12.07.2015 Views

Vozes do eTwinning

Vozes do eTwinning

Vozes do eTwinning

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong><strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessores


EditoraEditoresContribui<strong>do</strong>resServiço de Apoio Central para <strong>eTwinning</strong> (CSS) www.etwinning.netEuropean Schoolnet (EUN Partnership AISBL)Rue de Trèves 61 • B-1040 Brussels • Bélgicawww.eun.org • info@eun.orgChristina Crawley, Anne Gilleran, Donatella Nucci, Santi ScimecaLaurence Altibelli, Julie Ashby, Sari Auramo, Margarida BarbieriFigueire<strong>do</strong>, Maria Jesús Bayonas, Alessandra Cannelli, PatrickCarroll, Valentina Cuadra<strong>do</strong> Marcos, Manuel Díaz Escalera,Tautvydė Daujotytė Mukile, Inge De Cleyn, Nuria de Salva<strong>do</strong>r,Silvije Devald, Maria Doria, Paulien du Fosse, Vincent Dupont, MaryFournari, Maria Georgia<strong>do</strong>u, Mudrīte Grinberga, Siv Grete Stamnes,Helgi Hólm, Aimi Jõesalu, Catherine Johannes, Ingrid Keller-Russell, Conor Kelly, Christine Kladnik, Angelos Konstantinidis,Anna Krzyżanowska, Justyna Kukulka, Asta Liukaitiene, MarilinaLonigro, Eva Luptáková, Laura Maffei, Corina Mandi, Adriana Maris,Maria Antoinette Magro, Lorena Mihelač, Ayça Oğuz, Irene Pateraki,Ágnes Péter, Marta Pey, Elena Pezzi, Michael Purves, AlessandraRebecchi, Helena Ser<strong>do</strong>ura, Pasi Siltakorpi, Fani Smixioti, JoannaStefańska, Adam Stepinski, Anna Szczepaniak, Michelle Thick,Tautvydė Daujotytė Mukile, Carlos Trincão, Theo<strong>do</strong>r Tsampatzidis,Sandra Underwood, Irina VasilescuCoordenação Christina Crawley, Gamze Kapilargráfi ca e assuntoslinguísticosTraduçãoDesenho original Dogstudio, BélgicaDTP e impressão Hofi Studio, República ChecaDogstudio (versão em inglês)Créditos de ShutterStock, iStockimagemTiragem 20102Publica<strong>do</strong> em Dezembro de 2010. As opiniõesexpressas nesta publicação são da responsabilidade<strong>do</strong>s autores e não necessariamente daEuropean Schoolnet ou <strong>do</strong>s Serviços Centrais deApoio <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>. Este livro é publica<strong>do</strong> nostermos e nas condições da Atribuição 3.0 dalicença Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/;http://www.creativecommons.pt/cms/view/id/28/).Esta publicaçãofoi criada com o apoio financeiro <strong>do</strong> Programada Aprendizagem ao Longo da Vida da UniãoEuropeia. Esta publicação reflecte as opiniões<strong>do</strong>s autores e a Comissão Europeia não pode serresponsabilizada por qualquer uso que seja feitoda informação nele contida.


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresPrefácio 7Androulla VassiliouIntrodução 8A Equipa <strong>eTwinning</strong>Capítulo 1Capítulo 2Envolvimento no <strong>eTwinning</strong> 11Introdução Donatella Nucci 11Sandra Underwood 13Catherine Johannes 14Marta Pey 15Maria Antoinette Magro 16Angelos Konstantinidis 17Helgi Hólm 18Michelle Thick 20Maria Doria 21Autvydė Daujotytė Mukile 22Valentina Cuadra<strong>do</strong> 23Laura Maffei 25Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática 27Introdução Christina Crawley 27Conor Kelly 28Ayça Oğuz 29Margarida Barbieri Figueire<strong>do</strong> 31Marilina Lonigro 32Paulien du Fossé 33Adam Stepinski 35Pasi Siltakorpi 36Corina Mandi 38María Jesús Bayonas 39Elena Pezzi 40Índice3


Capítulo 3Capítulo 4Capítulo 5Viver a Experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong> 43Introdução Santi Scimeca 43Adriana Maris 44Elena Pezzi 45Silvije Devald 46Nuria de Salva<strong>do</strong>r 48Anna Szcżepaniak 49Ingrid Keller-Russell 50Joanna Stefanska 51Inge De Cleyn 53Patrick Carroll 54Alessandra Cannelli 55Siv Grete Stamnes 56Laura Maffei 57Os meus projectos <strong>eTwinning</strong> 61Introdução Christina Crawley 61Mudrīte Grinberga 62Julie Ashby 63Asta Liukaitiene 64Aimi Jõesalu 65Ágnes Péter 66Theo<strong>do</strong>r Tsampatzidis 67Laurence Altibelli 69Manuel Díaz Escalera 71Mary Fournari 72Vincent Dupont 73Alessandra Cannelli e Laurence Altibelli 74<strong>eTwinning</strong> e Desenvolvimento Profi ssional 77Introdução Anne Gilleran 77Irene Pateraki 78Lorena Mihelač 80Maria Georgia<strong>do</strong>u 81Anna Krzyżanowska 814


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Eva Luptáková 82Christine Kladnik 84Helena Ser<strong>do</strong>ura 85A palavra <strong>do</strong>sprofessoresCapítulo 6<strong>eTwinning</strong>: o impacte pessoal 89Introdução Donatella Nucci 89Michael Purves 90Alessandra Rebecchi 92Carlos Trincão 93Sari Auramo 94Fani Smixioti 95Justyna Kukulka 96María Jesús Bayonas 98Irina Vasilescu 99Lista <strong>do</strong>s autores <strong>do</strong>s contributos 101Índice5


Professores <strong>eTwinning</strong> que contribuíram ➥


★<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresProfessores <strong>eTwinning</strong> que contribuíramHelgi HólmSiv Grete StamnesSari AuramoPasi SiltakorpiAimi JõesaluSandra UnderwoodPatrick CarrollMichael PurvesMichelle ThickJulie AshbyMudrīte GrinbergaAsta LiukaitieneConnor KellyVincent DupontInge De CleynTautvydė Daujotytė MukilePaulien du FosseIngrid Keller-RussellChristine KladnikAnna KrzyżanowskaJustyna KukulkaJoanna StefańskaAdam StepinskiAnna SzczepaniakEva LuptákováMargarida Barbieri Figueire<strong>do</strong>Helena Ser<strong>do</strong>uraCarlos TrincãoLaurence AltibelliCatherine JohannesLorena MihelačLaura MaffeiMaria DoriaAlessandra CannelliMarilina LonigroElena PezziAlessandra RebecchiMaria Jesús BayonasManuel Díaz EscaleraNuria de Salva<strong>do</strong>rValentina Cuadra<strong>do</strong> MarcosMarta PeyMaria Antoinette MagroÁgnes PéterSilvije DevaldAdriana MarisCorina MandiIrina VasilescuMary FournariMaria Georgia<strong>do</strong>uAngelos KonstantinidisIrene PaterakiFani SmixiotiTheo<strong>do</strong>r TsampatzidisAyça Oğuz


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>PrefácioAndroulla VassiliouComissária Europeia para a Educação, Cultura, Multilinguismo e JuventudeA palavra <strong>do</strong>sprofessoresÉ com enorme prazer que vos apresento este fascinante livro, no qual professores partilham assuas muitas e variadas experiências no <strong>eTwinning</strong>.O <strong>eTwinning</strong> foi concebi<strong>do</strong> com o objectivo de ligar alunos e professores em to<strong>do</strong> o nossocontinente, numa rede de escolas que colaboram entre si. Este objectivo encontra-se enquadra<strong>do</strong>na visão da União Europeia para a educação: reforçar a colaboração e a aprendizagem mútuaentre os países Europeus, a to<strong>do</strong>s os níveis, respeitan<strong>do</strong> a responsabilidade nacional pelaorganização e pela estrutura <strong>do</strong>s sistemas educativos.A ideia era tirar parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> cada vez maior número de possibilidades oferecidas pelas TIC, paraalargar os horizontes das escolas e para tornar possível viver a Europa sem sair da sala deaula. Com um clique de rato, alunos e professores podem trabalhar com os seus pares noutrospaíses e aprender, uns com os outros, sobre qualquer assunto.O <strong>eTwinning</strong>, agora parte integrante <strong>do</strong> Comenius, o programa da UE para a educação escolar,excedeu, sem sombra de dúvida, todas as expectativas, em termos de taxas de participação.Este facto deve-se, em parte, à sua abordagem <strong>do</strong> tipo “da base para o topo” e à concepçãofl exível, que não coloca quaisquer limites à imaginação de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s. Mas mais <strong>do</strong> quetu<strong>do</strong>, deve-se ao extraordinário empenho, entusiasmo e criatividade de muitos professorese ao desejo <strong>do</strong>s alunos de interagirem com os seus pares em toda a Europa. O <strong>eTwinning</strong>oferece às escolas uma infra-estrutura para colaboração, apoio e ideias, bem como umacompleta gama de possibilidades para o desenvolvimento profi ssional <strong>do</strong>s professores mas,o que o torna realmente especial é aquilo que professores e alunos dele fazem.O <strong>eTwinning</strong> é uma história europeia de sucesso e os professores que contribuíram para estelivro são parte dela. Estou certa de que gostarão de ler as suas experiências (e de aprendercom elas), tanto quanto eu gostei.Prefácio7


IntroduçãoA Equipa <strong>eTwinning</strong>Este livro é o resulta<strong>do</strong> de uma iniciativa colectiva. Foi escrito por professores de muitos paíseseuropeus que desempenham um papel activo no <strong>eTwinning</strong> e que querem partilhar o seuentusiasmo, as suas experiências, bem como os seus conselhos e até as suas recomendaçõesacerca <strong>do</strong>s obstáculos que encontraram ao longo <strong>do</strong> caminho. Em conjunto com os seusalunos, estão envolvi<strong>do</strong>s em projectos colaborativos com professores e alunos de outrospaíses Europeus.Há alguns meses, decidimos convidar eTwinners a contarem-nos as suas histórias ea tornarem-se os autores deste livro. Publicámos o pedi<strong>do</strong> no Portal <strong>eTwinning</strong>, perguntan<strong>do</strong>quem estaria interessa<strong>do</strong> em contribuir. Em apenas alguns dias, recebemos centenas derespostas. Tivemos de proceder a uma selecção difícil e identifi cámos 60 professores queparticipariam na aventura.Para organizar o livro, criámos um Grupo <strong>eTwinning</strong>, convidámos to<strong>do</strong>s os autores <strong>do</strong>s contributose pedimos-lhes que escolhessem um <strong>do</strong>s temas sugeri<strong>do</strong>s. Após algum tempo, tornou-se claroque o empenho pessoal tomaria a liderança. Os professores começaram a escrever não apenassobre o tema escolhi<strong>do</strong>, mas também comentavam os textos uns <strong>do</strong>s outros, enriquecen<strong>do</strong>os vários contributos. O Grupo cresceu de uma forma que não tínhamos previsto e não foi fácilchegar ao texto fi nal, que agora têm ante vós.Os caminhos percorri<strong>do</strong>s pelos váriosautores são pessoais, mas to<strong>do</strong>stêm algo em comum. Em algummomento, souberam <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> evisitaram o portal em www.etwinning.net, exploraram as possibilidades queeste oferecia e decidiram inscrever-se.Isto deu-lhes o direito de acederemao Quadro de Bor<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>,a plataforma social que serve de pontode encontro para dezenas de milharesde professores em toda a Europa.Aí, fi caram a conhecer colegas quepartilham os seus interesses ou as suas circunstâncias profi ssionais, em termos, por exemplo,da idade <strong>do</strong>s seus alunos, das disciplinas que ensinam ou da língua de comunicação. Muitofrequentemente, foi também através <strong>do</strong> Quadro de Bor<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> que descobriram osparceiros com quem negociaram e concretizaram as suas ideias para projectos colaborativos.8


