88. BIODIVERSIDADE DE AVES NO ESTADO DE GOIÁSAnamaria Achtschin Ferreira 1 Nathália Machado e Sousa 21Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Goiás – anamaria.ferreira@ueg.br 2 UFG -Programa Faunaco – nathybio@hotmail.comO Cerrado é consi<strong>de</strong>rado um bioma <strong>de</strong> alta biodiversida<strong>de</strong> e também um dosmais ameaçados do planeta, além <strong>de</strong> apresentar um baixo nível <strong>de</strong>conhecimento sobre sua fauna e flora. Segundo estimativas recentes, cerca <strong>de</strong>50% da cobertura vegetal nativa foi <strong>de</strong>struída e menos <strong>de</strong> 5% da área total estáprotegida na forma <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação. Em função <strong>de</strong>stes aspectos,o presente estudo teve como objetivo a sistematização do conhecimento sobrea ornitofauna do estado <strong>de</strong> Goiás, situado na região core do Cerrado. Foramfeitos levantamentos <strong>de</strong> dados primários e secundários para a elaboração dalista <strong>de</strong> espécies, o hábitat preferencial e os respectivos pontos <strong>de</strong> ocorrência.A partir <strong>de</strong>sta informação, foi calculado o percentual <strong>de</strong> espécies ameaçadas(IBAMA, CITES e IUCN) e as causas <strong>de</strong> ameaça. Destacou-se, ainda, asguildas (carnívoras, onívoras e frugívoras) e as espécies endêmicas.Consi<strong>de</strong>rando-se dados <strong>de</strong> campo e dados secundários, ocorrem no estado <strong>de</strong>Goiás, cerca <strong>de</strong> 540 espécies (64,52% daquelas do Cerrado) e muitas <strong>de</strong>lasestão sendo impactadas <strong>de</strong> forma e intensida<strong>de</strong> variadas. Cerca <strong>de</strong> 26% dasespécies estão em, pelo menos, uma das listas <strong>de</strong> espécies ameaçadas. Cerca<strong>de</strong> 3,2% das espécies do estado são endêmicas e, <strong>de</strong>stas, cerca <strong>de</strong> 31% estãolistadas como sofrendo algum tipo <strong>de</strong> ameaça à permanência a longo prazo. Aprincipal causa <strong>de</strong> ameaça é a <strong>de</strong>struição ambiental. Cerca <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong>stassofrem pressão por terem valor cinegético, principalmente os Columbiformes.Cerca <strong>de</strong> 9% sofrem pressão por serem utilizadas como xerimbabo,principalmente os membros da família Emberizidae (38% das espécies). Dasespécies ameaçadas, 22,8% possuem dieta onívora e 16,1% são carnívoras. Oconhecimento <strong>de</strong> aspectos como extensão da distribuição, dieta, especificida<strong>de</strong>ambiental e causas <strong>de</strong> ameaças são <strong>de</strong> fundamental importância para omanejo e conservação da biodiversida<strong>de</strong>, possibilitando sua permanência aolongo do tempo. Estes resultados são particularmente preocupantes, seconsi<strong>de</strong>rarmos que menos <strong>de</strong> 10% dos estudos já realizados no estado sãorepresentativos da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves e, <strong>de</strong> modo geral, não são distribuídosuniformemente neste território, gerando gran<strong>de</strong>s lacunas <strong>de</strong> conhecimento.Palavras chave: Aves, biodiversida<strong>de</strong>, Cerrado96
89. REGISTRO DE PHALAROPUS TRICOLOR E OUTROSCHARADRIIFORMES EM UBERABA - MGRobson Silva e SilvaRua São José, 48 apt.31, CEP 11040-200, Santos-SP, e-mail:rsilvaesilva@uol.com.brEntre 2001 e 2005 foi <strong>de</strong>senvolvido na área, e regiões adjacentes, da empresaFosfertil (Complexo Industrial <strong>de</strong> Uberaba) o levantamento da avifauna. A área<strong>de</strong> estudo está localizada no bairro industrial (DI – III), abrangendo a regiãoentre os córregos Seco e Gameleira até a sua foz, no Rio Gran<strong>de</strong> (19º 59’S,47º 53’W). Esta região é utilizada principalmente para ativida<strong>de</strong>s agropecuáriase industriais. Alguns ambientes aquáticos artificiais promovem a atração <strong>de</strong>diversas espécies, em especial os Charadriiformes. Destacamos o registro <strong>de</strong>um exemplar <strong>de</strong> Phalaropus tricolor (adulto em plumagem <strong>de</strong> inverno) que foiobservado e fotografado nos dias 5 e 6 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2005, em uma daslagoas temporárias, formadas no período das chuvas, on<strong>de</strong> se alimentavajuntamente com outros Charadriiformes. Esta espécie migratória invernaprincipalmente na Bolívia, Chile e Argentina. No Brasil é conhecida por rarosregistros nos Estados <strong>de</strong> Mato Grosso, São Paulo, Paraná, e em maior númerono Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (Lagoa do Peixe). Aparentemente, este é o primeiroregistro documentado para a espécie em Minas Gerais. Além <strong>de</strong> P. tricolorforam registradas outras 13 espécies pertencentes à esta or<strong>de</strong>m, sendo:Jacana jacana, Vanellus chilensis, Hoploxypterus cayanus, Charadrius collaris,Tringa solitaria, Tringa melanoleuca, Tringa flavipes, Actitis macularia, Calidrisfuscicollis, Calidris melanotos, Calidris alba, Himantopus melanurus e Phaetusasimplex. Todas foram observadas na área da Fosfertil, no setor do Terminal <strong>de</strong>Rocha, on<strong>de</strong> existe um sistema <strong>de</strong> lagoas artificiais para o tratamento da águautilizada no processo industrial. Outras lagoas temporárias são formadas nestamesma área, fornecendo uma maior fonte <strong>de</strong> alimento para estas espécies.Destas, apenas J. jacana, V. chilensis e H. melanurus reproduzem na região,sendo o último também o mais abundante. O restante, exceto C. collaris e P.simplex, é migratório do Hemisfério Norte, ocorrendo entre os meses <strong>de</strong>setembro e março.Palavras chave: Phalaropus tricolor, Charadriiformes, Uberaba.Órgão Financiador: Fosfertil S/A – Complexo Industrial <strong>de</strong> Uberaba97