas <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>terminar os quinhões <strong>de</strong> carga que são suportados pelas vigas principais,<<strong>br</strong> />

ou seja, <strong>de</strong>ve-se portanto <strong>de</strong>terminar o trem-tipo das vigas principais.<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando a viga 1, a fim <strong>de</strong> obter os máximos esforços da viga, coloca-se as cargas so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

o tabuleiro <strong>de</strong> maneira a obter os maiores quinhões so<strong>br</strong>e a viga 1: coloca-se as cargas, em função<<strong>br</strong> />

da linha <strong>de</strong> influência dos quinhões (Fig. 3.7), tão próximas quanto possível da viga 1.<<strong>br</strong> />

Com essa linha <strong>de</strong> influência, conclui-se que tudo se passa <strong>com</strong>o se atuassem, diretamente<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a viga 1, as cargas indicadas na Fig. 3.7 <strong>com</strong> a <strong>de</strong>signação trem-tipo da viga 1. Com esse<<strong>br</strong> />

trem-tipo calculam-se então os momentos fletores e as forças cortantes em qualquer seção da viga<<strong>br</strong> />

em estudo, mediante as respectivas linhas <strong>de</strong> influência.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.7 Ponte <strong>de</strong> duas vigas simplesmente apoiadas sem passeios – cálculo do trem tipo da viga 1.<<strong>br</strong> />

Quando existem mais do que duas vigas principais, a Norma aconselha o cálculo da<<strong>br</strong> />

superestrutura <strong>com</strong>o grelha, porém em fase <strong>de</strong> pré-dimensionamento é freqüente o cálculo ainda<<strong>br</strong> />

admitido que as vigas sejam in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Supõe-se então, <strong>com</strong>o mostra a Fig. 3.8, que o tabuleiro<<strong>br</strong> />

distribua as cargas para as vigas longitudinais <strong>com</strong>o se so<strong>br</strong>e estas houvesse, em toda a extensão da<<strong>br</strong> />

ponte, transversinas simplesmente apoiadas. Desta forma, para o cálculo da viga 1 interessam<<strong>br</strong> />

apenas as cargas colocadas entre (1) e (2); no cálculo da viga 2, intervêm apenas as cargas que<<strong>br</strong> />

atuam entre (1) e (3), e assim por diante.


58<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

Fig. 3.8 Cálculo do trem tipo da viga 1 – para o caso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas vigas principais.<<strong>br</strong> />

Feita essa hipótese, proce<strong>de</strong>-se à <strong>de</strong>terminação dos diversos trens-tipos- um para cada viga<<strong>br</strong> />

longitudinal – <strong>de</strong> forma absolutamente análoga à ilustrada no caso <strong>de</strong> duas vigas longitudinais. É<<strong>br</strong> />

importante ressaltar que o cálculo do trem tipo da viga 1 po<strong>de</strong> ser simplificado fazendo que em toda<<strong>br</strong> />

viga somente a carga q 1 seja aplicada, <strong>com</strong>o mostra a Fig. 3.9.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.9 Cálculo do trem tipo da viga 1 – simplificação <strong>de</strong> cálculo.<<strong>br</strong> />

a.1) Transversina<<strong>br</strong> />

Determinados os esforços nas vigas principais, resta obtê-los para as transversinas.<<strong>br</strong> />

Convém então traçar as superfícies <strong>de</strong> influência <strong>de</strong> momentos fletores e forças cortantes em alguns<<strong>br</strong> />

pontos das vigas transversais, pois qualquer carga colocada so<strong>br</strong>e o tabuleiro provoca esforços nas<<strong>br</strong> />

transversinas. Examina-se inicialmente o caso <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>slocando-se so<strong>br</strong>e a viga transversal (Fig.<<strong>br</strong> />

3.10), para o caso fundamental mais simples.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

59<<strong>br</strong> />

Fig. 3.10 Esquema estático para cálculo da transversina <strong>com</strong> carga móvel centrada e excêntrica e suas<<strong>br</strong> />

respectivas <strong>de</strong>formações.<<strong>br</strong> />

O cálculo simplificado conforme a NB-2/1961, para o caso <strong>de</strong> viga simplesmente apoiada<<strong>br</strong> />

leva em consi<strong>de</strong>ração que o acréscimo <strong>de</strong> momentos positivos e negativos nas extremida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

obe<strong>de</strong>cem aos valores apresentados na Fig. 3.11.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.11 Acréscimo <strong>de</strong> momentos positivos e negativos nas extremida<strong>de</strong>s conforme a NB-2/1961.<<strong>br</strong> />

O cálculo do carregamento da transversina para o caso da carga permanente é feito a partir da<<strong>br</strong> />

área <strong>de</strong> influência, po<strong>de</strong>ndo a carga ser consi<strong>de</strong>rada <strong>com</strong>o uniformemente distribuída, <strong>com</strong>o mostra<<strong>br</strong> />

a Fig. 3.12.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.12 Procedimento para o cálculo da carga permanente da transversina.


60<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

3.13.<<strong>br</strong> />

No caso da carga móvel, os seguintes passos <strong>de</strong>vem ser executados, <strong>com</strong>o sistematiza a Fig.<<strong>br</strong> />

- construir a linha <strong>de</strong> influência dos quinhões <strong>de</strong> carga;<<strong>br</strong> />

- Posicionar a carga móvel na situação mais <strong>de</strong>sfavorável<<strong>br</strong> />

- Determinar o trem-tipo da transversina<<strong>br</strong> />

Fig. 3.13 Procedimento para o cálculo da carga móvel da transversina.<<strong>br</strong> />

b) Mais <strong>de</strong> duas vigas (Grelhas)<<strong>br</strong> />

São freqüentes as superestruturas <strong>com</strong> maior número <strong>de</strong> longarinas, <strong>com</strong>o mostra a Fig. 3.14.<<strong>br</strong> />

O aumento no número <strong>de</strong> vigas principais é utilizado principalmente no caso <strong>de</strong> vigas principais<<strong>br</strong> />

protendidas pré-fa<strong>br</strong>icadas.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.14 Tipologia da seção e processos <strong>de</strong> cálculo das superestruturas <strong>com</strong> elevado número <strong>de</strong> vigas.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

61<<strong>br</strong> />

As consi<strong>de</strong>rações utilizadas no caso <strong>de</strong> duas vigas (vigas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes) valem também para<<strong>br</strong> />

o caso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas vigas, <strong>de</strong>vendo-se porém notar que, neste caso a aproximação mediante<<strong>br</strong> />

vigas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes é, em geral, muito grosseira, re<strong>com</strong>endada apenas para avaliação preliminar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

esforços. É importante lem<strong>br</strong>ar que <strong>com</strong> o maior número <strong>de</strong> vigas, por ser hiperestática a estrutura<<strong>br</strong> />

principal, maior será a distribuição transversal dos esforços, logo qualquer alteração das dimensões<<strong>br</strong> />

inicialmente adotadas altera a distribuição dos esforços.<<strong>br</strong> />

Po<strong>de</strong>-se ter noção do erro que se <strong>com</strong>ete ao se utilizar para o cálculo o esquema <strong>de</strong> vigas<<strong>br</strong> />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, observando os resultados experimentais da Fig. 3.15, cuja legenda os esclarece.<<strong>br</strong> />

Note-se que não há transversinas nos tramos, mas apenas nos apoios.<<strong>br</strong> />

- Dois tramos contínuos <strong>de</strong> 20 metros<<strong>br</strong> />

- Altura da seção é constante<<strong>br</strong> />

- Apenas três transversinas, uma em cada apoio<<strong>br</strong> />

- Vigas pré-moldadas solidarizadas por laje<<strong>br</strong> />

moldada no local<<strong>br</strong> />

- 100% é a flecha da viga simplesmente apoiada<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o mesmo Q<<strong>br</strong> />

- x representa as flechas medidas; o tracejado é<<strong>br</strong> />

apenas para visualizar melhor<<strong>br</strong> />

Fig. 3.15 Resultados experimentais.<<strong>br</strong> />

Todavia, <strong>de</strong>ve-se também observar que, no cálculo, há mais cargas, e somente parte <strong>de</strong>las é<<strong>br</strong> />

que é colocada diretamente so<strong>br</strong>e a viga analisada; as outras – concentradas e distribuídas –<<strong>br</strong> />

atenuam o erro, para o que contribui também a carga permanente, especialmente no caso <strong>de</strong> vigas<<strong>br</strong> />

pré-fa<strong>br</strong>icadas, cujo peso próprio não se distribui transversalmente.<<strong>br</strong> />

b.1) Processo <strong>de</strong> Engesser-Courbon<<strong>br</strong> />

Como conseqüência das hipóteses simplificadoras adotadas, este processo <strong>de</strong> cálculo fornece<<strong>br</strong> />

bons resultados quando o tabuleiro <strong>de</strong> ponte analisado apresenta a dimensão longitudinal<<strong>br</strong> />

predominando sensivelmente so<strong>br</strong>e a dimensão transversal.<<strong>br</strong> />

As hipóteses simplificadoras são:<<strong>br</strong> />

- transformação do tabuleiro monolítico numa malha <strong>de</strong> vigas longitudinais e transversais;<<strong>br</strong> />

- não consi<strong>de</strong>ração do efeito <strong>de</strong> torção das vigas;<<strong>br</strong> />

- suposição <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z infinita para a transversina.<<strong>br</strong> />

A segunda hipótese implica no fato <strong>de</strong> que a reação mútua nos cruzamentos das vigas<<strong>br</strong> />

longitudinais <strong>com</strong> as transversais seja unicamente uma força vertical.


62<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

Na Fig. 3.16, apresenta-se a esquematização gráfica das hipóteses simplificadoras do<<strong>br</strong> />

processo.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.16 Esquematização gráfica do processo <strong>de</strong> Engesser-Courbon.<<strong>br</strong> />

b.2) Processo <strong>de</strong> Guyon-Massonnet<<strong>br</strong> />

No processo <strong>de</strong> Guyon-Massonnet para o cálculo <strong>de</strong> tabuleiro <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> (Fig. 3.17), são<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>radas as seguintes hipóteses simplificadoras:<<strong>br</strong> />

- o tabuleiro é transformado numa placa ortótropa que apresenta as mesmas rigi<strong>de</strong>zes<<strong>br</strong> />

médias <strong>de</strong> flexão e torção;<<strong>br</strong> />

- o carregamento real é substituído por um carregamento equivalente que tem a forma<<strong>br</strong> />

senoidal na direção longitudinal;<<strong>br</strong> />

- a placa ortótropa é calculada utilizando o método dos coeficientes <strong>de</strong> repartição<<strong>br</strong> />

transversal.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

63<<strong>br</strong> />

Fig. 3.17 Esquematização gráfica do processo <strong>de</strong> Guyon-Massonnet.<<strong>br</strong> />

A justificação da primeira hipótese é conseqüência da semelhança <strong>de</strong> <strong>com</strong>portamento da placa<<strong>br</strong> />

ortótropa e da grelha, <strong>com</strong>o se mostra a seguir através das respectivas equações diferenciais.<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

∂ w<<strong>br</strong> />

∂ w ∂ w<<strong>br</strong> />

ρ<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

+ ( γ )<<strong>br</strong> />

q(<<strong>br</strong> />

x,<<strong>br</strong> />

y)<<strong>br</strong> />

4 P<<strong>br</strong> />

+ γ<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

+ ρ<<strong>br</strong> />

2 2 E<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

(3.1)<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

∂x<<strong>br</strong> />

∂x<<strong>br</strong> />

∂y<<strong>br</strong> />

∂y<<strong>br</strong> />

Sendo:<<strong>br</strong> />

E ⋅ I<<strong>br</strong> />

ρ = P<<strong>br</strong> />

(3.2)<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

b 0<<strong>br</strong> />

E ⋅ I<<strong>br</strong> />

ρ = E<<strong>br</strong> />

(3.3)<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

l 0<<strong>br</strong> />

G ⋅ I<<strong>br</strong> />

γ = tP<<strong>br</strong> />

(3.4)<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

b 0<<strong>br</strong> />

G ⋅ I<<strong>br</strong> />

γ = tE<<strong>br</strong> />

(3.5)<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

l 0<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

tP<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

tE<<strong>br</strong> />

= momento <strong>de</strong> inércia à flexão das vigas principais<<strong>br</strong> />

= momento <strong>de</strong> inércia à torção das vigas principais<<strong>br</strong> />

= momento <strong>de</strong> inércia à flexão das transversinas<<strong>br</strong> />

= momento <strong>de</strong> inércia à torção das transversinas


64<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

bo<<strong>br</strong> />

= espaçamento das vigas principais<<strong>br</strong> />

lo<<strong>br</strong> />

= espaçamento das transversinas<<strong>br</strong> />

As equações diferenciais da placa ortótropa e da grelha são formalmente idênticas,<<strong>br</strong> />

significando que, as placas ortótropas po<strong>de</strong>m ser calculadas <strong>com</strong>o grelhas e vice-versa.<<strong>br</strong> />

O tabuleiro <strong>de</strong> ponte <strong>de</strong> vigas, constituído pelas vigas longitudinais, transversais e laje, é uma<<strong>br</strong> />

estrutura cujo <strong>com</strong>portamento é intermediário entre a placa ortótropa e a grelha.<<strong>br</strong> />

Para <strong>de</strong>finir o <strong>com</strong>portamento do tabuleiro <strong>de</strong> uma ponte <strong>de</strong> vigas, Guyon criou dois<<strong>br</strong> />

parâmetros adimensionais: α ( referente a torção) e θ (associado ao travamento).<<strong>br</strong> />

O parâmetro <strong>de</strong> torção é calculado pela expressão:<<strong>br</strong> />

α<<strong>br</strong> />

γ + γ<<strong>br</strong> />

P E<<strong>br</strong> />

= <strong>com</strong> 0 ≤ 1<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

ρ ⋅ ρ<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

≤ α (3.6)<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>α = 0 significa grelha sem torção e α = 1 significa placa ortótropa.<<strong>br</strong> />

O parâmetro <strong>de</strong> travamento é calculado pela expressão:<<strong>br</strong> />

b<<strong>br</strong> />

l<<strong>br</strong> />

ρ<<strong>br</strong> />

ρ<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

θ = 4<<strong>br</strong> />

(3.7)<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

Salienta-se que quanto maior é o valor <strong>de</strong> θ , mais fraco é o travamento.<<strong>br</strong> />

3.2.2. Seção celular<<strong>br</strong> />

a) Uma célula<<strong>br</strong> />

O caso da seção celular <strong>com</strong>posta apenas <strong>de</strong> uma célula, apresentado na Fig. 3.18, po<strong>de</strong> ser às<<strong>br</strong> />

vezes assimilado ao caso <strong>de</strong> uma grelha, porém é mais a<strong>de</strong>quadamente tratado consi<strong>de</strong>rando-se a<<strong>br</strong> />

viga-caixão sujeita aos efeitos da carga Q centrada e do momento Q.e, correspon<strong>de</strong>nte à<<strong>br</strong> />

excentricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Q.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.18 Caso da seção celular <strong>com</strong>posta apenas <strong>de</strong> uma célula.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

65<<strong>br</strong> />

No caso da seção celular, os esforços <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m basicamente <strong>de</strong> duas situações <strong>de</strong> projeto:<<strong>br</strong> />

- Carregamento <strong>de</strong> todo o tabuleiro (Fig. 3.19): máximo momento fletor, máxima força<<strong>br</strong> />

cortante, <strong>com</strong> ou sem momento <strong>de</strong> torção;<<strong>br</strong> />

- Carregamento <strong>de</strong> parte do tabuleiro (Fig. 3.20): máximo momento <strong>de</strong> torção, momento fletor<<strong>br</strong> />

e força cortante.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.19 Carregamento <strong>de</strong> todo o tabuleiro.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.20 Carregamento <strong>de</strong> parte do tabuleiro.<<strong>br</strong> />

b) Mais <strong>de</strong> uma célula<<strong>br</strong> />

Com mais <strong>de</strong> uma célula, a seção celular, mostrada na Fig. 3.21, obe<strong>de</strong>ce as mesmas<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rações análogas as anteriores, <strong>de</strong>vendo-se notar que <strong>com</strong> mais <strong>de</strong> duas vigas, a aproximação<<strong>br</strong> />

mediante vigas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes é, em geral, <strong>de</strong>ficiente, o que permite sugerir que tal seção seja<<strong>br</strong> />

calculada <strong>com</strong>o grelha, <strong>com</strong>o mostra a Fig. 3.22.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.21 Caso da seção celular <strong>com</strong>posta por mais <strong>de</strong> uma célula.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.22 Caso da seção celular <strong>com</strong> mais <strong>de</strong> uma célula utilizando o procedimento <strong>de</strong> cálculo Grelha.


66<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

3.2.3. Lajes do tabuleiro (tabelas <strong>de</strong> Rüsch)<<strong>br</strong> />

As lajes do tabuleiro apresentam sempre certo grau <strong>de</strong> engastamento nas vigas, longitudinais<<strong>br</strong> />

ou transversais. O cálculo <strong>de</strong>ssas lajes é feito mediante processos baseados na teoria das placas<<strong>br</strong> />

elásticas ou elastoplásticas (teoria das charneiras plásticas) ou, ainda, por processo misto (NB-<<strong>br</strong> />

2/61:24). Calcula-se cada painel isoladamente, admitindo <strong>de</strong> início apoios livres ou engastamentos<<strong>br</strong> />

perfeitos em seguida, os momentos são corrigidos <strong>de</strong> maneira aproximada, levando em conta a<<strong>br</strong> />

continuida<strong>de</strong> em cada direção.<<strong>br</strong> />

No processo misto, arbitra-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início o momento <strong>de</strong> engastamento parcial so<strong>br</strong>e as<<strong>br</strong> />

vigas, dispensando-se a posterior correção <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> (a não ser quanto à eventual necessida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> harmonizar os momentos arbitrários em painéis adjacentes).<<strong>br</strong> />

Em quaisquer <strong>de</strong>sses processos, supõe-se que as vigas forneçam apoio irrecalcável às lajes; à<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ração da <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> das transversinas po<strong>de</strong>-se chegar, por exemplo, mediante as<<strong>br</strong> />

superfícies <strong>de</strong> influência <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> apoio construídas por Hoeland.<<strong>br</strong> />

Contrariamente ao que habitualmente suce<strong>de</strong> em edificios, as lajes <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong>vem ser<<strong>br</strong> />

verificadas à força cortante.<<strong>br</strong> />

Cabe ressaltar que as tabelas <strong>de</strong> Rusch (lajes retangulares) e <strong>de</strong> Rüsch e Hergenrö<strong>de</strong>r (lajes<<strong>br</strong> />

esconsas), baseadas na teoria elastica, tornam o cálculo bastante rapido, dispensando-se os critérios<<strong>br</strong> />

aproximados. Embora nem sempre seus resultados conduzam a dimensionamento econômico, são<<strong>br</strong> />

certamente a<strong>de</strong>quados em fase <strong>de</strong> anteprojeto. O emprego das tabelas <strong>de</strong> Rüsch será visto<<strong>br</strong> />

posteriormente no Apêndice 2.<<strong>br</strong> />

3.3. PONTES DE LAJE<<strong>br</strong> />

3.3.1. Lajes maciças<<strong>br</strong> />

Um dos tipos construtivamente mais simples <strong>de</strong> superestrutura <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> é a que utiliza <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

esturutra principal a laje maciça, <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado ou <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido. Confun<strong>de</strong>m-se a<<strong>br</strong> />

estrutura principal e o tabuleiro numa única peça, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução, quer quanto<<strong>br</strong> />

às formas e às armadura, quer quanto à concretagem.<<strong>br</strong> />

O cálculo <strong>de</strong> solicitações é realizado pela teoria das placas isótropas, on<strong>de</strong> a rigi<strong>de</strong>z é igual nas<<strong>br</strong> />

duas direções, <strong>com</strong>o mostra a Fig. 3.23. No caso das lajes Maciças também se utiliza para o cálculo<<strong>br</strong> />

as tabelas <strong>de</strong> Rüsch.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

67<<strong>br</strong> />

Fig. 3.23 Lajes Maciças: cálculo pela teoria das placas isótropas.<<strong>br</strong> />

O esforço <strong>de</strong> flexão em placas para fins <strong>de</strong> dimensionamento po<strong>de</strong> ser representado por duas<<strong>br</strong> />

“superfícies” <strong>de</strong> momentos: M x e M y . Na Fig. 3.24 apresenta-se estes momentos para uma placa<<strong>br</strong> />

retangular apoiada nos quatro lados <strong>com</strong> carga uniformemente distribuída. A Fig. 3.25 mostra<<strong>br</strong> />

também as superfícies <strong>de</strong> momentos para uma placa retangular apoiada em dois lados opostos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

carga uniformemente distribuída.<<strong>br</strong> />

Sendo para as Fig. 3.24 e 3.25:<<strong>br</strong> />

x, y: indicam a direção do momento / direção da armadura<<strong>br</strong> />

m: ponto no meio da placa<<strong>br</strong> />

r: ponto na borda livre da placa<<strong>br</strong> />

e: ponto no lado engastado da placa<<strong>br</strong> />

Fig. 3.24 Placa retangular apoiada nos quatros lados <strong>com</strong> carga uniformemente distribuída.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.25 Placa retangular apoiada em dois lados opostos <strong>com</strong> carga uniformemente distribuída.


68<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

Para os casos da placa retangular <strong>com</strong> carga uniformemente distribuída apoiada nos quatro lados<<strong>br</strong> />

e em dois lados representam-se, respectivamente, nas Fig. 3.26 e 3.27 a superfície <strong>de</strong> momentos<<strong>br</strong> />

numa representação plana.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.26 Placa apoiada nos quatro lados <strong>com</strong> carga distribuída.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.27 Placa apoiada em dois lados opostos <strong>com</strong> carga uniforme.<<strong>br</strong> />

3.3.2. Lajes vazadas<<strong>br</strong> />

No caso das lajes vazadas, o cálculo das solicitações é feito pela teoria das placas ortótropas,<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> a rigi<strong>de</strong>z é igual nas duas direções (Fig. 3.28). Também po<strong>de</strong> ser calculada pelo processo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Guyon-Massonnet.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

69<<strong>br</strong> />

Fig. 3.28 Lajes Vazadas: cálculo pela teoria das placas ortótropas.<<strong>br</strong> />

3.4. CÁLCULO MEDIANTE PROGRAMAS DE COMPUTADOR<<strong>br</strong> />

Em função da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cálculos numéricos, muitas vezes repetitivos, as solicitações no<<strong>br</strong> />

vigamento principal (longarinas) e também nas transversinas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas utilizando-se<<strong>br</strong> />

programas <strong>de</strong> <strong>com</strong>putador.<<strong>br</strong> />

3.4.1. Pontes <strong>de</strong> viga<<strong>br</strong> />

Fig. 3.29 Pontes <strong>de</strong> viga.


70<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

3.4.2. Pontes <strong>de</strong> laje<<strong>br</strong> />

Fig. 3.30 Pontes <strong>de</strong> laje - malha <strong>de</strong> grelha: a) pouco espaçada e b) muito espaçada.<<strong>br</strong> />

Exemplos <strong>de</strong> malhas para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje:<<strong>br</strong> />

Fig. 3.31 Pontes esconsas.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

71<<strong>br</strong> />

Fig. 3.32 Pontes <strong>com</strong> largura variável.<<strong>br</strong> />

3.4.3. Programas <strong>com</strong>erciais<<strong>br</strong> />

O software utilizado para as análises foi o STRAP (Structural Analysis Programs). As<<strong>br</strong> />

figuras a seguir, dão uma idéia geral so<strong>br</strong>e cada passo que <strong>de</strong>verá ser efetuado no programa<<strong>br</strong> />

STRAP. Os passos a serem executados são:<<strong>br</strong> />

• Discretização da superestrutura em nós, barras e elementos <strong>de</strong> placa;<<strong>br</strong> />

• Definição das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> barras e elementos;<<strong>br</strong> />

• Resultado <strong>de</strong> momento fletor para as longarinas;<<strong>br</strong> />

• Tabuleiro <strong>com</strong> seis faixas <strong>de</strong> rolamento;<<strong>br</strong> />

• Linhas <strong>de</strong> influência para longarinas;<<strong>br</strong> />

• Carregamentos críticos para momento na longarina;<<strong>br</strong> />

• Carregamento crítico para força cortante nos apoios.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.33 Discretização da superestrutura em nós, barras e elementos <strong>de</strong> placa.


72<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

Fig. 3.34 Definição das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> barras e elementos.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.35 Resultado <strong>de</strong> momento fletor para as longarinas.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.36 Tabuleiro <strong>com</strong> seis faixas <strong>de</strong> rolamento.


Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

73<<strong>br</strong> />

Fig. 3.37 Linhas <strong>de</strong> influência para longarinas.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.38 Carregamentos críticos para momento na longarina.<<strong>br</strong> />

Fig. 3.39 Carregamento crítico para força cortante nos apoios.


74<<strong>br</strong> />

Cap. 3 Noções <strong>de</strong> Cálculo <strong>de</strong> Superestrutura<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

ABNT. NB 2 - Cálculo e execução <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1961.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 6118 - Projeto e execução <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1978.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7187 - Projeto e execução <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado e protendido. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

1986.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7188 - Carga móvel em ponte rodoviária e passarela <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

1984.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7189 - Cargas móveis para projeto estrutural <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as ferroviárias. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

1985.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 7197 - Projeto <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1987.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 8681 - Ações e segurança nas estruturas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1984.<<strong>br</strong> />

BARES, R., MASSONNET, C. Le calcul <strong>de</strong>s grillages <strong>de</strong> pouters et dalles orthotropes. Paris,<<strong>br</strong> />

Dunod Editeur, 1966.<<strong>br</strong> />

DIN 1072. Puentes <strong>de</strong> carreteras y caminos: hipótesis <strong>de</strong> carga (Tradução para o castelhano).<<strong>br</strong> />

Bilbao, Editorial Balzola, 1973.<<strong>br</strong> />

FREITAS, M. Pontes: introdução geral - <strong>de</strong>finições. São Paulo, EPUSP, 1981.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. <strong>Introd</strong>ução às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas. São Carlos, EESC-USP, 1971.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. Solicitações nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>. São Carlos, EESC-USP, 1971.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. Pontes <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>. São Carlos, EESC-USP, 1978.<<strong>br</strong> />

MONTANARI, I. Cálculo <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas – Notas <strong>de</strong> aula. São Carlos, EESC-USP, 1975.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Pontes em <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora,<<strong>br</strong> />

1979.<<strong>br</strong> />

SAN MARTIN, F. J. Cálculo <strong>de</strong> tabuleiros <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>. São Paulo, Livraria Ciência e Tecnologia<<strong>br</strong> />

Editora, 1981.


4. SISTEMAS ESTRUTURAIS<<strong>br</strong> />

4.1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Neste capítulo são fornecidas indicações gerais so<strong>br</strong>e os sistemas estruturais das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>. Naturalmente, o sistema estrutural está relacionado <strong>com</strong> a seção transversal da ponte.<<strong>br</strong> />

Embora exista esta inter<strong>de</strong>pendência, em maior ou menor grau, em uma primeira análise po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

feita uma separação entre o sistema estrutural e as seções transversais, as quais são vistas no<<strong>br</strong> />

capítulo seguinte.<<strong>br</strong> />

Os sistemas estruturais normalmente empregados nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> são:<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> em viga<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> em pórtico<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> em arco<<strong>br</strong> />

• <strong>pontes</strong> estaiadas<<strong>br</strong> />

Chama-se a atenção para o fato <strong>de</strong> que, nesta relação não estão incluídas as <strong>pontes</strong> pênseis,<<strong>br</strong> />

que constaram da relação apresentada no Capítulo 1 - INTRODUÇÃO. Este tipo estrutural não é<<strong>br</strong> />

apropriado para as <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, tendo sido empregado apenas em raras ocasiões.<<strong>br</strong> />

4.2. PONTES EM VIGA<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> em viga se caracterizam por apresentarem vinculações que não transmitem<<strong>br</strong> />

momentos fletores da superestrutura para a infraestrutura.<<strong>br</strong> />

Este tipo estrutural é o mais empregado atualmente no Brasil e por isto será privilegiado nesta<<strong>br</strong> />

apresentação.