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Ao inscreverem estes projectos, ganharam acesso ao seu próprio TwinSpace (Espaço Virtual<strong>eTwinning</strong>), o ambiente colaborativo seguro, onde desenvolveram as suas actividades deprojecto com os seus alunos, utilizan<strong>do</strong>, assim, uma vasta gama de ferramentas TIC que lhesforam disponibilizadas.Estes professores acreditam que os projectos <strong>eTwinning</strong> criaram situações de aprendizagemmuito ricas e autênticas para os seus alunos. Contribuíram muito fortemente para aumentara sua motivação e abertura, melhoran<strong>do</strong> as suas competências de comunicação e de trabalhoem equipa e ajudan<strong>do</strong>-os a desenvolver uma consciência cultural e uma tolerância para comas diferenças.Os autores relatam também a importância <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> para a sua própria aprendizagem,motivação e desenvolvimento profi ssional. Muitos deles - a maior parte - não eram especialistasem informática mas, através das actividades desenvolvidas no âmbito <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, ganharamconfi ança na utilização das TIC para fi ns educativos. Ficaram a conhecer outras abordagenspedagógicas e outras estratégias de ensino e tiveram oportunidade de trabalhar em equipasmultidisciplinares. Em muitos casos, melhoraram também as suas competências ao nível dautilização de línguas estrangeiras.Parte da sua aprendizagem ocorreu através da participação em actividades de formação<strong>eTwinning</strong>, tais como Eventos de Aprendizagem, Ofi cinas de Desenvolvimento Profi ssional eCursos e Seminários nacionais online. No entanto, a parte mais importante dessa aprendizagemocorreu através da interacção que estabeleceram com os colegas e das tentativas deultrapassar, em conjunto, os obstáculos que encontraram no seu trabalho de projecto.O Quadro de Bor<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> oferece, também, uma completa gama de possibilidades parase estabelecerem contactos com outros eTwinners, com vista a discutir temas de interessecomum (p. ex. chats, Salas de Professores e Grupos <strong>eTwinning</strong>). Os autores não têm dúvidasde que o <strong>eTwinning</strong> se tornou numa rede de desenvolvimento profi ssional.Mas ouçamos os professores. Nos capítulos que se seguem, explicam como se envolveramno <strong>eTwinning</strong> (Capítulo 1), como o colocaram em prática (Capítulo 2, como viverama experiência da comunidade <strong>eTwinning</strong> (Capítulo 3) e falam, ainda, sobre os projectosque criaram (Capítulo 4). Mais à frente, discutem a forma como o <strong>eTwinning</strong> contribuiu parao seu desenvolvimento profissional (Capítulo 5) e o impacte pessoal <strong>do</strong> seu envolvimentono <strong>eTwinning</strong> (Capítulo 6).A palavra <strong>do</strong>sprofessoresIntrodução9


Capítulo 1EnEnvolvimento no<strong>eTwinning</strong><strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresIntroduçãoDonatella NucciServiço de Apoio Central <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>O <strong>eTwinning</strong> foi ofi cialmente lança<strong>do</strong> em Janeiro de 2005, no âmbito de uma grande conferênciaque teve lugar em Bruxelas. Trezentos professores participaram nessa conferência, númerobastante eleva<strong>do</strong> mas, ainda assim, muito diminuto quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com o total deprofessores na Europa, em que se incluem os mais de cem mil professores que, desdeentão, aderiram ao <strong>eTwinning</strong>. No princípio, em 2005, uma das principais prioridades <strong>do</strong>sServiços de Apoio Nacionais (NSS) e <strong>do</strong> Serviço de Apoio Central (CSS) era dar a conheceresta acção a professores e alunos. To<strong>do</strong>s os NSS se empenharam a fun<strong>do</strong>, organizan<strong>do</strong>seminários nas diferentes regiões <strong>do</strong>s seus países, escreven<strong>do</strong> artigos nos seus sítios Webe promoven<strong>do</strong> o <strong>eTwinning</strong> das mais variadas formas. Estas acções tiveram muito êxito emuitos professores relatam que descobriram o <strong>eTwinning</strong> graças às comunicações ofi ciais,sessões de formação e outras iniciativas organizadas, quer a nível nacional, quer a nívelEuropeu. Quan<strong>do</strong> o <strong>eTwinning</strong> se tornou parte <strong>do</strong> programa Comenius, em 2007, muitosprofessores viram neste facto uma forma de darem continuidade à colaboração com escolascom quem tinham trabalha<strong>do</strong>, colaboração esta que, de outra forma, poderia ter chega<strong>do</strong>ao fi m.Existem, no entanto, muitos professores que confessam ter chega<strong>do</strong> ao <strong>eTwinning</strong> pelo seupróprio pé, quase “por acidente”, quan<strong>do</strong> procuravam na Internet algo de novo, ou algo quenem eles próprios sabiam como defi nir. Obra <strong>do</strong> acaso? “A sorte apenas favorece a mentebem preparada” * . Muitos professores descobriram, de facto, o <strong>eTwinning</strong> quan<strong>do</strong> procuravamactivamente uma mudança na sua vida profi ssional, quer na relação com os seus alunos,quer no que diz respeito a méto<strong>do</strong>s de ensino, ou, ainda, no que concerne a apresentaçãode conteú<strong>do</strong>s curriculares – em suma: inovação. Para alguns deles, o primeiro encontro nãofoi decisivo e voltaram ao <strong>eTwinning</strong> meses ou anos depois, quan<strong>do</strong> estavam prontos a tirarparti<strong>do</strong> das possibilidades oferecidas por esta acção.* Nas palavras de Louis Pasteur, o famoso químico e microbiologista <strong>do</strong> séc. XIX: “le hasard nefavorise que les esprits préparés.”Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>11


Com toda a sua diversidade e histórias devida pessoais, os professores <strong>eTwinning</strong>parecem partilhar to<strong>do</strong>s a mesma visão:conhecer diferentes culturas, comdiferentes línguas, é uma experiênciaenriquece<strong>do</strong>ra para si próprios e para osseus alunos. Os professores de línguasconsideram que o <strong>eTwinning</strong> é uma formaefi caz de ensinar línguas estrangeiras,proporcionan<strong>do</strong> um contexto decomunicação real, em particular paraalunos originários de contextos sociaisdesfavoreci<strong>do</strong>s ou viven<strong>do</strong> em regiõesremotas, que desfrutam de menosoportunidades de entrar em contacto com falantes de diferentes línguas. O <strong>eTwinning</strong> étambém um meio para alargar os horizontes no ensino de outras matérias, desde a históriaà biologia.Muitos professores decidiram envolver-se no <strong>eTwinning</strong> porque o viram como umaoportunidade de desenvolvimento profi ssional. Para eles, uma característica interessante<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> é o facto de a participação não ser algo que se esgota no espaço de um únicoprojecto; de facto, é precisamente o inverso que é verdade. É possível procurar a melhoriacontínua; aceitam com prazer o desafi o de adquirirem novas competências, experimentan<strong>do</strong>coisas novas no <strong>eTwinning</strong> e envolven<strong>do</strong>-se cada vez mais na vida de uma comunidade deprofessores com interesses idênticos.Uma das principais reacções <strong>do</strong>s professores que se envolveram no <strong>eTwinning</strong> é admiraçãopor encontrarem atrás da porta que diz “Inscreva-se no <strong>eTwinning</strong>”, uma comunidade deprofessores, que partilham preocupações e problemas muito semelhantes. Por vezes, osprimeiros passos na comunidade não são muito produtivos, por várias razões – má altura<strong>do</strong> ano, disponibilidade mental errada, etc. – mas ninguém está aqui para o(a) penalizar, antespelo contrário! Sandra Underwood, a nossa autora <strong>do</strong> primeiro contributo, descreve a formacomo o descobriu:12


Sandra Underwood<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscolaCidadePaísLSA Technology & Perfoming Arts CollegeLytham St AnnesReino Uni<strong>do</strong>Lembro-me de andar a navegar na Web à procura de alguma motivação para o meu ensino,numa altura <strong>do</strong> ano em que as coisas começam a desacelerar nas escolas <strong>do</strong> ReinoUni<strong>do</strong> e de ter depara<strong>do</strong> com o sítio Web <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>. Fiquei admirada por descobrirtantos professores em toda a Europa que se tinham inscrito e que procuravam projectos.Era uma grande oportunidade para trabalhar em colaboração com outras pessoas comos mesmos interesses, em algo que pudesse motivar os alunos na sala de aula.Tenho de admitir que não foi fácil começar e a minha primeira tentativa de participaçãonum projecto falhou. Este mau resulta<strong>do</strong> ficou a dever-se, quase por certo, a questõesde calendarização, já que o projecto estava pronto e em curso em Julho, o que coincidecom o fim <strong>do</strong> ano lectivo no Reino Uni<strong>do</strong>, enquanto que em muitos países da Europa,Agosto é o seu início. No entanto, não ten<strong>do</strong> desanima<strong>do</strong>, tornei a lembrar-me <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>alguns meses depois, quan<strong>do</strong> recebi um convite para um seminário de contacto,em Colónia. Inscrevi-me prontamente, fiquei à espera e, por fim, foi aprovada a minhaparticipação num seminário, em Dezembro de 2009.Não tinha previsto, na melhor das minhas expectativas, os resulta<strong>do</strong>s que este seminárioteria, quer para os meus alunos, quer para mim própria, <strong>do</strong> ponto de vista profissional.O fim-de-semana na Alemanha provou ser uma experiência positiva, uma vez que encontreialguns professores muito entusiastas e motiva<strong>do</strong>s, que estavam ansiosos poriniciarem projectos. A minha equipa de projecto, que incluía duas escolas da Alemanha,uma da Turquia e uma <strong>do</strong> País de Gales, embarcou num projecto que duraria <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>sescolares, de Janeiro a Julho. Desde o início <strong>do</strong> projecto, intitula<strong>do</strong> “Welcome to myWorld” * , comunicámos através de correio electrónico, <strong>do</strong> blogue e <strong>do</strong> “TwinSpace”, commais de 160 alunos escreven<strong>do</strong> cartas e falan<strong>do</strong> via Web, uns com os outros. Estou certaque to<strong>do</strong>s estariam de acor<strong>do</strong> em considerar que foi um enorme esforço de coordenaçãoe de organização, mas eu diria também que foi um enorme sucesso. Os meus alunosgostaram da experiência e eu fá-lo-ia de novo. As relações que construí com os meusalunos resultaram num admirável esforço da sua parte e, para mim, em satisfação noensino e na aprendizagem. No início estava algo hesitante em envolver-me no <strong>eTwinning</strong>,principalmente por causa <strong>do</strong> volume de trabalho que implicaria e por ter me<strong>do</strong> de que osmeus esforços não viessem a ser reconheci<strong>do</strong>s. Estava errada em pensar assim, já queo meu Director via com muito interesse que a escola começasse a trabalhar com outrosestabelecimentos de ensino, a nível local e no estrangeiro. Um <strong>do</strong>s objectivos da escolaera precisamente alargar o conhecimento cultural, social e económico <strong>do</strong>s nossos alunos,para os ajudar a tornarem-se cidadãos mais globais.* “Bem-vin<strong>do</strong>s ao meu Mun<strong>do</strong>”Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>13


O meu trabalho árduo tem si<strong>do</strong> reconheci<strong>do</strong> e fui nomeada Coordena<strong>do</strong>ra para as Ligaçõesda Escola, o que inclui trabalhar para a promoção de ligações nacionais e internacionais,bem como para o desenvolvimento da dimensão global dentro da escola, no seuto<strong>do</strong>. Embora a minha prática de ensino não se tenha altera<strong>do</strong> muito, foi melhorada pelosnovos conhecimentos que adquiri com as minhas experiências e nos cursos que tenhovin<strong>do</strong> a frequentar. Estou mais confiante no meu ensino e sinto-me recompensada pelointeresse que os alunos demonstram nas oportunidades concedidas pelas parcerias. Emresposta a um recente pedi<strong>do</strong> de participação num workshop concebi<strong>do</strong> para alunos,obtive um número avassala<strong>do</strong>r de manifestações de interesse em participar, o que demonstraque os alunos querem ficar a conhecer a forma de vida de outras pessoas.Estou fortemente convicta que, para os alunos, existe mais oportunidades de aprendizagempara além <strong>do</strong>s limites da sala de aula. A minha experiência com o <strong>eTwinning</strong>conduzir-me-á, estou certa, a mais parcerias, quer online, quer através de viagens organizadasa universidades locais, para mostrar aos alunos os benefícios e as profissõesa que podem aceder através da aprendizagem de uma língua estrangeira. Na minha escola,aprender uma língua a partir <strong>do</strong>s catorze anos é opcional. Acredito firmemente queo número de aprendentes de línguas aumentaria se os alunos se pudessem encontrare falar com outros alunos estrangeiros, através <strong>do</strong> correio electrónico ou da Internet,permitin<strong>do</strong>-lhes a oportunidade de utilizarem as suas competências linguísticas e de partilhareminformações sobre a sua cultura. Se assim fosse, poderiam escolher as línguascomo primeira opção ao invés de não as escolherem de to<strong>do</strong>.Em 2005, não existiam tantos exemplos de projectos e de actividades <strong>eTwinning</strong> como existemhoje. Alguns professores, no entanto, aperceberam-se imediatamente <strong>do</strong> valor que o <strong>eTwinning</strong>poderia ter na aprendizagem de línguas estrangeiras, proporcionan<strong>do</strong> mobilidade virtual para osalunos e um contexto real para aprendizagem de línguas a custo zero, crian<strong>do</strong>, desta forma, pontessobre as desigualdades sociais.Catherine JohannesEscolaCidadePaísLycée Hilaire de Char<strong>do</strong>nnetChalon Sur SaôneFrançaEm 2005, circulou no Liceu um <strong>do</strong>cumento das autoridades locais para a educação,que nos convidava a participar na acção <strong>eTwinning</strong>, através <strong>do</strong> estabelecimento de uma14


