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monografia original - Mapa dos Conflitos Ambientais de Minas ...

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as classes sociais ausentes do processo produtivo (isto é, latifundiários, funcionáriospúblicos etc.), concentrariam a <strong>de</strong>manda efetiva que possibilita a continuida<strong>de</strong> daacumulação do capital; e o estímulo do consumo para estas classes geraria a expansãodo emprego para as classes mais baixas (HARVEY, 1996: 143). O comérciointernacional também é visto como um meio <strong>de</strong> se solucionar o problema da <strong>de</strong>mandaefetiva, na medida em que a expansão do livre mercado aos países não civiliza<strong>dos</strong>(MALTHUS, 1968 apud HARVEY, 1996: 143) é concebida por Malthus como um <strong>dos</strong>ingredientes do aumento da riqueza <strong>de</strong> um país (HARVEY, 1996: 143). Para Harvey, épatente a perspectiva <strong>de</strong> classe do pensamento malthusiano: existiria umaincompatibilida<strong>de</strong> entre a teoria da <strong>de</strong>manda efetiva e a teoria da população, pela qual obem-estar das classes baixas é preterido pelo aumento da riqueza das classes altas.Contudo, Harvey atribui a crítica mais forte à “i<strong>de</strong>ologia da dominação danatureza” aos teóricos marxistas da escola <strong>de</strong> Frankfurt, cujas idéias influenciaramdiversas correntes <strong>de</strong> pensamento posteriores, incluindo os movimentos contraculturais<strong>dos</strong> anos <strong>de</strong> 1960. Operando uma mudança na ênfase marxista dada à luta <strong>de</strong> classecomo o motor da história (HARVEY, 1996: 133), os pensadores da escola <strong>de</strong> Frankfurt,entre eles T. Adorno e M. Horkheimer, consi<strong>de</strong>ravam existir um conflito maior “entrehomem e natureza” (HARVEY, 1996: 133), cuja origem remonta a antes do capitalismoe cuja continuida<strong>de</strong> e intensificação aparecem antes do seu fim (JAY, 1973 apudHARVEY, 1996: 133).A partir <strong>de</strong> uma análise dialética sobre as conseqüências <strong>de</strong>sta mudança <strong>de</strong>perspectiva, Adorno e Horkheimer (1947) argumentam que a reificação da natureza, suaconstrução como “coisa”, como algo externo ao Homem, implica também na suainternalização pelo próprio Homem, criando uma reversão dialética do princípio dadominação pela qual “o Homem faz <strong>de</strong> si mesmo um instrumento da mesma natureza aqual ele domina” (HORKHEIMER, 1947 apud HARVEY, 1996: 134). Assim,o controle sobre a natureza inevitavelmente se torna um controle sobre oshomens. Um círculo vicioso resulta, aprisionando a ciência e a tecnologiaem uma dialética fatal do aumento do domínio e o aumento do conflito.As atrativas promessas da dominação da natureza – paz social eabundância material para to<strong>dos</strong> – permanecem não realizadas. O perigoreal <strong>de</strong> a frustração resultante possa se virar contra os própriosinstrumentos <strong>de</strong> dominação (ciência e tecnologia) não <strong>de</strong>ve sersubestimado. Como fatores integrantes <strong>de</strong> uma espiral ascen<strong>de</strong>nte dadominação sobre a natureza externa e interna, eles estão liga<strong>dos</strong> àdinâmica irracional a qual po<strong>de</strong> <strong>de</strong>struir os frutos <strong>de</strong> sua própria41

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