76<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

4.2.1. Vinculações típicas<<strong>br</strong> />

4.2.1.1. Vigas simplesmente apoiadas sem balanços<<strong>br</strong> />

Neste caso po<strong>de</strong>-se ter um tramo único ou uma sucessão <strong>de</strong> tramos, conforme ilustra a Fig. 4.1.<<strong>br</strong> />

Tramo único<<strong>br</strong> />

Sucessão <strong>de</strong> tramos<<strong>br</strong> />

Fig. 4.1 Esquemas estáticos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em vigas simplesmente apoiadas sem balanços.<<strong>br</strong> />

A sucessão <strong>de</strong> tramos simplesmente apoiados é usualmente empregada nas <strong>pontes</strong> em que se<<strong>br</strong> />

utiliza o processo construtivo <strong>com</strong> vigas pré-moldadas.<<strong>br</strong> />

As vigas simplesmente apoiadas sem balanços se constituem num tipo estrutural<<strong>br</strong> />

relativamente po<strong>br</strong>e, pois imposto um <strong>de</strong>terminado vão, existem poucas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhorar<<strong>br</strong> />

a distribuição dos esforços. Em razão disto, os vãos empregados <strong>com</strong> este tipo estrutural,<<strong>br</strong> />

dificilmente ultrapassam a casa dos 50 metros.<<strong>br</strong> />

Nas Fig. 4.2 e Fig. 4.3 estão mostrados dois casos típicos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em vigas <strong>com</strong> tramo único.<<strong>br</strong> />

No caso da sucessão <strong>de</strong> tramos é usual, atualmente, executar-se a laje do tabuleiro contínua<<strong>br</strong> />

em três a quatro tramos, para diminuir o número <strong>de</strong> juntas na pista, conforme ilustra a Fig. 4.4. Cabe<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stacar que neste caso haverá reflexos benéficos também na distribuição <strong>de</strong> esforços nos apoios<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vidos às ações horizontais, <strong>com</strong>o por exemplo na ação da frenagem.<<strong>br</strong> />

4.2.1.2. Vigas simplesmente apoiadas <strong>com</strong> balanços<<strong>br</strong> />

Este tipo estrutural possibilita uma melhor distribuição <strong>de</strong> esforços solicitantes, conforme<<strong>br</strong> />

ilustrado na Fig. 4.5, pois ao introduzir momentos negativos nos apoios haverá uma diminuição dos<<strong>br</strong> />

momentos positivos no meio do vão.<<strong>br</strong> />

Além <strong>de</strong>ssa vantagem, o tipo estrutural em questão possibilita, <strong>de</strong> uma forma natural, a<<strong>br</strong> />

eliminação do encontro, que é uma estrutura relativamente cara. Este aspecto po<strong>de</strong> ser observado na<<strong>br</strong> />

ponte mostrada na Fig. 4.6.<<strong>br</strong> />

Por outro lado, este tipo estrutural apresenta uma <strong>de</strong>svantagem relacionada à manutenção,<<strong>br</strong> />

que é a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> impedir a fuga <strong>de</strong> material nas extremida<strong>de</strong>s da ponte junto ao aterro. Em<<strong>br</strong> />

conseqüência <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>svantagem, o emprego <strong>de</strong>ste sistema estrutural tem sido militado<<strong>br</strong> />

ultimamente.


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

77<<strong>br</strong> />

Fig. 4.2 Exemplo <strong>de</strong> ponte simplesmente apoiada <strong>com</strong> tramo único apoiada em encontro baixo.


78<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

200 900 200<<strong>br</strong> />

10 5<<strong>br</strong> />

5<<strong>br</strong> />

70 14<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

200 900 200<<strong>br</strong> />

φ15 25<<strong>br</strong> />

100<<strong>br</strong> />

25<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

10<<strong>br</strong> />

40<<strong>br</strong> />

Seção transversal da superestrutura<<strong>br</strong> />

400 1135 400<<strong>br</strong> />

160<<strong>br</strong> />

Ala<<strong>br</strong> />

Articulação Freyssinet<<strong>br</strong> />

Encontro<<strong>br</strong> />

Sapata<<strong>br</strong> />

35 365 70<<strong>br</strong> />

25<<strong>br</strong> />

35<<strong>br</strong> />

190<<strong>br</strong> />

25<<strong>br</strong> />

80<<strong>br</strong> />

470<<strong>br</strong> />

250<<strong>br</strong> />

Corte longitudinal<<strong>br</strong> />

Fig. 4.3 Exemplo <strong>de</strong> ponte simplesmente apoiada <strong>com</strong> tramo único apoiada em encontro alto.<<strong>br</strong> />

Fig. 4.4 Vigas simplesmente apoiadas <strong>com</strong> tabuleiro contínuo.<<strong>br</strong> />

O <strong>com</strong>primento do balanço <strong>de</strong>ve ser fixado <strong>de</strong> forma a se ter uma boa distribuição <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

esforços, aten<strong>de</strong>ndo no entanto às condições topográficas. Como valor inicial, em fase <strong>de</strong> prédimensionamento,<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>-se adotar para o <strong>com</strong>primento do balanço um valor igual a cerca <strong>de</strong> 15% a<<strong>br</strong> />

20% do <strong>com</strong>primento da ponte.<<strong>br</strong> />

Devem ser evitados balanços muito gran<strong>de</strong>s para não introduzir vi<strong>br</strong>ações excessivas nas suas<<strong>br</strong> />

extremida<strong>de</strong>s, e também para que não haja prejuízos em relação à já <strong>com</strong>entada contenção do solo<<strong>br</strong> />

nas extremida<strong>de</strong>s da ponte.


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

79<<strong>br</strong> />

Fig. 4.5 Distribuição <strong>de</strong> momentos fletores em vigas simplesmente apoiadas <strong>com</strong> balanços.<<strong>br</strong> />

Fig. 4.6 Exemplo <strong>de</strong> ponte em viga simplesmente apoiada <strong>com</strong> balanços. Fonte: MARTINELLI (1971).


80<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

4.2.1.3. Vigas contínuas<<strong>br</strong> />

Quando o <strong>com</strong>primento da ponte po<strong>de</strong> ser subdividido em vãos parciais, o esquema <strong>de</strong> vigas<<strong>br</strong> />

contínuas, ilustrado na Fig. 4.7, aparece <strong>com</strong>o solução natural.<<strong>br</strong> />

Fig. 4.7 Esquema estático <strong>de</strong> ponte em viga contínua.<<strong>br</strong> />

Se não houver restrições <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m urbanística, topográfica ou construtiva, <strong>de</strong>ve-se fazer os<<strong>br</strong> />

vãos extremos cerca <strong>de</strong> 20% menores que os vãos internos <strong>de</strong> forma que os máximos momentos<<strong>br</strong> />

fletores sejam aproximadamente iguais, resultando assim uma melhor distribuição das solicitações.<<strong>br</strong> />

Em <strong>concreto</strong> protendido, tem-se empregado também a alternância <strong>de</strong> vãos longos <strong>com</strong> vãos<<strong>br</strong> />

curtos, na proporção <strong>de</strong> 1 : 0,3 a 1 : 0,1. Neste caso procura-se o maior confinamento dos efeitos<<strong>br</strong> />

da carga móvel nos tramos longos, <strong>com</strong> a maior rigi<strong>de</strong>z promovida pelos apoios pouco espaçados<<strong>br</strong> />

dos tramos curtos.<<strong>br</strong> />

A distribuição <strong>de</strong> momentos fletores po<strong>de</strong> também ser melhorada através da adoção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

momentos <strong>de</strong> inércia da seções variáveis ao longo dos vãos. O aumento do momento <strong>de</strong> inércia das<<strong>br</strong> />

seções junto aos apoios, implicará no aumento do momento fletor negativo <strong>de</strong>ssas seções, e na<<strong>br</strong> />

diminuição do momento fletor positivo das seções do meio dos vãos, o que possibilitará a redução<<strong>br</strong> />

da altura das seções nestas posições; essa redução da altura das seções no meio dos vãos po<strong>de</strong>rá por<<strong>br</strong> />

seu turno, facilitar o atendimento dos gabaritos relativos à transposição do obstáculo.<<strong>br</strong> />

A título <strong>de</strong> ilustração, estão mostradas na Fig. 4.8 as distribuições <strong>de</strong> momentos fletores em<<strong>br</strong> />

uma viga biengastada <strong>com</strong> momento <strong>de</strong> inércia constante, e <strong>com</strong> momento <strong>de</strong> inércia variável<<strong>br</strong> />

(maior nas extremida<strong>de</strong>s), on<strong>de</strong> se nota a significativa redução do momento fletor no meio do vão<<strong>br</strong> />

da viga <strong>de</strong> inércia variável, em relação à <strong>de</strong> inércia constante.<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

I = constante<<strong>br</strong> />

l<<strong>br</strong> />

0,3 l<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

l<<strong>br</strong> />

12 I<<strong>br</strong> />

0,3 l<<strong>br</strong> />

2,3 h<<strong>br</strong> />

q l 2<<strong>br</strong> />

12<<strong>br</strong> />

q l 2<<strong>br</strong> />

9<<strong>br</strong> />

q l 2<<strong>br</strong> />

24<<strong>br</strong> />

q l 2<<strong>br</strong> />

72<<strong>br</strong> />

Fig. 4.8 Distribuição <strong>de</strong> momentos fletores em viga biengastada. Fonte: MARTINELLI (1971).


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

81<<strong>br</strong> />

A variação do momento <strong>de</strong> inércia po<strong>de</strong> ser obtida <strong>com</strong> a variação da altura da viga, e<<strong>br</strong> />

também <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> laje inferior junto aos apoios, conforme mostrado na Fig. 4.9.<<strong>br</strong> />

Fig. 4.9 Exemplo ilustrativo <strong>de</strong> ponte em viga contínua. Fonte: MARTINELLI (1971).<<strong>br</strong> />

Outro aspecto relevante das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas contínuas é o fato <strong>de</strong> não se ter juntas no<<strong>br</strong> />

tabuleiro. No entanto, quando o <strong>com</strong>primento da ponte é muito gran<strong>de</strong>, os efeitos <strong>de</strong> variação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

temperatura se tornam importantes, e neste caso é conveniente introduzir juntas. Em princípio,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o indicação inicial, po<strong>de</strong> ser adotado espaçamento <strong>de</strong> 100 m entre as juntas, no caso <strong>de</strong> se<<strong>br</strong> />

empregarem aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>com</strong>uns. No caso <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> apoio especiais à base <strong>de</strong> teflon,<<strong>br</strong> />

o espaçamento entre as juntas po<strong>de</strong> ser aumentado chegando até cerca <strong>de</strong> 400 m, <strong>com</strong>o por exemplo<<strong>br</strong> />

é o caso da ponte Rio-Niterói.<<strong>br</strong> />

Em princípio, as <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas contínuas <strong>de</strong>vem ser evitadas em situações nas quais estão<<strong>br</strong> />

previstos <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> apoio significativos, pois recalques diferenciais irão introduzir esforços<<strong>br</strong> />

adicionais neste tipo <strong>de</strong> estrutura.<<strong>br</strong> />

4.2.1.4. Vigas Gerber<<strong>br</strong> />

A viga Gerber, cujo esquema estático está apresentado na Fig. 4.10, po<strong>de</strong> ser entendida <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivada da viga contínua, na qual são colocadas articulações <strong>de</strong> tal forma a tornar o esquema<<strong>br</strong> />

isostático, e <strong>com</strong>o conseqüência disto, não receberá esforços adicionais <strong>de</strong>vidos aos recalques<<strong>br</strong> />

diferenciais dos apoios.


82<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

Articulações<<strong>br</strong> />

Fig. 4.10 Esquema estático <strong>de</strong> ponte em viga Gerber.<<strong>br</strong> />

Se as articulações forem dispostas nos pontos <strong>de</strong> momento nulo do diagrama <strong>de</strong> momentos<<strong>br</strong> />

fletores provocados pela carga permanente, tem-se, o <strong>com</strong>portamento da viga Gerber, em relação às<<strong>br</strong> />

cargas permanentes, igual ao das vigas contínuas. Assim, para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s vãos, em que o<<strong>br</strong> />

peso próprio representa uma gran<strong>de</strong> parcela da totalida<strong>de</strong> das cargas, as vigas Gerber teriam um<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>portamento próximo ao das vigas contínuas, sem sofrer a influência danosa dos recalques<<strong>br</strong> />

diferenciais.<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas Gerber, normalmente, apresentam três ou cinco tramos, <strong>com</strong> a posição das<<strong>br</strong> />

articulações mostrada na Fig. 4.11.<<strong>br</strong> />

0,15 L 2 0,15 L 2<<strong>br</strong> />

L 1<<strong>br</strong> />

L 2 L 1<<strong>br</strong> />

L 1 < L 2 < 2 L 1<<strong>br</strong> />

0,2 L 0,2 L 0,2 L 0,2 L<<strong>br</strong> />

L<<strong>br</strong> />

L L L L<<strong>br</strong> />

Fig. 4.11 Posição das articulações nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga Gerber. Fonte: MARTINELLI (1971).<<strong>br</strong> />

Vale ressaltar que, quando os vãos são <strong>de</strong>siguais, as articulações colocadas nos tramos<<strong>br</strong> />

maiores, resultam em uma melhor distribuição dos momentos fletores <strong>de</strong>vidos à carga móvel. Este<<strong>br</strong> />

fato po<strong>de</strong> ser observado na Fig. 4.12, on<strong>de</strong> são mostradas as envoltórias dos momentos fletores da<<strong>br</strong> />

carga móvel em vigas <strong>de</strong> três tramos.<<strong>br</strong> />

As vigas Gerber po<strong>de</strong>m também ser entendidas <strong>com</strong>o uma sucessão <strong>de</strong> tramos simplesmente<<strong>br</strong> />

apoiados <strong>com</strong> balanços e <strong>de</strong> tramos suspensos. Vistas <strong>de</strong>sta maneira, as <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas Gerber<<strong>br</strong> />

possibilitam alternativas construtivas bastante interessantes. Na Fig. 4.13 está ilustrado um esquema<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> viga Gerber em que os tramos laterais po<strong>de</strong>m ser moldados no local, ou mesmo pré-moldados e<<strong>br</strong> />

o tramo central é pré-moldado.<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar ainda que se <strong>de</strong> um lado as juntas (<strong>de</strong>ntes Gerber) acarretam as vantagens já<<strong>br</strong> />

mencionadas, <strong>de</strong> outro lado, elas representam trechos em que <strong>de</strong>vem ser tomados cuidados<<strong>br</strong> />

redo<strong>br</strong>ados tanto no <strong>de</strong>talhamento da armadura <strong>com</strong>o na execução, em razão da gran<strong>de</strong> redução da<<strong>br</strong> />

seção resistente ao esforço cortante que será transmitido pela articulação.


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

83<<strong>br</strong> />

-<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

-<<strong>br</strong> />

Mg<<strong>br</strong> />

max Mq<<strong>br</strong> />

Mg + max Mq<<strong>br</strong> />

Articulações no tramo maior Articulações nos tramos menores<<strong>br</strong> />

Fig. 4.12 Envoltória <strong>de</strong> momentos fletores em viga Gerber <strong>de</strong> três tramos.<<strong>br</strong> />

Tramo pré-moldado<<strong>br</strong> />

Fig. 4.13 Ilustração <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> construtiva <strong>de</strong> ponte em viga Gerber.<<strong>br</strong> />

4.2.2. Formas da viga<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> em vigas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> altura constante ou <strong>de</strong> altura variável. A variação da altura<<strong>br</strong> />

das vigas ao longo do vão, quando empregada, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> forma a se ajustar melhor à variação dos<<strong>br</strong> />

momentos fletores.<<strong>br</strong> />

Para as <strong>pontes</strong> em vigas simplesmente apoiadas sem balanços, a altura é maior no meio do<<strong>br</strong> />

vão diminuindo para os apoios, conforme ilustra a Fig. 4.14. Neste caso a estética fica prejudicada,<<strong>br</strong> />

bem <strong>com</strong>o a resistência à força cortante, mas é a forma mais indicada tendo em vista que o<<strong>br</strong> />

momento fletor também diminui no sentido do meio do vão para os apoios.<<strong>br</strong> />

Para as <strong>pontes</strong> em vigas contínuas, Gerber, e simplesmente apoiadas <strong>com</strong> balanços, a altura é<<strong>br</strong> />

maior nos apoios diminuindo para o meio do vão. A Fig. 4.15 ilustra as alternativas da variação da<<strong>br</strong> />

altura para <strong>pontes</strong> em viga contínua: variação da altura <strong>com</strong> mísula, e variação da altura ao longo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

todo o vão.<<strong>br</strong> />

A variação da altura neste último caso faz <strong>com</strong> que o peso próprio do trecho central seja<<strong>br</strong> />

menor e consequentemente os momentos fletores serão também menores, o que possibilitará a<<strong>br</strong> />

adoção <strong>de</strong> altura reduzida no meio do vão. No caso <strong>de</strong> vigas contínuas este efeito irá se superpor ao<<strong>br</strong> />

fato <strong>de</strong> que a rigi<strong>de</strong>z maior no apoio irá diminuir ainda mais os momentos no meio do vão,<<strong>br</strong> />

conforme já foi dito anteriormente. Salienta-se que neste tipo <strong>de</strong> variação da altura, a obediência ao<<strong>br</strong> />

gabarito do obstáculo transposto pela ponte fica facilitada, conforme já foi <strong>com</strong>entado, e além disto,<<strong>br</strong> />

as <strong>pontes</strong> construídas <strong>de</strong>sta forma apresentam uma estética agradável, na maioria dos casos.


84<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

Mg<<strong>br</strong> />

Mg + max Mq<<strong>br</strong> />

Envoltória <strong>de</strong> momentos<<strong>br</strong> />

Formas possíveis<<strong>br</strong> />

para a variação da altura<<strong>br</strong> />

Fig. 4.14 Variação da altura nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas simplesmente apoiadas sem balanços.<<strong>br</strong> />

Fig. 4.15 Alternativas da variação da altura das vigas para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas contínuas. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar ainda que o emprego da variação da altura <strong>de</strong>ve ser equacionado consi<strong>de</strong>rando<<strong>br</strong> />

as vantagens estáticas, e às vezes estéticas, e as eventuais <strong>de</strong>svantagens da maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

construção.<<strong>br</strong> />

4.2.3. Faixa <strong>de</strong> vãos<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> em vigas varrem uma faixa <strong>de</strong> vãos bastante gran<strong>de</strong>s, iniciando dos menores vão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>pontes</strong> e chegando a vãos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 300 metros, para <strong>pontes</strong> em vigas contínuas. Já as <strong>pontes</strong> em<<strong>br</strong> />

vigas simplesmente apoiadas chegam a atingir a casa dos 70 metros, mas em condições<<strong>br</strong> />

excepcionais.<<strong>br</strong> />

Para se ter uma melhor noção dos vãos atingidos <strong>com</strong> as <strong>pontes</strong> em vigas, apresentam-se na<<strong>br</strong> />

tabela 4.1 <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> os vãos mais longos no mundo e duas importantes <strong>pontes</strong> nacionais.


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

85<<strong>br</strong> />

Tabela 4.1 Algumas das <strong>pontes</strong> em viga <strong>de</strong> maior vão no mundo e no Brasil.<<strong>br</strong> />

Nome Local País Ano Vão (m)<<strong>br</strong> />

Stolmasun<strong>de</strong>t Austevoll Noruega 1998 301<<strong>br</strong> />

Raftsun<strong>de</strong>t Lofoten Noroega 1988 298<<strong>br</strong> />

Humen Pear River China 1998 279<<strong>br</strong> />

Varodd Kristiansand Noroega 1994 260<<strong>br</strong> />

Gateway Brisbane Austrália 1986 260<<strong>br</strong> />

No Brasil<<strong>br</strong> />

Ponte Tancredo Neves [1] Rio Iguaçu Brasil/Argentina 1985 220<<strong>br</strong> />

Ponte so<strong>br</strong>e o Rio Pelotas<<strong>br</strong> />

na Rodovia BR-116 [1] Rio Pelotas Brasil 1965 189<<strong>br</strong> />

Nota 1 – Ver <strong>de</strong>talhes da construção <strong>de</strong>ssas <strong>pontes</strong> no capítulo 8.<<strong>br</strong> />

4.3. PONTES EM PÓRTICO<<strong>br</strong> />

Quando a ligação entre a superestrutura e a infraestrutura transmitir momentos fletores tem-se<<strong>br</strong> />

as <strong>pontes</strong> em pórticos.<<strong>br</strong> />

Neste tipo estrutural, parte da flexão da viga é transmitida para os pilares, possibilitando a<<strong>br</strong> />

redução dos momentos fletores na superestrutura à custa da flexão da infraestrutura.<<strong>br</strong> />

A Fig. 4.16 ilustra a <strong>com</strong>paração da distribuição dos momentos fletores nos esquemas <strong>de</strong> ponte<<strong>br</strong> />

em viga e <strong>de</strong> ponte em pórtico, para uma carga uniformemente distribuída na superestrutura.<<strong>br</strong> />

Mo<<strong>br</strong> />

(a) Esquema em viga<<strong>br</strong> />

Mo<<strong>br</strong> />

(b) Esquema em pórtico<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> apoios muito rígidos<<strong>br</strong> />

Mo<<strong>br</strong> />

(c) Esquema em pórtico<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> apoios pouco rígidos<<strong>br</strong> />

Fig. 4.16 Ilustração do <strong>com</strong>portamento <strong>de</strong> ponte em pórtico.


86<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

4.3.1. Vinculações típicas<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> pequenos vãos, os esquemas estáticos empregados são os apresentados<<strong>br</strong> />

na Fig. 4.17.<<strong>br</strong> />

Os pórticos fechados também chamados <strong>de</strong> quadros, po<strong>de</strong>m ser empregados <strong>com</strong> uma célula,<<strong>br</strong> />

duas células, ou mais, e são utilizados para vãos bastante pequenos. Os esquemas biapoiado e<<strong>br</strong> />

biengastado são indicados para vãos um pouco maiores que os atingidos pelos quadros. A<<strong>br</strong> />

característica <strong>com</strong>um <strong>de</strong>stes casos é o emprego exclusivo <strong>de</strong> seção transversal <strong>de</strong> laje (ponte <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

laje).<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> vãos maiores, os esquemas estáticos empregados são apresentados na Fig. 4.18.<<strong>br</strong> />

Salienta-se que estes tipos estruturais são <strong>de</strong> uso pouco <strong>com</strong>um no país.<<strong>br</strong> />

Quadro (uma célula)<<strong>br</strong> />

Quadro (duas células)<<strong>br</strong> />

Biapoiado Biengastado<<strong>br</strong> />

Fig. 4.17 Esquemas estáticos <strong>de</strong> pórticos para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> pequenos vãos.<<strong>br</strong> />

Fig. 4.18 Esquemas estáticos <strong>de</strong> pórticos para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vão maiores.


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

87<<strong>br</strong> />

4.3.2. Formas do pórtico<<strong>br</strong> />

A Fig. 4.19 mostra alguns exemplos das formas <strong>de</strong> pórtico, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca o emprego da<<strong>br</strong> />

variação <strong>de</strong> altura para acentuar a esbeltez da estrutura.<<strong>br</strong> />

Fig. 4.19 Exemplos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em pórtico. Fonte: LEONHARDT (1979).


88<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

4.3.3. Faixa <strong>de</strong> vãos<<strong>br</strong> />

A faixa <strong>de</strong> vão coberta <strong>com</strong> este sistema estrutural é basicamente a mesma das <strong>pontes</strong> em<<strong>br</strong> />

vigas. Merece <strong>com</strong>entar que não existem estatísticas disponíveis em relação aos maiores vão <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

este sistema estrutural.<<strong>br</strong> />

4.4. PONTES EM ARCO<<strong>br</strong> />

O arco é um tipo estrutural que tem um <strong>com</strong>portamento estrutural interessante, pois apresenta<<strong>br</strong> />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter os esforços <strong>de</strong> flexão reduzidos em função da sua forma. No caso <strong>de</strong> arcos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>, essa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução da flexão resultando na predominância da <strong>com</strong>pressão, é<<strong>br</strong> />

a<strong>de</strong>quada ao material.<<strong>br</strong> />

Atualmente o emprego das <strong>pontes</strong> em arco é bem menor que no passado, principalmente<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vido ao avanço da tecnologia do <strong>concreto</strong> protendido, que ampliou os vãos franqueados às <strong>pontes</strong><<strong>br</strong> />

em viga, e que até então eram exclusivos dos arcos.<<strong>br</strong> />

Via <strong>de</strong> regra, os arcos são indicados para vales profundos, <strong>com</strong> tabuleiro superior, quando se<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> resistir aos empuxos do arco <strong>com</strong> uma fundação não muito onerosa (solo <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> ou<<strong>br</strong> />

rocha); em terrenos planos a <strong>pontes</strong> em arco normalmente tem o tabuleiro inferior, o qual po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

incorporado ao sistema estrutural promovendo o seu funcionamento <strong>com</strong>o tirante para aliviar os<<strong>br</strong> />

empuxos do arco.<<strong>br</strong> />

Em contrapartida ao bom <strong>com</strong>portamento estrutural do arco, tem-se o alto custo da construção<<strong>br</strong> />

das fôrmas e do cim<strong>br</strong>amento, o que tem justificado a redução do emprego <strong>de</strong>ste sistema estrutural.<<strong>br</strong> />

No entanto, a partir da década <strong>de</strong> 90 observou-se uma retomada ao sistema estrutural <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

utilização <strong>de</strong> construção em balanço, <strong>com</strong> <strong>concreto</strong> pré-moldado, na forma <strong>de</strong> aduelas, ou <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

moldado no local, para gran<strong>de</strong>s vãos, principalmente.<<strong>br</strong> />

Destaca-se ainda que no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em arco <strong>com</strong> tabuleiro superior, em que a largura do<<strong>br</strong> />

arco é igual à largura do tabuleiro, o arco recebe a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> abóbada.<<strong>br</strong> />

4.4.1. Vinculações típicas<<strong>br</strong> />

A Fig. 4.20 mostra os esquemas estáticos empregados nas construções <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em arco.<<strong>br</strong> />

4.4.2. Formas do arco<<strong>br</strong> />

A Fig. 4.21 mostra alguns exemplos <strong>de</strong> formas do arco. A variação da seção transversal,<<strong>br</strong> />

quando utilizada, é <strong>de</strong> forma que a espessura do arco diminui junto às articulações.<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar, que via <strong>de</strong> regra, a estética das <strong>pontes</strong> em arco é muito boa.


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

89<<strong>br</strong> />

Arco triarticulado<<strong>br</strong> />

(isostático)<<strong>br</strong> />

Arco biarticulado<<strong>br</strong> />

Arco atirantado <strong>com</strong> pendurais verticais<<strong>br</strong> />

(o tabuleiro <strong>de</strong>sempenha a função <strong>de</strong> tirante)<<strong>br</strong> />

Arco biengastado<<strong>br</strong> />

Arco atirantado <strong>com</strong> pendurais inclinados<<strong>br</strong> />

(o efeito <strong>de</strong> treliça reduz os momentos fletores no arco)<<strong>br</strong> />

Arcos contínuos (arcadas)<<strong>br</strong> />

Fig. 4.20 Esquemas estáticos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em arco. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

Fig. 4.21 Exemplos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em arco. Fonte: LEONHARDT (1979).


90<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

4.4.3. Faixa <strong>de</strong> vãos<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando as <strong>pontes</strong> antigas, a faixa <strong>de</strong> vãos cobertas <strong>com</strong> este sistema é bastante amplo.<<strong>br</strong> />

No entanto, consi<strong>de</strong>rando os dias atuais, a sua aplicação é concentrada em vãos bastante gran<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Apenas algumas poucas aplicações recentes, <strong>com</strong> a utilização <strong>de</strong> elementos pré-moldados, tem sido<<strong>br</strong> />

noticiadas para vãos médios e pequenos.<<strong>br</strong> />

Na Tabela 4.2 estão apresentadas <strong>pontes</strong> em arcos <strong>com</strong> maiores vãos, on<strong>de</strong> merece <strong>de</strong>stacar a<<strong>br</strong> />

Ponte da Amiza<strong>de</strong> entre o Brasil e o Paraguai.<<strong>br</strong> />

Tabela 4.2 Algumas das <strong>pontes</strong> em arco <strong>de</strong> maior vão no mundo e no Brasil.<<strong>br</strong> />

Nome Local País Ano Vão (m)<<strong>br</strong> />

Wanxiang Yangzi River China 1996 420<<strong>br</strong> />

Krk-1 Krk Islannd Croácia 1980 390<<strong>br</strong> />

Jiangjiang Wu River China 1995 330<<strong>br</strong> />

Yongjiang Guangxi Chine 1996 312<<strong>br</strong> />

Gla<strong>de</strong>svile Sydney Austrália 1964 305<<strong>br</strong> />

No Brasil<<strong>br</strong> />

Ponte da Amiza<strong>de</strong> [1] Rio Paraná Brasil/Paraguai 1964 290<<strong>br</strong> />

Nota 1 – Ver <strong>de</strong>talhes da construção <strong>de</strong>ssa ponte no capítulo 8.<<strong>br</strong> />

4.5. PONTES ESTAIADAS<<strong>br</strong> />

Nas <strong>pontes</strong> estaiadas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, normalmente, apenas o tabuleiro é <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>; <strong>pontes</strong> <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

tirantes <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> são <strong>de</strong> uso muito restrito.<<strong>br</strong> />

Este esquema estrutural, que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado igual ao <strong>de</strong> uma viga atirantada em vários<<strong>br</strong> />

pontos, é empregado para vãos muito gran<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Trata-se <strong>de</strong> um tipo estrutural que vem se tornando cada vez mais utilizado no exterior, porém<<strong>br</strong> />

a sua utilização no Brasil, até o presente momento, ainda é bastante reduzida. Uma das principais<<strong>br</strong> />

características que tem favorecido o emprego crescente das <strong>pontes</strong> estaiadas é a sua execução. Este<<strong>br</strong> />

fato po<strong>de</strong> ser verificado na Fig. 4.22 on<strong>de</strong> é feita uma <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> uma ponte pênsil, na qual o<<strong>br</strong> />

tabuleiro tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver os esforços horizontais. Como po<strong>de</strong> ser visto nesta figura, a<<strong>br</strong> />

ponte pênsil precisa ser cim<strong>br</strong>ada ao longo do vão, enquanto que na ponte estaiada, à medida que<<strong>br</strong> />

vai sendo executado o tabuleiro, as forças horizontais vão sendo auto-equili<strong>br</strong>adas.<<strong>br</strong> />

Este tipo estrutural po<strong>de</strong> apresentar gran<strong>de</strong>s variações; algumas <strong>de</strong>las são mostradas na Fig.<<strong>br</strong> />

4.24. A Fig. 4.25 mostra algumas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> torres para as <strong>pontes</strong> estaiadas.<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar que este sistema estrutural tem sido utilizado, <strong>com</strong> tabuleiro moldado no local<<strong>br</strong> />

ou <strong>com</strong> tabuleiro feito <strong>de</strong> aduelas pré-moldadas, <strong>com</strong>o uma forma apropriada para construção em<<strong>br</strong> />

balanço sucessivos.<<strong>br</strong> />

Com este sistema estrutural po<strong>de</strong>-se vencer vãos bastante gran<strong>de</strong>s. Para se ter uma noção dos<<strong>br</strong> />

vãos vencidos, apresenta-se na Tabela 4.3 algumas das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> maiores vãos no mundo.


Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

91<<strong>br</strong> />

Tabela 4.3 Algumas das <strong>pontes</strong> estaiadas <strong>de</strong> maior vão no mundo e no Brasil.<<strong>br</strong> />

Nome Local País Ano Vão (m)<<strong>br</strong> />

Wadi Laben Wadi Laben Arábia Saudita 1998 450<<strong>br</strong> />

Barrios <strong>de</strong> Luna Cordillera Espanha 1983 440<<strong>br</strong> />

Helgeland Alsten Island Noruega 1991 425<<strong>br</strong> />

Vasco da Gama Lisboa Portugal 1998 420<<strong>br</strong> />

Broward Jacksonville Estados Unidos 1988 380<<strong>br</strong> />

Sunshine Skyway Tampa Estados Unidos 1987 305<<strong>br</strong> />

No Brasil<<strong>br</strong> />

Ponte so<strong>br</strong>e o Rio Guamá Belém Brasil 2002 320<<strong>br</strong> />

Ponte <strong>de</strong> Porto Alencastro<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e o Rio Parnaíba<<strong>br</strong> />

Divisa MG-MS Brasil 2003 350<<strong>br</strong> />

Fig. 4.22 Comparação entre ponte pênsil (a) e ponte estaiada (b).<<strong>br</strong> />

Fig. 4.23 Exemplos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> estaiadas – Parte 1. Fonte: LEONHARDT (1979).


92<<strong>br</strong> />

Cap. 4 Sistemas Estruturais<<strong>br</strong> />

Fig. 4.24 Exemplos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> estaiadas – Parte 2. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

Fig. 4.25 Alternativas <strong>de</strong> torres para <strong>pontes</strong> estaiadas. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

FERNANDEZ CASADO, C. Puentes <strong>de</strong> hormigon armado pretensado. Madrid, Editorial Dossat,<<strong>br</strong> />

1965.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. Construções <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, vol. 6: Princípios básicos da construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Interciência, 1979.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. <strong>Introd</strong>ução às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas. São Carlos, EESC-USP, 1971.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. <strong>Introd</strong>ução às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje. São Carlos, EESC-USP, 1971.<<strong>br</strong> />

WITTFOHT, H. Puentes: ejemplos internacionales. Barcelona, Editorial Gustavo Gilli, 1975.


5. SEÇÕES TRANSVERSAIS<<strong>br</strong> />

5.1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

As seções transversais empregadas <strong>com</strong> mais freqüência nas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

agrupadas da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

Laje<<strong>br</strong> />

⎧ Maciça<<strong>br</strong> />

⎨<<strong>br</strong> />

⎩ Vazada<<strong>br</strong> />

⎧<<strong>br</strong> />

⎧ Seção T<<strong>br</strong> />

⎪ Tabuleiro normal ⎨<<strong>br</strong> />

Viga ⎨<<strong>br</strong> />

⎩ Seção celular<<strong>br</strong> />

⎪<<strong>br</strong> />

⎩ Tabuleiro rebaixado<<strong>br</strong> />

Os fatores que influenciam na escolha da seção transversal, segundo LEONHARDT (1979),<<strong>br</strong> />

são os seguintes:<<strong>br</strong> />

a) vão a ser vencido e o respectivo sistema estrutural;<<strong>br</strong> />

b) altura <strong>de</strong> construção disponível ou índice <strong>de</strong> esbeltez <strong>de</strong>sejado, expresso pela relação l 0 /h,<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> l 0 é a distância aproximada entre os pontos <strong>de</strong> momento nulo do diagrama <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

momentos provocados pela carga permanente;<<strong>br</strong> />

c) processo <strong>de</strong> construção, meios disponíveis, equipamentos e outros fatores circunstanciais;<<strong>br</strong> />

d) economia da construção - estruturas mais esbeltas exigem um maior consumo <strong>de</strong> aço do<<strong>br</strong> />

que as menos esbeltas, mas, por outro lado, elas apresentam algumas vantagens; mesmo<<strong>br</strong> />

em relação ao custo total da construção, há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar que ocorre uma redução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

movimento <strong>de</strong> terra nas rampas <strong>de</strong> acesso (Fig. 5.1); outros aspectos interessantes são<<strong>br</strong> />

melhores condições <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r aos gabaritos e à estética da construção.


94<<strong>br</strong> />

Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

Diferença do<<strong>br</strong> />

grei<strong>de</strong> da pista<<strong>br</strong> />

Seção menos esbelta<<strong>br</strong> />

Seção mais esbelta<<strong>br</strong> />

Fig. 5.1 Ilustração da influência da esbeltez nas rampas <strong>de</strong> acesso.<<strong>br</strong> />

e) relação carga móvel / carga permanente (q/g) - valores altos <strong>de</strong> q/g implicam, no caso <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> protendido, em maior consumo <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> na parte tracionada (pré-<strong>com</strong>primida<<strong>br</strong> />

pela protensão), o que conduz a seções T <strong>com</strong> talão inferior ou seções celulares (Fig. 5.2).<<strong>br</strong> />

Seção T <strong>com</strong> talão inferior Seção celular<<strong>br</strong> />

Fig. 5.2 Formas <strong>de</strong> aumentar a seção na parte tracionada, previamente <strong>com</strong>primida pela protensão.<<strong>br</strong> />

5.2. PONTES DE LAJE<<strong>br</strong> />

Nas seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> lajes maciças, mostradas na Fig. 5.3, o tabuleiro e o<<strong>br</strong> />

sistema estrutural principal formam uma peça única.<<strong>br</strong> />

Este tipo <strong>de</strong> seção apresenta <strong>com</strong>o característica principal a simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução - das<<strong>br</strong> />

fôrmas, da armadura e da concretagem. Além disso, a seção transversal em laje garante uma boa<<strong>br</strong> />

distribuição transversal <strong>de</strong> esforços.<<strong>br</strong> />

A seção em laje maciça é indicada para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vãos pequenos. Segundo LEONHARDT<<strong>br</strong> />

(1979), elas chegam, excepcionalmente, a atingir vãos <strong>de</strong> até 20 m em tramo único, e vãos <strong>de</strong> até 30<<strong>br</strong> />

m em tramos contínuos <strong>com</strong> variação <strong>de</strong> altura ao longo dos vãos.<<strong>br</strong> />

A laje maciça é especialmente indicada para <strong>pontes</strong> esconsas ou para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> largura<<strong>br</strong> />

variável em trechos <strong>de</strong> bifurcação da via.<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando a estética, é conveniente privilegiar seções que "escon<strong>de</strong>m" a espessura da laje;<<strong>br</strong> />

por exemplo as seções (c) e (d) são melhores do que as seções (a) e (b).


Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

95<<strong>br</strong> />

Fig. 5.3 Seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje maciça.<<strong>br</strong> />

A altura da seção po<strong>de</strong> ser adotada a partir dos índices <strong>de</strong> esbeltez l 0 /h, indicados em<<strong>br</strong> />

LEONHARDT (1979) e adaptados para as categorias <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> nacionais, e que são apresentados<<strong>br</strong> />

na Tabela 5.1.<<strong>br</strong> />

Tabela 5.1 Valores do índice <strong>de</strong> esbeltez l 0 /h, para seção transversal <strong>de</strong> laje maciça.<<strong>br</strong> />

Classe da ponte Valores <strong>de</strong> l 0 /h<<strong>br</strong> />

45 ou 30<<strong>br</strong> />

12<<strong>br</strong> />

15 a 22 para C.A.<<strong>br</strong> />

18 a 30 para C.P.<<strong>br</strong> />

20 a 25 para C.A.<<strong>br</strong> />

26 a 36 para C.P.<<strong>br</strong> />

Obs.: os valores maiores valem para vãos maiores, e<<strong>br</strong> />

portanto para relações q/g menores<<strong>br</strong> />

Em contrapartida à simplicida<strong>de</strong> da execução, a seção transversal em laje maciça apresenta<<strong>br</strong> />

um elevado consumo <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> e consequentemente elevado peso próprio.


96<<strong>br</strong> />

Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

Em face disto, quando a altura requerida da seção for da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 60cm ou mais, é<<strong>br</strong> />

re<strong>com</strong>endável fazer vazamentos obtendo assim a chamada laje vazada ou oca (Fig. 5.4), aumentando<<strong>br</strong> />

então a faixa <strong>de</strong> vãos atingidos pelas <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje. Cabe <strong>de</strong>stacar que este procedimento irá<<strong>br</strong> />

diminuir as vantagens <strong>de</strong> execução, mas o bom <strong>com</strong>portamento transversal é pouco afetado.<<strong>br</strong> />

Fig. 5.4 Seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje vazada.<<strong>br</strong> />

As dimensões re<strong>com</strong>endadas para as lajes vazadas são apresentadas na Fig. 5.5. A largura<<strong>br</strong> />

mínima das nervuras indicada é para que não haja dificulda<strong>de</strong>s no lançamento e a<strong>de</strong>nsamento do<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

Fig. 5.5 Dimensões re<strong>com</strong>endadas para lajes vazadas. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

A Fig. 5.6 mostra um exemplo <strong>de</strong> ponte em viga simplesmente apoiada <strong>com</strong> balanços, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

seção transversal em laje vazada, na qual merece <strong>de</strong>staque a elevada esbeltez da estrutura.


Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

97<<strong>br</strong> />

Fig. 5.6 Exemplo <strong>de</strong> ponte em viga <strong>com</strong> seção transversal em laje vazada. Fonte: MARTINELLI (1971).<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> seção transversal <strong>de</strong> laje po<strong>de</strong>m ser executadas <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> elementos<<strong>br</strong> />

pré-moldados que vencem todo o vão e colocados justapostos, <strong>com</strong>o ilustra a Fig. 5.7. O<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>portamento <strong>de</strong> laje <strong>de</strong>verá ser garantido pelo <strong>concreto</strong> moldado no local e por armadura<<strong>br</strong> />

transversal protendida ou não, sendo que a primeira é mais indicada, ou então, assumir o prejuízo<<strong>br</strong> />

do <strong>com</strong>portamento <strong>com</strong>o laje, e consi<strong>de</strong>rar no cálculo uma distribuição transversal menos eficiente.<<strong>br</strong> />

CML<<strong>br</strong> />

vazamento<<strong>br</strong> />

CML<<strong>br</strong> />

CML<<strong>br</strong> />

a) elementos <strong>de</strong> seção T invertido<<strong>br</strong> />

CML<<strong>br</strong> />

b) elementos <strong>de</strong> seção trapezoidal<<strong>br</strong> />

Fig. 5.7 Exemplos <strong>de</strong> seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje <strong>com</strong> emprego <strong>de</strong> elementos pré-moldados.


98<<strong>br</strong> />

Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

5.3. PONTES DE VIGA<<strong>br</strong> />

5.3.1. Tabuleiro normal<<strong>br</strong> />

5.3.1.1. Seção T<<strong>br</strong> />

A seção transversal T é obtida utilizando-se a laje do tabuleiro <strong>com</strong>o mesa superior, e mais a<<strong>br</strong> />

nervura que seria a alma, conforme mostra a Fig. 5.8.<<strong>br</strong> />

Fig. 5.8 Seção transversal em viga "T". Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

Este tipo <strong>de</strong> seção é mais indicado para resistir a momentos positivos, pois neste caso a zona<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>primida, formada pela mesa superior será bastante gran<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

O alargamento da parte inferior da alma po<strong>de</strong> dificultar a execução, sendo por isto indicado<<strong>br</strong> />

somente quando a altura da nervura ultrapassar 2 m.<<strong>br</strong> />

A altura da seção po<strong>de</strong> ser pré-dimensionada a partir dos índices <strong>de</strong> esbeltez para sistema<<strong>br</strong> />

estrutural em viga simplesmente apoiada, indicados por MARTINELLI (1971), e que po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

extrapolados para outros tipos <strong>de</strong> sistemas estruturais, conforme apresentado na Tabela 5.2.<<strong>br</strong> />

Tabela 5.2 Valores do índice <strong>de</strong> esbeltez l 0 /h, para pré-dimensionamento <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga.<<strong>br</strong> />

Tipo <strong>de</strong> ponte C.A. C.P.<<strong>br</strong> />

para pe<strong>de</strong>stres 15 a 20 20 a 25<<strong>br</strong> />

rodoviária 10 a 15 15 a 20<<strong>br</strong> />

ferroviária 8 a 10 10 a 15<<strong>br</strong> />

A Fig. 5.9 mostra os tipos representativos <strong>de</strong> seções transversais das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga em seção<<strong>br</strong> />

T, moldadas no local, segundo LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

O número <strong>de</strong> vigas (longarinas) mais indicado é dois, salvo nas passarelas para pe<strong>de</strong>stres.<<strong>br</strong> />

Número <strong>de</strong> vigas maior que dois conduz a maior área <strong>de</strong> fôrmas, sendo por isto pouco empregado<<strong>br</strong> />

atualmente.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> se empregar mais <strong>de</strong> duas longarinas é conveniente utilizar uma transversina no<<strong>br</strong> />

meio do vão, além das transversinas <strong>de</strong> apoio.


Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

99<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> se empregar duas longarinas tem-se as seguintes opções:<<strong>br</strong> />

a) duas transversinas intermediárias monolíticas <strong>com</strong> a laje, além das transversinas nos<<strong>br</strong> />

apoios (Fig. 5.9-c);<<strong>br</strong> />

b) transversinas <strong>de</strong>sligadas da laje - o que possibilita um arranjo <strong>de</strong> armadura constante ao<<strong>br</strong> />

longo do vão, e evita-se o aparecimento <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> tração longitudinais na parte<<strong>br</strong> />

superior do tabuleiro - em número igual ao do caso anterior (Fig. 5.9-d e Fig. 5.9-e);<<strong>br</strong> />

c) sem transversinas intermediárias, presentes apenas nos apoios ou até sem estas, <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

vantagens da situação anterior, além da facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução, porém <strong>com</strong> uma pior<<strong>br</strong> />

distribuição transversal das cargas (Fig. 5.9-f).<<strong>br</strong> />

Fig. 5.9 Seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas "T". Fonte: LEONHARDT (1979).


100<<strong>br</strong> />

Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

As <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga <strong>de</strong> seção T po<strong>de</strong>m ser executadas <strong>com</strong> elementos pré-moldados que<<strong>br</strong> />

vencem todo o vão. Este tipo construtivo tem sido bastante empregado atualmente. Neste caso não<<strong>br</strong> />

vale o que foi dito anteriormente so<strong>br</strong>e o número <strong>de</strong> longarinas, e nem so<strong>br</strong>e o alargamento da parte<<strong>br</strong> />

inferior da alma. Por se tratarem <strong>de</strong> elementos pré-moldados procura-se reduzir o peso dos<<strong>br</strong> />

elementos aumentando-se o número das vigas.<<strong>br</strong> />

A seção transversal dos elementos pré-moldados e o seus arranjos para formar o tabuleiro<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> pré-moldado – pré-moldado <strong>de</strong> canteiro (<strong>com</strong> pós-tração) ou prémoldado<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> fá<strong>br</strong>ica, <strong>com</strong> pré-tração. No pré-moldado <strong>de</strong> fá<strong>br</strong>ica tem-se empregado seção T <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

talão inferior, seção I, seção caixão e seção trapezoidal, sendo que nestes dois últimos casos, o<<strong>br</strong> />

resultado final da sua aplicação já <strong>com</strong>eça a fugir do caso em questão. No pré-moldado <strong>de</strong> canteiro<<strong>br</strong> />

recorre-se freqüentemente às vigas <strong>de</strong> seção tipo I. Em tabuleiro <strong>com</strong> largura <strong>de</strong> 12 m a 14 m<<strong>br</strong> />

normalmente empregam-se <strong>de</strong> 4 a 5 longarinas. Ainda <strong>com</strong> vigas pré-moldadas em canteiro, merece<<strong>br</strong> />

registrar seção ligeiramente trapezoidal (seção praticamente retangular <strong>com</strong> largura da base inferior<<strong>br</strong> />

menor que a da parte superior), utilizada em <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> poucos tramos e vãos relativamente<<strong>br</strong> />

pequenos.<<strong>br</strong> />

Algumas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação do tabuleiro estão apresentadas na Fig. 5.10.<<strong>br</strong> />

A Fig. 5.11 mostra exemplos <strong>de</strong> seção transversal <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga <strong>de</strong> seção T, empregando<<strong>br</strong> />

esta alternativa. A primeira correspon<strong>de</strong> a um viaduto <strong>de</strong> tramo único, <strong>com</strong> pré-moldado <strong>de</strong> fá<strong>br</strong>ica,<<strong>br</strong> />

em que se procurou reduzir a altura <strong>de</strong> construção. A segunda é <strong>de</strong> parte uma ponte <strong>de</strong> vários<<strong>br</strong> />

tramos <strong>com</strong> vigas pré-moldadas <strong>de</strong> canteiro (Ponte Mauricio Joppert – ver mais <strong>de</strong>talhes no capítulo<<strong>br</strong> />

8) .<<strong>br</strong> />

5.3.1.2. Seção celular<<strong>br</strong> />

Ao se associar uma laje inferior no tipo <strong>de</strong> seção do item anterior tem-se a seção celular,<<strong>br</strong> />

também chamada <strong>de</strong> seção caixão.<<strong>br</strong> />

A laje inferior, além <strong>de</strong> melhorar a distribuição transversal dos esforços, forma uma outra<<strong>br</strong> />

mesa em posição oposta à mesa formada pelo tabuleiro, fazendo <strong>com</strong> que a seção tenha um<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>portamento semelhante à seção I. Desta forma, este tipo <strong>de</strong> seção é apropriado para ser<<strong>br</strong> />

empregado em vigas contínuas, especialmente as protendidas.<<strong>br</strong> />

Mesmo para <strong>pontes</strong> simplesmente apoiadas, mas protendidas, a seção celular po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

vantajosa, pois a laje inferior serve <strong>de</strong> mesa <strong>de</strong> <strong>com</strong>pressão quando atua apenas a carga permanente.<<strong>br</strong> />

Em razão da gran<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z à torção, as seções celulares são também indicadas para <strong>pontes</strong><<strong>br</strong> />

curvas e para <strong>pontes</strong> retas <strong>com</strong> suportes formados por um único pilar isolado.<<strong>br</strong> />

Em razão <strong>de</strong>ssas vantagens <strong>com</strong> relação ao <strong>com</strong>portamento estrutural, as seções celulares têm<<strong>br</strong> />

sido as mais empregadas atualmente, exceto para <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> pequeno vão e para aquelas executadas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> vigas <strong>de</strong> seção T empregado elementos pré-moldados.<<strong>br</strong> />

As seções transversais típicas <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> seção celular são mostradas nas figuras: Fig. 5.12,<<strong>br</strong> />

Fig. 5.13 e Fig. 5.14.<<strong>br</strong> />

Destaca-se que a tendência atual é a <strong>de</strong> se empregar uma única célula. O emprego <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uma célula se impõe para <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> tabuleiro largo associado a seção transversal <strong>com</strong> pequena<<strong>br</strong> />

altura.


Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

101<<strong>br</strong> />

Nas seções celulares normalmente se empregam vigas transversais, que são chamadas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

diafragmas transversais, apenas nos apoios.<<strong>br</strong> />

Fig. 5.10 Formação <strong>de</strong> seções transversais em vigas "T" pré-moldadas. Fonte: LEONHARDT (1979).


102<<strong>br</strong> />

Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

Fig. 5.11 Exemplos <strong>de</strong> seções transversais em vigas "T" pré-moldadas.<<strong>br</strong> />

Fig. 5.12 Exemplos <strong>de</strong> seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> seção celular (parte 1).


Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

103<<strong>br</strong> />

Fig. 5.13 Exemplos <strong>de</strong> seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> seção celular (parte 2).


104<<strong>br</strong> />

Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

Fig. 5.14 Exemplos <strong>de</strong> seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> seção celular (parte 3).<<strong>br</strong> />

Nas <strong>pontes</strong> construídas <strong>com</strong> a técnica dos balanços sucessivos e dos <strong>de</strong>slocamentos<<strong>br</strong> />

progressivos, moldados no local ou pré-moldados, o uso da seção celular é praticamente inevitável<<strong>br</strong> />

por causa dos altos momentos negativos que ocorrem durante a fase construtiva.<<strong>br</strong> />

Na Fig. 5.15 mostram-se alguns exemplos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s vãos construídos <strong>com</strong> a técnica<<strong>br</strong> />

dos balanços sucessivos.<<strong>br</strong> />

5.3.2. Tabuleiro rebaixado<<strong>br</strong> />

O emprego <strong>de</strong> tabuleiro rebaixado - tabuleiro inferior ou intermediário - conforme ilustrado<<strong>br</strong> />

na Fig. 5.16, apresenta a vantagem <strong>de</strong> possibilitar uma pequena altura na seção transversal, entre a<<strong>br</strong> />

pista <strong>de</strong> rolamento e a face inferior da ponte, implicando na redução da movimentação <strong>de</strong> terra nas<<strong>br</strong> />

rampas <strong>de</strong> acesso, ou então, facilida<strong>de</strong>s na observância do gabarito do obstáculo transposto pela<<strong>br</strong> />

ponte.<<strong>br</strong> />

Este tipo <strong>de</strong> seção tem sido pouco empregado por causa da sua estética, pouco apreciada,<<strong>br</strong> />

porém cabe <strong>de</strong>stacar que o seu uso po<strong>de</strong> ser interessante em certas situações particulares, tendo em<<strong>br</strong> />

vista a vantagem <strong>com</strong>entada anteriormente.


Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

105<<strong>br</strong> />

Fig. 5.15 Exemplos <strong>de</strong> seções transversais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> viga <strong>de</strong> seção celular construídas <strong>com</strong> a técnica dos balanços<<strong>br</strong> />

sucessivos. Fonte: LEONHARDT (1979).


106<<strong>br</strong> />

Cap. 5 Seções Transversais<<strong>br</strong> />

Fig. 5.16 Seções transversais <strong>com</strong> tabuleiro rebaixado. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

FERNANDEZ CASADO, C. Puentes <strong>de</strong> hormigon armado pretensado. Madrid, Editorial Dossat,<<strong>br</strong> />

1965.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. Construções <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, vol. 6: Princípios básicos da construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Interciência, 1979.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. <strong>Introd</strong>ução às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas. São Carlos, EESC-USP, 1971.<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. <strong>Introd</strong>ução às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje. São Carlos, EESC-USP, 1971.


6. TIPOLOGIA DOS APOIOS DAS PONTES<<strong>br</strong> />

6.1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

No capítulo 1 foi visto que sob o aspecto estrutural, as <strong>pontes</strong> usuais po<strong>de</strong>m ser divididas em<<strong>br</strong> />

três elementos: superestrutura, aparelho <strong>de</strong> apoio, e infraestrutura. O termo “apoio das <strong>pontes</strong>”<<strong>br</strong> />

utilizado no título <strong>de</strong>ste capítulo, será utilizado para <strong>de</strong>signar o conjunto formado pelo aparelho <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

apoio e pela infra-estrutura.<<strong>br</strong> />

Repetindo as <strong>de</strong>finições já apresentadas no capítulo 1, tem-se que:<<strong>br</strong> />

• Aparelho <strong>de</strong> apoio é o elemento colocado entre a infraestrutura e a superestrutura, <strong>de</strong>stinado<<strong>br</strong> />

a transmitir as reações da superestrutura para a infraestrutura, e ao mesmo tempo permitir<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminados movimentos da superestrutura.<<strong>br</strong> />

• Infra-estrutura é a parte da ponte que recebe a ação das reações geradas no aparelho <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

apoio, transmitindo-as ao solo; a infraestrutura, por seu turno, po<strong>de</strong> ser subdividida em dois<<strong>br</strong> />

elementos: os suportes e as fundações; os suportes po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> dois tipos: pilares e<<strong>br</strong> />

encontros; <strong>de</strong>nomina-se encontro, o pilar que situado na extremida<strong>de</strong> da ponte, na transição<<strong>br</strong> />

entre a ponte e o aterro da vila, tem a finalida<strong>de</strong> suplementar <strong>de</strong> arrimar o solo do aterro.<<strong>br</strong> />

A divisão nos três elementos, superestrutura, aparelho <strong>de</strong> apoio e infra-estrutura, po<strong>de</strong> não<<strong>br</strong> />

estar presente em certos tipos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>. Por exemplo uma ponte em pórtico biengastado terá a<<strong>br</strong> />

superestrutura do pórtico e a infra-estrutura constituída apenas pela fundação, não apresentando o<<strong>br</strong> />

aparelho <strong>de</strong> apoio e nem o suporte.<<strong>br</strong> />

6.2. APARELHOS DE APOIO<<strong>br</strong> />

Os aparelhos <strong>de</strong> apoio vinculam <strong>de</strong>terminadas partes da superestrutura, permitindo ao mesmo<<strong>br</strong> />

tempo, os movimentos previstos no projeto, provocados pelos esforços, protensão, variação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

temperatura, retração do <strong>concreto</strong>, etc., que modificam as dimensões dos elementos.<<strong>br</strong> />

Nas estruturas <strong>de</strong> edifícios usuais, não se utilizam aparelhos <strong>de</strong> apoio, embora o cálculo dos<<strong>br</strong> />

esforços tenha sido feito <strong>com</strong>a a hipótese <strong>de</strong> existirem articulações, separando os pórticos reais<<strong>br</strong> />

monolíticos em pilares e vigas. Esta simplificação <strong>de</strong> cálculo, criando articulações on<strong>de</strong> não


108<<strong>br</strong> />

Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

existem, só é admissível em estruturas <strong>com</strong> vãos e carregamentos pequenos, on<strong>de</strong> os esforços<<strong>br</strong> />

secundários gerados pela ausência das articulações na estrutura real, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sprezados.<<strong>br</strong> />

Nas <strong>pontes</strong> e nas construções <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, a estrutura <strong>de</strong>ve funcionar, tanto quanto<<strong>br</strong> />

possível, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as hipóteses previstas no cálculo, sendo portanto necessária a utilização <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aparelhos <strong>de</strong> apoio a<strong>de</strong>quados nos locais on<strong>de</strong> o cálculo admitiu a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrerem<<strong>br</strong> />

movimentos.<<strong>br</strong> />

Os movimentos po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> rotação e <strong>de</strong> translação, em função dos quais, os aparelhos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

apoio po<strong>de</strong>m ser classificados em três tipos: articulações fixas, articulações móveis e articulações<<strong>br</strong> />

elásticas.<<strong>br</strong> />

As articulações fixas permitem apenas os movimentos <strong>de</strong> rotação, gerando reações vertical e<<strong>br</strong> />

horizontal no vínculo.<<strong>br</strong> />

As articulações móveis permitem tanto a rotação <strong>com</strong>o a translação, gerando no vínculo<<strong>br</strong> />

apenas a reação vertical. Na realida<strong>de</strong>, surge também a reação horizontal, por causa do atrito que<<strong>br</strong> />

não po<strong>de</strong> ser totalmente eliminado, mas nos casos usuais ela po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezada por ter valor<<strong>br</strong> />

relativamente pequeno.<<strong>br</strong> />

As articulações elásticas permitem também os dois movimentos, a rotação e a translação,<<strong>br</strong> />

gerando porém reações vertical e horizontal, esta última, <strong>com</strong> valor que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprezado,<<strong>br</strong> />

ao contrário das articulações móveis.<<strong>br</strong> />

As articulações fixas e móveis po<strong>de</strong>m ser metálicas (normalmente <strong>de</strong> aço), ou <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

As articulações elásticas são constituídas <strong>de</strong> elastômero (borracha sintética), <strong>de</strong>nominada<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ercialmente <strong>de</strong> neoprene.<<strong>br</strong> />

6.2.1. Aparelhos <strong>de</strong> apoio metálicos<<strong>br</strong> />

Os aparelhos <strong>de</strong> apoio metálicos po<strong>de</strong>m ser obtidos <strong>com</strong>binando-se a<strong>de</strong>quadamente chapas e<<strong>br</strong> />

roletes metálicos.<<strong>br</strong> />

No caso das articulações fixas (Fig. 6.1) as chapas possuem cavida<strong>de</strong>s usinadas e lu<strong>br</strong>ificadas<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> se encaixa o rolete. Po<strong>de</strong>m ser obtidas também <strong>com</strong>binando-se duas chapas metálicas, uma<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a superfície plana e a outra <strong>com</strong> a superfície curva e convexa.<<strong>br</strong> />

No caso das articulações móveis (Fig. 6.2) um ou mais roletes ficam confinados entre chapas<<strong>br</strong> />

planas. Po<strong>de</strong>m ser obtidas também <strong>com</strong> pêndulos, que nada mais são que os roletes sem as partes<<strong>br</strong> />

que não são necessárias.<<strong>br</strong> />

Os aparelhos <strong>de</strong> apoio metálicos exigem manutenção periódica, pois a sujeira e a corrosão do<<strong>br</strong> />

metal po<strong>de</strong>m prejudicar o seu funcionamento correto.<<strong>br</strong> />

6.2.2. Aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

Os aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> são construídos junto <strong>com</strong> a própria estrutura, utilizando os<<strong>br</strong> />

mesmo materiais.<<strong>br</strong> />

Os principais tipos são:<<strong>br</strong> />

- articulação <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> <strong>de</strong> superfícies;


Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

109<<strong>br</strong> />

- articulação Mesnager;<<strong>br</strong> />

- articulação Freyssinet;<<strong>br</strong> />

- pêndulo <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

Os três primeiros são articulações do tipo fixo, e o quarto é uma articulação do tipo móvel.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.1 Articulações fixas.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.2 Articulações móveis.<<strong>br</strong> />

A articulação <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> superfícies (Fig. 6.3) é construída por duas superfícies cilíndricas<<strong>br</strong> />

em contato: uma superfície é convexa, e a outra é côncava <strong>com</strong> raio <strong>de</strong> curvatura ligeiramente<<strong>br</strong> />

maior. As superfícies requerem um acabamento cuidadoso para que haja distribuição a<strong>de</strong>quada das<<strong>br</strong> />

tensões; <strong>com</strong> essa finalida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se intercalar uma chapa <strong>de</strong>lgada <strong>de</strong> chumbo <strong>de</strong> alguns<<strong>br</strong> />

milímetros <strong>de</strong> espessura, ou ainda revestir as superfícies <strong>com</strong> chapas finas <strong>de</strong> aço.