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>parceria com uma escola na UE. A ideia parecia pouco clara mas, após ter fala<strong>do</strong> comum colega, professor de Inglês, decidimos organizar um projecto no início <strong>do</strong> ano lectivode 2005-2006.Eu ensino na secção tecnológica <strong>do</strong> Liceu (uma escola de pequena dimensão, no interior)e os alunos estão, muitas vezes, desmotiva<strong>do</strong>s. Foi-lhes dito, frequentemente, quenão eram bons em línguas, nada mais! Naturalmente que tal não é verdade. Além disso,muitos destes alunos provêm de estratos sociais desfavoreci<strong>do</strong>s e os seus pais nãopodem pagar-lhes viagens ao estrangeiro.Pensámos que um projecto poderia ser motivante para eles e para nós próprios, conferin<strong>do</strong>algum significa<strong>do</strong> à aprendizagem de línguas estrangeiras e às TIC. Este projecto quebrariatambém fronteiras entre as disciplinas (Inglês e TIC) e, por último, a viagem virtualnão teria quaisquer custos, o que significava que toda a gente poderia “subir a bor<strong>do</strong>”.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresSeria erra<strong>do</strong> pensar que o <strong>eTwinning</strong> é uma panaceia para to<strong>do</strong>s os problemas com que umprofessor se confronta na sua sala de aula, em particular, quan<strong>do</strong> os alunos não estão motiva<strong>do</strong>spara trabalhar. No <strong>eTwinning</strong>, o apoio <strong>do</strong>s professores parceiros, <strong>do</strong> Serviço de Apoio Nacionale das outras pessoas que fi camos a conhecer torna mais fácil enfrentar estes problemas,uma vez que os professores não estão sós, como nos diz o relato de Marta Pey.Marta PeyEscolaCidadePaísInstitut Jaume CallisVicEspanhaTu<strong>do</strong> começou num dia de Outubro de 2007. Deparei com o anúncio de um curso<strong>eTwinning</strong> ofereci<strong>do</strong> pelo Ministério Espanhol da Educação. O que era o <strong>eTwinning</strong>?A primeira parte <strong>do</strong> curso era um pouco teórica, mas a segunda parte era muitomais real. Tinha de encontrar um parceiro: consegui-o e em menos de 10 minutos.A Alessandra P, em Monfalcone, no Norte da Itália, respondeu ao meu apelo, convidan<strong>do</strong>-mea participar no seu projecto. A correspondência era perfeita, desde osobjectivos à idade <strong>do</strong>s alunos (16-17). Tinha de me decidir depressa. Queria mesmoenvolver-me no projecto? Valeria mesmo a pena? Os meus alunos iriam envolver--se? Sabia que não eram muito trabalha<strong>do</strong>res e que o nível <strong>do</strong> seu Inglês não eramuito eleva<strong>do</strong>… depois de pensar em tu<strong>do</strong> isto por algum tempo, decidi juntar-mea esta “Comunidade Europeia”.Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>15


Os meus alunos, tal como esperava, foram a parte mais difícil. No início, ficarammuito entusiasma<strong>do</strong>s, mas quan<strong>do</strong> descobriram que teriam de trabalhar arduamentea história foi outra…. As coisas não iam lá muito bem, por isso decidi dedicarmais tempo das aulas ao projecto, tornan<strong>do</strong>-o parte das avaliações <strong>do</strong>s alunos.Senti-me frustrada em muitas ocasiões, ao ponto, por vezes, de pensar em aban<strong>do</strong>naro projecto, o <strong>eTwinning</strong> e tu<strong>do</strong> o mais…, mas o que me fez continuar foi a forterelação que estabelecera com a Alessandra e a excelente ajuda disponibilizada peloServiço de Apoio Nacional (NSS), em Madrid e pela Núria de Salva<strong>do</strong>r, em Barcelona.Fiquei convencida que o <strong>eTwinning</strong> era uma ferramenta maravilhosa para o meuensino e para a aprendizagem <strong>do</strong>s meus alunos.O envolvimento no <strong>eTwinning</strong> pode começar por ser a um nível muito limita<strong>do</strong>: um projectosimples, com um único parceiro e com uma duração de apenas poucos meses. O verdadeiro“perigo” é que uma vez que um(a) professor(a) se inicia no <strong>eTwinning</strong> é muito provávelque se queira envolver mais, como aconteceu com Maria Antoinette, a autora <strong>do</strong> próximocontributo, que, cinco anos após o seu primeiro projecto, pode relatar uns incríveis 15 projectose parceiros em muitos países diferentes.Maria Antoinette MagroEscolaCidadePaísSt Gorg Preca Primary School CHamrunMaltaQuan<strong>do</strong> o <strong>eTwinning</strong> foi lança<strong>do</strong> em 2005, to<strong>do</strong>s os directores das escolas nas ilhasde Malta participaram num seminário <strong>eTwinning</strong>. De volta à escola, o nosso Directorpassou-nos a informação e eu decidi inscrever-me logo – sem saber grande coisasobre o que tal envolveria. Desde então, nunca me arrependi e o meu entusiasmo egosto pelo <strong>eTwinning</strong> parece crescer em cada ano que passa.Logo que me inscrevi, dei por mim na secção “Pesquisa de Parceiros” <strong>do</strong> portal<strong>eTwinning</strong> e fui contactada por um professor <strong>do</strong> ensino primário da Escócia. Planeámosiniciar um projecto simples com os nossos alunos. “Children from Other Lands” *. As crianças entraram em contacto umas com as outras através <strong>do</strong> correio electrónicoe enviámos uns aos outros apresentações PowerPoint e fotografias, para nosapresentarmos a nós e à nossa escola.* “Crianças de Outras Terras”16


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>No final <strong>do</strong> ano lectivo, os meus alunos e eu estávamos de acor<strong>do</strong> em considerarque trabalhar em conjunto, como se fossemos uma família, tinha si<strong>do</strong> um prazer.Tínhamos aprendi<strong>do</strong> tanto com os nossos amigos estrangeiros que queríamos tentarde novo no ano seguinte e, desde então, temos continua<strong>do</strong> a fazê-lo. Duranteos primeiros cinco anos <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, estive envolvida em quinze projectos compaíses diferentes como a Escócia, a Polónia, a Noruega, a Eslováquia e a França.To<strong>do</strong>s os projectos foram sempre adequadamente integra<strong>do</strong>s no Currículo Nacionale no programa <strong>do</strong> respectivo anode escolaridade. Nada foi feito fora<strong>do</strong> currículo ou <strong>do</strong> programa, emboratu<strong>do</strong> tivesse si<strong>do</strong> executa<strong>do</strong>em moldes mais estimulantes, queos alunos assimilaram com prazer eque os fez provavelmente recordarmelhor o que tinham aprendi<strong>do</strong>. Seos projectos não tivessem existi<strong>do</strong>,as aulas teriam de ser dadas comosempre, recorren<strong>do</strong> ao habitual méto<strong>do</strong>tradicional e aborreci<strong>do</strong>.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresAs Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são, sem dúvida, uma componenteimportante, embora não constituam, de to<strong>do</strong>, o foco <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>; o aspecto interdisciplinare a colaboração de nível horizontal, entre professores das mesmas escolas e comprofessores de outros países, e, de âmbito vertical, entre alunos e professores, constituemcaracterísticas muito mais proeminentes, como se torna claro nas refl exões <strong>do</strong> Angelos.Angelos KonstantinidisEscolaCidadePaísSecondary Sport SchoolDramaGréciaConsidero-me afortuna<strong>do</strong> por ter participa<strong>do</strong> no primeiro seminário online sobre a acção<strong>eTwinning</strong>, realiza<strong>do</strong> na Grécia, em 2008. O seminário intitulava-se “Projectos interdisciplinarese a acção <strong>eTwinning</strong>” e foi conduzi<strong>do</strong> por três embaixa<strong>do</strong>res Gregos.Tomei conhecimento <strong>do</strong> seminário através <strong>do</strong> boletim informativo <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> e,por pura curiosidade, inscrevi-me para participar. É certo que tinha interesse na área,Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>17


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>tipo de trabalho era interessante e educativo. No projecto, que incidia sobre históriase jogos envolven<strong>do</strong> os alunos mais jovens, participavam escolas de cinco outrospaíses – Noruega, Bélgica, Inglaterra, República Checa e França. Tinha si<strong>do</strong> decidi<strong>do</strong>que, quer to<strong>do</strong> o trabalho, quer as comunicações seriam feitos em Inglês, o que levoua que a Língua Inglesa fosse incluída no currículo <strong>do</strong> primeiro ano (alunos com6 anos de idade) e que, a partir daí, continuasse a ser ensinada. Tornou-se, assim,evidente para mim que projectos como este poderiam ter uma influência de curto ede longo prazo para as escolas participantes. Ao trabalhar no projecto comecei a vere a aprender coisas que pensei que poderia utilizar na minha prática lectiva, enquanto<strong>do</strong>cente de informática.No nosso projecto Comenius, o trabalhocentrava-se nos alunos maisjovens mas, na sala de computa<strong>do</strong>res,eu trabalhava com quase to<strong>do</strong>sos alunos da escola (com idadesentre os 6 e os 16 anos), peloque comecei a procurar formas deconseguir envolver mais alunos emvários projectos. Tinha ouvi<strong>do</strong> falar<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> através da AgênciaNacional Comenius Islandesa e, emAgosto de 2007, inscrevi-me. Foicom grande espanto que verifiqueique no curto espaço de tempo quedecorrera desde o seu início, milharesde professores de toda a Europase tinham inscrito, dan<strong>do</strong> início a to<strong>do</strong> o tipo de projectos interessantes. Coloqueialgumas ideias no sítio Web <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> e, muito em breve, tinha começa<strong>do</strong> a comunicarcom outros professores.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresMuitos professores, embora atraí<strong>do</strong>s pela ideia de trabalharem num projecto Europeu, rejeitam-napor pensarem que as exigências impostas pelo currículo são tantas que não terãotempo para fazer mais nada. O segre<strong>do</strong>, como descobriu a Michelle, é enquadrar o projectono currículo, com o benefício adicional de, através dele, introduzirem uma dimensão Europeiaao vosso trabalho. Os alunos da Michelle descobriram também que a participação noprojecto era relevante para a sua candidatura à universidade…Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>19


Michelle ThickEscolaCidadePaísKing Edward VI CollegeNuneatonReino Uni<strong>do</strong>O meu envolvimento pessoal no <strong>eTwinning</strong> resultou <strong>do</strong> meu gosto pela educaçãointernacional, desenvolvi<strong>do</strong> ao longo de anos de vida e ensino na América <strong>do</strong> Nortee na Europa. A minha escola envolveu-se num projecto Comenius e eu fui uma daspessoas que se voluntariou para ajudar na sua planificação. Participei num encontroregional para novos projectos Comenius e foi aí que fiquei a conhecer o <strong>eTwinning</strong>.Este parecia uma forma óptima de desenvolver a compreensão cultural <strong>do</strong>s alunos,pelo que comecei a pensar nas possíveis maneiras de o integrar no meu ensino. Embora,o nosso tempo para o ensino, no caso <strong>do</strong> 6.º ano e ten<strong>do</strong> em mente os examesfinais, seja limita<strong>do</strong>, estava determinada a utilizar o <strong>eTwinning</strong> eficazmente na salade aula. É também importante para mim, enquanto historia<strong>do</strong>ra, mostrar aos meusalunos que a história não trata só de pessoas mortas, sen<strong>do</strong> também um estu<strong>do</strong> vivo,que descobre causas e consequências muito para além das páginas de um manualescolar.Por fim, acabei por tentar um projecto com a minha turma de História Antiga basea<strong>do</strong>directamente nos conhecimentos que necessitavam adquirir para os exames elançámo-nos à procura de uma escola Grega para trabalhar connosco. A respostaque obtive através <strong>do</strong> sítio Web <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> foi muito positiva e, em breve, tinhadescoberto uma escola que queria ser nossa parceira. Os meus alunos revelaram-semuito entusiasma<strong>do</strong>s por ficarem a conhecer melhor os seus colegas que viviam noestrangeiro e a consequência de tu<strong>do</strong> isto foi que concluímos já <strong>do</strong>is projectos emconjunto. Neste momento, estou ansiosa por começarmos a planear um terceiro,a ter início em breve, se tu<strong>do</strong> correr bem!O <strong>eTwinning</strong> abriu-me um verdadeiro mun<strong>do</strong> novo de oportunidades. Não só as minhascompetências se desenvolveram ao trabalhar colectivamente com colegas Europeus,fosse num projecto online, ou numa oficina de desenvolvimento profissional,como também os meus alunos se enriqueceram com o conhecimento que adquiriram<strong>do</strong>s seus colegas da escola parceira. Ficaram a saber mais sobre a cultura e a formade vida na Grécia e ficaram particularmente choca<strong>do</strong>s por descobrirem que uma dasnossas potenciais escolas parceiras teve de aban<strong>do</strong>nar um projecto, porque os alunosestavam a desencadear uma acção de ocupação da escola!O segun<strong>do</strong> projecto desenvolvi<strong>do</strong> pelos alunos consistiu numa parceria, propostapelo Bristish Council e pela BBC relacionada com o seu programa “A História <strong>do</strong> Mun-20


