100panorama <strong>do</strong> cinema baianotragem; Moisés Augusto, Fernan<strong>do</strong> Bélens, EdgardNavarro, Pola Ribeiro, José Araripe Jr. e Jorge Alfre<strong>do</strong>.Foram dias intensos e de muita interatividade entrecabeças de diferentes formações em torno de umideal comum; levar para a tela grande as nuances ematizes, trejeitos e esquisitices dessa gente de gingainconfundível <strong>do</strong>s becos e ruas de pedras seculares<strong>do</strong> Pelourinho; ícone da tradição cultural soteropolitana.Desse encontro surgiu o ainda inédito “ViaPelô”, que, no meu entender, desencadeou o movimentode retomada <strong>do</strong> cinema baiano.Infelizmente, nossos superegos e a falta de recursosnão permitiram que o filme fosse produzi<strong>do</strong>, mascreio que a partir desse encontro, to<strong>do</strong>s nós, individualmente,mas sempre com a colaboração afetiva e/ou profissional <strong>do</strong>s outros cinco, intensificamos essedesejo com muita obstinação e conseguimos juntamentecom outros cineastas (Agnal<strong>do</strong> Siri Azeve<strong>do</strong>,José Umberto, Joel de Almeida, Tuna Espinheira,Sérgio Macha<strong>do</strong>, Umbelino Brasil, Lázaro Faria, SofiaFederico, Edyala Yglesias, Lula Oliveira, Fábio Rocha,Bernard Attal, Joselito Crispim, Caó Cruz Alves e ConceiçãoSenna) realizar nesses últimos anos 26 títulosem 35mm, fazen<strong>do</strong> com que a Bahia experimentasseum novo ciclo de produção cinematográfica.Foi também nesse perío<strong>do</strong> que surgiu e se fortaleceuna Bahia a ABCV (Associação Baiana de <strong>Cinema</strong> eVídeo), filiada a ABD (Associação Brasileira de Documentaristas),primeira entidade associativa <strong>do</strong> cinemabrasileiro que hoje agrega associa<strong>do</strong>s de todas asregiões <strong>do</strong> país.Ainda nesse ano de 1993, Fernan<strong>do</strong> Bélens ro<strong>do</strong>uHeteros, a comédia, estrela<strong>do</strong> por Patrício Bisso, atortransformista argentino, com direção de fotografiade Hélio Silva, um nome consagra<strong>do</strong> <strong>do</strong> cinema novo.Foram meses de intensa excitação e muito trabalho.Logo depois estávamos a caminho <strong>do</strong> sertão deCanu<strong>do</strong>s para rodar o episódio Confirmação, umaprodução da ZDF com roteiro meu dirigi<strong>do</strong> por PolaRibeiro, ten<strong>do</strong> Vito Diniz na direção de fotografia. EJoel de Almeida rodava Penitência, outro episódiode Os 7 Sacramentos de Canu<strong>do</strong>s. Também fiz adireção de fotografia de Troca de Cabeças, de SérgioMacha<strong>do</strong>, uma produção com a participação deGrande Otelo, Mário Gusmão, Léa Garcia, DiogoLopes e Haril<strong>do</strong> Deda.Em julho de 94, José Araripe Jr. ganha o PrêmioResgate <strong>do</strong> <strong>Cinema</strong> Nacional <strong>do</strong> MinC com oroteiro Mr. Abrakadabra!. Roda<strong>do</strong> em Cachoeira,esse filme foi um marco na produção baiana emmuitos senti<strong>do</strong>s; trouxemos o mestre René Persinpara fotografar o filme em P&B, pela primeira vezutilizamos o recurso <strong>do</strong> videoassist e efeitos especiaisno set, ten<strong>do</strong> como protagonista <strong>do</strong> filme o sau<strong>do</strong>soJofre Soares.Moisés Augusto (Truq), até então, produziu to<strong>do</strong>sesses projetos. A Bahia novamente respirava cinema.A coisa engrenou e a gente não parou mais deproduzir filmes. Em 2001, conseguimos romperum jejum de 18 anos sem produzir uma longametragem e lançamos 3 Histórias da Bahia, um filmede episódios dirigi<strong>do</strong> por José Araripe Jr., Edyala
Yglesias e Sérgio Macha<strong>do</strong>. Nesse mesmo ano, SérgioMacha<strong>do</strong> realiza o <strong>do</strong>cumentário sobre Mário PeixotoOnde A Terra Acaba, e eu lanço no Festival de Brasíliao <strong>do</strong>cumentário sobre o samba da Bahia SambaRiachão.De lá pra cá, o nosso cinema mantém uma produçãosempre crescente.Em 2002, são produzi<strong>do</strong>s os curtas Catálogo deMeninas, de Caó Cruz Alves, Lua Violada, de JoséUmberto e No Coração de Shirley, de Edyala Yglesias.Em 2003, Hansen Bahia, de Joel de Almeida, CegaSeca, de Sofia Federico e Corneteiro Lopes (LázaroFaria).Em, 2004, mais <strong>do</strong>is longa metragens; Esses Moços,de José Araripe Jr., e Cascalho, de Tuna Espinheira.Até que em 2005 o cinema baiano chega a umaprodução surpreendente; quatro curtas e quatrolongas. Solange Lima (Araçá Azul) se firma comouma grande produtora, Cidade Baixa, de SérgioMacha<strong>do</strong>, ganha o prêmio de melhor filme <strong>do</strong> Festival<strong>do</strong> Rio, e no Festival de Brasília, Eu me Lembro, deEdgard Navarro, ganha sete candangos e confirmadefinitivamente que a terra de Walter da Silveira temvocação para o cinema!Urge, agora, uma revisão crítica dessa produção;Em 2006 foram produzi<strong>do</strong>s os longas Pau Brasil, deFernan<strong>do</strong> Bélens, Jardim das Folhas Sagradas, dePola Ribeiro, Estranhos, de Paulo Alcântara e Revoadade Zé Umberto. O Prêmio Braskem de <strong>Cinema</strong> que jáhavia premia<strong>do</strong> em 2004 O Anjo Daltônico, de FábioRocha, em 2005, dá continuidade com E Aí, Irmão,de Pedro Léo Martins; Joel de Almeida vai rodar Istoé Bom; Nivalda Silva Costa A Incrível História de SeuMané; Bernard Attal já começou a rodar um filmesobre Santa Luzia e eu continuo na captação pararodar Avant Garde.Abordagem poética-sentimental de Dona LúciaRocha, A mãe, de José Umbelino Brasil e Fernan<strong>do</strong>Bélens, é um <strong>do</strong>cumentário no qual a mãe de GlauberRocha fala de sua trajetória e encontra companheirosde vida e de luta no cinema brasileiro, como LuizCarlos Barreto, Waly Salomão, Orlan<strong>do</strong> Senna, JoãoUbal<strong>do</strong> Ribeiro e Nelson Pereira <strong>do</strong>s Santos. PrêmioEspecial <strong>do</strong> Júri <strong>do</strong> Festival de Brasília de 1998, o filmeé monta<strong>do</strong> por Peter Przygodda, responsável pelaedição da maioria <strong>do</strong>s filmes de Wim Wenders e deoutros cineastas <strong>do</strong> Novo <strong>Cinema</strong> Alemão.Cidade Baixa, 2006101panorama <strong>do</strong> cinema baiano
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