110<<strong>br</strong> />

Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Fig. 6.3 Articulação <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> superfícies.<<strong>br</strong> />

A articulação Mesnager (Fig. 6.4) é obtida pelo estrangulamento da seção do elemento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>. O <strong>concreto</strong> do trecho estrangulado não é consi<strong>de</strong>rado <strong>com</strong>o elemento resistente à reação<<strong>br</strong> />

transmitida pela articulação, e tem <strong>com</strong>o única função proteger a armadura, que portanto <strong>de</strong>ve estar<<strong>br</strong> />

dimensionada para resistir a toda a reação.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.4 Articulação Mesnager.<<strong>br</strong> />

A articulação Freyssinter (Fig. 6.5) é obtida também pelo estrangulamento da seção do<<strong>br</strong> />

elemento <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, porém neste caso, a reação transmitida pela articulação é resistida apenas<<strong>br</strong> />

pelo <strong>concreto</strong> do trecho estrangulado. O principio <strong>de</strong> funcionamento tem <strong>com</strong>o base o fato <strong>de</strong> que o<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> do trecho estrangulado fica sujeito ao efeito <strong>de</strong> cintamento provocado pelo alargamento<<strong>br</strong> />

das seções vizinhas; cria-se um estado duplo <strong>de</strong> tensões favorável, que permite elevar o valor das<<strong>br</strong> />

tensões <strong>de</strong> <strong>com</strong>pressão axial muito além da resistência do <strong>concreto</strong> à <strong>com</strong>pressão simples. É<<strong>br</strong> />

re<strong>com</strong>endada a colocação <strong>de</strong> armadura na seção estrangulada quando a reação horizontal ultrapassa<<strong>br</strong> />

1/8 da reação vertical, ou quando existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer reação negativa que causa tração<<strong>br</strong> />

no <strong>concreto</strong>.


Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

111<<strong>br</strong> />

Fig. 6.5 Articulação Freyssinter.<<strong>br</strong> />

O pêndulo <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> (Fig. 6.6) é um elemento <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> vinculado à superestrutura e à<<strong>br</strong> />

infraestrutura por meio <strong>de</strong> uma das três articulações <strong>de</strong>scritas anteriormente, ou por meio <strong>de</strong> placas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> chumbo ou <strong>de</strong> elastômero.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.6 Pêndulo <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

6.2.3. Aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene<<strong>br</strong> />

Neoprene é a <strong>de</strong>nominação <strong>com</strong>ercial <strong>de</strong> um elastômero (borracha sintética) à base <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

policloropreno, que tem <strong>com</strong>o características:<<strong>br</strong> />

- módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação transversal <strong>de</strong> valor muito baixo;<<strong>br</strong> />

- módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal, também <strong>de</strong> valor muito baixo;<<strong>br</strong> />

- tensão normal <strong>de</strong> <strong>com</strong>pressão <strong>de</strong> serviço <strong>com</strong> valor razoável, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za dos<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>s usuais;<<strong>br</strong> />

- gran<strong>de</strong> resistência às intempéries.<<strong>br</strong> />

Intercalando-se placas <strong>de</strong> neoprene <strong>de</strong> pequena espessura entra a superestrutura e a<<strong>br</strong> />

infraestrutura, obtém-se as articulações elásticas, nas quais os movimentos <strong>de</strong> translação e <strong>de</strong>


112<<strong>br</strong> />

Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

rotação são <strong>de</strong>correntes, respectivamente, da gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> transversal e longitudinal do<<strong>br</strong> />

neoprene, que é conseqüência das duas primeiras características relacionadas.<<strong>br</strong> />

A terceira característica, implica em placas <strong>de</strong> neoprene <strong>de</strong> dimensões <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> as das<<strong>br</strong> />

estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

A quarta característica, implica na dispensa <strong>de</strong> manutenção rigorosa, que é necessária nos<<strong>br</strong> />

aparelhos <strong>de</strong> apoio metálicos; os aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene necessitam <strong>de</strong> manutenção<<strong>br</strong> />

semelhante à <strong>de</strong>dicada à própria estrutura <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

Para reações <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> pequena intensida<strong>de</strong> e espessuras das placas também pequenas,<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>-se utilizar apenas o neoprene. Porém, nos casos usuais <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>, são empregadas placas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

neoprene intercaladas <strong>com</strong> chapas <strong>de</strong> aço vulcanizadas no neoprene, formando um bloco único; as<<strong>br</strong> />

chapas <strong>de</strong> aço exercem um efeito <strong>de</strong> cintamento so<strong>br</strong>e as placas <strong>de</strong> neoprene, reduzindo o seu<<strong>br</strong> />

achatamento excessivo, e aumentando as tensões admissíveis no apoio; os aparelhos <strong>de</strong> apoio assim<<strong>br</strong> />

constituídos são chamados <strong>de</strong> neoprene cintado ou fretado. A Fig. 6.7 mostra os aparelhos <strong>de</strong> apoio<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> neoprene, <strong>com</strong> e sem chapas <strong>de</strong> aço, submetidos a força cisalhante, momento fletor e força<<strong>br</strong> />

normal.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.7 Aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene, <strong>com</strong> e sem chapas <strong>de</strong> aço, submetidos a esforços.<<strong>br</strong> />

Os aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene disponíveis no mercado têm forma retangular <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

dimensões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 100mm até 900mm, variando <strong>de</strong> 50 em 50mm; as camadas <strong>de</strong> neoprene têm<<strong>br</strong> />

espessuras <strong>de</strong> 8, 10, 12, ou 16mm; as chapas <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> fretagem do neoprene têm espessuras <strong>de</strong> 2 a<<strong>br</strong> />

4mm. A Fig. 6.8 mostra as características anteriormente citadas.<<strong>br</strong> />

1) (n-1) chapas intermediárias <strong>de</strong> aço<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> espessura “e” (e = 2, 3 ou 4 mm<<strong>br</strong> />

no caso geral);<<strong>br</strong> />

2) “n” camadas intermediárias <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

elastômero <strong>de</strong> espessura “t” (t = 8,<<strong>br</strong> />

10, 12 ou 16 mm no caso geral);<<strong>br</strong> />

3) 2 chapas externas <strong>de</strong> aço, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

espessura 2 mm no caso geral;<<strong>br</strong> />

4) revestimento externo <strong>de</strong> elastômero<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> espessuras t’ = 2 a 3 mm e t” = 2<<strong>br</strong> />

a 5 mm no caso geral.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.8 Características geométricas dos aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene.


Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

113<<strong>br</strong> />

Quando se <strong>de</strong>seja maior mobilida<strong>de</strong> horizontal, ou a redução das reações horizontais em<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminados apoios, po<strong>de</strong>-se empregar a articulação elástica <strong>de</strong>slizante conhecida <strong>com</strong>o Neoflon<<strong>br</strong> />

(Fig. 6.9), que é constituída <strong>de</strong> neoprene associado <strong>com</strong> camadas <strong>de</strong> Teflon (politetrafluoretileno); o<<strong>br</strong> />

Teflon é uma resina que sob altas pressões apresenta coeficientes <strong>de</strong> atrito muito baixo, da or<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> 0,04.<<strong>br</strong> />

Chapa <strong>de</strong> aço<<strong>br</strong> />

Teflon colado<<strong>br</strong> />

na chapa<<strong>br</strong> />

Chapas <strong>de</strong> fretagem<<strong>br</strong> />

Teflon colado na<<strong>br</strong> />

chapa <strong>de</strong> fretagem<<strong>br</strong> />

Fig. 6.9 Articulação elástica <strong>de</strong>slizante: Neoflon.<<strong>br</strong> />

Neoprene<<strong>br</strong> />

6.3. INFRAESTRUTURA<<strong>br</strong> />

6.3.1. Encontros e pilares<<strong>br</strong> />

Os encontros são elementos <strong>de</strong> transição entre a estrutura da ponte e o terrapleno, e têm a<<strong>br</strong> />

dupla função, <strong>de</strong> suporte da ponte, e <strong>de</strong> proteção do aterro contra a erosão.<<strong>br</strong> />

Devem ser portanto dimensionados para resistir às reações verticais e horizontais da<<strong>br</strong> />

superestrutura, e também ao empuxo do aterro.<<strong>br</strong> />

Os encontros (Fig. 6.10), têm um paramento frontal e alas laterais longitudinais, inclinadas,<<strong>br</strong> />

ou transversais. As alas laterais po<strong>de</strong>m ser isoladas do paramento frontal, ou ligadas a ele formando<<strong>br</strong> />

uma estrutura monolítica.<<strong>br</strong> />

Os pilares das <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser classificados em três tipos:<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong> estrutura reticulada;<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong> estrutura formada por lâminas;<<strong>br</strong> />

- maciços.<<strong>br</strong> />

Os pilares <strong>de</strong> estrutura reticulada (Fig. 6.11) po<strong>de</strong>m ser constituídos por coluna única, colunas<<strong>br</strong> />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, ou por pórticos planos e espaciais.<<strong>br</strong> />

O pilar <strong>de</strong> coluna central única é muito <strong>com</strong>um nos viadutos urbanos, em que se <strong>de</strong>seja<<strong>br</strong> />

preservar espaço sob o viaduto.<<strong>br</strong> />

Entre os pilares <strong>de</strong> estrutura reticulada, o mais <strong>com</strong>um é o constituído por um pórtico <strong>de</strong> duas<<strong>br</strong> />

colunas, para <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> as larguras usuais (até 14 m); aumentando a largura da ponte há, em geral,<<strong>br</strong> />

conveniência em aumentar o número <strong>de</strong> colunas.


114<<strong>br</strong> />

Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Por outro lado, aumentando a altura dos pilares, o pórtico passa a ter mais andares, pois o<<strong>br</strong> />

travamento intermediário se torna necessário para garantir a rigi<strong>de</strong>z transversal a<strong>de</strong>quada.<<strong>br</strong> />

Sendo muito gran<strong>de</strong> a altura dos pilares, acima <strong>de</strong> 40m, são utilizados os pórticos espaciais.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.10 Tipos e esquemas <strong>de</strong> encontros <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.11 Esquemas <strong>de</strong> pilares <strong>com</strong> estrutura reticulada.<<strong>br</strong> />

Das estruturas formadas por lâminas (Fig. 6.12), a mais <strong>com</strong>um é a <strong>de</strong> lâmina única, muito<<strong>br</strong> />

usada por razões <strong>de</strong> estética, nos viadutos urbanos, a superestrutura <strong>de</strong>sses viadutos é<<strong>br</strong> />

frequentemente <strong>de</strong> seção celular, adaptando-se mais facilmente aos pilares laminares.<<strong>br</strong> />

É muito <strong>com</strong>um também o emprego <strong>de</strong> seções do tipo caixão, ou celular, nos pilares <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong> altura,; as pare<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser contínuas fechadas em toda a altura, ou interrompidas,<<strong>br</strong> />

formando lâminas isoladas.<<strong>br</strong> />

Os pilares maciços (Fig. 6.13), muito usados antigamente, construídos em alvenaria, são<<strong>br</strong> />

atualmente pouco utilizados.


Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

115<<strong>br</strong> />

Fig. 6.12 Pilares <strong>com</strong> estrutura formada por lâminas.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.13 Pilares maciços.<<strong>br</strong> />

6.3.2. Fundações<<strong>br</strong> />

Estruturalmente, as fundações das <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser divididas em quatro tipos:<<strong>br</strong> />

- fundação direta;<<strong>br</strong> />

- estacas;<<strong>br</strong> />

- tubulões;<<strong>br</strong> />

- especiais.<<strong>br</strong> />

O tipo <strong>de</strong> solo, a presença ou não <strong>de</strong> água, a forma dos pilares, e as cargas a serem resistidas,<<strong>br</strong> />

são os principais fatores envolvidos na escolha do tipo <strong>de</strong> fundação.<<strong>br</strong> />

6.3.2.1. Fundação Direta<<strong>br</strong> />

Segundo a NBR 6122/96, fundação direta é aquela em que a carga é transmitida ao solo,<<strong>br</strong> />

predominantemente pelas tensões distribuídas sob a base do elemento estrutural <strong>de</strong> fundação.<<strong>br</strong> />

Na prática, a fundação direta é economicamente viável quando o solo em pequena<<strong>br</strong> />

profundida<strong>de</strong> é relativamente resistente, <strong>com</strong> tensão admissível <strong>de</strong> no mínimo 300 kPa; além disso,<<strong>br</strong> />

é necessário que o terreno não seja sujeito a recalques. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> dois tipos (Fig. 6.14): sapata<<strong>br</strong> />

rígida e sapata flexível.


116<<strong>br</strong> />

Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Fig. 6.14 Fundação direta: tipos <strong>de</strong> sapatas.<<strong>br</strong> />

6.3.2.2. Estacas<<strong>br</strong> />

A fundação por estacas é aquela em que a carga é transmitida ao solo pelas tensões<<strong>br</strong> />

distribuídas sob a base e o fuste do elemento estrutural <strong>de</strong> fundação. Como a resistência lateral<<strong>br</strong> />

também é utilizada no cálculo dos esforços solicitantes, o termo fundação profunda po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

utilizado para <strong>de</strong>signar a fundação por estacas.<<strong>br</strong> />

A fundação por estacas po<strong>de</strong> ser em ma<strong>de</strong>ira, aço ou <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

As estacas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira são re<strong>com</strong>endáveis para o<strong>br</strong>as provisórias, são em geral constituídas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

peças roliças; as ma<strong>de</strong>iras mais utilizadas são o eucalipto, a aroeira e o ipê.<<strong>br</strong> />

As estacas <strong>de</strong> aço po<strong>de</strong>m ser formadas por perfis laminados, soldados ou <strong>de</strong> chapa do<strong>br</strong>ada,<<strong>br</strong> />

simples ou <strong>com</strong>postos (Fig. 6.15).<<strong>br</strong> />

Fig. 6.15 Seções transversais <strong>de</strong> estacas metálicas.<<strong>br</strong> />

As estacas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> po<strong>de</strong>m ser pré-moldadas ou moldadas no local.<<strong>br</strong> />

As pré-moldadas po<strong>de</strong>m ser em <strong>concreto</strong> armado ou protendido. As seções mais usuais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

estacas pré-moldadas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> são apresentadas na Fig. 6.16.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.16 Exemplos <strong>de</strong> seções transversais <strong>de</strong> estacas pré-moldadas em <strong>concreto</strong> armado: a) seção retangular; b)<<strong>br</strong> />

seção octogonal; c) seção circular; d) seção circular oca.<<strong>br</strong> />

As estacas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> moldadas no local são normalmente executadas <strong>com</strong> auxílio <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

tubo metálico, que po<strong>de</strong> ser recuperável ou perdido. Na Fig. 6.17 apresentam-se alguns tipos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

estacas moldadas no local.


Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

117<<strong>br</strong> />

Fig. 6.17 Estacas moldadas no local.<<strong>br</strong> />

6.3.2.3. Tubulões<<strong>br</strong> />

A fundação por tubulão po<strong>de</strong> ser classificada <strong>com</strong>o fundação profunda, pois ao longo do fuste<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> ocorrer transferência <strong>de</strong> carga entre o solo e o fuste do tubulão. Porém, <strong>com</strong>o <strong>com</strong>enta Cinta et<<strong>br</strong> />

al. (2003): na prática profissional <strong>br</strong>asileira <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> fundações, há a tradição <strong>de</strong> não<<strong>br</strong> />

calcular a parcela <strong>de</strong> resistência lateral, supondo-a nula ou apenas o suficiente para equili<strong>br</strong>ar o<<strong>br</strong> />

peso próprio do tubulão, mesmo no caso <strong>de</strong> tubulões a céu-aberto.<<strong>br</strong> />

A fundação por tubulão é um poço escavado no terreno <strong>com</strong> auxílio <strong>de</strong> uma camisa metálica<<strong>br</strong> />

ou <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, no qual se faz um alargamento na base, e posteriormente preenchido <strong>com</strong> <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

A camisa metálica é um tubo <strong>de</strong> aço que é cravado no terreno antes <strong>de</strong> se iniciar a escavação.<<strong>br</strong> />

A camisa <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> é “cravada” no terreno simultaneamente <strong>com</strong> a escavação do poço; é<<strong>br</strong> />

executada em segmentos que vão sendo moldados na parte superior, à medida que a camisa <strong>de</strong>sce<<strong>br</strong> />

no poço.<<strong>br</strong> />

Acima do nível d’água, ou em terrenos pouco permeáveis, a escavação po<strong>de</strong> ser feita a céu<<strong>br</strong> />

aberto (Fig. 6.18).


118<<strong>br</strong> />

Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Fig. 6.18 Seqüência construtiva <strong>de</strong> um tubulão a céu aberto.<<strong>br</strong> />

Não sendo possível escavar-se a céu aberto, <strong>de</strong>vido à infiltração <strong>de</strong> água, fecha-se a parte<<strong>br</strong> />

superior da camisa <strong>com</strong> uma campânula especial, injetando-se ar <strong>com</strong>primido no interior (Fig.<<strong>br</strong> />

6.19). A pressão do ar expulsa a água, permitindo o trabalho a seco.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.19 Seqüência construtiva <strong>de</strong> um tubulão a ar <strong>com</strong>primido.<<strong>br</strong> />

6.3.2.4. Especiais<<strong>br</strong> />

São consi<strong>de</strong>radas especiais, as fundações que não se enquadram diretamente nos três tipos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scritos anteriormente.<<strong>br</strong> />

Um exemplo é a fundação mista tubulão-estaca (Fig. 6.20), que po<strong>de</strong> ser utilizado quando o<<strong>br</strong> />

solo resistente encontra-se a gran<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, e que não po<strong>de</strong> ser alcançando pela escavação do<<strong>br</strong> />

tubulão; nesse caso faz-se a escavação do tubulão até a profundida<strong>de</strong> possível, e em seguida faz-se<<strong>br</strong> />

a cravação <strong>de</strong> estacas, normalmente metálicas, para alcançar o solo resistente.


Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

119<<strong>br</strong> />

Fig. 6.20 Fundação mista tubulão-estaca.<<strong>br</strong> />

Outro exemplo é a fundação em caixão (Fig. 6.21). É uma fundação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, formada<<strong>br</strong> />

por uma caixa retangular <strong>de</strong> aço ou <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, <strong>de</strong>ntro da qual o terreno é escavado, a céu aberto<<strong>br</strong> />

ou <strong>com</strong> auxílio <strong>de</strong> ar <strong>com</strong>primido; o caixão vai penetrando no solo, a<strong>com</strong>panhado a escavação, até<<strong>br</strong> />

atingir o solo resistente; posteriormente é feita a concretagem do interior do caixão escavado.<<strong>br</strong> />

Fig. 6.21 Fundação em caixão: a) escavação a céu aberto, <strong>com</strong> escava<strong>de</strong>ira; b) escavação manual a ar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>primido.<<strong>br</strong> />

O terceiro exemplo <strong>de</strong> fundação especial, é o tubulão tipo Ba<strong>de</strong>-Wirth (Fig. 6.22), <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

profundida<strong>de</strong>, escavado mecanicamente e <strong>com</strong> concretagem submersa.


120<<strong>br</strong> />

Cap. 6 Tipologia dos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Fig. 6.22 Tubulões tipo Ba<strong>de</strong>-Wirth.<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

ABNT. NB 9062 – Projeto e execução <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> pré-moldado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1985.<<strong>br</strong> />

ABNT. NBR 6122 – Projeto e execução <strong>de</strong> fundações. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1996.<<strong>br</strong> />

BRAGA, W. A. Aparelhos <strong>de</strong> apoio das estruturas. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 1986.<<strong>br</strong> />

CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H. Tensão admissível em fundações diretas. São<<strong>br</strong> />

Carlos - SP, Editora Rima, 2003.<<strong>br</strong> />

D’ANDREA, V., ISHITANI, H. Distribuição dos esforços horizontais <strong>pontes</strong> em viga reta.<<strong>br</strong> />

Estrutura, Rio <strong>de</strong> Janeiro, nº 74, pg. 33-57, 19xx.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. Construções <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>: princípios básicos da construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>, vol. 6, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Interciencia, 1979.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Pontes em <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora,<<strong>br</strong> />

1979.


7. ESFORÇOS NOS APOIOS DAS PONTES<<strong>br</strong> />

7.1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Para analisar os esforços nos elementos dos apoios das <strong>pontes</strong>, as ações po<strong>de</strong>m ser divididas<<strong>br</strong> />

em dois grupos:<<strong>br</strong> />

- ações aplicadas na superestrutura que produzem esforços nos apoios;<<strong>br</strong> />

- ações aplicadas diretamente nos elementos dos apoios.<<strong>br</strong> />

Essas ações po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> dois tipos: verticais e horizontais.<<strong>br</strong> />

- ações verticais:<<strong>br</strong> />

- carga permanente<<strong>br</strong> />

- carga móvel<<strong>br</strong> />

- impacto vertical.<<strong>br</strong> />

- ações horizontais:<<strong>br</strong> />

- frenagem e aceleração da carga móvel<<strong>br</strong> />

- empuxo <strong>de</strong> terra e da so<strong>br</strong>ecarga<<strong>br</strong> />

- força centrífuga<<strong>br</strong> />

- impacto lateral<<strong>br</strong> />

- pressão do vento<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong>formações do tabuleiro causadas pela retração e fluência do <strong>concreto</strong>, pela variação<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> temperatura, e pela protensão<<strong>br</strong> />

- pressão <strong>de</strong> água<<strong>br</strong> />

- choque <strong>de</strong> veículos<<strong>br</strong> />

Os esforços causados pelas ações verticais po<strong>de</strong>m ser obtidos <strong>de</strong> maneira usual. No caso das<<strong>br</strong> />

ações verticais aplicadas na superestrutura, o cálculo dos esforços da própria superestrutura conduz<<strong>br</strong> />

à <strong>de</strong>terminação das reações nos apoios, a partir das quais, são <strong>de</strong>terminados os esforços nos<<strong>br</strong> />

elementos dos apoios. No caso das ações verticais aplicadas diretamente nos elementos dos apoios,<<strong>br</strong> />

os esforços resultantes po<strong>de</strong>m ser obtidos através da análise isolada do elemento do apoio.


122<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Os esforços causados pelas ações horizontais aplicadas diretamente nos apoios, po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

obtidos <strong>de</strong> modo análogo ao do caso das ações verticais.<<strong>br</strong> />

Por outro lado, os esforços nos apoios, provocados pelas ações horizontais aplicadas na<<strong>br</strong> />

superestrutura, <strong>de</strong>vem ser calculados consi<strong>de</strong>rando o conjunto formado pela superestrutura e pelos<<strong>br</strong> />

elementos dos apoios. Esse é o tema que será tratado no presente capítulo.<<strong>br</strong> />

7.2 CONSTANTES ELÁSTICAS DOS APOIOS<<strong>br</strong> />

7.2.1. Definições<<strong>br</strong> />

Para o cálculo dos esforços nos apoios, provocados pelas ações horizontais aplicadas na<<strong>br</strong> />

superestrutura, é feita a hipótese <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> entre os <strong>de</strong>slocamentos horizontais e as<<strong>br</strong> />

reações horizontais. O fator <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> é a constante elástica do apoio, que po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finida <strong>de</strong> duas formas: rigi<strong>de</strong>z e flexibilida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Rigi<strong>de</strong>z ou coeficiente <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z é a força necessária para produzir um <strong>de</strong>slocamento<<strong>br</strong> />

unitário.<<strong>br</strong> />

k = F / Δ<<strong>br</strong> />

(7.1)<<strong>br</strong> />

Flexibilida<strong>de</strong> ou coeficiente <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong> é o <strong>de</strong>slocamento provocado por uma força<<strong>br</strong> />

unitária.<<strong>br</strong> />

δ = Δ / F<<strong>br</strong> />

(7.2)<<strong>br</strong> />

Portanto,<<strong>br</strong> />

k = 1/δ<<strong>br</strong> />

(7.3)<<strong>br</strong> />

7.2.2. Articulação fixa<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> articulação fixa, temos:<<strong>br</strong> />

k = ∞ e δ = 0<<strong>br</strong> />

(7.4)<<strong>br</strong> />

7.2.3. Articulação móvel<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> articulação móvel, temos:<<strong>br</strong> />

k = 0 e δ = ∞<<strong>br</strong> />

(7.5)


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

123<<strong>br</strong> />

7.2.4. Aparelho <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> neoprene, as expressões <strong>de</strong> k e δ po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>duzida <strong>com</strong> a aplicação da teoria da<<strong>br</strong> />

Resistência dos Materiais que fornece as seguintes expressões (Fig. 7.1):<<strong>br</strong> />

Δ = γ .h<<strong>br</strong> />

(7.6)<<strong>br</strong> />

γ = τ /G<<strong>br</strong> />

(7.7)<<strong>br</strong> />

τ = F / A<<strong>br</strong> />

(7.8)<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>, Δ = <strong>de</strong>slocamento horizontal<<strong>br</strong> />

γ = distorção<<strong>br</strong> />

h = espessura do neoprene<<strong>br</strong> />

τ = tensão <strong>de</strong> cisalhamento<<strong>br</strong> />

G = módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação transversal do neoprene<<strong>br</strong> />

F = força horizontal<<strong>br</strong> />

A = área em planta do neoprene<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

γ<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

Fig. 7.1 Proprieda<strong>de</strong>s da resistência dos materiais: <strong>de</strong>slocamento horizontal (Δ) e distorção (γ).<<strong>br</strong> />

Combinando as expressões obtém-se:<<strong>br</strong> />

Δ = F . h / G.<<strong>br</strong> />

A, implicando em:<<strong>br</strong> />

Portanto,<<strong>br</strong> />

F G.<<strong>br</strong> />

A<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

Δ h<<strong>br</strong> />

(7.9)<<strong>br</strong> />

k = G.<<strong>br</strong> />

A/<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

(7.10)


124<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

7.2.5. Pilar<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> pilar <strong>de</strong> seção transversal constante:<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

F 3. E.<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

Δ = F . h / 3. E.<<strong>br</strong> />

I , implicando em: =<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

Δ h<<strong>br</strong> />

(7.11)<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>, Δ = <strong>de</strong>slocamento horizontal<<strong>br</strong> />

F = força horizontal<<strong>br</strong> />

h = altura do pilar<<strong>br</strong> />

E = módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação longitudinal do <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

I = momento <strong>de</strong> inércia da seção transversal do pilar<<strong>br</strong> />

Portanto,<<strong>br</strong> />

3. E.<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

k = (7.12)<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> pilar <strong>de</strong> seção transversal variável:<<strong>br</strong> />

Δ =<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

M ⋅<<strong>br</strong> />

h ⋅ ⋅<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

M F x x F x<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

∫ dx<<strong>br</strong> />

(7.13)<<strong>br</strong> />

E I<<strong>br</strong> />

0 E I E 0 I<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

∫ dx = ∫ dx =<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

Portanto:<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

∫<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

(7.14)<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

dx<<strong>br</strong> />

I<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

M 0 M 1<<strong>br</strong> />

F 1<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

Δx<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

F.x<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

Fig. 7.2 Esforços gerados em pilares, <strong>com</strong> seção retangular constante e variável, submetidos a uma força horizontal.