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong><strong>do</strong> em 1000 Objectos”. Embora a participação tenha envolvi<strong>do</strong> o trabalho <strong>do</strong>s alunosexclusivamente no seu tempo livre (e no meu também!), foram recompensa<strong>do</strong>s aoverem o seu trabalho publica<strong>do</strong> no sítio Web da BBC, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> das outras escolasparceiras. Isto foi muito entusiasmante para os alunos e deu-lhes também algo paradiscutirem nas suas candidaturas à universidade, no próximo ano, o que, espero, osfará sobressair no meio <strong>do</strong>s restantes candidatos!No seguimento disto, o meu Director pediu-me para apresentar o impacte <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>,a to<strong>do</strong>s os professores, não apenas para tornar o meu trabalho e o <strong>do</strong>s meusalunos mais visível na escola, mas também para ajudar a encorajar outros professoresa talvez tentarem um projecto, eles próprios. Para além disso, fui também convidadaa juntar-me à equipa de embaixa<strong>do</strong>res <strong>eTwinning</strong>, o que, espero, me abrirá umnovo mun<strong>do</strong> de oportunidades, a mim própria e aos meus alunos. Por último, gostariade salientar que o <strong>eTwinning</strong> não é só para os alunos mais jovens e que é possívelutilizá-lo na faixa etária <strong>do</strong>s 16 aos 18 anos; apenas temos de ser criativos!A palavra <strong>do</strong>sprofessoresNão é necessário ser profi ciente na utilização das TIC para começar a trabalhar no <strong>eTwinning</strong>.Peça a alguém que lhe mostre como se cria um endereço de correio electrónico, senão tiver já um… o resto virá por acréscimo.Maria DoriaEscolaCidadePaísLiceo Classico “G. Galilei”Monopoli (BA)ItáliaEnvolvi-me no <strong>eTwinning</strong>, em primeiro lugar, porque procurava uma escola parceirapara estabelecer um intercâmbio de alunos, uma vez que a escola em que trabalhodesde há 18 anos sempre esteve interessada nesse tipo de experiências. Nem queriaacreditar que o <strong>eTwinning</strong> podia ser mais <strong>do</strong> que isso!!! Apercebi-me que uma parcerianão era apenas um encontro de a<strong>do</strong>lescentes, com o objectivo de melhorar assuas competências linguísticas!Foi este o fulcro <strong>do</strong> meu primeiro projecto “The United Colours of Europe”, que partilheicom a Irena da Polónia. Ela foi a minha primeira parceira e é agora uma verdadeiraamiga, sempre pronta e disposta a trabalhar e a comunicar!!!Trabalhei muito arduamente nestas ideias. Por vezes senti-me desenquadrada, porqueestava sempre a cometer erros, acima de tu<strong>do</strong> no que respeita à minha incapaci-Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>21


dade de lidar com a elaboração de vídeos, ficheiros áudio, fotografias, FlashMeetinge coisas desse género! O portal <strong>eTwinning</strong> parecia-me “um país desconheci<strong>do</strong>” parair descobrin<strong>do</strong>, passo a passo!!! Hoje, posso dizer que devo todas as minhas proezasno campo das TIC (nada de extraordinário, na realidade!) ao <strong>eTwinning</strong>. Quan<strong>do</strong> participeinuma Oficina de Desenvolvimento Profissional (PDW) em Sintra, recebi umainjecção de entusiasmo. O tema da PDW era as tecnologias móveis aplicadas aoensino. Até àquele momento, apenas tinha utiliza<strong>do</strong> o meu telemóvel para enviar ereceber mensagens de texto, tirar algumas fotografias e ligar o desperta<strong>do</strong>r!Durante a PDW em Sintra, fui apresentada a um país desconheci<strong>do</strong>, constituí<strong>do</strong> porsmart phones, WinRAR, Google Earth, Komposer. Fiquei verdadeiramente admiradapela sua aplicabilidade ao ensino e às actividades de projecto. Pratiquei e apliquei-osrealmente, mais tarde. *No final <strong>do</strong> meu primeiro projecto, quan<strong>do</strong> avaliei os resulta<strong>do</strong>s e as opiniões <strong>do</strong>smeus alunos, comecei a pensar que o <strong>eTwinning</strong> poderia ser mais <strong>do</strong> que um projectoextra e que poderia ser totalmente incorpora<strong>do</strong> no ensino. Em breve, apercebi-meque o <strong>eTwinning</strong> poderia ser uma disciplina transversal. Desde então, o <strong>eTwinning</strong>é a ferramenta mais flexível <strong>do</strong> meu ensino, que nos possibilita, a mim e aos meusalunos, que aprendamos, melhoremos, nos divirtamos e façamos amigos.Tautvydė é uma professora Lituana, que trabalha numa das Escolas Europeias, em Bruxelas. Éde opinião que o <strong>eTwinning</strong> a une a si e aos seus alunos com outros em toda a Europa.Tautvydė Daujotytė MukileEscolaCidadePaísÉcole Européenne Bruxelles IIWoluweBélgicaQuan<strong>do</strong>, em Março de 2010, descobri o <strong>eTwinning</strong>, parecia ser um mun<strong>do</strong> enorme,cheio de novas possibilidades e promissoras sugestões. Aderi como peixe na água –como diz um popular adágio Lituano.Desde o primeiro encontro com o <strong>eTwinning</strong> que estava ansiosa por começar. Tenhode reconhecer que sou uma eTwinner totalmente auto-didacta e tal facto de-* Se tem curiosidade e quer saber mais, por favor, siga este link: http://www.youtube.com/watch?v=ykSzIyJ2LOE&feature=player_embedded#22


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>monstra claramente quão fácil é o sítio Web <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, se tiver mesmo desejode o conhecer.Na própria noite em que lancei a minha ideia de projecto, foi com um sentimentoincrivelmente caloroso que vi como outros colegas de países diferentes começavama apoiar-me, estan<strong>do</strong> prontos para começarem a trabalhar em conjunto. Pouco tempodepois, recebei um convite para participar noutro projecto interessante. Foi assim:um início cheio de êxito. O meu primeiro projecto <strong>eTwinning</strong> chama-se “Phrases andSayings – United in Different Ways to See the World” * e graças a 10 membros e aosseus alunos, descobrimos um maravilhoso mun<strong>do</strong> de frases e adágios. Este projectodeu-nos a oportunidade de conhecer melhor não só outras línguas como tambéma nossa própria língua.Os meus projectos estão liga<strong>do</strong>s à disciplina que ensino: estou interessada em projectoslinguísticos e culturais uma vez que sou professora de Língua Lituana. Estoucerta que no século XXI até a própria língua materna não poderá mais ser ensinadaenquanto disciplina isolada. Trabalho numa escola internacional, mas o <strong>eTwinning</strong>ajuda a unir muitas línguas Europeias diferentes durante as minhas aulas. É isso queeu realmente gosto no <strong>eTwinning</strong> – não interessa onde se trabalha, estamos sempreno meio da Europa, o tempo to<strong>do</strong>.A palavra <strong>do</strong>sprofessores* “Frases e adágios – Uni<strong>do</strong>s em Formas Diferentes de Ver o Mun<strong>do</strong>”Por fi m terminamos este capítulo com uma pequena lição de história sobre algumas dasactividades que conduziram à criação <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> e <strong>do</strong> Portal, o que demonstra que, desdeo início, o <strong>eTwinning</strong> foi sempre uma iniciativa “bottom up” orientada pelas necessidadesexpressas por professores interessa<strong>do</strong>s em trabalhar colaborativamente na Web.Valentina Cuadra<strong>do</strong>EscolaCidadePaísIES Alonso de MadrigalÁvilaEspanhaNo âmbito de uma participação num projecto-piloto OASIS (Open Architecture andSchools in Society), em 2002, tive de procurar parceiros para terminar a experiênciacom uma actividade colaborativa. Uma vez que uma das actividades no nosso Programana escola consistia em participar na Primavera da Europa, contactei uma colega,Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>23


na altura responsável pela secção Espanhola. Ela aju<strong>do</strong>u-me a encontrar parceiros eo resulta<strong>do</strong> final foi a nossa primeira revista, disponível em http://ejournal.eduprojects.net/Museo10/index.php. Os mesmos parceiros, da Polónia e da Roménia, têm desdeentão também colabora<strong>do</strong> comigo, em projectos <strong>eTwinning</strong> e Comenius.A minha colega espanhola sugeriu mais tarde que eu participasse num grupo de interessedestina<strong>do</strong> a recolher as opiniões, necessidades e expectativas de professores,para um novo sítio Web colaborativo. Claro que aceitei! Era a primeira vez na minhavida profissional que me era pedi<strong>do</strong> para exprimir o que sentia e de que necessitavapara a minha prática lectiva. Fiquei mesmo contente com esta oportunidade. No entanto,não queria enviar apenas as minhas respostas pessoais, por isso tentei na escolapara ver se alguém mais quereria participar. Os colegas <strong>do</strong> projecto OASIS e um outrogrupo mais pequeno juntaram-se-me e, em conjunto, discutimos os nossos pontos devista. De alguma forma, isto representou uma avaliação <strong>do</strong>s nossos méto<strong>do</strong>s e resulta<strong>do</strong>s.Este sítio colaborativo veio a ser o Portal <strong>eTwinning</strong>.Quan<strong>do</strong> o <strong>eTwinning</strong> foi lança<strong>do</strong>, foi fácil para nós criarmos o nosso primeiro projecto“Nature and Human Activity” * uma vez que já sabíamos como queríamos trabalhar.Convencemos a administração da escola da importância da colaboração, participaçãoe construção de conhecimento através de parcerias. O grau de envolvimento activo entrealunos e professores é uma das forças condutoras na escola, geran<strong>do</strong> actividadestransdisciplinares, viagens, trabalho de equipa, participação e uma ideia global de escola.O meu envolvimento no início <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> traduziu-se numa alteração pessoal eda própria escola que nos deu um novo caminho no processo de aprendizagem e trêsPrémios Nacionais, o que é sempre bom.Algumas “regras de ouro” para começar a participar! Começamos com os seis pontos deque a Laura Maffei gostaria de ter esta<strong>do</strong> consciente logo de início.* “A Natureza e a e Actividade Humana”24


Laura Maffei<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscolaCidadePaísArnolfo di CambioColle di Val d’ElsaItália1. ENTRAR: quan<strong>do</strong> se inscrever, não pense que se lembrará da sua identificaçãode utiliza<strong>do</strong>r e da sua senha – não se lembrará mesmo. Por isso, escreva-as.(Apêndice ao ponto 1: diga aos seus colegas/amigos/família qual o endereço decorreio electrónico que utilizou. Quan<strong>do</strong> se esquecer onde escreveu os seus da<strong>do</strong>sde registo – e tenha a certeza que isso irá acontecer – saberá, pelo menos,como obter uma nova senha).2. PORTAS DESLIZANTES: acabou de se inscrever, excitadíssimo(a) por entrarneste novo mun<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> – oops – na sua primeira tentativa recebe uma qualquerestranha mensagem de erro. Peça ajuda, mas se não estiver nenhum perito porperto, utilize o truque mágico <strong>do</strong>s nativos digitais: reset.3. SALA DE PÂNICO: após ter feito reset, tenta registar-se mas a plataforma parecenão estar a trabalhar. Acontece. Antes de telefonar ao seu NSS/Ministério daEducação/Mr. Big, espere e tente de novo mais tarde.4. PESSOA SEM CARA: a primeira coisa a fazer é colocar uma imagem no seuperfil. Ninguém fala com uma sombra.5. ENCONTRAR A PESSOA CERTA: quan<strong>do</strong> procurar o parceiro perfeito, lembre-seque a comunidade <strong>eTwinning</strong> se assemelha à vida real – se não contactarninguém, ninguém o(a) contactará. Da mesma forma, após escrever 100 mensagens,espere gastar o seu tempo livre a dar resposta a 100 potenciais parceiros.Estabeleça prioridades.6. NÃO IRÁ ACONTECER: acredita que encontrou o parceiro ideal. No entanto,se ele trabalha numa escola primária, não poderá trabalhar no seu projecto sobredivisão nuclear. Estabeleça metas razoáveis para si próprio(a), para os seus parceirose alunos, por forma a evitar desilusões.Capítulo 1 : Envolvimento no <strong>eTwinning</strong>25


