Filosofia e Sociologia
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sintetize toda a multiplicidade presente nos fenômenos.<br />
Esse grupo é bastante numeroso, encontramos aqui os<br />
filósofos Jônios Tales de Mileto e Anaximandro e<br />
Anaxímenes, todos da cidade de Mileto e que viveram o<br />
final do século VII a.C. e começo do VI a.C.; Deste<br />
grupo faz parte também o pensador Heráclito que é de<br />
uma região vizinha, chamada Éfeso e viveu já no século<br />
VI a.C.<br />
As informações sobre suas vidas e doutrinas são<br />
escassas, tudo que sabemos são informações que nos<br />
chegaram por fragmentos de suas obras ou citações<br />
conservadas por outros filósofos como o que nos trouxe<br />
Aristóteles a cerca do pensamento filosófico destes em<br />
sua obra Metafísica e na Física.<br />
P en sad or es P r é - Socr á t icos<br />
Tales de Mileto – Era grande conhecedor de astronomia,<br />
meteorologia, geometria, ciências em geral; este<br />
escolheu a água como elemento originário, pois esta<br />
pode tomar todas as formas e ainda se faz presente como<br />
necessária à vida de todos os seres assim como participa<br />
de todos os alimentos e está presente em todos os<br />
germes. É, sem dúvidas uma tese facilmente sustentável<br />
e que se conserva com grande probabilidade de verdade<br />
até nossos dias.<br />
Anaximandro – Foi discípulo de Tales, deste pensador<br />
chegou aos nossos dias alguns fragmentos de um tratado<br />
sobre a natureza. Segundo Aristóteles este pensador fala<br />
de uma coisa “indeterminada” ou infinita ( apeiron), este<br />
elemento seria anterior à água, uma mistura de contrários<br />
de onde tudo deriva e para onde tudo retorna.<br />
Anaxímenes – Deste filósofo sabemos apenas que<br />
acreditava ser o ar o elemento primordial, pois era mais<br />
necessário à vida que a própria água, pode vir a ser tudo<br />
por meio da condensação e dilatação.<br />
Heráclito de Éfeso – Originário da cidade de Éfeso e<br />
descendente direto do Rei Andrócles que era fundador da<br />
cidade, abre mão de ser governador da cidade para<br />
dedicar-se à filosofia. Segundo seu pensamento a origem<br />
de tudo encontra-se no Devir, na constante mudança. O<br />
que existe não é o ser, mas o devir.<br />
Para Heráclito “tudo muda nada permanece”; para o<br />
filósofo do devir o universo é como um rio onde<br />
ninguém pode banhar-se por duas vezes. O que é,<br />
enquanto é, não é porque muda. Defende a identidade no<br />
contraditório, “mergulhamos e não mergulhamos no<br />
mesmo rio”; “existimos e não existimos ao mesmo<br />
tempo”; “o bem e o mal são uma e mesmo coisa”.<br />
Este grupo de filósofos são denominados sensistas por<br />
não ultrapassarem os dados sensíveis, estão presos a um<br />
entendimento de mundo voltado a essa realidade, não<br />
conseguem separar a racionalidade como elemento que<br />
extrapola o sensível e como um elemento distinto desta.<br />
Sua forma de pensar apresenta-se ainda de maneira<br />
rudimentar. São sábios, mas não filósofos na acepção<br />
mais apurada do termo.<br />
O P it agor ism o<br />
Antes de passarmos ao segundo grupo vejamos um<br />
pouco sobre um pensador intermediário neste período,<br />
trata-se de Pitágoras de Samos, que se tornou figura<br />
legendária na própria Antiguidade, teria sido antes de<br />
mais nada um reformador religioso, pois realizou uma<br />
modificação fundamental na doutrina órfica,<br />
transformando o sentido da "via de salvação"; em lugar<br />
do deus Dioniso colocou a matemática.<br />
Da vida de Pitágoras quase nada pode ser afirmado com<br />
certeza, já que ela foi objeto de uma série de relatos<br />
tardios e fantasiosos, como os referentes às suas viagens<br />
e a seus contatos com culturas orientais. Parece certo,<br />
contudo, que ele teria deixado Samos (na Jônia), na<br />
segunda metade do século VI a.C. fugindo à tirania de<br />
Polícrates, transferindo-se para Crotona (na Magna<br />
Grécia) fundou uma confraria científico-religiosa.<br />
Pitágoras criou um sistema global de doutrinas, cuja<br />
finalidade era descobrir a harmonia que preside à<br />
constituição do cosmo e traçar, de acordo com ela, as<br />
regras da vida individual e do governo das cidades.<br />
Partindo de ideias órficas, o pitagorismo pressupunha<br />
uma identidade fundamental, de natureza divina, entre<br />
todos os seres. Essa similitude profunda entre os vários<br />
existentes era sentida pelo homem sob a forma de um<br />
"acordo com a natureza", que, sobretudo, depois do<br />
pitagórico Filolau, será qualificada como uma<br />
"harmonia", garantida pela presença do divino em tudo.<br />
Natural que dentro de tal concepção - vista por alguns<br />
autores como o fundamento do "mito helênico" - o mal<br />
seja entendido sempre como desarmonia.<br />
A grande novidade introduzida certamente pelo próprio<br />
Pitágoras na religiosidade órfica foi a tranformação do<br />
processo de libertação da alma num esforço puramente<br />
humano, porque basicamente intelectual. A purificação<br />
resultaria do trabalho intelectual, que descobre a<br />
estrutura numérica das coisas e torna, assim, a alma