86panorama <strong>do</strong> cinema baianoRedenção,1959
a redençãode meteorango emo superoutroTrinta anos separam Redenção (1959), de Roberto Pires,de O Superoutro (1989), de Edgard Navarro, masapenas 10 <strong>do</strong> primeiro em relação a Meteorango Kid,o herói intergalático (1969), de André Luiz de Oliveira.E 20 anos entre este e o filme de Navarro. A distância,se, por um la<strong>do</strong>, revela-se maior entre Oliveirae Navarro, por outro, no entanto, faz ver nela umamaior afinidade temática, apesar das duas décadas,<strong>do</strong> que em relação a Redenção e Meteorango, apenasde uma década.O fato é que os anos 60 transformaram a maneirade ver o cinema com a desdramatização efetuadapor Michelangelo Antonioni e Roberto Rossellini e adesconstrução, por Jean-Luc Godard e segui<strong>do</strong>res. De1959 a 1969, a linguagem cinematográfica deu umsalto de 50 anos na sua evolução. Redenção, primeirolonga-metragem baiano, é uma obra pioneira, mas,tematicamente, um thriller de pouca pretensão a nãoser a de contar uma história policial. O artesanatode Roberto Pires se revela notável nessa tentativa, eRedenção é um marco porque tornou realidade umsonho que parecia impossível: fazer cinema, e delonga- metragem, na Bahia. Se o cinema baiano nãoexistisse, Roberto Pires o teria inventa<strong>do</strong>, escreveuGlauber Rocha em Revisão crítica <strong>do</strong> cinema brasileiro.E se poderia dizer, acrescentan<strong>do</strong>, se Redençãonão viesse a se concretizar em realidade como filme,talvez não tivessem existi<strong>do</strong> Meteorango e O Superoutro.A evolução da linguagem, a revolução <strong>do</strong>s costumes,<strong>do</strong> comportamento, e a liberdade temática quecaracterizam os efervescentes anos 60 determinam osurgimento, no fim desta década, de um surto underground,o chama<strong>do</strong> <strong>Cinema</strong> Marginal, que tem seucarro-chefe em O bandi<strong>do</strong> da luz vermelha (1968), deRogério Sganzerla; e influencia<strong>do</strong>s por este, alguns filmesbaianos, a exemplo de Caveira, my friend (1969),de Álvaro Guimarães, Voo interrompi<strong>do</strong>, de José Umberto,e Meteorango Kid, o herói intergalático.Meteorango Kid é um cinema que não obedece àsleis de progressão dramática anunciadas por DavidWark Griffith e seu discurso é um discurso fragmenta<strong>do</strong>,que inclui, na narrativa, materiais de procedênciasdiversas (signos gráficos, cartazes, fotografias,legendas...). Lula Bom Cabelo posiciona-se como umrapaz que reflete a angústia da geração de seu autor,a geração que deu origem a Maio de 68. Desorienta-87panorama <strong>do</strong> cinema baiano
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