Capítulo 2PôPôr o <strong>eTwinning</strong>em prática<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresIntroduçãoChristina Crawley,Serviço de Apoio Central <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, European SchoolnetDecidir fazer alterações na forma como ensinamos e aprendemos nunca é fácil. A experiênciade aprendizagem pode ser tão simples ou complexa quanto a decidirmos tornar, mas mergulharno desconheci<strong>do</strong> em busca de inspiração e inovação é mesmo um feito enorme. Para to<strong>do</strong>s oseTwinners, a experiência <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> começou no interesse em fazer “algo diferente”. Querse trate de descobrir novas estratégias para o ensino de uma dada unidade ou de conferir umadimensão internacional à turma, os eTwinners são professores corajosos dispostos a aceitarnovos desafi os – nomeadamente na área da colaboração. Ensinar sozinhos na nossa salade aula é uma coisa – mas o que acontece quan<strong>do</strong> adicionamos uma outra turma, um outroprofessor?A secção que se segue apresenta vários relatos de eTwinners sobre o mo<strong>do</strong> como se iniciaramno <strong>eTwinning</strong>, como o incorporaram no que já estavam a fazer, quais as difi culdades queencontraram, o que foi surpreendentemente fácil e quais os desenvolvimentos que promoveramposteriormente, após este primeiro encontro com o conceito <strong>eTwinning</strong>.Onde começar melhor <strong>do</strong> que a partir de uma simples ideia? O Conor explica-nos como pegounuma ideia simples e, em conjunto com os seus parceiros e alunos, foi capaz de a tornar numaaventura que se enquadrou perfeitamente no currículo.Capítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática27


Conor KellyEscolaCidadePaísMoyle Park CollegeDublinIrlandaComo comecei? Tu<strong>do</strong> teve início em Setembro de 2009 com uma ideia: fazer um filmede um poema. A ideia expandiu-se para levar alunos em toda a Europa a fazer filmesde poemas e a comentar os poemas e filmes uns <strong>do</strong>s outros.Em primeiro lugar, coloquei a minha ideia na secção de pesquisa de parceiros<strong>do</strong> Portal <strong>eTwinning</strong> e esperei por uma resposta. Cinco professores de três paísescontactaram-me e, a partir daí, o projecto nasceu.Aprendi novas competências relacionadas com a realização de filmes digitais, a ediçãodigital e a gravação de som. Melhorei também as minhas competências de Webdesign, de redes de computa<strong>do</strong>res e de revisão de textos. Os professores envolvi<strong>do</strong>sno projecto partilharam as suas competências e algum material vídeo foi envia<strong>do</strong> emDVD para ser edita<strong>do</strong> e para se fazer o upload para o YouTube, onde os seis filmesforam, por fim, coloca<strong>do</strong>s.Se bem que o objectivo final <strong>do</strong> projecto fosse a criação de seis pequenos filmes,o objectivo pedagógico era fazer com que os alunos abordassem a poesia de umaforma nova e cooperativa. Ao permitir aos alunos seleccionar os poemas que queriamfilmar, encorajan<strong>do</strong>-os a comentar os vários poemas e a partilhar os comentários noTwinSpace e no sítio Web <strong>do</strong> projecto, tornou-se possível que se apercebessem daforma como a poesia era vista pelos seus pares.A minha única grande mágoa é que os alunos não tenham colabora<strong>do</strong> mais em conjunto.Embora tivesse inscrito os meus alunos no TwinSpace, não o podiam usar.Achei o TwinSpace restritivo e criei um sítio Web diferente para o projecto. Concluique um sítio Web tradicional podia conter to<strong>do</strong>s os materiais necessários ao projecto,de forma acessível e visualmente atraente. Utilizei este sítio Web para coordenarto<strong>do</strong> o trabalho que as diferentes escolas desenvolveram.No que respeita ao envolvimento de outros professores na escola, foi fácil consegui--lo, uma vez que um filme é um empreendimento colectivo. Os professores na minhaescola apoiaram muito o projecto! Alguns concordaram em representar, outros ajudaramna selecção de actores, os professores de carpintaria e de artes ajudarama criar os materiais cénicos, o director e o subdirector organizaram o meu horário eo <strong>do</strong>s meus alunos de forma a possibilitar que fosse possível filmar, etc.28


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Ficámos extremamente satisfeitospor receber um importante prémioTIC nacional, um prémio “JuniorSpider”, pelo Melhor Sítio WebEducativo da Irlanda. Uma escolaRomena criou também um sítio bilinguepara o seu filme e actualizou--o constantemente, à medida a queo projecto se desenvolvia.A poesia tem um papel significativono currículo de Inglês que ensino e,assim, disponibilizan<strong>do</strong> traduçõesde to<strong>do</strong>s os poemas <strong>do</strong> projecto e ven<strong>do</strong> e comentan<strong>do</strong> os filmes feitos pelos seuscompanheiros Europeus, os alunos experimentaram uma nova abordagem relativamenteà compreensão da poesia.Sítios WebO Sítio Irlandês está disponível em: http://www.iol.ie/~kellyc/film.htmO Sítio Romeno está disponível em: http://strongteam.lispanciu.ro/index.htmlA palavra <strong>do</strong>sprofessoresEnquadrada pelo conceito que subjaz ao envolvimento no trabalho colaborativo de sala deaula, a Ayça refl ecte sobre a importância de compreender as necessidades <strong>do</strong>s alunos noque respeita à utilização das actuais tecnologias.★Ayça OğuzEscolaCidadePaísHasan Kağnıcı İlköğretim OkuluBağcılar/İstanbulTurquiaO <strong>eTwinning</strong> é um “oceano educativo”. Os jovens têm curiosidade sobre a internete isto pode levá-los à revelação e à inspiração, ou, pelo contrário, pode impeli-lospara a procura de informação irrelevante e empurrá-los para a obscuridade. Nós,enquanto professores, temos de garantir que ao transformarmos esta ferramenta,que eles encaram como divertimento, numa ferramenta educativa multi-usos somosCapítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática29


precisos e directos, por forma a evitar poluição informativa. A aprendizagem tem deser positiva e directa, com resulta<strong>do</strong>s claros e mensuráveis e com efeitos produtivos.Na primeira vez que ouvi falar <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, procurava uma plataforma online segura,onde os meus alunos pudessem passar o seu tempo.A minha escola fica num subúrbio de Istambul. A maior parte <strong>do</strong>s pais têm um nível deescolaridade baixo e, para sua mágoa, não podem dar muitas oportunidades às suascrianças. Quan<strong>do</strong> começámos a produzir alguns projectos no <strong>eTwinning</strong>, deram-seconta de que as suas crianças podiam sair <strong>do</strong> “círculo vicioso” e passar para a arenainternacional. O impacte foi dinâmico e motiva<strong>do</strong>r. Tenho 47 alunos na minha sala deaula. É impossível interessar os alunos um a um. Com a ajuda desta motivação, dividios alunos em grupos de trabalho e dei-lhes responsabilidade nos projectos. O impactefoi uma ênfase reforçada na aprendizagem criativa e na descoberta de soluçõesinova<strong>do</strong>ras para os problemas.O <strong>eTwinning</strong> constitui uma plataforma fantástica para este fim, dan<strong>do</strong> muitas oportunidadesa professores e alunos. No entanto, havia um problema: os meus alunos denove anos necessitavam de ser modera<strong>do</strong>s e precisavam de ajuda constante no querespeitava às suas competências de segunda língua. Com a ajuda de um Evento deAprendizagem, comecei a utilizar a Internet de forma mais eficaz e arranjei coragemsuficiente para adquirir o meu próprio <strong>do</strong>mínio online. Em breve, dei por mim a criarum sítio Web, utilizan<strong>do</strong> software de fonte aberta, colocan<strong>do</strong> lá simples módulos detradução, para ajudar os meus alunos. Tornou-se assim num gracioso porto segurona Internet que abriu o “oceano <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>” aos meus alunos. Em termos desegurança, dei a responsabilidade a alguns <strong>do</strong>s pais de agirem como modera<strong>do</strong>res<strong>do</strong> sítio Web. Os meus alunos podem agora aí partilhar sozinhos, utilizar o “Canto <strong>do</strong>sAlunos” <strong>do</strong> TwinSpace e encontrar-se com os seus parceiros de projecto. O <strong>eTwinning</strong>tem muitas opções que podem ser utilizadas de muitas formas.Os meus alunos partilharam os seus pensamentos com outros alunos que nasceramem países diferentes, mas que vivem quase como eles. Descobriram e aprenderama dar valor às diferenças enquanto algo que nos torna mais ricos. O impacte foia compreensão da diversidade e o conhecimento de que to<strong>do</strong>s partilhamos valorescomuns.A nossa escola nunca antes tinha participa<strong>do</strong> num projecto internacional. Quan<strong>do</strong>a Administração da Escola viu os nossos projectos <strong>eTwinning</strong>, colocaram um PCe um projector na sala de aula e apoiaram-nos de muitas formas. Alguns <strong>do</strong>s meuscolegas aderiram ao <strong>eTwinning</strong> também. De repente, a Europa ficava muito perto denós.30


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresMargarida, autora <strong>do</strong> contributo que se segue, fala <strong>do</strong> desafi o de promover o <strong>eTwinning</strong>na sua região e de como o quinto aniversário proporcionou uma plataforma ideal parao lançamento de notícias sobre projectos <strong>eTwinning</strong>, na escola e na comunidade em geral.Margarida Barbieri Figueire<strong>do</strong>EscolaCidadePaísAgrupamento Vertical de Escolas de PinheiroPenafielPortugalQuan<strong>do</strong> pela primeira vez referi o Projecto <strong>eTwinning</strong> na minha região, em Setembrode 2009, numa reunião com professores de to<strong>do</strong>s os diferentes níveis de educação,fi-lo na qualidade de coordena<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> departamento da educação pré-escolar. Enquantofalava, fiquei com a impressão que não estava a ser levada a sério.Apoiada pela minha colega Cristina Gonçalves (uma muito experiente eTwinner), nãodesisti e aceitei o desafio de ajudar to<strong>do</strong>s os outros professores da educação pré--escolar na tarefa de se envolverem em parcerias com outras escolas Europeias.O 5.º aniversário <strong>do</strong> projecto <strong>eTwinning</strong> proporcionou uma plataforma única paraa difusão <strong>do</strong> projecto através da comunidade educativa. Com o trabalho e apoio dascrianças e das suas famílias, foi possível, entre outras iniciativas, lançar balões, comporuma canção, cantar “Parabéns a você” e planear e montar uma exposição acerca<strong>do</strong>s projectos em desenvolvimento na escola.“<strong>eTwinning</strong> – Um Desafio”, a oficina que promovemos, destinada a to<strong>do</strong>s os professoresdas nossas escolas, reforçou o conhecimento e o interesse pelo projecto entreos outros níveis de ensino.O empenhamento da comunidade num projecto transnacional como este, que promovea diversidade étnica e a troca de experiências pessoais, é, certamente, umimportante passo na construção de uma Europa sólida e integralmente envolvida.Acredito que deveríamos dar atenção às gerações futuras, como chave para a resolução<strong>do</strong>s grandes desafios <strong>do</strong> nosso tempo.Capítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática31


