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SILÊNCIO SOBRE O ABORTO LEGAL - Voto pela Vida

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desenvolver um programa para diminuir a curto prazo a taxa de crescimento populacional em todo o<br />

mundo subdesenvolvido. Para este fim a USAID recebeu, durante quase duas décadas, todos os anos,<br />

entre cem e duzentos milhões de dólares por ano. Foi o maior programa de "ajuda externa"<br />

financiado pelos Estados Unidos em toda a sua história, perdendo apenas para o Plano Marshall que<br />

reconstruiu a Europa após a Segunda Guerra Mundial.<br />

O dinheiro da USAID foi usado para, através da Universidade Johns Hopkins, treinar milhares<br />

de médicos em todo o mundo na prática da esterilização, voluntária e forçada. Na América Latina o<br />

programa de treinamento dos médicos em esterilização contou com a parceria de quase todos os<br />

departamentos de ginecologia de das escolas de medicina do continente.<br />

A partir de 1969 a USAID utilizou seus recursos naquele que foi visto <strong>pela</strong> organização como o<br />

seu mais ambicioso projeto: o desenvolvimento e a disseminação em todo o mundo, ainda que de<br />

modo clandestino, de um medicamento pelo qual as mulheres pudessem provocar abortos em si<br />

mesmas através de automedicação. A droga desenvolvida foi considerada <strong>pela</strong> USAID como "uma<br />

nova penicilina, capaz de curar a humanidade do flagelo da explosão populacional". Nos anos 80,<br />

através do auxílio de organizações não governamentais, a droga disseminou-se com sucesso no<br />

nordeste brasileiro.<br />

A USAID promoveu também em todo o mundo a prática do aborto, principalmente o aborto<br />

clandestino. Sem importar-se com a legislação local de cada país a este respeito, a USAID treinou em<br />

práticas de aborto, nos Estados Unidos, milhares de médicos provenientes de praticamente todos os<br />

países subdesenvolvidos. Produziu novos equipamentos para a realização de abortos, que eram<br />

distribuídos em pacotes de dezenas de milhares para médicos dos países em desenvolvimento e<br />

promoveu a expansão de redes ilegais de clínicas de abortos provocados em diversos destes países. Em<br />

uma destas distribuições, ocorrida em dezembro de 1973, a USAID convocou de uma só vez mais de<br />

trezentos médicos cuidadosamente escolhidos de todo o mundo subdesenvolvido para uma<br />

Conferencia Internacional sobre técnicas avançadas de aborto na Universidade do Havaí, através dos<br />

quais foram distribuídos onze mil aparelhos para procedimentos de aborto. Dois meses antes da<br />

Conferência Internacional do Hawai, em outubro de 1973, temendo que não haveria aparelhos<br />

suficientes para abastecer o mundo, a USAID já havia encomendado a fabricação para entrega<br />

imediata de mais cem mil aparelhos para procedimentos de aborto provocado. Quando, durante o<br />

governo do presidente Jimmy Carter, o Congresso finalmente proibiu que o dinheiro do contribuinte<br />

americano fosse utilizado para a promoção direta do aborto, os dirigentes da USAID fundaram o IPAS,<br />

uma organização privada com sede na Carolina do Norte, para continuar em todo o mundo a promoção<br />

tanto do aborto legal como do clandestino que, até aquele momento, havia sido promovido <strong>pela</strong><br />

USAID. Nos últimos vinte e cinco anos do século XX o IPAS conseguiu superar tudo o que a USAID<br />

já havia feito para promover o aborto clandestino no mundo.<br />

As duas Comissões Parlamentares de Inquérito constituídas pelo Congresso brasileiro para<br />

investigar os casos de esterilizações forçadas em massa, principalmente no nordeste do Brasil, jamais<br />

chegaram, pelo menos oficialmente, sequer a suspeitar do envolvimento da USAID nestes programas.<br />

Tudo isto, entretanto, e muito mais, acabou sendo revelado nos primeiros anos do século XXI através<br />

do site pessoal do médico que, na década de 70, havia sido o diretor do programa populacional da<br />

USAID. Segundo as suas estimativas, a USAID impediu, somente nos anos 70, através de ações diretas<br />

ou indiretas, o nascimento de um bilhão de pessoas.<br />

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