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SILÊNCIO SOBRE O ABORTO LEGAL - Voto pela Vida

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http://www.c-fam.org/pdfs/SecretLegalDocuments.pdf<br />

O Brasil não consta da lista dos países acusados pelos Comitês de Monitoramento da ONU de violar os<br />

direitos humanos por não ter legalizado o aborto. Não foi por falta de oportunidade. O motivo foi<br />

muito diferente. Diversamente de todos os demais países, o Brasil foi, a este respeito, um caso único. O<br />

que aconteceu foi simplesmente que, sem que tivesse sido pressionado para tanto, o governo do<br />

presidente Luis Inácio Lula da Silva tomou ele mesmo a iniciativa de apresentar dois documentos à<br />

ONU, em que se comprometia totalmente com a promoção internacional da causa do aborto e através<br />

dos quais, considerado todo o contexto histórico, o governo brasileiro pretendia claramente assumir a<br />

liderança desta revolução na América Latina. No primeiro documento, apresentado em abril de 2005, o<br />

governo Lula comprometia-se diante do Comitê de Direitos Humanos da ONU a legalizar a prática do<br />

aborto no Brasil através da abolição de todas as restrições legais a qualquer tipo de aborto. Logo a<br />

seguir, ainda em 2005, o governo Lula tentou levar à prática este compromisso através do Projeto de<br />

Lei 1135/91, apresentado em setembro daquele ano <strong>pela</strong> presidência da República ao Congresso<br />

Brasileiro. Pelo texto do projeto, se este fosse aprovado, seriam extintos do Código Penal todos os<br />

artigos que criminalizam qualquer tipo de aborto, legalizando, em conseqüência, esta prática<br />

completamente durante todos os nove meses da gestação, desde a concepção até o momento do parto.<br />

Em um segundo documento, apresentado em agosto de 2005 ao Comitê contra a Discriminação das<br />

Mulheres da ONU, também conhecido como Comitê do CEDAW, o governo Lula reconheceu<br />

explicitamente a prática do aborto como um direito humano.<br />

Neste contexto, o Brasil já era pioneiro no mundo na implantação dos serviços de aborto legal<br />

para mulheres vítimas de estupro como etapa preparatória para a total legalização do aborto. Tais<br />

serviços iniciaram-se timidamente em 1990 quando Luiza Erundina, prefeita de São Paulo pelo Partido<br />

dos Trabalhadores, inaugurou o primeiro serviço de abortos legais do país no Hospital do Jabaquara<br />

em São Paulo.<br />

Entre 1990 e 1994, o Hospital Municipal do Jabaquara foi o único serviço que realizava no<br />

Brasil abortos legais em decorrência de estupro. Em 1994, seguindo as resoluções da Conferência do<br />

Cairo, segundo as quais os países deveriam garantir a assistência ao abortamento nos casos previstos<br />

em lei, oferecer tratamento humanizado às mulheres que realizaram abortos e serviços de qualidade<br />

para tratar as complicações decorrentes desta prática, um segundo serviço foi organizado em São<br />

Paulo, dentro do Hospital Estadual Pérola Byington. Os médicos brasileiros que dirigiram a<br />

implantação deste segundo serviço faziam parte do Quadro de Conselheiros do Conselho Populacional<br />

de Nova York, a instituição fundada por Rockefeller em 1952 que desencadeou a promoção<br />

internacional do aborto como meio de controle populacional.<br />

Em 1996 havia 4 serviços de aborto legal no Brasil. Além do Hospital do Jabaquara e Pérola<br />

Byington em São Paulo, inaugurou-se um terceiro serviço em Campinas no do CAISM (Centro de<br />

Atendimento Integral à Saúde da Mulher), organizado pelo Dr. Aníbal Faúndes, professor de<br />

obstetrícia no Brasil mas também pertencente ao quadro internacional do Conselho Populacional de<br />

Nova York, e um quarto no Rio de Janeiro. Foi também em 1996 que a Fundação MacArthur de<br />

Chicago forneceu os recursos para que se iniciassem os Fóruns para o Atendimento aos Abortos<br />

Previstos em Lei, congressos anuais realizados no Brasil que reúnem os profissionais dos hospitais de

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