A Marilina analisa a forma como se pode integrar o <strong>eTwinning</strong> no currículo de ESL (Inglêscomo Segunda Língua).Marilina LonigroEscolaCidadePaísScuola Media “Giovanni Pascoli”Margherita di SavoiaItáliaEnsino Inglês como segunda língua a alunos com idades entre os 11 e os 13 anos,em escolas públicas Italianas. Desde o meu primeiro projecto em 2005, tenho tenta<strong>do</strong>tornar os projectos <strong>eTwinning</strong> cada vez mais presentes na minha prática pedagógica.Quan<strong>do</strong> comecei a dar aulas, pensava que todas as minhas estratégias acabavampor falhar, em particular com alunos que tinham dificuldades. Comecei a questionar--me porque razão, apesar de to<strong>do</strong>s os meus esforços, os meus alunos não estavama aprender o suficiente e pareciam relutantes em fazer os seus trabalhos de casa.Desde logo, o meu primeiro projecto <strong>eTwinning</strong> proporcionou-me algumas repostas:era uma questão de motivação. Estava a ensinar uma língua estrangeira a alunos quesabiam que eu podia falar a sua língua e, independentemente de tentar arduamentefalar inglês na sala de aula e de os encorajar a fazer o mesmo, qualquer interacçãona língua adquiria uma aura de artificialidade. Qualquer trabalho era irrelevante paraa maioria <strong>do</strong>s alunos e alguns não faziam sequer um esforço para terminar as tarefasque lhes tinham si<strong>do</strong> dadas. Demasia<strong>do</strong> jovens para olharem para o futuro e de seaperceberem de quão importante o Inglês poderá ser para eles mais tarde, a aprendizagemde competências de comunicação em Inglês – verbais, de interacção e deprodução escrita –, sem que delas tivessem qualquer necessidade imediata, não lhesparecia interessante. Decidi, por isso, que os projectos <strong>eTwinning</strong> eram um óptimorecurso para estimular a interacção verdadeira, particularmente na escrita. Pude verimediatamente o efeito destes projectos, particularmente em alunos com dificuldades,que tinham muita curiosidade em relação aos alunos <strong>do</strong> país parceiro e que,assim, faziam to<strong>do</strong> o esforço possível para responderem em Inglês.À medida que o tempo passava e que a plataforma <strong>eTwinning</strong> evoluía, comecei a pediraos meus alunos que utilizassem as suas competências verbais para ficarem a sabermais sobre os seus amigos <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong>. Foi uma ideia brilhante! Ensaiavamna sala de aula o que iriam perguntar aos seus amigos e as possíveis respostas que32


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>poderiam esperar. Agora, sempre que penso em iniciar um novo projecto <strong>eTwinning</strong>,identifico um ou <strong>do</strong>is tópicos <strong>do</strong> meu currículo e procuro parceiros com os mesmosinteresses. Em vez de desenvolver estes tópicos sozinha, desenvolvo-os num projectoconjunto e o intercâmbio com os outros professores é uma grande ajuda paraa minha planificação: partilhamos as tarefas e, em resulta<strong>do</strong> disso, as minhas aulasbeneficiam constantemente de novas perspectivas e actividades, que são o contributo<strong>do</strong>s meus parceiros. Isto torna o ensino e a aprendizagem muito mais diverti<strong>do</strong>s!A palavra <strong>do</strong>sprofessoresA colaboração com outras escolas na Europa é algo que os professores, em especial os delínguas, conhecem há muito tempo, mesmo se na sua forma mais simples: correspondência,intercâmbios, etc. Já no que respeita a professores de outras disciplinas, a tradição nãoestá assim tão enraizada: para estes professores a descoberta <strong>do</strong>s benefícios trazi<strong>do</strong>s pelaparticipação num projecto Europeu é menos imediata. O primeiro contributo é-nos trazi<strong>do</strong>por um destes professores que não ensinam línguas, uma professora de biologia que nosconta como, de início, abor<strong>do</strong>u o <strong>eTwinning</strong> com muito cepticismo, mas que mu<strong>do</strong>u deopinião quan<strong>do</strong> começou a utilizar o Portal <strong>eTwinning</strong> e as suas ferramentas, e que agora sesente sufi cientemente confi ante para passar os seus conhecimentos aos colegas.Paulien du FosséEscolaCidadePaísCSG Willem van OranjeOud-BeijerlandPaíses BaixosQuan<strong>do</strong> ouvi, pela primeira vez, falar <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, não passava de um conceito vago– estabelecer ligações com escolas estrangeiras? Não via a necessidade de o fazer enão pensei mais nisso. Sou professora de biologia e tive dificuldade, no início, em verqualquer ligação com a minha disciplina. No entanto, em breve tu<strong>do</strong> mu<strong>do</strong>u.Quan<strong>do</strong> me inscrevi no <strong>eTwinning</strong>, ninguém na minha escola me conseguiu explicarcomo funcionava. Assim, comecei a carregar em alguns botões no Portal <strong>eTwinning</strong>e gradualmente fui descobrin<strong>do</strong> o meu caminho. Em pouco tempo tinha não só encontra<strong>do</strong>parceiros para o meu próprio projecto, como me tinha associa<strong>do</strong> a algunsprojectos já em desenvolvimento.Decidi então iniciar um projecto sobre o ambiente para investigar a qualidade daágua numa vala perto da nossa escola: pensei que seria engraça<strong>do</strong> investigar a qualidadeda água noutros países também.Capítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática33


Um novo mun<strong>do</strong> abriu-se para mim! Foi muito fácil encontrar não só outras pessoasde países Europeus que estavam interessadas no meu projecto sobre a água, comotambém muitos outros projectos que se enquadravam, na perfeição, no programada minha disciplina. Em muito pouco tempo associei-me a diferentes projectos e osmeus alunos mostravam tanto entusiasmo quanto eu.Quan<strong>do</strong> se sabe como o usar, o Portal é de utilização amigável e proporciona umaforma fácil de contactar professores em toda a Europa. Queria entusiasmar tambémos meus colegas, mostran<strong>do</strong>-lhes os resulta<strong>do</strong>s de alguns projectos e, como consequência,utilizaremos as receitas de diversos países Europeus (de um projecto sobrehábitos alimentares na Europa) num projecto para toda a escola.Desta forma, levan<strong>do</strong> mais além o meu entusiasmo, outros professores da minhaescola envolveram-se indirectamente no <strong>eTwinning</strong>. Uma vez que os alunos gostamdesta forma de conhecer outros jovens de toda a Europa, espero que não seja precisomuito tempo até que os primeiros colegas perguntem como poderão eles própriosencontrar um parceiro ou um projecto no Portal <strong>eTwinning</strong>. Terei muito prazer emlhes dizer em que botões carregar, como contactar outras pessoas e, espero, queo seu entusiasmo se espalhe de uns para os outros. Mais e mais professores se envolverãono <strong>eTwinning</strong>. Enquanto primeira eTwinner, na minha escola, tenho orgulhode ter lança<strong>do</strong> as fundações para que tal aconteça.O <strong>eTwinning</strong> traz algo novo às aulas: ficamos não só a conhecer o mo<strong>do</strong> de vida e oshábitos <strong>do</strong>s outros países, como também sentimos que fizemos novos amigos e queestamos regularmente em contacto uns com os outros. Se adicionarmos a isto o factode ser muito fácil estabelecer contacto e de os projectos se integrarem facilmentenos programas curriculares, não percebo porque muitos professores não se atrevema dar o primeiro passo. Dêem esse passo: prometo que não se irão arrepender!O Adam Stepinski, da Polónia, descreve como, através <strong>do</strong> envolvimento no <strong>eTwinning</strong>,desenvolveu não só as suas próprias competências técnicas como também conseguiu explorarcom os seus alunos vários tópicos, profun<strong>do</strong>s e relevantes, relaciona<strong>do</strong>s com a compreensãocultural e histórica.34


Adam Stepinski<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscolaCidadePaísLiceum Ogólnokształcące im.Mikołaja KopernikaTarnobrzegPolóniaNuma ocasião, durante uma conferência <strong>eTwinning</strong> em Varsóvia, ouvi uma afirmaçãosensata acerca <strong>do</strong>s projectos <strong>eTwinning</strong>: eram descritos como as chaves que abremas portas da Europa. Estas palavras descrevem muito bem as minhas experiências<strong>eTwinning</strong>.Iniciei o meu primeiro projecto com o meu amigo Italiano, que conhecia há já bastantetempo. Pouco tempo depois, convidámos um professor da Rússia a juntar-se--nos e, nesse mesmo momento, senti que uma ponte invisível ligava verdadeiramentea parte ocidental <strong>do</strong> Velho Continente com a sua parte oriental. Durante o segun<strong>do</strong>ano, quan<strong>do</strong> trabalhámos no nosso projecto seguinte, duas outras escolas expressaramvontade de cooperar connosco.Uma delas é uma escola deMonzon, Espanha, e a outra é deBelfast, Irlanda <strong>do</strong> Norte. Para mimisto tinha um significa<strong>do</strong> oculto:tínhamos consegui<strong>do</strong> ligar o Sulcom o Norte. Quan<strong>do</strong> falei com osmeus alunos que participavam nos<strong>do</strong>is projectos, tentei explicar-lheso enquadramento histórico de muitosequívocos e conflitos entre asquatro partes da Europa. O facto dea minha terra natal, a Polónia, ter um papel metafórico era uma coincidência feliz:desempenhava a função de pólo de ligação na nossa aventura multinacional.No que respeita à melhoria das minhas competências tecnológicas, tenho de admitirque era e-iletra<strong>do</strong> antes de decidir juntar-me ao <strong>eTwinning</strong>. É claro que estava familiariza<strong>do</strong>com o MS Office e com algumas ferramentas básicas da internet, mas a cooperaçãocom os meus maravilhosos parceiros forçou-me a aprender dúzias de coisas sobreferramentas Web 2.0, aplicações de networking social e sítios Web para conferências.Não foi difícil integrar as nossas actividades <strong>eTwinning</strong> no currículo. Tal foi possívelgraças ao nosso objectivo comum: queríamos tornar os nossos projectos tão próximosda experiência quotidiana <strong>do</strong>s alunos quanto possível. No nosso projecto Whatmatters in your life? * discutimos coisas como: amizade, amor, família, paz, solidarie-* “O que é importante na tua vida?”Capítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática35


dade, conflitos, guerras, etc. Os alunos <strong>do</strong>s três países empenharam-se avidamentenas actividades uma vez que podiam trocar opiniões acerca de questões que desempenhamum papel importante nas suas vidas. No nosso projecto Can history bea teacher of life? construímos, à vez, as fases <strong>do</strong> projecto, amplian<strong>do</strong> os temas dasdiscussões. Ten<strong>do</strong> começa<strong>do</strong> pelas histórias das vidas <strong>do</strong>s alunos, prosseguimoscom as histórias de famílias específicas e com as histórias das comunidades locais.Para o ano que vem, focar-nos-emos nos elementos selecciona<strong>do</strong>s das histórias <strong>do</strong>spaíses participantes e na história mundial.To<strong>do</strong>s os professores que participaram nos nossos projectos <strong>eTwinning</strong> estão deacor<strong>do</strong>: é crucial informar as comunidades escolares acerca <strong>do</strong>s sucessos (mas também<strong>do</strong>s fracassos) das nossas actividades. No ano passa<strong>do</strong>, os nossos parceirosItalianos organizaram um evento de um dia inteiro durante o qual os participantesapresentaram o nosso projecto, as suas fases e as formas de cooperação. Este ano,em Julho, a minha escola preparou um concerto de aniversário <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>. Foiuma grande ocasião para celebrar e promover o <strong>eTwinning</strong> à escala local. O meuSubdirector concluiu dizen<strong>do</strong> que o <strong>eTwinning</strong>, sen<strong>do</strong> uma criança de cinco anos,terá, no futuro, de se desenvolver e melhorar, com sucesso.Um professor de alunos com Necessidades Educativas Especiais, Pasi, fala de como foifácil para ele iniciar-se no <strong>eTwinning</strong> e de como o seu entusiasmo se transmitiu aos seuscolegas.Pasi SiltakorpiEscolaCidadePaísPääskytie schoolPorvooFinlândiaEnvolvi-me no <strong>eTwinning</strong> acidentalmente. Em 2005, participei numa oficina de traduçãode páginas Web de escolas, durante a qual me inscrevi também no <strong>eTwinning</strong>. Noinício, recebi diversos contactos de escolas que queriam ter um projecto de parceiraescolar Comenius. Eu procurava uma escola que tivesse alunos com NecessidadesEducativas Especiais, com a mesma idade <strong>do</strong>s meus alunos. Por sorte, a Anne Jakins,da Sackville School, em East Grisntead, no Reino Uni<strong>do</strong>, contactou-me por correioelectrónico. Em breve, descobrimos que tínhamos os mesmos interesses. Quan<strong>do</strong>o professor de TIC, Nick Falk, se nos juntou o resulta<strong>do</strong> foi um grupo muito funcional.Quer o Nick, quer a Anne tinham muita experiência em projectos internacionais.36


