Filosofia e Sociologia
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FI L O SO FI A C O N T E M P O R Â N E A<br />
A s p r in cip ias cor r en t es<br />
As principais correntes da <strong>Filosofia</strong> Contemporânea são<br />
esboçadas por Padovani; Castagnola (1970):<br />
1 ) O iluminismo representa uma síntese prática,<br />
divulgadora, de empirismo e racionalismo. Kant<br />
representa-lhe a síntese crítica especulativa, fundindo os<br />
dois fenomenismos em fenomenismos superior, daí<br />
surgindo o idealismo, que em Kant toma o nome<br />
de criticismo. Neste afirma-se, explicita e<br />
sistematicamente, a concepção, como dissemos, é a<br />
significação profunda do pensamento moderno e<br />
contemporâneo, e culmina em Hegel.<br />
Pablo Picasso (1881 – 1973).<br />
Penrose collection, London, UK<br />
Entende-se por <strong>Filosofia</strong> Contemporânea o período que<br />
se estende de meados do século XIX até nossos dias, é o<br />
período mais complexo de definir, afinal está em<br />
construção, e não temos o distanciamento afetivo e<br />
cronológico para nos ajudar a entendê-lo.<br />
A(s) <strong>Filosofia</strong>(s) do século XX trouxe(ram) uma série de<br />
desenvolvimentos teóricos contrários em relação ao que<br />
se refere a validade do conhecimento através de<br />
conceitos e abstrações absolutas, isto é, afirmações<br />
universais ou leis gerais. As certezas decorrentes do<br />
pensamento clássico foram derrubadas, embora<br />
permaneçam como problemas sociais, econômicos e<br />
científicos, juntamente com formas novas de conflito e<br />
reivindicações concernentes à organização geopolítica e<br />
epistêmica do sistema-mundo contemporâneo. O que é a<br />
lógica e o que é a ética? São novas perguntas que<br />
existem a partir da filosofia do século XX.<br />
Entretanto, essa filosofia é demasiadamente diferente<br />
para que se possa fixar um padrão, que não seja uma<br />
série de tentativas de reformar, preservar ou alterar os<br />
limites antes concebidos. As formas e caminhos para<br />
estes empreendimentos são diversos e distintos. Contudo,<br />
suponhamos que seja essencial uma unidade de sentido,<br />
diríamos que estas filosofias contestam princípios da<br />
ciência moderna (aproximadamente do séc. XVI ao séc.<br />
XX).<br />
2 ) Ao idealismo (primeira metade do século XIX) opõese,<br />
no mesmo século, a filosofia espiritualista –<br />
tradicionalismo e ontologismo: tentativa desafortunadas<br />
para restaurar os valores supremos do espírito humano.<br />
3 ) Contra o idealismo se insurge também (na segunda<br />
metade do século XIX) o positivismo. Este se manifesta<br />
em oposição ao primeiro, da mesma maneira que, antes<br />
de Kant, o empirismo se manifestava em oposição ao<br />
racionalismo. Entretanto, como o empirismo e o<br />
racionalismo, no fundo, expressões de um fenomenismo<br />
comum, assim o positivismo representa a mesma<br />
exigência imanentista do idealismo, mais plenamente<br />
atualizada, porém, mediante uma aderência maior ao<br />
campo concreto dos fatos.<br />
4 ) O positivismo declina entre os fins do século [XIX] e<br />
os princípios do atual [XX]. Neste tempo aparecem e se<br />
afirmam várias tendências filosóficas, que, no conjunto,<br />
se denominam filosofias do século XX. Não obstante a<br />
sua variedade, tais tendências pressupõem, geralmente, a<br />
concepção imanentista e humanista moderna. Vão-se<br />
orientando para um ceticismo e um pessimismo<br />
profundos, especialmente perante a falência prática,<br />
moral, política das ideologias dos filósofos<br />
contemporâneos.<br />
5 ) As malogradas tentativas da filosofia espiritualista do<br />
século XIX, e o fracasso teorético das correntes<br />
filosóficas imanentistas determinaram a volta das mais<br />
profundas inteligências do mundo contemporâneo,<br />
especialmente neste últimos tempos, à filosofia helênicocristã,<br />
justamente definida a filosofia perene do espírito<br />
humano e da inteligência. Essa metafísica<br />
clássica (chamada também neotomismo, filosofia<br />
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