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Panorama-do-Cinema-Baiano

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96panorama <strong>do</strong> cinema baianoHá também um grupo de superoitistas que sereúne na Rua Carlos Gomes, no prédio <strong>do</strong> antigoClube de Engenharia, capitanea<strong>do</strong> pelo ator baianoMilton Gaúcho: o Grubacin. Dele fazem parte CíceroBathomarco, Carlos Modesto, o médico Paulo SáVieira (que publicou um livro sobre o movimentosuperoitista baiano), entre outros.O boom superoitista que acontece não somente naBahia, mas, também, em to<strong>do</strong> o Brasil, põe o registrodas imagens em movimento ao alcance de to<strong>do</strong>s,que seria, mais tarde, em mais alta definição, com odigital, torna<strong>do</strong> possível o sonho quase utópico deAlexandre Astruc da camera-stylo (câmera-caneta).O fato é que o aparecimento de jovens a empunharsuas câmeras nas jornadas baianas determina aeclosão de uma nova geração de cineastas baianos,a exemplo de Fernan<strong>do</strong> Bélens, Edgard Navarro,José Araripe, Jorge Filipi, Marcos Sergipe, RobinsonRoberto, entre outros. E outros, mais veteranos, jácom registros no 35mm e 16mm, também aderiramà febre superoitista de então, como, para citar algunsapenas, José Umberto (Brabeza, Urubu...), Vito Diniz(Gran Circo Internacional) etc.Marcos Pierry, em sua dissertação de mestra<strong>do</strong>, queanalisa o Super 8 na Bahia, reflete com propriedade:“A eclosão <strong>do</strong> Super 8 funcionou como um fio depólvora que detonou uma vontade coletiva e latente<strong>do</strong> fazer cinema de uma forma descompromissada,e com uma linguagem alternativa desde o fenômenoMeteorango. Veículo para a expressão de senhoresprofissionais liberais empenha<strong>do</strong>s numa práticamais correta, <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong>s cânones danarrativa clássica de Hollywood, e território deporosidade máxima que fermentou a combinaçãocom outras possibilidades de linguagem – poesia,artes plásticas, fotografia, teatro, jornalismo –, oSuper 8 permitiu que o cinema baiano chegasse aexperiências únicas. Possibilitou que alguns gruposde cineastas baianos propusessem novos discursos àlinguagem cinematográfica, modifican<strong>do</strong> o conceitode filme produzi<strong>do</strong>, visto e discuti<strong>do</strong> até então nacinematografia local.(…) alguns (realiza<strong>do</strong>res) notavelmente contribuírampara que o rumo das pesquisas mais insólitas eradicais fosse visto não somente como uma picadagenerosa em resulta<strong>do</strong>s isola<strong>do</strong>s, mas como fluxocentral da experiência com a bitola no cinema baiano.(...)Precedi<strong>do</strong> de raros exemplos, como os curtas OPátio (1959), de Glauber Rocha, Invenções (1971), deSilvio Robatto, e um escasso Ciclo Marginal, o filmeexperimental baiano encontra sua ocorrência maisgeneralizada no contexto <strong>do</strong> movimento Super 8, emque propostas de diversas matizes forjaram um quadrovaria<strong>do</strong>.A essa multiplicidade não escapavam os diversoselementos característicos de cinematografiasexperimentais historicamente cristalizadas – baixo(ou nenhum) orçamento; informalismo nas filmagens;inscrição <strong>do</strong> próprio realiza<strong>do</strong>r na obra, apontan<strong>do</strong>para as tendências que conjugavam arte e vida;

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