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

125<<strong>br</strong> />

7.2.6. Pilar <strong>com</strong> aparelho <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene<<strong>br</strong> />

Δ = Δ +<<strong>br</strong> />

(7.15)<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

Δ n<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

F ⋅h<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

3⋅<<strong>br</strong> />

E ⋅ I<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>slocamento horizontal do topo do pilar (7.16)<<strong>br</strong> />

F ⋅ h<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

G ⋅ A<<strong>br</strong> />

= <strong>de</strong>slocamento horizontal do topo do neoprene (7.17)<<strong>br</strong> />

Portanto:<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

F ⋅hp<<strong>br</strong> />

Δ =<<strong>br</strong> />

3⋅<<strong>br</strong> />

E ⋅ I<<strong>br</strong> />

F ⋅hn<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

G ⋅ A<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

⎛ hp<<strong>br</strong> />

= F ⋅⎜<<strong>br</strong> />

⎝ 3⋅<<strong>br</strong> />

E ⋅ I<<strong>br</strong> />

h ⎞<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

+ ⎟<<strong>br</strong> />

G ⋅ A<<strong>br</strong> />

⎠<<strong>br</strong> />

(7.18)<<strong>br</strong> />

E<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

1 1 1<<strong>br</strong> />

k =<<strong>br</strong> />

= = =<<strong>br</strong> />

(7.19)<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

1 1<<strong>br</strong> />

p h +<<strong>br</strong> />

δ<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

+ δ<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

δ<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

3⋅<<strong>br</strong> />

E ⋅ I G ⋅ A k<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

kn<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

Δ p<<strong>br</strong> />

Δ n<<strong>br</strong> />

h n<<strong>br</strong> />

h p<<strong>br</strong> />

Fig. 7.3 Deslocamento em um pilar <strong>com</strong> aparelho <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene.


126<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

7.3. PONTES DE TABULEIRO RETO ORTOGONAL CONTÍNUO<<strong>br</strong> />

7.3.1. Efeito <strong>de</strong> uma força horizontal longitudinal<<strong>br</strong> />

Para o cálculo das reações nos apoios provocadas por uma força horizontal longitudinal<<strong>br</strong> />

aplicada no tabuleiro, po<strong>de</strong>-se supor que esse tabuleiro seja rígido, e que ocorre uma translação do<<strong>br</strong> />

tabuleiro ao longo do eixo longitudinal da ponte.<<strong>br</strong> />

Com essa hipótese, os <strong>de</strong>slocamento horizontais no topo <strong>de</strong> todos os apoios terão o mesmo<<strong>br</strong> />

valor, e as reações serão proporcionais à rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> cada apoio (Fig. 7.4).<<strong>br</strong> />

Para cada apoio i po<strong>de</strong>-se escrever:<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= (7.20)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

é a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> cada apoio na direção longitudinal<<strong>br</strong> />

Ri<<strong>br</strong> />

é a reação horizontal<<strong>br</strong> />

Δi<<strong>br</strong> />

é o <strong>de</strong>slocamento horizontal do topo do apoio.<<strong>br</strong> />

Como<<strong>br</strong> />

Δ i<<strong>br</strong> />

= Δ (igual em todos os apoios): Ri<<strong>br</strong> />

= Δ ⋅ki<<strong>br</strong> />

A condição <strong>de</strong> equilí<strong>br</strong>io permite escrever:<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

R1 + R2<<strong>br</strong> />

+ K+<<strong>br</strong> />

R n<<strong>br</strong> />

= ∑ R<<strong>br</strong> />

(7.21)<<strong>br</strong> />

Substituindo obtém-se:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

F = Ri<<strong>br</strong> />

= Δ ⋅ ki<<strong>br</strong> />

= Δ ⋅ ki<<strong>br</strong> />

ou<<strong>br</strong> />

Δ =<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

k i<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

(7.22)<<strong>br</strong> />

Portanto,<<strong>br</strong> />

F ki<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= Δ ⋅ ki<<strong>br</strong> />

= ⋅ ki<<strong>br</strong> />

= F ⋅<<strong>br</strong> />

(7.23)<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

i


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

127<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

Δ Δ Δ<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

R 1 R 2 R 3 R 4<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

Fig. 7.4 Efeito <strong>de</strong> uma força horizontal longitudinal aplicada num tabuleiro.<<strong>br</strong> />

7.3.2. Efeito <strong>de</strong> uma força horizontal transversal<<strong>br</strong> />

O cálculo po<strong>de</strong> ser feito <strong>com</strong> raciocínio análogo ao do caso anterior, consi<strong>de</strong>rando agora<<strong>br</strong> />

a rigi<strong>de</strong>z dos apoios na direção transversal, e além disso a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer também a<<strong>br</strong> />

rotação do tabuleiro.<<strong>br</strong> />

Então, sob a ação da força horizontal transversal, o tabuleiro rígido po<strong>de</strong>rá sofrer uma<<strong>br</strong> />

translação e uma rotação (Fig. 7.5). A rotação se dará em torno <strong>de</strong> um ponto que será<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>nominado centro elástico transversal (CET), que é o baricentro das rigi<strong>de</strong>zes dos apoios na<<strong>br</strong> />

direção transversal.<<strong>br</strong> />

x i<<strong>br</strong> />

C.E.T.<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

x 4<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

x 3<<strong>br</strong> />

x 2<<strong>br</strong> />

β<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

Δ 4<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

Δ 3 2 1<<strong>br</strong> />

R 1 R 2<<strong>br</strong> />

R 3 R 4<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

EM PLANTA<<strong>br</strong> />

α<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

F.x<<strong>br</strong> />

Fig. 7.5 Efeito <strong>de</strong> uma força horizontal transversal aplicada num tabuleiro.<<strong>br</strong> />

O CET po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong>terminado <strong>com</strong> o processo usual para cálculo <strong>de</strong> baricentro, isto é,<<strong>br</strong> />

impondo que:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

k ⋅ x = 0<<strong>br</strong> />

(7.24)<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

ti


128<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

kti<<strong>br</strong> />

é a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> cada apoio na direção transversal<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

é a distância <strong>de</strong> cada apoio ao CET<<strong>br</strong> />

Os <strong>de</strong>slocamentos Δ<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> cada apoio po<strong>de</strong>m ser divididos em duas parcelas: a primeira<<strong>br</strong> />

referente ao efeito da translação (α ) e o segunda ao efeito da rotação ( β ⋅ x ).<<strong>br</strong> />

Temos, portanto:<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

= α + β ⋅<<strong>br</strong> />

(7.25)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

x ti<<strong>br</strong> />

Logo,<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

= Δ ⋅k<<strong>br</strong> />

= ( α + β ⋅ x ) ⋅k<<strong>br</strong> />

(7.26)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

A condição <strong>de</strong> equilí<strong>br</strong>io <strong>de</strong> forças permite escrever:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

= Rti<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

F (7.27)<<strong>br</strong> />

Substituindo obtém-se:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

F = ( α + β ⋅ xti<<strong>br</strong> />

) ⋅kti<<strong>br</strong> />

= α ⋅ kti<<strong>br</strong> />

+ β ⋅ kti<<strong>br</strong> />

⋅ xti<<strong>br</strong> />

(7.28)<<strong>br</strong> />

Como:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

k ⋅ x = 0<<strong>br</strong> />

(7.29)<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

Resulta:<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

F = α ⋅∑kti<<strong>br</strong> />

ou α =<<strong>br</strong> />

(7.30)<<strong>br</strong> />

∑k ti<<strong>br</strong> />

A condição <strong>de</strong> equilí<strong>br</strong>io <strong>de</strong> momentos permite escrever:<<strong>br</strong> />

F ⋅ x = ∑ R ti<<strong>br</strong> />

⋅ x<<strong>br</strong> />

(7.31)<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong> x é a distância da força F ao CET.<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

Substituindo a expressão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

F ⋅ x =<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>duzida anteriormente, obtém-se:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

( α + β ⋅ xti<<strong>br</strong> />

) ⋅kti<<strong>br</strong> />

⋅ xti<<strong>br</strong> />

= α ⋅ kti<<strong>br</strong> />

⋅ xti<<strong>br</strong> />

+ β ⋅ kti<<strong>br</strong> />

⋅ xti<<strong>br</strong> />

(7.32)<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando a equação 7.29, a equação 7.32 fica:<<strong>br</strong> />

2 F ⋅ x<<strong>br</strong> />

F ⋅ x = β ⋅∑k ti<<strong>br</strong> />

⋅ x ti<<strong>br</strong> />

ou β = (7.33)<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

k ti<<strong>br</strong> />

⋅ x ti<<strong>br</strong> />


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

129<<strong>br</strong> />

Sendo:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

k ti<<strong>br</strong> />

= K e ∑k<<strong>br</strong> />

⋅ x<<strong>br</strong> />

2 = ti<<strong>br</strong> />

J<<strong>br</strong> />

(7.34)<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

Po<strong>de</strong>-se escrever:<<strong>br</strong> />

R<<strong>br</strong> />

ti<<strong>br</strong> />

⎛ F F ⋅ x ⎞<<strong>br</strong> />

= ⎜ + ⋅ xti<<strong>br</strong> />

⎟ ⋅kti<<strong>br</strong> />

(7.35)<<strong>br</strong> />

⎝ K J ⎠<<strong>br</strong> />

7.3.3. Efeito da <strong>de</strong>formação longitudinal do tabuleiro<<strong>br</strong> />

A ação da retração e fluência do <strong>concreto</strong>, da variação <strong>de</strong> temperatura, e da protensão,<<strong>br</strong> />

provoca a <strong>de</strong>formação do tabuleiro; os apoios que têm articulações fixas ou elásticas, se opõem a<<strong>br</strong> />

essa <strong>de</strong>formação resultando em reações e <strong>de</strong>slocamentos horizontais no topo <strong>de</strong>sses apoios.<<strong>br</strong> />

Os <strong>de</strong>slocamentos dos pontos do tabuleiro se processam nos dois sentidos da direção<<strong>br</strong> />

longitudinal, existindo portanto um ponto on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>slocamento será nulo; esse ponto é o baricentro<<strong>br</strong> />

das rigi<strong>de</strong>zes dos apoios na direção longitudinal, e que será <strong>de</strong>nominado Centro Elástico<<strong>br</strong> />

Longitudinal (CEL).<<strong>br</strong> />

O CEL po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> maneira análoga à <strong>de</strong>terminação do CET, apresentada<<strong>br</strong> />

anteriormente:<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

k ⋅ x = 0<<strong>br</strong> />

(7.36)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

é a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> cada apoio na direção longitudinal<<strong>br</strong> />

x<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

é a distância <strong>de</strong> cada apoio ao CEL<<strong>br</strong> />

O <strong>de</strong>slocamento<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

x i<<strong>br</strong> />

Δ<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> cada apoio é proporcional à distância x<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

:<<strong>br</strong> />

Δ = ε ⋅<<strong>br</strong> />

(7.37)<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>: ε = <strong>de</strong>formação específica do tabuleiro<<strong>br</strong> />

Portanto:<<strong>br</strong> />

R = Δ ⋅k<<strong>br</strong> />

= ε ⋅ x ⋅k<<strong>br</strong> />

(7.38)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i


130<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

x i<<strong>br</strong> />

x 0<<strong>br</strong> />

x 4<<strong>br</strong> />

x 1<<strong>br</strong> />

x 2 x 3<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

C.E.L.<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

Fig. 7.6 Efeito da <strong>de</strong>formação longitudinal do tabuleiro.<<strong>br</strong> />

7.4. PONTES DE TABULEIRO RETO ORTOGONAL DESCONTÍNUO<<strong>br</strong> />

7.4.1. Procedimento <strong>de</strong> cálculo<<strong>br</strong> />

O caso mais usual <strong>de</strong> ponte <strong>de</strong> tabuleiro reto ortogonal <strong>de</strong>scontínuo é aquele em que os tramos<<strong>br</strong> />

são simplesmente apoiados, constituídos normalmente <strong>de</strong> vigas pré-moldadas protendidas, apoiadas<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e os pilares, em articulações do tipo elástico (neoprene).<<strong>br</strong> />

Nesse caso, o cálculo das reações horizontais nos apoios po<strong>de</strong> ser por processo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

propagação, em que a ação aplicada no tabuleiro é distribuída entre os apoios, através <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

coeficientes <strong>de</strong> propagação que por sua vez, são obtidos a partir dos coeficientes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z dos<<strong>br</strong> />

apoios.<<strong>br</strong> />

7.4.2. Coeficientes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />

Os coeficientes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z utilizados no processo <strong>de</strong> cálculo são os seguintes (Fig. 7.7):<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

= rigi<strong>de</strong>z do neoprene à esquerda do apoio i<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

= rigi<strong>de</strong>z do neoprene à direita do apoio i<<strong>br</strong> />

= rigi<strong>de</strong>z do pilar do apoio i<<strong>br</strong> />

k = rigi<strong>de</strong>z global da estrutura à esquerda do apoio ( i +1)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

k = rigi<strong>de</strong>z global da estrutura à direita do apoio ( i −1)<<strong>br</strong> />

i


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

131<<strong>br</strong> />

Fig. 7.7 Coeficientes <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z.<<strong>br</strong> />

7.4.3. Coeficientes <strong>de</strong> propagação<<strong>br</strong> />

Os coeficientes <strong>de</strong> propagação utilizados no processo são os seguintes (Fig. 7.8):<<strong>br</strong> />

= i,<<strong>br</strong> />

i− 1<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

− 1<<strong>br</strong> />

α F<<strong>br</strong> />

(7.39)<<strong>br</strong> />

αi,i−1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= coeficiente <strong>de</strong> propagação do esforço para a esquerda<<strong>br</strong> />

Permite <strong>de</strong>terminar a força no topo <strong>de</strong> um apoio, conhecendo-se a força aplicada no topo do<<strong>br</strong> />

apoio vizinho que fica à sua direita.<<strong>br</strong> />

i,<<strong>br</strong> />

i+ 1<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

+ 1<<strong>br</strong> />

α (7.40)<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

αi,i+1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= coeficiente <strong>de</strong> propagação do esforço para a direita<<strong>br</strong> />

Permite <strong>de</strong>terminar a força no topo <strong>de</strong> um apoio, conhecendo-se a força aplicada no topo do<<strong>br</strong> />

apoio vizinho que fica à sua esquerda.<<strong>br</strong> />

Fig. 7.8 Coeficientes <strong>de</strong> propagação.


132<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

7.4.4. Cálculo <strong>de</strong> α<<strong>br</strong> />

i, i−1<<strong>br</strong> />

e k<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

Fig. 7.9 Esquema para o cálculo <strong>de</strong> α e k<<strong>br</strong> />

i, i−1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

.<<strong>br</strong> />

A partir do esquema apresentando na Fig. 7.9 po<strong>de</strong>mos escrever:<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

− 1<<strong>br</strong> />

α = i,<<strong>br</strong> />

i− 1<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

(7.41)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

−1 = ki<<strong>br</strong> />

−1<<strong>br</strong> />

⋅d<<strong>br</strong> />

(7.42)<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

= (7.43)<<strong>br</strong> />

p e<<strong>br</strong> />

d i<<strong>br</strong> />

− di<<strong>br</strong> />

Substituindo a expressão 7.43 em 7.42, tem-se:<<strong>br</strong> />

p e<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

− 1<<strong>br</strong> />

= ki<<strong>br</strong> />

− 1<<strong>br</strong> />

⋅(<<strong>br</strong> />

di<<strong>br</strong> />

− di<<strong>br</strong> />

)<<strong>br</strong> />

(7.44)<<strong>br</strong> />

Temos que:<<strong>br</strong> />

d = F / k<<strong>br</strong> />

(7.45)<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

d = F / k<<strong>br</strong> />

(7.46)<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

Substituindo as expressões 7.45 e 7.46 em 7.44:<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

⎛ F ⎞<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

−<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

= ki−<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

⎜ −<<strong>br</strong> />

⎟<<strong>br</strong> />

(7.47)<<strong>br</strong> />

p e<<strong>br</strong> />

⎝ ki<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

⎠<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

−<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

⎛ k ⎞<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

⋅ Fi<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

⎜ +<<strong>br</strong> />

−1<<strong>br</strong> />

−1<<strong>br</strong> />

−1 1 =<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

⎟<<strong>br</strong> />

(7.48)<<strong>br</strong> />

⎝ i ⎠ ki


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

133<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

⎛<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

k k ⎞<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i p<<strong>br</strong> />

F ⎜ ⎟<<strong>br</strong> />

i−1 ⋅ + = F<<strong>br</strong> />

e i<<strong>br</strong> />

(7.49)<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

⎝ −1<<strong>br</strong> />

i ⎠<<strong>br</strong> />

Temos que:<<strong>br</strong> />

F + F = F<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i−1 i i<<strong>br</strong> />

(7.50)<<strong>br</strong> />

F (7.51)<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= Fi<<strong>br</strong> />

− Fi<<strong>br</strong> />

−1<<strong>br</strong> />

Substituindo a expressão 7.48 em 7.47:<<strong>br</strong> />

⎛<<strong>br</strong> />

p p<<strong>br</strong> />

⎞<<strong>br</strong> />

⎜<<strong>br</strong> />

k k<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

F ⎟<<strong>br</strong> />

i−1 ⋅ + = F −<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

−1<<strong>br</strong> />

(7.52)<<strong>br</strong> />

⎝ ki−<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

⎠<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

⎛ k<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

⎞<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

⎝<<strong>br</strong> />

⎠<<strong>br</strong> />

p p<<strong>br</strong> />

⎜<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

⎟<<strong>br</strong> />

i−1 ⋅ 1 + + F<<strong>br</strong> />

e i<<strong>br</strong> />

(7.53)<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

−1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

1+<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

k k<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

(7.54)<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

α<<strong>br</strong> />

i,<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

= =<<strong>br</strong> />

(7.55)<<strong>br</strong> />

p p<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

1+<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

ki−<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> i = 0,1,2,<<strong>br</strong> />

K,<<strong>br</strong> />

e α 0 , on<strong>de</strong> n é o número <strong>de</strong> tramos.<<strong>br</strong> />

0 , −1<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

Substituindo a expressão 7.41 em 7.48:<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= Fi<<strong>br</strong> />

− Fi<<strong>br</strong> />

i , i −1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

(<<strong>br</strong> />

i , i−1<<strong>br</strong> />

⋅α = F ⋅ 1 − α )<<strong>br</strong> />

(7.56)<<strong>br</strong> />

Temos que:<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

p d ⎛ F ⎞<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= ki<<strong>br</strong> />

⋅( di<<strong>br</strong> />

+ di<<strong>br</strong> />

) = ki<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

⎜ +<<strong>br</strong> />

⎟<<strong>br</strong> />

(7.57)<<strong>br</strong> />

p d<<strong>br</strong> />

⎝ ki<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

⎠<<strong>br</strong> />

Substituindo 7.49 em 7.50:<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

⎛ Fi<<strong>br</strong> />

⋅( 1−α i i−<<strong>br</strong> />

F ⎞<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

= k ⋅<<strong>br</strong> />

⎜<<strong>br</strong> />

, 1)<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

⎟<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

⎝ ki<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

⎠<<strong>br</strong> />

(7.58)


134<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Logo,<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

1−α<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

i,<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

ou<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> i = 0,1,2,<<strong>br</strong> />

K , n −1.<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

1−α ,<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i i−1<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

(7.59)<<strong>br</strong> />

7.4.5. Cálculo <strong>de</strong> α<<strong>br</strong> />

i, i+<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

e K<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

De maneira análoga obtém-se:<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

i+<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

α<<strong>br</strong> />

i,<<strong>br</strong> />

i+<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

= =<<strong>br</strong> />

(7.60)<<strong>br</strong> />

p p<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

1+<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

ki+<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

ki<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> i = n, n −1,<<strong>br</strong> />

K,<<strong>br</strong> />

0 e α 0<<strong>br</strong> />

n, n+ 1<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

K<<strong>br</strong> />

i=<<strong>br</strong> />

1−α ,<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i i+1<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

k<<strong>br</strong> />

p<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> i = n, n −1,<<strong>br</strong> />

K,<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

(7.61)<<strong>br</strong> />

7.4.6. Roteiro <strong>de</strong> cálculo<<strong>br</strong> />

a) Determinar os coeficientes α<<strong>br</strong> />

i, i−1<<strong>br</strong> />

e k i<<strong>br</strong> />

a partir <strong>de</strong> α<<strong>br</strong> />

0 , −1<<strong>br</strong> />

= 0 alternadamente: k 0<<strong>br</strong> />

, α<<strong>br</strong> />

1, 0<<strong>br</strong> />

, k<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

,<<strong>br</strong> />

α<<strong>br</strong> />

2,1<<strong>br</strong> />

,..., k<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

, α<<strong>br</strong> />

1.<<strong>br</strong> />

n−<<strong>br</strong> />

n, n−<<strong>br</strong> />

b) Determinar os coeficientes α<<strong>br</strong> />

i, i+<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

e K<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

a partir <strong>de</strong> α<<strong>br</strong> />

n, n+ 1<<strong>br</strong> />

= 0 alternadamente: K<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

,<<strong>br</strong> />

α ,..., K<<strong>br</strong> />

1, α<<strong>br</strong> />

0, 1<<strong>br</strong> />

.<<strong>br</strong> />

n−2,<<strong>br</strong> />

n−1<<strong>br</strong> />

α , K<<strong>br</strong> />

1,<<strong>br</strong> />

n −1,<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

n−<<strong>br</strong> />

c) No caso <strong>de</strong> força horizontal longitudinal F no tramo i :<<strong>br</strong> />

- distribuir a força F entre os apoios do tramo i (Fig. 7.10):<<strong>br</strong> />

d ki−<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

e Ki<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

−1 = ⋅ F e Fi<<strong>br</strong> />

= ⋅ F<<strong>br</strong> />

k + K<<strong>br</strong> />

k + K<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

(7.62)<<strong>br</strong> />

- propagar<<strong>br</strong> />

- propagar<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

−<<strong>br</strong> />

para a esquerda utilizando os coeficientes <strong>de</strong> propagação α<<strong>br</strong> />

i, i−1<<strong>br</strong> />

:<<strong>br</strong> />

F para a direita utilizando os coeficientes <strong>de</strong> propagação α<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

:<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i, i+


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

135<<strong>br</strong> />

Fig. 7.10 Distribuição da força F entre os apoios do tramo i.<<strong>br</strong> />

d) No caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação ε do tramo i :<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong>terminar (Fig. 7.11):<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

= −F<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

ε ⋅l<<strong>br</strong> />

⋅ki−<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

⋅ K<<strong>br</strong> />

= −<<strong>br</strong> />

k + K<<strong>br</strong> />

i−1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

(7.63)<<strong>br</strong> />

- propagar<<strong>br</strong> />

d<<strong>br</strong> />

Fi<<strong>br</strong> />

− 1<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

F<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o no caso anterior.<<strong>br</strong> />

Fig. 7.11 Deformação ε no tramo i.<<strong>br</strong> />

7.5 DIMENSIONAMENTO DE APARELHOS DE APOIO DE NEOPRENE<<strong>br</strong> />

O dimensionamento <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene consiste em:<<strong>br</strong> />

- fixar as dimensões em planta (a e b)<<strong>br</strong> />

- estabelecer a espessura da placa ou das placas<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong>terminar o número <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> neoprene (para neoprene cintado)


136<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

- verificar as diversas condições <strong>de</strong> segurança.<<strong>br</strong> />

As verificações as serem feitas são:<<strong>br</strong> />

- pressão <strong>de</strong> contato<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> <strong>com</strong>pressão (afundamento do apoio)<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> cisalhamento (limite <strong>de</strong> distorção)<<strong>br</strong> />

- limitação da tensão <strong>de</strong> cisalhamento<<strong>br</strong> />

- segurança ao <strong>de</strong>slizamento<<strong>br</strong> />

- condição <strong>de</strong> não levantamento da borda menos carregada<<strong>br</strong> />

- condição <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

- resistência das chapas <strong>de</strong> aço<<strong>br</strong> />

Nos casos usuais, faz-se inicialmente o pré-dimensionamento, e em seguida são feitas as<<strong>br</strong> />

verificações.<<strong>br</strong> />

7.5.1. Pré-dimensionamento<<strong>br</strong> />

7.5.1.1 Dimensões em planta (Fig. 7.12)<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

max<<strong>br</strong> />

a ⋅ b ≥<<strong>br</strong> />

(7.64)<<strong>br</strong> />

σ<<strong>br</strong> />

adm<<strong>br</strong> />

Com: σ<<strong>br</strong> />

adm<<strong>br</strong> />

= 7MPa<<strong>br</strong> />

para neoprene simples e σ<<strong>br</strong> />

adm<<strong>br</strong> />

= 11MPa<<strong>br</strong> />

para neoprene cintado.<<strong>br</strong> />

Fig. 7.12 Aparelho <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene: dimensões em planta.


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

137<<strong>br</strong> />

7.5.1.2 Altura do neoprene<<strong>br</strong> />

h = (7.65)<<strong>br</strong> />

2⋅<<strong>br</strong> />

aH1<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>: a<<strong>br</strong> />

H1<<strong>br</strong> />

= <strong>de</strong>slocamento horizontal provocado pelas ações <strong>de</strong> aplicação lenta (retração,<<strong>br</strong> />

fluência, temperatura).<<strong>br</strong> />

7.5.2 Verificações<<strong>br</strong> />

7.5.2.1 Limite da <strong>de</strong>formação por <strong>com</strong>pressão (afundamento)<<strong>br</strong> />

A variação da altura da almofada po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada por:<<strong>br</strong> />

σ ⋅h<<strong>br</strong> />

Δ h = n ⋅<<strong>br</strong> />

(7.66)<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

m 1<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

4⋅G<<strong>br</strong> />

⋅ B + 3⋅σ<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

n = número <strong>de</strong> placas<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

σ<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

= N / A <strong>com</strong> N N<<strong>br</strong> />

max<<strong>br</strong> />

( = N g + q<<strong>br</strong> />

)<<strong>br</strong> />

h1<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

= e A = ( a − aH ) ⋅b<<strong>br</strong> />

= espessura <strong>de</strong> cada camada <strong>de</strong> neoprene<<strong>br</strong> />

G = módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação transversal do neoprene<<strong>br</strong> />

a ⋅b<<strong>br</strong> />

B = (fator <strong>de</strong> forma)<<strong>br</strong> />

2⋅h<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

⋅(<<strong>br</strong> />

a + b)<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>formação por <strong>com</strong>pressão <strong>de</strong>ve ser limitada a 15%, ou seja:<<strong>br</strong> />

Δh<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

< 0,15<<strong>br</strong> />

logo:<<strong>br</strong> />

Δh<<strong>br</strong> />

< 0 , 15⋅h<<strong>br</strong> />

(7.67)<<strong>br</strong> />

7.5.2.2 Limite da <strong>de</strong>formação por cisalhamento (Fig. 7.13)<<strong>br</strong> />

aH<<strong>br</strong> />

tg( γ ) = < 0,7 ou aH<<strong>br</strong> />

= aH1 + aH<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

< 0, 7⋅h<<strong>br</strong> />

(7.68)<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>: aH 2<<strong>br</strong> />

= <strong>de</strong>slocamento horizontal provocado pelas ações aci<strong>de</strong>ntais <strong>de</strong> curta duração (ações<<strong>br</strong> />

“instantâneas”): frenagem, aceleração, vento, etc.<<strong>br</strong> />

Com:<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

a = H<<strong>br</strong> />

. h<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

(2. G).<<strong>br</strong> />

A<<strong>br</strong> />

(7.69)


138<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

Cabe salientar que o limite indicado na norma NBR 9062 (Projeto e execução <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> pré-moldado) é 0,5 em vez <strong>de</strong> 0,7 aqui utilizado.<<strong>br</strong> />

Fig. 7.13 Aparelho <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> neoprene: limite da <strong>de</strong>formação por cisalhamento.<<strong>br</strong> />

7.5.2.3 Limitação da tensão <strong>de</strong> cisalhamento<<strong>br</strong> />

Deve ser satisfeita a seguinte relação:<<strong>br</strong> />

τ + τ + < 5⋅G<<strong>br</strong> />

(7.70)<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

τ θ<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

1,5 ⋅(<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

+ 1,5 ⋅ N<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

)<<strong>br</strong> />

τ<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

(7.71)<<strong>br</strong> />

B ⋅ a ⋅b<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

G ⋅a<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

H1 + 0, 5⋅<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

τ<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

= =<<strong>br</strong> />

(7.72)<<strong>br</strong> />

h a ⋅b<<strong>br</strong> />

τ θ<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

G ⋅a<<strong>br</strong> />

= ⋅(<<strong>br</strong> />

tg(<<strong>br</strong> />

θ<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

) + 1,5 ⋅tg(<<strong>br</strong> />

θq<<strong>br</strong> />

))<<strong>br</strong> />

(7.73)<<strong>br</strong> />

2⋅h<<strong>br</strong> />

⋅h<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

Observações:<<strong>br</strong> />

- estas expressões <strong>de</strong>vem ser aplicadas para cada camada <strong>de</strong> neoprene e também são válidas<<strong>br</strong> />

para almofada simples.<<strong>br</strong> />

- <strong>de</strong>ve ser verificada também a atuação <strong>de</strong> carga permanente isoladamente.<<strong>br</strong> />

- no caso <strong>de</strong> elementos pré-moldados é re<strong>com</strong>endada a adoção <strong>de</strong> uma rotação inicial <strong>de</strong>vida à<<strong>br</strong> />

imprecisão <strong>de</strong> montagem θ<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

= 0,01rad<<strong>br</strong> />

que <strong>de</strong>verá ser somada às parcelas para o cálculo <strong>de</strong> τ<<strong>br</strong> />

θ<<strong>br</strong> />

.