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Embora eu próprio não tivesse muita experiência, estava muito interessa<strong>do</strong> em meenvolver, uma vez que tinha acaba<strong>do</strong> de voltar de um projecto de <strong>do</strong>is anos em África.Interesso-me por computa<strong>do</strong>res e música, tal como o Nick, o meu colega <strong>do</strong> ReinoUni<strong>do</strong>. Em breve percorríamos o mesmo caminho. Queríamos descobrir que ferramentaspodem ser utilizadas com alunos com necessidades educativas especiais erapidamente verificámos que qualquer ferramenta pode ser utilizada, desde que deforma lógica. Em pouco tempo os alunos aprenderam a utilizar as diferentes ferramentas.No início não envolvi os meus colegas de escola, uma vez que tantos outrosprojectos apareciam e desapareciam e eu não queria forçar ninguém. No entanto,com o tempo, outros professores começaram a trabalhar em projectos e, em breve,contávamos com o firme apoio da Administração da escola, o que tem si<strong>do</strong> crucial.No que diz respeito aos temas a trabalhar, foi fácil escolher tópicos que se enquadravamno currículo.Quan<strong>do</strong> olho para os meus, até agora, cinco anos de vida <strong>eTwinning</strong>, lembro-me detantas experiências agradáveis, de tantos momentos e de tantos amigos, que tenhode admitir que pertencer ao <strong>eTwinning</strong> teve em mim um grande impacte. Se não tivesseparticipa<strong>do</strong> naquele primeiro seminário <strong>eTwinning</strong> teria perdi<strong>do</strong> muitas oportunidadesque me têm modifica<strong>do</strong> enquanto professor. Uma grande mudança é o factode agora encarar a minha profissão num contexto mais vasto. Sou membro de umagrande comunidade, em conjunto, com os meus pares, professores, na Europa. Pensarde forma mais Europeia é uma questão transversal em todas as disciplinas queensino. Considero que os alunos que se envolveram em projectos <strong>eTwinning</strong> pensamda mesma forma. Sabem que têm pares noutros países.Trabalharam em conjunto e aprenderam que outros alunos têm o mesmo tipo deinteresses, esperanças e sonhos que eles. Para os meus alunos, foi muito edificantedescobrir que podem comunicar com os seus amigos estrangeiros, embora tenhamdificuldades de aprendizagem. Este aspecto, bem como toda a publicidade que tivemosem jornais e até na televisão nacional, reforçou a sua auto-estima; sem esqueceros prémios nacionais que, por duas vezes, ganhámos. Penso que o nossoexemplo também encorajou outros professores a organizarem projectos. Pelo menoso número de projectos na minha cidade aumentou nos últimos anos. A organizaçãode projectos internacionais tem também impactes no trabalho quotidiano da escola.Sempre acreditei que a aprendizagem deve ser divertida e motivante. O <strong>eTwinning</strong> éuma forma de o concretizar.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresCorina descreve a forma como se envolveu pela primeira vez num projecto <strong>eTwinning</strong>, com<strong>do</strong>is outros parceiros. Desde então, o seu envolvimento e trabalho têm aumenta<strong>do</strong> e osbenefícios para os seus alunos têm si<strong>do</strong> múltiplos.Capítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática37


Corina MandiEscolaCidadePaísAvram Iancu SchoolSatu MareRoméniaO meu primeiro “encontro” com o <strong>eTwinning</strong> teve lugar em 2008, quan<strong>do</strong> me torneiparte de um projecto, em conjunto, com escolas de Portugal e da Polónia. Os objectivos<strong>do</strong> projecto, “The Legends of Europe” * consistiam em trocar ideias acerca deoutras culturas e motivar os alunos para a aprendizagem de uma língua estrangeirae para a familiarização com várias ferramentas TIC. Os alunos eram convida<strong>do</strong>sa recolher lendas <strong>do</strong>s seus países e a enviá-las aos seus parceiros para que os seuspares as ilustrassem. Tinham de trocar impressões por correio electrónico e de fazero upload <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s num blogue (http://legendsofeurope.blog.com/).Os alunos trabalharam entusiasticamente desde o início, uma vez que tinham deaprender a comunicar, a tomar decisões, a avaliar materiais, a aceitar a forma depensar <strong>do</strong>s seus pares e a valorizar outras culturas. O projecto permitiu às nossasescolas a incorporação das TIC em actividades de sala de aula e o desenvolvimentode técnicas de trabalho em grupo.Actualmente temos em curso um projecto de parceria escolar Comenius, coordena<strong>do</strong>pela nossa escola parceira Alemã. Conheci este parceiro também através <strong>do</strong> Portal<strong>eTwinning</strong>, o que me proporcionou uma outra oportunidade de trabalhar numaparceria internacional. Neste caso, a minha cooperação <strong>eTwinning</strong> envolve <strong>do</strong>ze escolasde onze países Europeus e da Turquia, através da qual to<strong>do</strong>s os professores ealunos têm uma audiência real. A maioria <strong>do</strong>s professores neste projecto tem bastanteexperiência em cooperação internacional e demonstra que existe uma cultura decolaboração e profissionalismo nas suas escolas.A parceria recorre ao TwinSpace, sen<strong>do</strong> o portal <strong>eTwinning</strong> o ponto central da comunicação.As nossas ferramentas são as várias ferramentas <strong>do</strong> TwinSpace que sãoutilizadas para as nossas actividades de projecto, incluin<strong>do</strong> wikis, blogues e o fórum.Para apoio à comunicação, os alunos utilizam o PowerPoint, conferências de chat eo correio electrónico. Os alunos trabalham também de forma independente com osseus pares, durante as aulas e em casa. Mantêm contactos e desenvolvem amizadescom os seus parceiros. A sua performance tem melhora<strong>do</strong> de forma significativadesde o início <strong>do</strong> projecto, o que teve um impacte positivo na sua participação emotivação.* “Lendas da Europa”38


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEnquanto coordena<strong>do</strong>ra da Secção Bilingue Inglesa da sua escola, Maria Jesús, explicacomo conseguiu fazer com que muitos alunos trabalhassem as suas competências de Inglêsatravés <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, em vez de desenvolver um tradicional intercâmbio de escolas e decomo o <strong>eTwinning</strong> faz agora parte <strong>do</strong> currículo nuclear da escola.María Jesús BayonasEscolaCidadePaísIES Alfonso X El SabioMurciaEspanhaSou responsável pela organização de intercâmbios de grupos na minha escola. Umavez que temos muito mais alunos <strong>do</strong> que espaços disponíveis para intercâmbios,surgiu-me a ideia de o fazer através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>. Até agora, tenho esta<strong>do</strong> envolvidaem diversos projectos. Quan<strong>do</strong> começámos a planificar um intercâmbio comuma escola Inglesa sugeri ao professor Inglês que criássemos um projecto através<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, em paralelo com a nossa associação bilateral num projecto de parceriaescolar Comenius. Enquanto tentava acompanhar estes três projectos recebidiversas mensagens de correio electrónico de outras escolas convidan<strong>do</strong>-me a participarnos seus projectos. De início, pensei que seria demasia<strong>do</strong> trabalho e recusei.No entanto, os professores insistiam dizen<strong>do</strong> que eu conseguiria dar resposta a tu<strong>do</strong>.Isto fez-me mudar de ideias e aceitei participar num projecto no qual estão envolvi<strong>do</strong>s31 professores. Consegui trabalhar no TwinSpace graças a outros colegas Europeusque me ajudaram imenso a ultrapassar as minhas dificuldades. Sempre queme metia em sarilhos e enviava uma mensagem de SOS, recebia logo a solução parao meu problema.Estabelecer objectivos para cada projecto foi fácil; cada membro participante sugeriaideias. Uma meta comum é que os alunos terão de sentir que são parte <strong>do</strong> projectoe, por isso, deverão apresentar a escola, a família, os amigos e os locais, para o queterão de utilizar apresentações PowerPoint. Na minha escola, nenhum <strong>do</strong>s professoresestava familiariza<strong>do</strong> com o <strong>eTwinning</strong> e comecei a encorajá-los a inscreverem--se. Apenas um ano após termos começa<strong>do</strong>, os alunos estão contentes por seremmembros e os meus colegas estão conscientes das possibilidades que o <strong>eTwinning</strong>lhes poderá oferecer enquanto professores.Os projectos foram apresenta<strong>do</strong>s aos pais e à Administração da escola. Não sabiamque existia esta rede de escolas e ficaram espanta<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> viram o trabalho <strong>do</strong>sCapítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática39


alunos publica<strong>do</strong> no <strong>eTwinning</strong>. Noinício <strong>do</strong> ano tive de incluir, sempreque possível, projectos <strong>eTwinning</strong>no Currículo Nuclear da Escola. Actualmenteposso dizer que 70% dacomunidade escolar ficou a sabero que é o <strong>eTwinning</strong>. Fico contentequan<strong>do</strong> os meus alunos dizem deforma muito natural: “Professora,gostava de criar uma conta <strong>eTwinning</strong>”.O contributo que se segue propõe aos professores diversas regras, dicas e sugestõesa considerar quan<strong>do</strong> se procura integrar o <strong>eTwinning</strong> na sala de aula. A Elena Pezzi dá-nosalguns conselhos sobre como começar – como ultrapassar as primeiras barreiras para noslançarmos, com confi ança, numa actividade <strong>eTwinning</strong> com os alunos.Colocar o <strong>eTwinning</strong> em andamento será uma aventura excitante para si e para os seusalunos. Os problemas e os desafi os são parte integrante <strong>do</strong> divertimento. Não se preocupe,descontraia-se e goze a viagem.Elena PezziEscolaCidadePaísIstituto Magistrale “L. Bassi”BolognaItáliaÉ muito difícil resumir os melhores passos a dar quan<strong>do</strong> se põe em prática o <strong>eTwinning</strong>,por isso, tentarei partilhar algumas ideias que sempre me orientaram e queconsidero absolutamente positivas:1. GARANTAM QUE OS VOSSOS ALUNOS ESTÃO CONSCIENTESDO PROJECTO, DESDE O INÍCIO – até mesmo antes, desde que surgea primeira ideia para o projecto. Eles espantar-vos-ão! Para além <strong>do</strong> mais descobrirãoque criaram algo suficientemente importante para ser premia<strong>do</strong> internacionalmente!40


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>2. DÊEM AUTONOMIA AOS VOSSOS ALUNOS: distribuam-lhes papéisimportantes, quer nas áreas <strong>do</strong> projecto, quer de administração; exibir-vos-ãoqualidades inesperadas e sempre positivas.3. DESENVOLVAM OS VOSSOS PLANOS DE FORMA COLABORATIVA:não pensem em “lançar-vos” só no momento em que têm tu<strong>do</strong> suficientementeclarifica<strong>do</strong>; comecem por experimentar, peçam ajuda, partilhem as vossas dúvidascom colegas; o sucesso de um projecto advém da partilha de ideias e <strong>do</strong>spassos a seguir.4. CAMINHEM PASSO A PASSO: escolham sempre um projecto que possaenquadrar-se no vosso currículo; será mais fácil e os resulta<strong>do</strong>s aumentarãoenormemente.5. NÃO SE PREOCUPEM: os vossos parceiros estão lá para vos ajudar! Nãoconseguem fazer tu<strong>do</strong> sozinhos, nem concluir o projecto da forma como planearamno início. Melhor para vós: obterão melhores resulta<strong>do</strong>s e será muito maisagradável.6. ENVOLVAM O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS DA VOS-SA ESCOLA: no início poderão olhar para vós como pessoas estranhas, mas,no fim, garanto-vos que começarão a trabalhar desta forma. Os vossos alunosserão os vossos melhores embaixa<strong>do</strong>res: contarão aos pais e aos vossos colegasquão motivante pode ser a aprendizagem por tarefas!7. ORGANIZEM SESSÕES DE INFORMAÇÃO PARA OS VOSSOS CO-LEGAS: organizem uma “sessão <strong>eTwinning</strong>” para explicar aos vossos colegas(e Director) o que estão a desenvolver e como eles se podem envolver: não mantenhamsegre<strong>do</strong> sobre o que estão a fazer. O pior que vos poderá acontecerserá ter o vosso Director a chamar-vos “Meu caro embaixa<strong>do</strong>r…”, mas não éassim tão mau, de to<strong>do</strong>…Bem, para resumir: estar sozinho é tão triste, Seja umTWIN(NER)A palavra <strong>do</strong>sprofessoresCapítulo 2 : Pôr o <strong>eTwinning</strong> em prática41