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

139<<strong>br</strong> />

7.5.2.4 Segurança contra o <strong>de</strong>slizamento<<strong>br</strong> />

Devem ser satisfeitas as seguintes condições:<<strong>br</strong> />

a) H < μ ⋅ N<<strong>br</strong> />

0,6<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong>: μ = 0,1 + <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

Com:<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

σ m<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

σ<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

em MPa.<<strong>br</strong> />

Ou<<strong>br</strong> />

σ '<<strong>br</strong> />

= N g<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

A<<strong>br</strong> />

H = e N = N<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

(7.74)<<strong>br</strong> />

Sendo:<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

+ N<<strong>br</strong> />

' g q<<strong>br</strong> />

σ<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

A<<strong>br</strong> />

H = H 1<<strong>br</strong> />

+ H e N = N g<<strong>br</strong> />

+ N<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

(7.75)<<strong>br</strong> />

G ⋅ A<<strong>br</strong> />

H1 = aH1<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

(7.76)<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

= força horizontal <strong>de</strong>vida às cargas instantâneas.<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

min ⎞<<strong>br</strong> />

b) ⎜<<strong>br</strong> />

⎛ a ≥ 1 + ⎟ em MPa<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

A ⎝ b ⎠<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

Para almofadas cintadas <strong>de</strong>ve-se ter:<<strong>br</strong> />

min 2MPa<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

A<<strong>br</strong> />

≥ .<<strong>br</strong> />

Se os limites a) e b) não forem obe<strong>de</strong>cidos, <strong>de</strong>ve-se empregar xxx positivos que impeçam o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>slocamento da almofada.<<strong>br</strong> />

7.5.2.5 Condição <strong>de</strong> não levantamento da borda menos carregada<<strong>br</strong> />

a) Almofada simples<<strong>br</strong> />

a)<<strong>br</strong> />

2⋅h<<strong>br</strong> />

( θ ) < <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

tg g<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

h ⋅σ<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

h1<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

10⋅G<<strong>br</strong> />

⋅ B + 2⋅σ<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

σ N<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

( a − a ) ⋅b<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

a ⋅b<<strong>br</strong> />

B = (7.77)<<strong>br</strong> />

2⋅h<<strong>br</strong> />

⋅(<<strong>br</strong> />

a + b)


140<<strong>br</strong> />

Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

2⋅h2<<strong>br</strong> />

b) tg(<<strong>br</strong> />

θ<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

) + 1,5 ⋅tg(<<strong>br</strong> />

θq<<strong>br</strong> />

) ≤ <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

h ⋅σ<<strong>br</strong> />

g+<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

10⋅G<<strong>br</strong> />

⋅ B + 2⋅σ<<strong>br</strong> />

g+<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

σ N<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

+ N<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

g+<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

( a − a ) ⋅b<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

H<<strong>br</strong> />

a ⋅b<<strong>br</strong> />

B = (7.78)<<strong>br</strong> />

2⋅h<<strong>br</strong> />

⋅(<<strong>br</strong> />

a + b)<<strong>br</strong> />

b) Almofada cintadas<<strong>br</strong> />

a)<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

6⋅<<strong>br</strong> />

h1<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

tg(θ g<<strong>br</strong> />

) ≤ <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

1 i<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

4⋅G<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

h ⋅σ<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Bi<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

+ 3⋅σ<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

a ⋅b<<strong>br</strong> />

B =<<strong>br</strong> />

2⋅hi ⋅(<<strong>br</strong> />

a + b)<<strong>br</strong> />

e σ<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

: tem o mesmo significado do caso anterior<<strong>br</strong> />

(7.79)<<strong>br</strong> />

b)<<strong>br</strong> />

∑<<strong>br</strong> />

6⋅<<strong>br</strong> />

h2i<<strong>br</strong> />

tg( θ<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

) + 1,5 ⋅tg(<<strong>br</strong> />

θq<<strong>br</strong> />

) ≤ <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

2 i<<strong>br</strong> />

=<<strong>br</strong> />

4⋅G<<strong>br</strong> />

⋅<<strong>br</strong> />

h ⋅σ<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Bi<<strong>br</strong> />

g+<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

+ 3⋅σ<<strong>br</strong> />

g+<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

7.5.2.6 Verificação da estabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Dispensa-se a verificação da estabilida<strong>de</strong> da almofada se h < a / 5.<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

Se esta condição não for satisfeita, a verificação po<strong>de</strong> ser feita <strong>com</strong>: σ<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

2⋅a<<strong>br</strong> />

< ⋅G<<strong>br</strong> />

⋅ B 3 ⋅h<<strong>br</strong> />

7.5.2.7 Verificação das chapas <strong>de</strong> aço<<strong>br</strong> />

h<<strong>br</strong> />

s<<strong>br</strong> />

'<<strong>br</strong> />

a ⋅σ<<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

≥<<strong>br</strong> />

B ⋅σ<<strong>br</strong> />

s<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>: σ<<strong>br</strong> />

s<<strong>br</strong> />

= 150MPa<<strong>br</strong> />

(tensão admissível do aço)<<strong>br</strong> />

(7.80)<<strong>br</strong> />

As chapas externas po<strong>de</strong>m ficar <strong>com</strong> meta<strong>de</strong> da espessura calculada, geralmente elas têm a<<strong>br</strong> />

espessura mínima <strong>de</strong> 2mm.


Cap. 7 Esforços nos Apoios das Pontes<<strong>br</strong> />

141<<strong>br</strong> />

7.5.2.8 Módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação transversal do neoprene<<strong>br</strong> />

Não sendo conhecido o valor do módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação transversal do neoprene G, obtido<<strong>br</strong> />

através <strong>de</strong> ensaio experimental, po<strong>de</strong>m ser adotados os valores da tabela a seguir, em função da<<strong>br</strong> />

dureza Shore A.<<strong>br</strong> />

Tabela 7.1 Módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação transversal do neoprene em função da dureza Shore A.<<strong>br</strong> />

Dureza Shore A 50 60 70<<strong>br</strong> />

Módulo G (MPa) 0,8 1 1,2<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

ABNT. NB 9062 – Projeto e execução <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> pré-moldado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1985.<<strong>br</strong> />

BRAGA, W. A. Aparelhos <strong>de</strong> apoio das estruturas. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 1986.<<strong>br</strong> />

D’ANDREA, V., ISHITANI, H. Distribuição dos esforços horizontais <strong>pontes</strong> em viga reta.<<strong>br</strong> />

Estrutura, Rio <strong>de</strong> Janeiro, nº 74, pg 33-57, 19xx.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. Construções <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>: princípios básicos da construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>, vol. 6, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Interciencia, 1979.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Pontes em <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora,<<strong>br</strong> />

1979.


8. PROCESSOS CONSTRUTIVOS<<strong>br</strong> />

8.1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Os processos <strong>de</strong> construção das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> são aqui apresentados visando<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plementar as informações vistas sumariamente no capítulo 1.<<strong>br</strong> />

Pela importância, tanto <strong>com</strong>o processo construtivo, <strong>com</strong>o pela influência no arranjo estrutural<<strong>br</strong> />

e na avaliação dos esforços solicitantes durante a fase construtiva, o assunto recebe um tratamento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ntro da tecnologia da construção das <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

Destaca-se ainda que nesta apresentação dos processos construtivos serão vistos os aspectos<<strong>br</strong> />

gerais <strong>de</strong> cada um dos processos não se pren<strong>de</strong>ndo a <strong>de</strong>talhes específicos.<<strong>br</strong> />

Os processos construtivos das <strong>pontes</strong> po<strong>de</strong>m ser classificados da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

• Moldagem no local:<<strong>br</strong> />

a) <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento fixo;<<strong>br</strong> />

b) <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel para todo o tabuleiro;<<strong>br</strong> />

c) <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel para vigas isoladas;<<strong>br</strong> />

d) <strong>com</strong> balanços sucessivos;<<strong>br</strong> />

• Pré-moldados (parcial ou total):<<strong>br</strong> />

e) <strong>com</strong> elementos que vencem todo o vão;<<strong>br</strong> />

f) <strong>com</strong> elementos menores que os vãos;<<strong>br</strong> />

g) <strong>com</strong> balanços sucessivos;<<strong>br</strong> />

h) <strong>com</strong> aduelas montadas so<strong>br</strong>e cim<strong>br</strong>amento;<<strong>br</strong> />

i) <strong>com</strong> <strong>de</strong>slocamentos sucessivos.<<strong>br</strong> />

Para os processos construtivos <strong>com</strong> moldagem no local, o cim<strong>br</strong>amento - estrutura <strong>de</strong> suporte<<strong>br</strong> />

das fôrmas - po<strong>de</strong> ser fixo ou móvel.<<strong>br</strong> />

O cim<strong>br</strong>amento é consi<strong>de</strong>rado fixo quando após a sua utilização, ele <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>smontado,<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ndo ou não ser reutilizado em outras partes da ponte.


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

143<<strong>br</strong> />

O cim<strong>br</strong>amento é consi<strong>de</strong>rado móvel quando existem dispositivos que permitem <strong>de</strong>slocar o<<strong>br</strong> />

cim<strong>br</strong>amento, sem <strong>de</strong>smontá-lo, após a <strong>de</strong>smoldagem <strong>de</strong> um segmento ou tramo da ponte.<<strong>br</strong> />

Os cim<strong>br</strong>amentos po<strong>de</strong>m ainda ser classificados em:<<strong>br</strong> />

• cim<strong>br</strong>amento <strong>com</strong> apoios intermediários;<<strong>br</strong> />

• cim<strong>br</strong>amento sem apoios intermediários.<<strong>br</strong> />

Normalmente os cim<strong>br</strong>amentos fixos têm apoios intermediários enquanto que nos<<strong>br</strong> />

cim<strong>br</strong>amentos móveis é mais <strong>com</strong>um o caso sem apoios intermediários.<<strong>br</strong> />

Em razão <strong>de</strong> características <strong>com</strong>uns, os processos construtivos serão enquadrados nesta<<strong>br</strong> />

apresentação da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

• moldagem no local <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento fixo (a);<<strong>br</strong> />

• pré-moldagem <strong>com</strong> elementos que vencem todo o vão e suas variações (c, e, f);<<strong>br</strong> />

• balanços sucessivos (d, g);<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong>slocamentos sucessivos (i);<<strong>br</strong> />

• moldagem no local <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel (b).<<strong>br</strong> />

Note-se que nesta nova classificação os casos (c), (e) e (f) estão agrupados no mesmo item, o<<strong>br</strong> />

mesmo ocorrendo <strong>com</strong> os casos (d) e (g). A justificativa para este procedimento será vista quando<<strong>br</strong> />

da apresentação <strong>de</strong>sses processos construtivos.<<strong>br</strong> />

No caso do emprego <strong>de</strong> aduelas pré-moldadas so<strong>br</strong>e cim<strong>br</strong>amento, este po<strong>de</strong> ser fixo ou<<strong>br</strong> />

móvel.<<strong>br</strong> />

8.2. CONCRETO MOLDADO NO LOCAL COM CIMBRAMENTO FIXO<<strong>br</strong> />

Trata-se do processo construtivo mais antigo e que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> tradicional.<<strong>br</strong> />

O cim<strong>br</strong>amento <strong>de</strong>ve ser seguro e garantir as dimensões previstas no projeto, <strong>de</strong> forma que o<<strong>br</strong> />

emprego <strong>de</strong> fundações provisórias para o cim<strong>br</strong>amento é <strong>com</strong>um.<<strong>br</strong> />

O cim<strong>br</strong>amento <strong>de</strong>ve ser projetado para suportar o peso do <strong>concreto</strong> fresco e as so<strong>br</strong>ecargas<<strong>br</strong> />

provenientes <strong>de</strong> pessoas e <strong>de</strong> equipamentos a serem empregados na construção.<<strong>br</strong> />

Além disso, o cim<strong>br</strong>amento <strong>de</strong>ve ser projetado <strong>de</strong> forma a não perturbar <strong>de</strong>masiadamente as<<strong>br</strong> />

condições <strong>de</strong> tráfego ou <strong>de</strong> escoamento da área no local <strong>de</strong> implantação.<<strong>br</strong> />

Embora seja <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> tradicional, este processo po<strong>de</strong> apresentar variações, conforme se<<strong>br</strong> />

trate <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em viga, em pórtico, ou em arco, e em função das condições <strong>de</strong> implantação da o<strong>br</strong>a.<<strong>br</strong> />

Um exemplo <strong>de</strong> ponte construída <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento especial é a Ponte <strong>de</strong> Amiza<strong>de</strong> so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />

Rio Paraná (Fig. 8.1 e Fig. 8.2), na qual foi utilizado um arco metálico em treliça, construído em<<strong>br</strong> />

balanços sucessivos, para servir <strong>de</strong> cim<strong>br</strong>e para a moldagem <strong>de</strong> arco <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> da ponte.<<strong>br</strong> />

Para um estudo mais profundo so<strong>br</strong>e os cim<strong>br</strong>amentos das estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> po<strong>de</strong>-se<<strong>br</strong> />

consultar PFEIL (1987).<<strong>br</strong> />

No passado não muito longínquo, empregava-se quase que exclusivamente a ma<strong>de</strong>ira na<<strong>br</strong> />

execução do cim<strong>br</strong>amento. Hoje em dia é cada vez mais freqüente o emprego do cim<strong>br</strong>amento


144<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

metálico. Existem firmas especializadas no fornecimento <strong>de</strong> elementos para a montagem <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cim<strong>br</strong>amento, mediante aluguel ou mesmo venda.<<strong>br</strong> />

Depen<strong>de</strong>ndo das condições do local <strong>de</strong> implantação da o<strong>br</strong>a, o cim<strong>br</strong>amento po<strong>de</strong> se tornar<<strong>br</strong> />

um dos principais problemas na construção da o<strong>br</strong>a, o que acarretou o aparecimento <strong>de</strong> técnicas que<<strong>br</strong> />

contornam as dificulda<strong>de</strong>s provocadas pelo cim<strong>br</strong>amento convencional, e portanto reduzem o custo<<strong>br</strong> />

da construção, conforme serão vistas a seguir.<<strong>br</strong> />

Arco biengastado <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> <strong>com</strong> vão <strong>de</strong> 290m<<strong>br</strong> />

Fig. 8.1 Ponte da Amiza<strong>de</strong> so<strong>br</strong>e o Rio Paraná – 1962. Fonte: VASCONCELOS (1985).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

145<<strong>br</strong> />

A ilustração fixa a<<strong>br</strong> />

seqüência da montagem<<strong>br</strong> />

do cim<strong>br</strong>e metálico. Os<<strong>br</strong> />

pilones e os escoramentos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>concreto</strong> foram o<<strong>br</strong> />

início, permitindo, <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

auxílio <strong>de</strong> um "blondin",<<strong>br</strong> />

instalar guinchos e<<strong>br</strong> />

guindastes móveis. Estes<<strong>br</strong> />

retiraram <strong>de</strong> um flutuante<<strong>br</strong> />

as primeiras seções do<<strong>br</strong> />

arco pré-montadas. A<<strong>br</strong> />

montagem prosseguiu em<<strong>br</strong> />

balanços sucessivos<<strong>br</strong> />

através <strong>de</strong> torres<<strong>br</strong> />

provisórias e <strong>de</strong> cabos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aço.<<strong>br</strong> />

Esquema <strong>de</strong> montagem do cim<strong>br</strong>e metálico<<strong>br</strong> />

Fig. 8.2 Ponte da Amiza<strong>de</strong> so<strong>br</strong>e o Rio Paraná – 1962. Fonte: Revista O Dirigente Construtor - Março/1965.


146<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

8.3. ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS QUE VENCEM TODO O VÃO E SUAS<<strong>br</strong> />

VARIAÇÕES<<strong>br</strong> />

Este processo construtivo consiste no emprego <strong>de</strong> elementos pré-moldados que, geralmente,<<strong>br</strong> />

tem o <strong>com</strong>primento suficiente para vencer os vãos da ponte, <strong>de</strong> forma a dispensar o cim<strong>br</strong>amento.<<strong>br</strong> />

A idéia básica é subdividir o tabuleiro em faixas longitudinais (no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje), ou<<strong>br</strong> />

em vigas longitudinais (no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas), as quais serão unidas por <strong>concreto</strong> moldado no<<strong>br</strong> />

local, e em geral protendidas transversalmente.<<strong>br</strong> />

No caso das <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas, via <strong>de</strong> regra, as lajes são moldadas no local, visando a redução<<strong>br</strong> />

do peso dos elementos pré-moldados; as formas das lajes ficam neste caso escoradas nos próprios<<strong>br</strong> />

elementos pré-moldados.<<strong>br</strong> />

Os elementos pré-moldados po<strong>de</strong>m ser executados em fá<strong>br</strong>icas ou mesmo em instalações<<strong>br</strong> />

a<strong>de</strong>quadas junto ao local <strong>de</strong> implantação da ponte. Embora seja um mercado pouco explorado,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>parado <strong>com</strong> países mais <strong>de</strong>senvolvidos, existem empresas no Brasil que fornecem elementos<<strong>br</strong> />

pré-moldados para a execução <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> laje <strong>com</strong> vãos não muito gran<strong>de</strong>s, <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

possibilida<strong>de</strong>s do seu transporte.<<strong>br</strong> />

Um dos principais condicionantes neste tipo <strong>de</strong> execução são os equipamentos <strong>de</strong> elevação e<<strong>br</strong> />

transporte para a colocação dos elementos pré-moldados no local <strong>de</strong>finitivo, os quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

fundamentalmente do peso <strong>de</strong>sses elementos.<<strong>br</strong> />

A Fig. 8.3 ilustra algumas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> colocação dos elementos pré-moldados. As<<strong>br</strong> />

alternativas mais empregadas são, o uso <strong>de</strong> guindastes quando o seu acesso no local é possível, e o<<strong>br</strong> />

uso <strong>de</strong> treliça <strong>de</strong> lançamento que se apoiam em partes já executadas da ponte (normalmente as<<strong>br</strong> />

travessas <strong>de</strong> apoio). A segunda alternativa é mais indicada quando se tem uma sucessão <strong>de</strong> tramos<<strong>br</strong> />

iguais. Segundo LEONHARDT (1979), já foram executadas <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> vigas pré-moldadas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

53m pesando 2.000 kN (200 tf), montadas por meio <strong>de</strong> treliças.<<strong>br</strong> />

Com o processo em epígrafe foi construída a primeira o<strong>br</strong>a em <strong>concreto</strong> protendido do Brasil:<<strong>br</strong> />

a Ponte do Galeão so<strong>br</strong>e a Baía <strong>de</strong> Guanabara (Fig. 8.3), construída em 1949, tem quinze tramos<<strong>br</strong> />

simplesmente apoiados, e seção transversal formada por <strong>de</strong>zenove vigas pré-moldadas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

protendido colocadas uma ao lado da outra; o transporte e a colocação das vigas foram feitos por<<strong>br</strong> />

meio <strong>de</strong> dois guindastes flutuantes.<<strong>br</strong> />

Quando o <strong>com</strong>primento da ponte é muito gran<strong>de</strong> e portanto possui muitos vãos, o lançamento<<strong>br</strong> />

das vigas por meio <strong>de</strong> treliça, nas posições mais distantes fica muito moroso. Para essas situações,<<strong>br</strong> />

existe a alternativa apresentada em LEONHARDT (1979), <strong>de</strong> executar as vigas na sua posição<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finitiva, <strong>com</strong> o auxílio <strong>de</strong> treliças e pórticos que substituem o cim<strong>br</strong>amento convencional (Fig.<<strong>br</strong> />

8.5); neste processo utiliza-se ainda a cura térmica que possibilita realizar uma protensão parcial dos<<strong>br</strong> />

elementos 24 horas após a sua moldagem, po<strong>de</strong>ndo resultar num processo mais vantajoso que o<<strong>br</strong> />

emprego <strong>de</strong> elementos pré-moldados.<<strong>br</strong> />

Nesse processo, po<strong>de</strong>-se dizer que há a substituição dos elementos pré-moldados fora do local<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finitivo, por elementos moldados no local, porém são mantidas as principais características do<<strong>br</strong> />

processo construtivo, <strong>com</strong>o por exemplo, a execução da laje moldada so<strong>br</strong>e as vigas já executadas,<<strong>br</strong> />

o que justifica reunir os dois processos no mesmo grupo.


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

147<<strong>br</strong> />

Fig. 8.3 Procedimentos para montagem <strong>de</strong> vigas pré-moldadas. Fonte: FERNANDEZ CASADO (1965).


148<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

15 tramos simplesmente apoiados<<strong>br</strong> />

(1x43,40 + 2x37,20 + 2x28,30 +<<strong>br</strong> />

10x19,40 = 368,40m)<<strong>br</strong> />

19 vigas pré-moldadas por tramo -<<strong>br</strong> />

Sistema Freyssinet <strong>de</strong> protensão<<strong>br</strong> />

Primeira o<strong>br</strong>a <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido<<strong>br</strong> />

no Brasil<<strong>br</strong> />

Fig. 8.4 Ponte do Galeão so<strong>br</strong>e a Baía <strong>de</strong> Guanabara – 1949. Fonte: VASCONCELOS (1985).<<strong>br</strong> />

Uma variante, ainda <strong>com</strong> elementos pré-moldados, que vem ganhando impulso nos Estados<<strong>br</strong> />

Unidos é <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> elementos menores que o vão e que são emendados, no local ou no<<strong>br</strong> />

canteiro, para co<strong>br</strong>ir vãos maiores que os cobertos <strong>com</strong> os que vencem todo o vão da ponte. Tratase<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> um processo que as vigas são segmentas, ou seja, feitas em pedaços. Nestes casos, fazem-se<<strong>br</strong> />

uso da pré-tração, para as fases <strong>de</strong> transporte e montagem, e da pós-tração para realizar as emendas<<strong>br</strong> />

e para o atendimento dos estados limites nas várias seções ao longo do vão. Na Fig. 8.6 está<<strong>br</strong> />

mostrada uma aplicação <strong>de</strong>sta alternativa.


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

149<<strong>br</strong> />

Fig. 8.5 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> vigas moldadas no local. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

195,68 m<<strong>br</strong> />

14,35 m<<strong>br</strong> />

59,74 m 76,20 m<<strong>br</strong> />

59,74 m<<strong>br</strong> />

43,18 16,23 16,23 43,18 16,23 16,23<<strong>br</strong> />

43,18<<strong>br</strong> />

0,30 0,30 0,30 0,30<<strong>br</strong> />

1,38 4 x 2,90 = 11,58 1,38<<strong>br</strong> />

a ) esquema longitudinal<<strong>br</strong> />

b ) seção transversal da ponte<<strong>br</strong> />

elemento tipo 1<<strong>br</strong> />

elemento tipo 2<<strong>br</strong> />

1219<<strong>br</strong> />

50<<strong>br</strong> />

1 - montagem dos elementos pré-moldados<<strong>br</strong> />

cim<strong>br</strong>amento<<strong>br</strong> />

2 - colocação da armadura <strong>de</strong> protensão e concretagem das ligações<<strong>br</strong> />

3 - protensão <strong>de</strong> 2/3 dos cabos e concretagem da laje<<strong>br</strong> />

4 - protensão <strong>de</strong> 1/3 dos cabos<<strong>br</strong> />

1828 mm<<strong>br</strong> />

178<<strong>br</strong> />

761<<strong>br</strong> />

178<<strong>br</strong> />

178<<strong>br</strong> />

1397<<strong>br</strong> />

elemento tipo 1 elemento tipo 2<<strong>br</strong> />

3048 mm<<strong>br</strong> />

c ) esquema <strong>de</strong> montagem e disposição<<strong>br</strong> />

da armadura pós-tracionada<<strong>br</strong> />

d ) seção transversal das vigas<<strong>br</strong> />

Fig. 8.6 Exemplo <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> elementos menores que o vão em ponte em viga contínua. Fonte: JANSSEN &<<strong>br</strong> />

SPAANS, L. (994).


150<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

8.4. BALANÇOS SUCESSIVOS<<strong>br</strong> />

A idéia <strong>de</strong> se construir <strong>pontes</strong> ou mesmo outros tipos <strong>de</strong> estruturas, a partir dos apoios não é<<strong>br</strong> />

nova, pois já existia na antiguida<strong>de</strong>, <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e pedra, conforme ilustra a Fig. 8.7.<<strong>br</strong> />

Fig. 8.7 Esquema ilustrativo <strong>de</strong> construção em balanços sucessivos <strong>com</strong> ma<strong>de</strong>ira. Fonte: MATHIVAT (1980).<<strong>br</strong> />

O princípio do processo é simples: consiste em executar a ponte em segmentos, cada<<strong>br</strong> />

segmento apoiando-se no segmento anterior já executado, <strong>de</strong> forma progressiva, a partir dos apoios,<<strong>br</strong> />

até co<strong>br</strong>ir todo o vão.<<strong>br</strong> />

É atribuída ao Engenheiro Emílio Baumgart, a construção da primeira ponte em <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

empregando esta técnica. Trata-se da ponte so<strong>br</strong>e o rio do Peixe ligando as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Herval do<<strong>br</strong> />

Oeste e Joaçaba em Santa Catarina, construída em 1930, <strong>com</strong> um vão central <strong>de</strong> 68m (Fig. 8.8). Esta<<strong>br</strong> />

ponte foi <strong>de</strong>struída pela enchente que ocorreu na região em 1983.<<strong>br</strong> />

Posteriormente, <strong>com</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido, no início da<<strong>br</strong> />

década <strong>de</strong> 1950, o processo teve um gran<strong>de</strong> impulso, principalmente na Alemanha, <strong>de</strong> forma a<<strong>br</strong> />

consagrá-lo <strong>com</strong>o um dos principais processos para construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>.<<strong>br</strong> />

O processo é particularmente indicado para as seguintes situações:<<strong>br</strong> />

• quando a altura da ponte em relação ao terreno é gran<strong>de</strong>;<<strong>br</strong> />

• em rios <strong>com</strong> correnteza violenta e súbita;<<strong>br</strong> />

• em rios e canais on<strong>de</strong> é necessário obe<strong>de</strong>cer gabaritos <strong>de</strong> navegação durante a construção.<<strong>br</strong> />

Quanto à sequência <strong>de</strong> construção, as <strong>pontes</strong> em balanços sucessivos po<strong>de</strong>m ser executados a<<strong>br</strong> />

partir dos pilares intermediários conforme ilustram as Fig. 8.9 e Fig. 8.10, ou a partir dos encontros,<<strong>br</strong> />

conforme ilustra a Fig. 8.11.<<strong>br</strong> />

A Fig. 8.12 ilustra os procedimentos para a construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em balanços sucessivos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

moldagem no local.


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

151<<strong>br</strong> />

Primeira ponte <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> construída no<<strong>br</strong> />

mundo <strong>com</strong> o processo dos balanços sucessivos<<strong>br</strong> />

Recor<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong> vão livre em viga reta <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

alma cheia <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, na época<<strong>br</strong> />

Destruída pela enchente em 1983.<<strong>br</strong> />

Fig. 8.8 Ponte so<strong>br</strong>e o rio do Peixe em Santa Catarina – 1930. Fonte: FERNANDEZ CASADO (1961).<<strong>br</strong> />

Para agilizar a construção das <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> balanços sucessivos - no caso <strong>de</strong> moldagem no<<strong>br</strong> />

local a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1 m por dia, correspon<strong>de</strong>ndo a segmentos <strong>de</strong> 3 m ou


152<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

6 m <strong>de</strong> <strong>com</strong>primento, concretados a cada 3 dias ou 6 dias - foi <strong>de</strong>senvolvida a técnica dos balanços<<strong>br</strong> />

sucessivos <strong>com</strong> elementos (aduelas) pré-moldados.<<strong>br</strong> />

A Fig. 8.13 ilustra algumas possibilida<strong>de</strong>s para a construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> em balanços sucessivos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> elementos pré-moldados.<<strong>br</strong> />

Nas primeiras <strong>pontes</strong> feitas <strong>com</strong> essa nova técnica, a ligação entre os elementos pré-moldados<<strong>br</strong> />

era feita através <strong>de</strong> argamassa <strong>com</strong>um <strong>de</strong> cimento, que necessitava <strong>de</strong> um certo tempo para o seu<<strong>br</strong> />

endurecimento, o que não permitia aproveitar todos os benefícios da pré-moldagem.<<strong>br</strong> />

Foi <strong>de</strong>senvolvido então um processo para a execução <strong>de</strong>ssa ligação, empregado pela primeira<<strong>br</strong> />

vez em 1964 na ponte <strong>de</strong> Choisy le Roy so<strong>br</strong>e o Rio Sena na França (Fig. 8.14), <strong>de</strong>nominado "junta<<strong>br</strong> />

conjugada colada", que consistia no seguinte:<<strong>br</strong> />

• cada aduela é concretada tendo <strong>com</strong>o fôrma <strong>de</strong> uma <strong>de</strong> suas faces, a face da aduela que na<<strong>br</strong> />

montagem a prece<strong>de</strong>rá;<<strong>br</strong> />

• na montagem, as juntas são tomadas <strong>com</strong> cola epóxica, <strong>com</strong> aproximadamente 1 mm <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

espessura;<<strong>br</strong> />

• as aduelas são providas <strong>de</strong> encaixe tipo macho-fêmea, que facilitam o seu posicionamento.<<strong>br</strong> />

Utilizando este processo, o prazo <strong>de</strong> construção po<strong>de</strong> ser significativamente reduzido.<<strong>br</strong> />

Segundo PFEIL (1975), na ponte Rio-Niterói, on<strong>de</strong> esta técnica foi empregada, conseguia-se<<strong>br</strong> />

executar 13 m <strong>de</strong> ponte por dia, por treliça, o que possibilitou um avanço médio <strong>de</strong> 7,7 m por dia,<<strong>br</strong> />

contra um avanço médio <strong>de</strong> 3,2 m por dia, estimada para o caso <strong>de</strong> junta argamassada e 0,8 m por<<strong>br</strong> />

dia, estimado para o caso <strong>de</strong> balanço sucessivo <strong>com</strong> moldagem no local.<<strong>br</strong> />

Nas Fig. 8.15 a Fig. 8.23 apresentam-se exemplos ilustrativos <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> construídas <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

técnica dos balanços sucessivos.<<strong>br</strong> />

8.5. DESLOCAMENTOS SUCESSIVOS<<strong>br</strong> />

Este processo construtivo (Fig. 8.24) consiste em executar segmentos da superestrutura <strong>com</strong> 10<<strong>br</strong> />

m a 30 m <strong>de</strong> <strong>com</strong>primento (1/4 a 1/2 do vão), atrás dos encontros. Após o endurecimento do<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> são protendidos e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>slocados, na direção do eixo longitudinal da ponte, so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

apoios especiais <strong>de</strong> teflon, <strong>com</strong> auxílio <strong>de</strong> macacos hidráulicos, <strong>de</strong> forma a possibilitar a execução<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> outro segmento na posição em que foi feito o anterior, e assim sucessivamente. No primeiro<<strong>br</strong> />

segmento é colocada uma estrutura metálica auxiliar para diminuir os esforços solicitantes, na fase<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento da superestrutura.<<strong>br</strong> />

Este processo reúne as vantagens da produção em canteiro (concretagem <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

maneira sistemática, local <strong>de</strong> trabalho protegido, transporte dos materiais a distância menores), <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

as do <strong>concreto</strong> moldado no local (estrutura monolítica sem juntas enfraquecedoras, sem necessida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> dispositivos pesados para elevação e transporte).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

153<<strong>br</strong> />

Fig. 8.9 Esquema <strong>de</strong> balanços sucessivos executados a partir dos pilares. Fonte: MATHIVAT (1980).


154<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Fig. 8.10 Exemplo <strong>de</strong> balanços sucessivos executados a partir dos pilares. Fonte: MATHIVAT (1980).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

155<<strong>br</strong> />

Fig. 8.11 Esquema <strong>de</strong> balanços sucessivos executados a partir dos encontros. Fonte: MATHIVAT (1980).


156<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Fig. 8.12 Esquemas para execução <strong>de</strong> balanços sucessivos <strong>com</strong> moldagem feita no local. Fonte: MATHIVAT (1980).<<strong>br</strong> />

Fig. 8.13 Esquemas para execução <strong>de</strong> balanços sucessivos <strong>com</strong> elementos pré-moldados. Fonte: MATHIVAT (1980).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

157<<strong>br</strong> />

Construída <strong>com</strong> o processo dos balanços sucessivos <strong>com</strong> elementos pré-moldados, e on<strong>de</strong> se utilizou pela<<strong>br</strong> />

primeira vez a técnica <strong>de</strong>nominada "junta conjugada colada"<<strong>br</strong> />

Fig. 8.14 Ponte <strong>de</strong> Choisy le Roy - Rio Sena - França – 1964. Fonte: FERNANDEZ CASADO (1965).


158<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Balanços sucessivos <strong>com</strong> moldagem no local<<strong>br</strong> />

Fig. 8.15 Ponte <strong>de</strong> Estreito so<strong>br</strong>e o Rio Tocantins: Rodovia Belém-Brasília – 1960. Fonte: FERNANDEZ CASADO<<strong>br</strong> />

(1965), VASCONCELOS (1985).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

159<<strong>br</strong> />

Fig. 8.16 Ponte <strong>de</strong> Estreito so<strong>br</strong>e o Rio Tocantins: Esquema <strong>de</strong> execução dos balanços sucessivos. Fonte:<<strong>br</strong> />

VASCONCELOS (1985).


160<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Fig. 8.17 Ponte so<strong>br</strong>e o Rio Medway - Inglaterra – 1963: Balanços sucessivos <strong>com</strong> moldagem no local. Fonte:<<strong>br</strong> />

FERNANDEZ CASADO (1965), WITTFOHT (1975).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

161<<strong>br</strong> />

Fig. 8.18 Ponte que liga a Ilha <strong>de</strong> Oleron ao continente - França – 1964: Balanços sucessivos <strong>com</strong> elementos prémoldados.<<strong>br</strong> />

Fonte: MATHIVAT (1980), WITTFOHT (1975).


162<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Fig. 8.19 Ponte so<strong>br</strong>e o Escalda Oriental (OOSTERSCHELDE) - Holanda – 1965: Balanços sucessivos <strong>com</strong> elementos<<strong>br</strong> />

pré-moldados. Fonte: FERNANDEZ CASADO (1965), MATHIVAT (1990), WITTFOHT (1975).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

163<<strong>br</strong> />

Fig. 8.20 Ponte <strong>de</strong> Bendorf so<strong>br</strong>e o Rio Reno - Alemanha – 1965: Balanços sucessivos <strong>com</strong> moldagem no local. Fonte:<<strong>br</strong> />

FERNANDEZ CASADO (1965).<<strong>br</strong> />

Fig. 8.21 Ponte so<strong>br</strong>e o Rio Pelotas - Rodovia BR-116 – 1966: Balanços sucessivos <strong>com</strong> moldagem no local. Maior<<strong>br</strong> />

vão em viga <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido do Brasil. Fonte: PFEIL (1980).


164<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Fig. 8.22 Ponte Presi<strong>de</strong>nte Costa e Silva (Rio-Niteroi) – 1974: Balanços sucessivos <strong>com</strong> elementos pré-moldados.<<strong>br</strong> />

Fonte: PFEIL (1975).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

165<<strong>br</strong> />

Fig. 8.23 Ponte Pres. Tancredo Neves so<strong>br</strong>e o Rio Iguaçu - Brasil-Argentina – 1986: Balanços sucessivos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

moldagem no local. Fonte: REVISTA DIRIGENTE CONSTRUTOR - Março/1986.


166<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Em contrapartida, durante a fase <strong>de</strong> construção ocorrem esforços solicitantes elevados e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

sentido contrário ao dos esforços da situação <strong>de</strong>finitiva. Isto po<strong>de</strong>rá resultar em consumo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

armadura bem maior que o da construção moldada no local, além disso, haverá necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>patibilizar a protensão da etapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>com</strong> a protensão necessária para a situação<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finitiva.<<strong>br</strong> />

Este processo <strong>de</strong> construção, segundo LEONHARDT (1979), é a<strong>de</strong>quado para <strong>pontes</strong> <strong>com</strong> no<<strong>br</strong> />

mínimo 150 m <strong>de</strong> <strong>com</strong>primento e também no mínimo 3 vãos. Os vãos po<strong>de</strong>m ter <strong>de</strong> 30 m a 140 m,<<strong>br</strong> />

não <strong>de</strong>vendo porém ser muito diferentes entre si.<<strong>br</strong> />

Em <strong>de</strong>terminadas situações, po<strong>de</strong>m ser empregados apoios provisórios ou balanço estaiado<<strong>br</strong> />

por cabos inclinados.<<strong>br</strong> />

No Brasil, tem-se notícia <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ste processo na construção <strong>de</strong> três <strong>pontes</strong> junto à<<strong>br</strong> />

barragem <strong>de</strong> Três Irmãos - SP, <strong>com</strong> <strong>com</strong>primentos <strong>de</strong> 180m, 150m e 90m.<<strong>br</strong> />

8.6. CIMBRAMENTO MÓVEL<<strong>br</strong> />

O princípio da construção <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel consiste em concretar um segmento da<<strong>br</strong> />

ponte, que po<strong>de</strong> ser um tramo <strong>com</strong>pleto ou um trecho que tenha condição <strong>de</strong> auto-sustentação após<<strong>br</strong> />

a <strong>de</strong>sforma; uma vez que o <strong>concreto</strong> tenha adquirido a resistência necessária, o cim<strong>br</strong>amento é<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>slocado para o segmento seguinte, e assim sucessivamente.<<strong>br</strong> />

Conforme já adiantado no início <strong>de</strong>ste fascículo, os cim<strong>br</strong>amentos móveis po<strong>de</strong>m ter ou não<<strong>br</strong> />

apoios intermediários.<<strong>br</strong> />

A construção <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel <strong>com</strong> apoios intermediários (Fig. 8.25) é<<strong>br</strong> />

pouco utilizado, pois só seria interessante quando o terreno for relativamente plano e resistente, e<<strong>br</strong> />

tiver o seu nível pouco abaixo do nível da ponte.<<strong>br</strong> />

Os cim<strong>br</strong>amentos móveis sem apoios intermediários (Fig. 8.26), ou seja, que se apoiam nos<<strong>br</strong> />

pilares da ponte, são indicados quando não ocorrem as condições indicadas no parágrafo anterior,<<strong>br</strong> />

isto é, quando o terreno é aci<strong>de</strong>ntado, solo pouco resistente, e nível da ponte muito acima do nível<<strong>br</strong> />

do terreno.<<strong>br</strong> />

Além disso, o processo <strong>de</strong> construção <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel é indicado quando a ponte<<strong>br</strong> />

tem três ou mais vãos, preferencialmente iguais, e seção transversal constante.<<strong>br</strong> />

Embora não seja o<strong>br</strong>igatoriamente feito <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

substituir o <strong>concreto</strong> moldado por aduelas pré-moldadas, solidarizadas <strong>com</strong> protensão posterior.<<strong>br</strong> />

Esta alternativa seria uma outra forma <strong>de</strong> utilizar aduelas pré-moldadas, além dos balanços<<strong>br</strong> />

sucessivos. Um exemplo <strong>de</strong>sta forma <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> é o sistema construtivo <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

emprego <strong>de</strong> aduelas pré-moldadas para faixa <strong>de</strong> vãos <strong>de</strong> 15 a 35 m. Neste sistema empregam-se<<strong>br</strong> />

aduelas pré-moldadas montadas <strong>com</strong> auxílio <strong>de</strong> estrutura metálica provisória, apoiada nos pilares.<<strong>br</strong> />

As aduelas solidarizadas mediante protensão formam o tabuleiro rebaixado mostrado na Fig. 8.27.


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

167<<strong>br</strong> />

Fig. 8.24 Construção <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> <strong>de</strong>slocamentos sucessivos. Fonte: LEONHARDT (1979).


168<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

Fig. 8.25 Construção <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel <strong>com</strong> apoios intermediários. Fonte: LEONHARDT (1979).<<strong>br</strong> />

Fig. 8.26 Construção <strong>de</strong> ponte <strong>com</strong> cim<strong>br</strong>amento móvel sem apoios intermediários. Fonte: LEONHARDT (1979).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

169<<strong>br</strong> />

dispositivo auxiliar para suspensão e<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>slizamento das aduelas<<strong>br</strong> />

estrutura metálica<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> montagem<<strong>br</strong> />

consolo metálico<<strong>br</strong> />

a ) esquema <strong>de</strong> montagem<<strong>br</strong> />

10,70 m<<strong>br</strong> />

1,25 m<<strong>br</strong> />

4,10 m 4,10 m 1,25 m<<strong>br</strong> />

0,24<<strong>br</strong> />

1,20 m<<strong>br</strong> />

0,20 0,30<<strong>br</strong> />

b ) seção transversal típica<<strong>br</strong> />

Fig. 8.27 Exemplo <strong>de</strong> sistema construtivo <strong>com</strong> aduela pré-moldada montada so<strong>br</strong>e cim<strong>br</strong>amento. Fonte: CAUSSE<<strong>br</strong> />

(1994).


170<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

8.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS<<strong>br</strong> />

A escolha do processo construtivo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores (prazo <strong>de</strong> execução,<<strong>br</strong> />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos, <strong>com</strong>primento da ponte, vãos da ponte, topografia do terreno, etc),<<strong>br</strong> />

o que torna difícil o estabelecimento <strong>de</strong> regras rígidas para a escolha do processo i<strong>de</strong>al para uma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminada ponte.<<strong>br</strong> />

A tabela da Fig. 8.28 mostra a correlação entre o processo construtivo e o vão da ponte,<<strong>br</strong> />

segundo MATHIVAT (1980), fornecendo assim uma primeira indicação para a escolha do<<strong>br</strong> />

processo. Cabe salientar que no caso <strong>de</strong> vigas pré-moldadas, os valores indicados referem-se à<<strong>br</strong> />

situação em que as vigas são colocadas por meio <strong>de</strong> treliças.<<strong>br</strong> />

Vão (metros)<<strong>br</strong> />

Vigas pré-moldadas<<strong>br</strong> />

Balanços sucessivos<<strong>br</strong> />

Desloc. sucessivos<<strong>br</strong> />

Cim<strong>br</strong>amento móvel<<strong>br</strong> />

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180<<strong>br</strong> />

Campo ótimo Campo normal Campo excepcional<<strong>br</strong> />

Fig. 8.28 Campo <strong>de</strong> aplicação dos processos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido. Fonte:<<strong>br</strong> />

MATHIVAT (1980).<<strong>br</strong> />

Destaca-se ainda que po<strong>de</strong>m ser aplicados mais <strong>de</strong> um processo na execução <strong>de</strong> uma mesma<<strong>br</strong> />

ponte: tramos executados por processos diferentes ou processos diferentes utilizados no mesmo<<strong>br</strong> />

tramo.<<strong>br</strong> />

Um exemplo ilustrativo do emprego <strong>de</strong> dois processos <strong>de</strong> construção no mesmo tramo é a<<strong>br</strong> />

Ponte Maurício Joppert so<strong>br</strong>e o Rio Paraná, em que foram empregados o processo dos balanços<<strong>br</strong> />

sucessivos <strong>com</strong> moldagem no local e o processo <strong>com</strong> elementos pré-moldados que vencem um<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminado vão (Fig. 8.29).


Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

171<<strong>br</strong> />

Exemplo do emprego <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> construção no mesmo tramo: balanços sucessivos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

moldagem no local e vigas pré-moldadas<<strong>br</strong> />

Fig. 8.29 Ponte Maurício Joppert so<strong>br</strong>e o Rio Paraná – 1965. Fonte: MARTINELLI (1971), MATHIVAT<<strong>br</strong> />

(1980).


172<<strong>br</strong> />

Cap. 8 Processos Construtivos<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

CAUSSE, G. Industrialised prestressed overpasses. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF<<strong>br</strong> />

FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE LA PRÉCONTRAINTE, 12., Washington, May 29<<strong>br</strong> />

– June 02, 1994. p.F36-F42.<<strong>br</strong> />

ANÔNIMO Cim<strong>br</strong>e metálico garantiu a ligação Brasil-Paraguai. O Dirigente Construtor, São<<strong>br</strong> />

Paulo, vol. 1, n. 5, pág. 12-21, março/1965.<<strong>br</strong> />

FERNANDEZ CASADO, C. Puentes <strong>de</strong> hormigón armado pretensado. Madrid, Editorial Dossat,<<strong>br</strong> />

1965.<<strong>br</strong> />

ANÔNIMO Fundação foi o <strong>de</strong>safio na ponte so<strong>br</strong>e o Rio Iguaçu. Digirente Construtor, São Paulo,<<strong>br</strong> />

vol. 22, n. 3, pág. 22-25, março/1986.<<strong>br</strong> />

ITOH, T, et al Design and construction of the Beppu-Myoban concrete arch <strong>br</strong>idge in a hot spring<<strong>br</strong> />

area. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE LA<<strong>br</strong> />

PRÉCONTRAINTE, 12., Hamburg, June 04-09, 1990 p.B91-B94.<<strong>br</strong> />

JANSSEN, H. H.; SPAANS, L. Record span splice bulb-tee gir<strong>de</strong>rs used in Highland View Bridge.<<strong>br</strong> />

PCI Journal, v.39, n.1, p.12-19, 1994.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. Construções <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>, vol. 6: Princípios básicos da construção <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro. Editora Interciência, 1979.<<strong>br</strong> />

LEONHARDT, F. & ZELLNER, W. Past present and future of cable-stayed <strong>br</strong>idges. In: ITO et al.<<strong>br</strong> />

Cable-stayed <strong>br</strong>idges: recent <strong>de</strong>velopments and their future. Amsterdam, Elsevier, 1991 p. 1-<<strong>br</strong> />

34<<strong>br</strong> />

MARTINELLI, D.A.O. <strong>Introd</strong>ução às <strong>pontes</strong> <strong>de</strong> vigas. São Carlos, EESC-USP, 1971.<<strong>br</strong> />

MATHIVAT, J. Construccion <strong>de</strong> puentes <strong>de</strong> hormigon pretensado por voladizos sucessivos.<<strong>br</strong> />

Barcelona, Editores Técnicos Asociados, 1980.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Ponte Presi<strong>de</strong>nte Costa e Silva - Rio-Niterói: Métodos construtivos. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

Livros Técnicos e Científicos Editora, 1975.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Concreto protendido. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1980.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. Cim<strong>br</strong>amentos. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1987.<<strong>br</strong> />

SERVANT, C.& GALLLET,S. Le Viaduc <strong>de</strong> l”Arret-Darrre In: INTERNATIONAL CONGRESS<<strong>br</strong> />

OF FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE LA PRÉCONTRAINTE, 12., Hamburg, June<<strong>br</strong> />

04-09, 1990 p. B153-B158<<strong>br</strong> />

VASCONCELOS, A.C. O <strong>concreto</strong> no Brasil: recor<strong>de</strong>s, realizações, história. São Paulo, Copiare,<<strong>br</strong> />

1985.<<strong>br</strong> />

VASCONCELOS, A.C. Pontes <strong>br</strong>asileiras - viadutos e passarelas notáveis. São Paulo, Editora Pini,<<strong>br</strong> />

1993.<<strong>br</strong> />

VIRGOGEAUX, M. Erection of cable –stayed <strong>br</strong>idges. In: ITO et al. Cable-stayed <strong>br</strong>idges: recent<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>velopments and their future. Amsterdam, Elsevier, 1991 p. 77-105<<strong>br</strong> />

WITTFOHT, H. Puentes: ejemplos internacionales. Barcelona, Editorial Gustavo Gilli, 1975.


A1. ASPECTOS BÁSICOS DO COMPORTAMENTO<<strong>br</strong> />

À FADIGA DO CONCRETO ARMADO E<<strong>br</strong> />

PROTENDIDO<<strong>br</strong> />

A1.1.<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

A fadiga po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida <strong>com</strong>o a alteração mecânica dos materiais sob o efeito <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

solicitações repetidas.<<strong>br</strong> />

Embora as ações repetidas possam produzir algum efeito favorável, consolidando o material,<<strong>br</strong> />

normalmente associa-se a este tipo <strong>de</strong> ações o efeito <strong>de</strong>sfavorável da danificação do material.<<strong>br</strong> />

As ações que causam fadiga são aquelas que produzem variações <strong>de</strong> solicitações <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

freqüência relativamente alta. Na fig 1 estão apresentados alguns tipos <strong>de</strong> estruturas sujeitas a ações<<strong>br</strong> />

cíclicas, bem <strong>com</strong>o o número <strong>de</strong> ciclos associados a vida útil <strong>de</strong>las.<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.1 - Alguns tipos <strong>de</strong> estruturas sujeitas a ações cíclicas e o número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> cargas<<strong>br</strong> />

associado a vida útil <strong>de</strong>las.


174<<strong>br</strong> />

Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

As ações em questão são: carga móvel, ondas do mar, sismos, vento, temperatura,<<strong>br</strong> />

congelamento, etc.<<strong>br</strong> />

Normalmente, os maiores problemas <strong>de</strong> fadiga ocorrem para situações <strong>com</strong> elevados números<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ciclos, <strong>de</strong> 10 3 a 10 8 .<<strong>br</strong> />

O fenômeno da fadiga já era conhecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio do século XIX, em razão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

rupturas constantes em <strong>com</strong>ponentes mecânicos do tipo metálico. Os primeiros estudos científicos<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e o assunto são <strong>de</strong>vidos ao engenheiro alemão Wöhler, a partir da década <strong>de</strong> 1850.<<strong>br</strong> />

No início do emprego do <strong>concreto</strong> armado, <strong>com</strong> aplicações geralmente pesadas e cargas <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

pouca repetição, não houve maiores preocupações <strong>com</strong> o fenômeno.<<strong>br</strong> />

Recentemente o assunto tem sido objeto <strong>de</strong> maiores estudos, <strong>de</strong>vido principalmente:<<strong>br</strong> />

• ao aumento <strong>de</strong> solicitações <strong>de</strong>vido às cargas móveis tanto em valor <strong>com</strong>o em número <strong>de</strong> eixos,<<strong>br</strong> />

no caso <strong>de</strong> <strong>pontes</strong>;<<strong>br</strong> />

• ao aumento da relação q/g das estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>;<<strong>br</strong> />

• emprego <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> em novas tipologias <strong>de</strong> construção, por exemplo plataformas marítimas;<<strong>br</strong> />

• evolução dos conceitos <strong>de</strong> dimensionamento, admitindo <strong>com</strong> maior freqüência o emprego da<<strong>br</strong> />

protensão parcial.<<strong>br</strong> />

Os tipos estruturais em <strong>concreto</strong> mais susceptíveis à fadiga são:<<strong>br</strong> />

• Pontes;<<strong>br</strong> />

• Estruturas para <strong>pontes</strong> rolantes;<<strong>br</strong> />

• Pavimentos <strong>de</strong> <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

• Estruturas sujeitas à vi<strong>br</strong>ação, <strong>com</strong>o por exemplo base <strong>de</strong> máquinas;<<strong>br</strong> />

• Estruturas "offshore";<<strong>br</strong> />

• Torres <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s alturas;<<strong>br</strong> />

• Dormentes.<<strong>br</strong> />

Quanto a variação no tempo, as solicitações se classificam em:<<strong>br</strong> />

- solicitações repetidas (Fig.2 a)<<strong>br</strong> />

- solicitações alternadas (Fig.2 b)<<strong>br</strong> />

- solicitações onduladas (Fig.2 c)<<strong>br</strong> />

- solicitações <strong>com</strong> tipo <strong>de</strong> ondas quaisquer (Fig.2 d)


Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

175<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.2 - Diferentes tipos <strong>de</strong> solicitações (a) repetida, (b) alternada, (c) ondulada e (d) quaisquer.<<strong>br</strong> />

Tendo em vista o estudo da fadiga, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos os seguintes parâmetros:<<strong>br</strong> />

Variação <strong>de</strong> tensões - diferença entre a tensão máxima σ max e a tensão mínima σ min .<<strong>br</strong> />

Δσ = σ max - σ min<<strong>br</strong> />

Tensão média - média aritmética entre os valores algé<strong>br</strong>icos <strong>de</strong> tensão máxima e da tensão<<strong>br</strong> />

mínima.<<strong>br</strong> />

σ m = 1/2 (σ max + σ min )<<strong>br</strong> />

Relação <strong>de</strong> tensões - relação entre a tensão mínima e a tensão máxima.<<strong>br</strong> />

R = σ min / σ max<<strong>br</strong> />

A forma mais <strong>com</strong>um <strong>de</strong> apresentar a resistência à fadiga é através das curvas <strong>de</strong> Wöhler,<<strong>br</strong> />

também <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> curvas S-N, e que relacionam a variação <strong>de</strong> tensões em função do<<strong>br</strong> />

logaritmo do número <strong>de</strong> ciclos (Fig. 3).


176<<strong>br</strong> />

Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.3 - Diagrama <strong>de</strong> Wöhler ou curva S-N.<<strong>br</strong> />

Uma forma alternativa consiste em representar a resistência à fadiga, relacionando o<<strong>br</strong> />

logaritmo <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> tensões <strong>com</strong> o logaritmo do número <strong>de</strong> ciclos, que será apresentado<<strong>br</strong> />

posteriormente.<<strong>br</strong> />

Quando a variação das tensões não é constante, o efeito cumulativo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado<<strong>br</strong> />

mediante a regra <strong>de</strong> Palmgren-Miner, on<strong>de</strong> o dano D é dado por:<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

D =<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

+<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

+ ... +<<strong>br</strong> />

N<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

n<<strong>br</strong> />

n n<<strong>br</strong> />

= ∑<<strong>br</strong> />

i=<<strong>br</strong> />

1N<<strong>br</strong> />

n i = número <strong>de</strong> ciclos <strong>com</strong> variação Δσ i<<strong>br</strong> />

N i = número <strong>de</strong> ciclos que produz ruptura <strong>com</strong> Δσ i<<strong>br</strong> />

ni/Ni = dano produzido para o bloco i, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos <strong>de</strong>mais.<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

i<<strong>br</strong> />

A1.2.<<strong>br</strong> />

FADIGA DOS MATERIAIS<<strong>br</strong> />

A1.2.1. Concreto simples<<strong>br</strong> />

O <strong>concreto</strong> sujeito a ações repetidas po<strong>de</strong> apresentar fissuração excessiva e, eventualmente,<<strong>br</strong> />

romper após um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ciclos, mesmo se o nível <strong>de</strong> solicitação for menor que a<<strong>br</strong> />

correspon<strong>de</strong>nte solicitação estática . A resistência à fadiga é <strong>de</strong>finida <strong>com</strong>o uma fração da<<strong>br</strong> />

resistência estática que po<strong>de</strong> ser suportada, para um certo número <strong>de</strong> ciclos.<<strong>br</strong> />

A ruptura por fadiga do <strong>concreto</strong> é caracterizada por <strong>de</strong>formações e microfissuração bem<<strong>br</strong> />

maiores que as correspon<strong>de</strong>ntes à ruptura sob solicitação estática. A resistência à fadiga do <strong>concreto</strong>


Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

177<<strong>br</strong> />

para 10 milhões <strong>de</strong> ciclos, para <strong>com</strong>pressão, tração ou flexão, é aproximadamente 55% a<<strong>br</strong> />

60% da resistência solicitação estática.<<strong>br</strong> />

Na Fig4 é ilustrada a variação da resistência à fadiga do <strong>concreto</strong> do nível <strong>de</strong> tensões.<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.4 - Curvas S-N do <strong>concreto</strong> simples para vários valores <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> tensões [CEB(1988)]<<strong>br</strong> />

A1.2.2. Aço<<strong>br</strong> />

1.2.2.1 Aços para armadura não protendida<<strong>br</strong> />

A resistência a fadiga dos aços <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores. A influência dos principais fatores<<strong>br</strong> />

será discutida nas linhas que se seguem.<<strong>br</strong> />

a) Conformação superficial - as nervuras das barras, projetadas para melhor a<strong>de</strong>rência entre<<strong>br</strong> />

o aço e o <strong>concreto</strong>, acarretam uma significativa redução da resistência à fadiga,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>parativamente às barras lisas, <strong>de</strong>vido à concentração <strong>de</strong> tensões.<<strong>br</strong> />

b) Diâmetro das barras - a resistência à fadiga das barras reduz <strong>com</strong> o aumento do seu<<strong>br</strong> />

diâmetro; uma barra <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> 40mm po<strong>de</strong> ser resistência à fadiga 25% menor que<<strong>br</strong> />

uma barra <strong>de</strong> 16mm, mantidas as <strong>de</strong>mais condições iguais.<<strong>br</strong> />

c) Barras do<strong>br</strong>adas - o do<strong>br</strong>amento das barras reduz a sua resistência à fadiga em relação a<<strong>br</strong> />

barra reta, <strong>de</strong>vido à geração <strong>de</strong> tensões localizadas, esta redução é função da relação entre<<strong>br</strong> />

o diâmetro <strong>de</strong> do<strong>br</strong>amento (D) e o diâmetro da barra (φ), conforme ilustra a tabela 1.<<strong>br</strong> />

d) Emendas por traspasse - ensaios experimentais, <strong>com</strong> traspasse <strong>de</strong> 20 a 35 vezes o diâmetro<<strong>br</strong> />

das barras, mostram que este tipo <strong>de</strong> emenda não apresenta redução significativa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

resistência à fadiga, em <strong>com</strong>paração às situações similares sem emendas;<<strong>br</strong> />

e) Emendas por solda - nas barras emendadas por solda, por eletrodo ou por cal<strong>de</strong>amento,<<strong>br</strong> />

ocorre uma redução da resistência à fadiga <strong>de</strong> até 50% em relação a barra sem emenda.


178<<strong>br</strong> />

Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

TABELA A 1.1 - Redução da resistência à fadiga em função da relação do diâmetro <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

do<strong>br</strong>amento D <strong>com</strong> o diâmetro da barra φ<<strong>br</strong> />

D/φ Redução (%)<<strong>br</strong> />

25 0<<strong>br</strong> />

15 16 - 22<<strong>br</strong> />

10 22 - 41<<strong>br</strong> />

05 52 - 68<<strong>br</strong> />

Atualmente, a resistência à fadiga dos aços tem sido normalmente representada através <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

m<<strong>br</strong> />

curvas S-N, admitindo funções do tipo Δσ s ⋅ N = cte, o que correspon<strong>de</strong> admitir trechos lineares<<strong>br</strong> />

nos diagramas <strong>com</strong> escala logaritma na abscissa e na or<strong>de</strong>nada.<<strong>br</strong> />

Na fig 5 são mostradas as curvas <strong>de</strong> resistência à fadiga para aços <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado<<strong>br</strong> />

fornecida pelo CEB-MC/90.<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.5 - Curvas <strong>de</strong> resistência característica à fadiga dos aços <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado pelo CEB-<<strong>br</strong> />

MC/90.<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar ainda que a resistência à fadiga é efetuada pela corrosão do aço, tanto corrosão<<strong>br</strong> />

generalizada <strong>com</strong>o corrosão localizada, que é difícil <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectada. Este fato tem sido<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>provado através <strong>de</strong> ensaios e o seu efeito é muito maior que a redução <strong>de</strong> área da seção<<strong>br</strong> />

transversal, <strong>de</strong>vido à propagação do dano. Por esta razão, em ambientes agressivos, tal <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

ambiente marítimo, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada uma redução na resistência à fadiga do aço.


Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

179<<strong>br</strong> />

A1.2.3. Aço para armadura protendida<<strong>br</strong> />

O <strong>com</strong>portamento à fadiga dos aços <strong>de</strong> protensão era até pouco tempo relativamente pouco<<strong>br</strong> />

estudado. De fato, <strong>com</strong> o emprego <strong>de</strong> protensão <strong>com</strong>pleta ou limitada, as variações <strong>de</strong> tensões na<<strong>br</strong> />

armadura são baixas. Com a maior difusão do emprego da protensão parcial atualmente - em que é<<strong>br</strong> />

prevista a fissuração do <strong>concreto</strong> e portanto a fissuração do <strong>concreto</strong> e portanto a variação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tensões <strong>de</strong> armadura é bem maior que os casos anteriores - é que aumentaram os estudos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

resistência à fadiga dos aços <strong>de</strong> protensão. Destaca-se que no caso <strong>de</strong> cordoalhas existem maiores<<strong>br</strong> />

informações experimentais do que para fios e barras, para os quais existe um maior número muito<<strong>br</strong> />

limitado <strong>de</strong> ensaios experimentais.<<strong>br</strong> />

O <strong>com</strong>portamento à fadiga dos aços <strong>de</strong> protensão é, em geral, similar ao dos aços para<<strong>br</strong> />

<strong>concreto</strong> armado. A resistência à fadiga é também i<strong>de</strong>alizado <strong>com</strong> uma lei potencial. Na fig 6 estão<<strong>br</strong> />

mostradas as curvas <strong>de</strong> resistência à fadiga dos aços <strong>de</strong> protensão adotadas no CEB-MC/90.<<strong>br</strong> />

Embora as pesquisas do <strong>com</strong>portamento à fadiga <strong>com</strong> protensão parcial sejam limitadas até o<<strong>br</strong> />

momento, tem-se verificado que os efeitos da corrosão por atrito (freting corrosion) são<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminantes no <strong>com</strong>portamento à fadiga dos cabos <strong>de</strong> protensão. Este fenômeno ocorre nos cabos<<strong>br</strong> />

curvos e os parâmetros mais importantes são o escorregamento e a pressão lateral.<<strong>br</strong> />

Deve-se <strong>de</strong>stacar também que os conectores para emenda <strong>de</strong> cabos <strong>de</strong> protensão são muitos<<strong>br</strong> />

sensíveis ao efeito da fadiga, conforme <strong>de</strong>mostrado em ensaios experimentais.<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.6 - Curvas <strong>de</strong> resistência característica à fadiga dos aços <strong>de</strong> protensão adotadas no CEB-<<strong>br</strong> />

MC/90.<<strong>br</strong> />

Assim, conforme foi <strong>com</strong>entado para os aços <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado, a corrosão <strong>de</strong> armadura<<strong>br</strong> />

reduz a resistência à fadiga <strong>com</strong> o agravante dos aços <strong>de</strong> protensão serem mais sensíveis à corrosão<<strong>br</strong> />

que os aços <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado, <strong>de</strong>vido ao seu processo <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação, à alta resistência e ao alto<<strong>br</strong> />

nível <strong>de</strong> tensões permanente.


180<<strong>br</strong> />

Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

A1.3. COMPORTAMENTO À FADIGA DE ESTRUTURAS E<<strong>br</strong> />

COMPONENTES<<strong>br</strong> />

A1.3.1. Preliminares<<strong>br</strong> />

O <strong>com</strong>portamento à fadiga das estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado está intimamente relacionado<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus materiais <strong>com</strong>ponentes, <strong>concreto</strong> e aço, e <strong>de</strong> interação entre eles.<<strong>br</strong> />

Assim, para elementos sub-armados sob a ação <strong>de</strong> momentos fletor o <strong>com</strong>portamento à fadiga está<<strong>br</strong> />

diretamente relacionado <strong>com</strong> a resistência à fadiga <strong>de</strong> armadura. Para elementos sub-armados ou<<strong>br</strong> />

aqueles em que o cisalhamento e a a<strong>de</strong>rência são fatores <strong>de</strong>terminantes, a previsão do<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>portamento é mais <strong>com</strong>plicada.<<strong>br</strong> />

As estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado são estruturas <strong>com</strong>postas nas quais o aço absorve as tensões<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> tração quando o <strong>concreto</strong> fissura. Isto ocorre quando atinge a sua <strong>de</strong>formação última à tração, o<<strong>br</strong> />

que ocorre nas situações em serviço. Como a fadiga <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do nível <strong>de</strong> tensões, a susceptibilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

em relação à fadiga varia em função do estado <strong>de</strong> tensões ao longo da estrutura. As fissuras po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

propagar-se <strong>de</strong>vido à fadiga e conduzem a <strong>de</strong>formações excessivas e a redistribuição <strong>de</strong> tensões.<<strong>br</strong> />

Isto po<strong>de</strong> conduzir a diferentes tipo ruptura <strong>com</strong>parada <strong>com</strong> ruptura sob carregamento estático.<<strong>br</strong> />

Em uma série <strong>de</strong> ensaios realizados em dormentes <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> <strong>com</strong> carga estática foram<<strong>br</strong> />

observadas ruptura por <strong>com</strong>pressão do <strong>concreto</strong> em alguns ensaios, por perda <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência em<<strong>br</strong> />

outros e por força cortantes em outros. No entanto, sob a ação <strong>de</strong> cargas repetidas os elementos<<strong>br</strong> />

romperam por tração da armadura <strong>de</strong> protensão.<<strong>br</strong> />

Isso vem a mostrar a <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> do assunto, pois mo<strong>de</strong>los para avaliação do<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>portamento estático po<strong>de</strong>m não ser a<strong>de</strong>quados para cargas repetidas. Merece ser <strong>de</strong>stacado que<<strong>br</strong> />

os ensaios à fadiga do <strong>concreto</strong> armado são mais onerosos e <strong>de</strong>morados, <strong>com</strong>parados <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />

ensaios estáticos.<<strong>br</strong> />

A1.3.2. Ruptura <strong>de</strong>vido a momento fletor<<strong>br</strong> />

a) Ruptura do <strong>concreto</strong> à <strong>com</strong>pressão<<strong>br</strong> />

Na zona <strong>com</strong>primida <strong>de</strong> uma seção sujeita a momento fletor existe em gradiente <strong>de</strong> tensões.<<strong>br</strong> />

Normalmente, a resistência a <strong>com</strong>pressão, o que resulta uma resistência à fadiga maior <strong>com</strong>parada<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> <strong>com</strong>pressão uniforme.<<strong>br</strong> />

Resultados experimentais em vigas superarmadas e corpos <strong>de</strong> prova prismáticos <strong>com</strong> mesmas<<strong>br</strong> />

dimensões e qualida<strong>de</strong> do <strong>concreto</strong> mostraram que a resistência à fadiga das vigas foi <strong>de</strong> 70% da<<strong>br</strong> />

sua resistência à carga estática, para 10 7 ciclos, ao passo que para os corpos <strong>de</strong> prova a resistência<<strong>br</strong> />

foi <strong>de</strong> 60%.<<strong>br</strong> />

b) Ruptura do aço à tração<<strong>br</strong> />

A resistência à fadiga do aço em peça <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado sujeitos à momento fletor po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ser bastante baixas. Já foram obtidas rupturas à fadiga cm 44% da tensão <strong>de</strong> escoamento da<<strong>br</strong> />

armadura <strong>com</strong> variação <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> aproximadamente 0,4 da tensão <strong>de</strong> escoamento, conforme<<strong>br</strong> />

ilustra a Fig 7. Nota-se a partir <strong>de</strong>sta figura a pouca influência da resistência do aço (Ks 400 e Ks<<strong>br</strong> />

600) na resistência à fadiga.


Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

181<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.7 - Diagrama <strong>de</strong> Wöhler para armaduras <strong>de</strong> tração a viga <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> sujeito a momento<<strong>br</strong> />

fletor.<<strong>br</strong> />

A1.3.3. Ruptura <strong>de</strong>vido a força cortante<<strong>br</strong> />

A avaliação da resistência à fadiga por força cortante é mais <strong>com</strong>plexa do que a <strong>de</strong> momento<<strong>br</strong> />

fletor. A título <strong>de</strong> ilustração está mostrado na fig 8 as possíveis formas <strong>de</strong> ruptura por fadiga em<<strong>br</strong> />

vigas <strong>com</strong> ou sem estribos.<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.8 - Possíveis formas <strong>de</strong> ruptura por fadiga em vigas sem estribos (esquerdo) e <strong>com</strong> estribo<<strong>br</strong> />

(direito) [CEB (1988)].


182<<strong>br</strong> />

Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

No caso das vigas sem estribos se <strong>de</strong>senvolve uma fissura crítica <strong>de</strong>vido a uma redistribuição<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> tensões que causa a ruptura. Depen<strong>de</strong>ndo da geometria da viga e o tipo <strong>de</strong> carga existente,<<strong>br</strong> />

ocorrerá diferentes modos <strong>de</strong> fissuração crítica.<<strong>br</strong> />

Para vigas <strong>com</strong> estribos, a resistência a fadiga <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em gran<strong>de</strong> parte das armaduras. Como<<strong>br</strong> />

estribos apresentam pequenos valores <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> do<strong>br</strong>amento - até da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 5 vezes o<<strong>br</strong> />

diâmetro do estribo portanto redução <strong>de</strong> resistência do aço à fadiga da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> até 60% - seria <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

se esperar a ruptura dos estribos apenas nas partes junto às do<strong>br</strong>as das regiões tracionadas, se a<<strong>br</strong> />

tensão no estribo nestas partes fosse constante. No entanto, ensaios experimentais mostram que<<strong>br</strong> />

ocorre ruptura, tanto nesta parte <strong>com</strong>o no rmo vertical.Isto se <strong>de</strong>ve ao fato que a <strong>de</strong>terminação das<<strong>br</strong> />

tensões nos estribos é bastante <strong>com</strong>plexa, mesmo para cargas estáticas, <strong>de</strong> forma que este assunto é<<strong>br</strong> />

bastante controvertido, nescecitando <strong>de</strong> maiores estudos.<<strong>br</strong> />

Convém salientar ainda que existem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ruptura do <strong>concreto</strong> à <strong>com</strong>pressão por<<strong>br</strong> />

fadiga conforme mostrado na Fig 8.<<strong>br</strong> />

A1.3.4. Ruptura da a<strong>de</strong>rência aço-<strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

A a<strong>de</strong>rência aço-<strong>concreto</strong> é afetada <strong>de</strong> vários fatores tais <strong>com</strong>o, a conformação superficial da<<strong>br</strong> />

barra, a geometria do <strong>concreto</strong> circundante, a existência <strong>de</strong> confinamento, pressão ou tração<<strong>br</strong> />

transversal, estória das cargas, nível <strong>de</strong> cargas em <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> a carga última estática. Po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ser distinguidos três tipos <strong>de</strong> ruptura da a<strong>de</strong>rência:<<strong>br</strong> />

<<strong>br</strong> />

<<strong>br</strong> />

<<strong>br</strong> />

Ruptura <strong>de</strong>vido ao excesso <strong>de</strong> tensão tangencial entre o <strong>concreto</strong> e o aço;<<strong>br</strong> />

Ruptura por fendilamento do <strong>concreto</strong> circundante quando a tensão tangencial for muito<<strong>br</strong> />

alta;<<strong>br</strong> />

Ruptura por corte do <strong>concreto</strong> circundante ao longo das barras nervuradas. Este tipo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

mecanismo <strong>de</strong> ruptura, que apresenta máxima resistência, é controladopela resistência ao<<strong>br</strong> />

canto do <strong>concreto</strong>.<<strong>br</strong> />

Têm sido feitos ensaios experimentais enfocando os três tipos <strong>de</strong> ruptura e os resultados<<strong>br</strong> />

indicam que a a<strong>de</strong>rência sob ações cíclicas se <strong>de</strong>teriora da mesma forma e na mesma proporção que<<strong>br</strong> />

tem sido observado no <strong>concreto</strong> sujeito à <strong>com</strong>pressão e à tração.<<strong>br</strong> />

Cabe <strong>de</strong>stacar que o <strong>com</strong>portamento transversal nas zonas <strong>de</strong> ancoragem ajudam a resistência<<strong>br</strong> />

à fadiga. A armadura transversal contribui na segurança à fissuração longitudinal (por<<strong>br</strong> />

fendilhamento), <strong>com</strong>o mostra a Fig 9. As tensões nestas armaduras são altas, porém não tem sido<<strong>br</strong> />

observado ruptura à fadiga nas mesmas.<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.9 - Armadura transversal <strong>de</strong> confinamento em forma <strong>de</strong> a) estribos, b) barras transversais e<<strong>br</strong> />

c) espirais [CEB (1998) ]


Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

183<<strong>br</strong> />

A1.3.5. Abertura <strong>de</strong> fissuras e <strong>de</strong>formações<<strong>br</strong> />

Em gerak, a abertura <strong>de</strong> fissuras e as <strong>de</strong>formações aumentam <strong>com</strong> o número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

carga.<<strong>br</strong> />

Na fig 10 é mostrado a relação entre a abertura <strong>de</strong> fissuras <strong>de</strong> carga estática e <strong>de</strong> carga cíclica,<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> se nota que po<strong>de</strong> ocorrer um acréscio consi<strong>de</strong>rável da abertura, po<strong>de</strong>ndo atingir até 2,,4 vezes<<strong>br</strong> />

à correspon<strong>de</strong>nte abertura sob carga estática para 2.10 6 ciclos.<<strong>br</strong> />

A variação <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos em função do número <strong>de</strong> ciclos está ilusrada na fig 11. Para<<strong>br</strong> />

avaliar o acréscimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento po<strong>de</strong>-se multiplicar o <strong>de</strong>slocamento produzido pela carga<<strong>br</strong> />

estática por fator corretivo<strong>de</strong> caráter empírico, obtido a partir <strong>de</strong> resultados experimentais <strong>de</strong> corpos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> prova submetidos à <strong>com</strong>pressão.<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.10 - Relação entre aberturas <strong>de</strong> fissuras sob carga estática e sob carga repetitiva em função<<strong>br</strong> />

do número <strong>de</strong> ciclos [CEB (1988)]<<strong>br</strong> />

Fig. A 1.11 - Relação carga - flecha em função do número <strong>de</strong> ciclos [ CEB (1988) ]


184<<strong>br</strong> />

Anexo 1 Fadiga <strong>de</strong> Concreto Estrutural<<strong>br</strong> />

A1.3.6. Observações <strong>de</strong> danos por fadiga em estruturas<<strong>br</strong> />

Nos ensaios em laboratórios tem-se observado a ruptura por fadiga <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> <strong>concreto</strong><<strong>br</strong> />

armado e protendido, bem <strong>com</strong>o aumento <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> fissuras e <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos, que influem<<strong>br</strong> />

no <strong>com</strong>portamento das peças em serviço.<<strong>br</strong> />

No entanto, informações so<strong>br</strong>e o <strong>com</strong>portamento a dafiga <strong>de</strong> estruturas em uso são <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong> importância nos etabelecimento <strong>de</strong> juízos so<strong>br</strong>e o fenômeno.<<strong>br</strong> />

Neste sentido, apresenta-se a seguir as principais conclusões <strong>de</strong> um levantamento <strong>de</strong> 17 casos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> construções co danos incluindo <strong>pontes</strong>, pisos, coberturas, fundações <strong>de</strong> máquinas e estacas.<<strong>br</strong> />

a) Não houve nenhum caso <strong>de</strong> ruptura ou colapso exclusivamente por fadiga.<<strong>br</strong> />

b) Nas rupturas e <strong>de</strong>terioração progressiva, a fadiga teve contribuição importante, porém<<strong>br</strong> />

associada <strong>com</strong> outros fatores.<<strong>br</strong> />

c) Os principais efeitos estruturais <strong>de</strong>vido a fadiga foram: 1) fissuração excessiva, 2)<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>formações excessivas e perda <strong>de</strong> protensão, 3) redução localizada da rigi<strong>de</strong>z estrutural e<<strong>br</strong> />

redução da vida útil.<<strong>br</strong> />

d) Como consequência do aumento das <strong>de</strong>formações e da abertura <strong>de</strong> fissuras, é necessário<<strong>br</strong> />

esten<strong>de</strong>r a análise da fadiga para os Estados Limites <strong>de</strong> Utilização.<<strong>br</strong> />

e) Os aspectos que merecem atenção especial no projeto e execução, <strong>com</strong> relação a fadiga,<<strong>br</strong> />

são: 1) injeção <strong>de</strong> cabos <strong>de</strong> protensão, 2) ancoragem e outras zonas <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tensões, 3) emendas da armadura, 4) ligação entre elementos estruturais e 5) todos os tipos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> juntas.<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

AGUADO, A. et alii. (1990) El <strong>com</strong>portamento a fadiga <strong>de</strong> estructuras <strong>de</strong> hormigon em masa,<<strong>br</strong> />

armado y pretensado. Barcelona, Departament D'Enginyeria <strong>de</strong> la Construccio' , Universitat<<strong>br</strong> />

Politècnica <strong>de</strong> Catalunya.<<strong>br</strong> />

CEB Fatigue of concrete structures (1988).State of the art report. Bulletin d' Information n o 188.<<strong>br</strong> />

CEB-FIP Mo<strong>de</strong>l Co<strong>de</strong> 1990 (1991). Final Draft. Bulletin d' Information n o 203.<<strong>br</strong> />

LARANJEIRAS, A.C.R. (1990). Fadiga das estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>. In: II Simpósio EPUSP so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

estruturas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong>. São Paulo. Ppp. 189 - 232.<<strong>br</strong> />

PFEIL, W. (1979). Pontes <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado. Rio <strong>de</strong> Janeiro. Livros Técnicos e Científicos.


A2. EMPREGO DAS TABELAS DE RÜSCH<<strong>br</strong> />

As tabelas <strong>de</strong> Rüsch são utilizadas para o cálculo <strong>de</strong> lajes <strong>de</strong> <strong>pontes</strong> (Fig. A 2.1). Para lajes<<strong>br</strong> />

retangulares utiliza-se o livro 1 (“rechtwinklige”) e para lajes esconsas o livro 2 (“schiefwinklige”).<<strong>br</strong> />

Fig. A 2.1 Capa do Livro <strong>de</strong> Rusch.<<strong>br</strong> />

A especificação da carga móvel segundo a Norma DIN 1072 da Alemanha é apresentada na Fig. A<<strong>br</strong> />

2.2. É importante dizer que a especificação da norma <strong>br</strong>asileira NBR 7188, conforme a Fig. A 2.3, é<<strong>br</strong> />

semelhante a norma Alemã.


186<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

Fig. A 2.2 Especificação da carga móvel conforme a Norma DIN 1072 (Alemanha).<<strong>br</strong> />

A simbologia utilizada para os vínculos da laje nas tabelas <strong>de</strong> Rusch está mostrada na Fig. A 2.4. Os<<strong>br</strong> />

índices das tabelas apresenta a relação dos tipos <strong>de</strong> lajes que po<strong>de</strong>m ser calculados. Para alguns tipos não<<strong>br</strong> />

existem as tabelas correspon<strong>de</strong>ntes, mas as informações para o cálculo estão no próprio índice. Portanto,<<strong>br</strong> />

antes <strong>de</strong> iniciar o cálculo, <strong>de</strong>ve-se consultar o índice.


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

187<<strong>br</strong> />

Fig. A 2.3 Especificação da carga móvel segundo a NBR 7188.<<strong>br</strong> />

Fig. A 2.4 Simbologia para os vínculos da laje.<<strong>br</strong> />

Os momentos fletores da carga uniformemente distribuída (carga permanente) é dado por:<<strong>br</strong> />

M<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

g<<strong>br</strong> />

k ⋅ g ⋅ l x<<strong>br</strong> />

= (1)<<strong>br</strong> />

Sendo:<<strong>br</strong> />

k = coeficiente obtido da tabela em função <strong>de</strong> l<<strong>br</strong> />

y<<strong>br</strong> />

/ lx<<strong>br</strong> />

g = valor da carga distribuída<<strong>br</strong> />

Os momentos fletores da carga móvel tem <strong>com</strong>o equação:<<strong>br</strong> />

M<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

= φ ⋅ Q ⋅ M + q ⋅ M + q ⋅ M )<<strong>br</strong> />

(2)<<strong>br</strong> />

(<<strong>br</strong> />

L 1 P 2 P'<<strong>br</strong> />

On<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

φ = coeficiente <strong>de</strong> impacto<<strong>br</strong> />

Q = peso <strong>de</strong> uma roda do veículo<<strong>br</strong> />

q1<<strong>br</strong> />

q2<<strong>br</strong> />

= carga móvel distribuída na frente e atrás do veículo (na faixa da largura do veículo)<<strong>br</strong> />

= carga móvel distribuída nas laterais do veículo


188<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

No caso da NBR 7188 (Fig. A 2.3):<<strong>br</strong> />

q 1<<strong>br</strong> />

= q 2<<strong>br</strong> />

= q<<strong>br</strong> />

(3)<<strong>br</strong> />

Os valores <strong>de</strong> q e Q <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da classe a qual pertecem:<<strong>br</strong> />

Classe 45 =><<strong>br</strong> />

Q = 75kN<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

q = 5kN<<strong>br</strong> />

/ m<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Classe 30 =><<strong>br</strong> />

Q = 50kN<<strong>br</strong> />

e<<strong>br</strong> />

q = 5kN<<strong>br</strong> />

/ m<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Classe 12 =><<strong>br</strong> />

Q = 40kN<<strong>br</strong> />

(roda traseira) e<<strong>br</strong> />

q = 4kN<<strong>br</strong> />

/ m<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Na equação 2, M<<strong>br</strong> />

L<<strong>br</strong> />

, M<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

, M P '<<strong>br</strong> />

são coeficientes fornecidos pelas tabelas em função dos parâmetros:<<strong>br</strong> />

l x<<strong>br</strong> />

/ a e t / a , on<strong>de</strong> a é a distância entre centros das rodas <strong>de</strong> cada eixo do veículo, <strong>com</strong>o mostra a Fig. A<<strong>br</strong> />

2.5, e t é o lado do quadrado <strong>de</strong> área igual ao do retângulo <strong>de</strong> contato da roda propagado até a superfície<<strong>br</strong> />

média da laje (Fig. A 2.6).<<strong>br</strong> />

Fig. A 2.5 Distância entre centros das rodas <strong>de</strong> cada eixo do veículo: a.<<strong>br</strong> />

t'<<strong>br</strong> />

= 0, 20 ⋅ b<<strong>br</strong> />

t = t'<<strong>br</strong> />

+ 2 ⋅ e + h<<strong>br</strong> />

Fig. A 2.6 Parâmetros adotados na Eq. 3.9: a, b, e, h, t, t’.


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

189<<strong>br</strong> />

O retângulo <strong>de</strong> contato da roda (b), também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da classe adotada:<<strong>br</strong> />

Classe 45 =><<strong>br</strong> />

Classe 30 =><<strong>br</strong> />

Classe 12 =><<strong>br</strong> />

b = 0, 50m<<strong>br</strong> />

b = 0, 40m<<strong>br</strong> />

b = 0, 30m<<strong>br</strong> />

(roda traseira)<<strong>br</strong> />

Para classe 12, a equação 2, que apresenta os momentos fletores da carga móvel, passa a ser:<<strong>br</strong> />

M = φ ⋅ Q ⋅ M + M ) + q ⋅ M + q ⋅ M ]<<strong>br</strong> />

(4)<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

[ (<<strong>br</strong> />

L L 1 P 2 P'<<strong>br</strong> />

Caso a carga móvel for tomada da DIN 1072, Rüsch indica que quando as classes são <strong>de</strong> 24 a 60 e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

3 a 16, respectivamente, valem as seguintes equações para os momentos fletores da carga móvel:<<strong>br</strong> />

M<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

= φ ⋅ P ⋅ M + φ ⋅ p ⋅ M + p<<strong>br</strong> />

(5)<<strong>br</strong> />

L<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

' ⋅M<<strong>br</strong> />

P'<<strong>br</strong> />

M<<strong>br</strong> />

q<<strong>br</strong> />

= φ ⋅ P ⋅ M + P'<<strong>br</strong> />

⋅M<<strong>br</strong> />

+ φ ⋅ p ⋅ M + p'<<strong>br</strong> />

⋅M<<strong>br</strong> />

(6)<<strong>br</strong> />

L<<strong>br</strong> />

L<<strong>br</strong> />

P<<strong>br</strong> />

P'<<strong>br</strong> />

Sendo:<<strong>br</strong> />

P = peso <strong>de</strong> uma roda do veículo<<strong>br</strong> />

P'<<strong>br</strong> />

= peso <strong>de</strong> uma roda do segundo veículo colocado lateralmente ao primeiro


190<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

191


192<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch 193


194<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch 195


196<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch 197


198<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

199


200<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

201


202<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

203


204<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

205


206<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

207


208<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

209


210<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

211


212<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch 213


214<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

215


216<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

217


218<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

219


220<<strong>br</strong> />

Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch


Anexo 2 Emprego das Tabelas <strong>de</strong> Rüsch<<strong>br</strong> />

221

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!