Capítulo 3Viv<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Viver a Experiência daComunidade <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresIntroduçãoSanti ScimecaServiço de Apoio Central <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Ao longo <strong>do</strong>s últimos anos, o <strong>eTwinning</strong> evoluiu de plataforma centrada em projectos parase tornar num local virtual, onde milhares de professores se podem encontrar, comunicar,colaborar, reunir e, no limite, sentir-se como fazen<strong>do</strong> parte de uma comunidade. Na verdade,os professores têm si<strong>do</strong> mais rápi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que a própria plataforma: já nos primeiros tempos, asferramentas de comunicação que eram disponibilizadas (mensagens internas, salas de chat)eram utilizadas para fi ns que ultrapassavam a mera preparação de projectos: os professoresencontravam-se uns com os outros, através das ferramentas de pesquisa de parcerias,começavam a comunicar sobre um projecto potencial e descobriam que havia muito maisa partilhar: práticas, exemplos, ideias, ou, talvez, simplesmente apoio informal. Tu<strong>do</strong> istoera feito num ambiente seguro, descontraí<strong>do</strong> e livre de constrangimentos. Muitos contactosconduziram a projectos; muitos outros a amizades e colaborações informais. To<strong>do</strong>s, com todaa certeza, conduziram a uma melhor compreensão <strong>do</strong> papel <strong>do</strong>s professores numa sociedadebaseada na aprendizagem ao longo da vida.Em 2008, o <strong>eTwinning</strong> a<strong>do</strong>ptou fi nalmente o paradigma da construção de uma comunidade eincorporou uma abordagem mais social, * disponibilizan<strong>do</strong> novas ferramentas e funcionalidadesmais vocacionadas para ajudar os professores a construírem equipas, a comunicarem ea partilharem. Hoje em dia, cerca de 10-15% <strong>do</strong>s eTwinners já utilizam regularmente o Quadrode Bor<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> como um espaço de aprendizagem para o Desenvolvimento Profi ssional,com algo de rede social e de café virtual. Diariamente os cerca de 15.000 professores que seregistam, descobrem que não estão sós.Uma coisa sabemos agora: uma vez compreendi<strong>do</strong> o potencial <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> enquantocomunidade de professores, não há lugar a retrocessos. Tornamo-nos parte dele. Os autores<strong>do</strong>s contributos que se apresentam nesta secção demonstram o quanto ganharam com a suaparticipação activa na crescente comunidade <strong>eTwinning</strong>.* http://www.<strong>eTwinning</strong>.net/en/pub/news/news/<strong>eTwinning</strong>_goes_social.htmCapítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>43


Começamos por explorar o tema da Comunidade <strong>eTwinning</strong>, com a refl exão de uma recémchegadaao <strong>eTwinning</strong>, a Adriana Maris. A Adriana descreve como se sentiu logo à vontadee como descobriu muitas maneiras diferentes de se envolver, com o apoio de colegas queencontrou através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>.Adriana MarisEscolaCidadePaísColegiul National Coriolan BrediceanuLugojRoméniaTornei-me uma eTwinner há apenas seis meses atrás, mas sinto-me como se o tivessesi<strong>do</strong> desde sempre.Uma colega mostrou-me, no passa<strong>do</strong> mês de Fevereiro, o portal <strong>eTwinning</strong> e o quelá tinha feito e eu decidi juntar-me a esta comunidade de professores Europeus inteligentese com pensamentos modernos. E, desde esse dia, sinto que fiz muitos, masmesmo muitos amigos.Envolvi-me num projecto muito interessante. A princípio, tinha receio de não conseguirexecutar todas as tarefas, dada a minha falta de experiência com o <strong>eTwinning</strong>e com os computa<strong>do</strong>res. Mas os outros parceiros ajudaram-me imenso, não apenasdizen<strong>do</strong>-me o que fazer e como fazer, mas também com a sua atitude, com a suaconfiança nas minhas competências, ainda por descobrir, e com o hábito de estaremsempre presentes quan<strong>do</strong> deles necessitava. Aprendi imenso neste projecto – factoscientíficos, novos e interessantes méto<strong>do</strong>s de ensino, formas de construir apresentaçõesatractivas – e melhorei também as minhas competências TIC.É claro que descobri o Laboratóriode Aprendizagem e candidatei-mea <strong>do</strong>is Eventos de Aprendizagem.Em ambos, os apresenta<strong>do</strong>res ensinavamnão só os conteú<strong>do</strong>s e distribuíamas tarefas, como tambémrespondiam às nossas questões enos ajudavam a ultrapassar os obstáculos.Os temas eram interessantes,muito relevantes e atraentes eos outros participantes eram não sóinteligentes, como também estavamdesejosos de melhorar o seu desenvolvimentoprofissional.44


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Desde que me tornei numa eTwinner, tenho experimenta<strong>do</strong> este sentimento: é tãobom ver outras pessoas que, como eu, estão interessadas em comunicar e colaborarumas com as outras, em melhorar os seus méto<strong>do</strong>s de ensino, em atrair osalunos para o estu<strong>do</strong> e para se envolverem na comunidade. É tão bom quan<strong>do</strong> nãoestamos sós!A palavra <strong>do</strong>sprofessoresElena Pezzi, de Itália, descreve como descobriu almas gémeas através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, professores,que como ela estavam ansiosos por experimentarem novas formas de abordar o ensinoe a aprendizagem <strong>do</strong>s seus alunos.Elena PezziEscolaCidadePaísIstituto Magistrale “L. Bassi”BolognaItáliaLembram-se de quan<strong>do</strong> disse que me sentia como um extra-terrestre na minha própriaescola? Bem, por vezes, ainda me sinto assim (trabalho na mesma escola desde hámuitos anos e sinto-me “acorrentada” a um papel específico…) mas, tenho a certezaque encontrei o meu próprio planeta, tal como aconteceu com o ET (Extra-Terrestre),(ET=<strong>eTwinning</strong>!!).Por pertencer à comunidade <strong>eTwinning</strong> descobri que existem muitos “ETs” ansiosospor conhecerem os seus pares para experimentarem novas formas de ensinar, deaprender em conjunto, de tentar.... Ser professor, hoje em dia, é um grande desafioe uma das melhores formas de o encarar é partilhan<strong>do</strong> ideias, projectos, aptidões,competências…Por isso, tentei: sou um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is embaixa<strong>do</strong>res eT na minha região (muito poucas pessoasnuma grande região, mas o entusiasmo é verdadeiramente forte!) e, em conjuntocom o meu supervisor regional, organizámos uma oficina para envolver os directorese os professores. A oficina teve um grande êxito e penso que o aspecto mais relevantefoi o envolvimento de “pessoas muito normais” na apresentação de projectos e ideias.E nem sempre é fácil. Por exemplo, num <strong>do</strong>s meus primeiros projectos, nenhum denós (éramos quatro parceiros) estava completamente consciente que o ponto maisforte <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> é a colaboração e a cooperação; cada um de nós, de vez em quan<strong>do</strong>,fazia o upload de algo para a plataforma (algo verdadeiramente óptimo, bem feito,Capítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>45


correcto…) e comentava positivamente os produtos <strong>do</strong>s outros… não trabalhávamoscolaborativamente para um resulta<strong>do</strong>.Ou, noutra ocasião, participei num projecto já organiza<strong>do</strong> e não consegui compreendercomo o gerir, já que o objectivo e a forma de concretização pareciam pertencer a <strong>do</strong>ismun<strong>do</strong>s diferentes. Penso que cada um de nós foi posto de la<strong>do</strong> pelo menos uma vez,ao longo <strong>do</strong> desenvolvimento de um projecto (ou até mesmo colocámos um parceirode la<strong>do</strong>), por um bom número de “boas” razões: os professores e os alunos fizeramgreve durante bastante tempo; um <strong>do</strong>s nossos parceiros não tinha tempo para despendercom o projecto; a sala de computa<strong>do</strong>res foi encerrada, de repente, por um longoperío<strong>do</strong>; os nossos parceiros participavam em pelo menos cinco projectos ao mesmotempo e estavam sobrecarrega<strong>do</strong>s.Há, no entanto, apenas uma coisa, que posso afirmar com toda a certeza: nenhum <strong>do</strong>smeus alunos se sentiu desmotiva<strong>do</strong> ou não quis participar num projecto. Se acreditarmosfirmemente que estamos a trabalhar num projecto que valha a pena, os nossosalunos pensarão também da mesma forma e trabalharão com entusiasmo. Não é necessárioser um super perito em TIC ou um muito fluente fala<strong>do</strong>r de outra língua. Tu<strong>do</strong>o que é preciso é acreditar e tentar fazer algo: as coisas acontecerão (poderão atéganhar um prémio Europeu como aconteceu à Angela Riccomi, uma colega da nossaregião que foi premiada durante a conferência de Sevilha).O Silvije Devald, da Croácia, é um outro professor relativamente recém-chega<strong>do</strong> ao<strong>eTwinning</strong>. As suas experiências começaram num seminário de contacto Comenius, quemotivou um intercâmbio de professores e alunos; este, por sua vez, conduziu a um projecto<strong>eTwinning</strong>, em que os contactos feitos durante o intercâmbio presencial puderamser continua<strong>do</strong>s de forma virtual.Silvije DevaldEscolaCidadePaísOsnovna skola Vladimira NazoraDaruvarCroáciaOuvi falar pela primeira vez da Agência Nacional Croata /AMPEU) numa reunião deprofessores, em Setembro de 2009. O meu director leu o convite desta entidade paracandidaturas a subvenções para professores e outro pessoal escolar. Candidatei-meem conjunto com outro professor de Inglês e foram-nos concedi<strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s paraparticipar num seminário de contacto.46


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Viajei até Oulu, na Finlândia, para participar num seminário de contacto sobre DesenvolvimentoSustentável e as TIC. A experiência foi avassala<strong>do</strong>ra. Nunca tinha ti<strong>do</strong>muito contacto com os meus colegas Europeus e ali estavam 48 professores de 15países. Fiz lá muitos contactos valiosos. Com um grupo de professores comeceia planificar um projecto multilateral Comenius, que candidatámos em 2010.Neste seminário encontrei também o Director de uma escola da Roménia. Decidimostrocar professores de Inglês durante uma semana. O intercâmbio teve lugar em Marçode 2010 e foi algo verdadeiramente novo, quer para os nossos alunos, quer para osnossos colegas. Foram to<strong>do</strong>s obriga<strong>do</strong>s a falar Inglês, uma vez que esta era a únicalíngua de comunicação. O intercâmbio melhorou as suas competências de comunicação,mas também alargou os seus horizontes em relação a diferentes culturas ediminuiu os preconceitos que pudéssemoster ti<strong>do</strong> em relação à “outra”cultura. Após o intercâmbio, iniciámosum projecto <strong>eTwinning</strong> “Experiencing(ex)change” * como formade dar continuidade ao intercâmbio.Neste projecto, os professores e osalunos podem fazer o upload <strong>do</strong>sficheiros que produziram duranteo intercâmbio, bem como de algunsnovos ficheiros, que ilustram o seutrabalho quotidiano de aprendizagemde Inglês e a utilização destalíngua como meio para a aprendizagemsobre outras disciplinas.Utilizan<strong>do</strong> o <strong>eTwinning</strong>, consegui descobrir outros professores interessa<strong>do</strong>s na ideiae estamos já a planificar um intercâmbio para o próximo ano lectivo, uma vez queo primeiro provou ser um verdadeiro sucesso.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresUma eTwinner mais experiente, a Nuria de Salva<strong>do</strong>r, de Espanha, descreve como descobriuamizades através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> no senti<strong>do</strong> virtual e no senti<strong>do</strong> real. Refl ecte tambémsobre o facto de as coisas nem sempre funcionarem quan<strong>do</strong> se trabalha com outros, emborano <strong>eTwinning</strong> se possa sempre tentar de novo.* “Viven<strong>do</strong> a Experiência da mudança e intercâmbio”Capítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>47


Nuria de Salva<strong>do</strong>rEscolaCidadePaísIES Eduard FontserèL’Hospitalet de LlobregatEspanhaNão tenho mil amigos, mas posso afirmar que, nos últimos cinco anos, o <strong>eTwinning</strong> metrouxe um bom número deles. Conheci alguns quan<strong>do</strong> estava integrada no Serviço deApoio Central (CSS). Outros pertencem ao meu próprio Serviço de Apoio Nacional (NSS),em Espanha. Outros, ainda, são professores <strong>eTwinning</strong>. Estas amizades não foram construídasem comunidades virtuais, como se poderia esperar da maioria das amizades feitasatravés <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, mas nós pertencemos a diferentes comunidades virtuais e,mesmo assim, continuamos a aprender uns com os outros.A Cristina Grau, com quem partilhei o projecto Like a Bird * , não é, tampouco, uma “amigavirtual” embora nos comuniquemos por chat com regularidade. Os outros nove membros<strong>do</strong> projecto são “virtuais”, embora tenha conheci<strong>do</strong> a Joanna Juda, da Polónia, quan<strong>do</strong>visitou Barcelona, porque tinha inicia<strong>do</strong> um projecto Comenius com a Cristina. A SusanaAlcalde, uma jovem professora da minha escola, não é também uma amiga virtual. Graçasà sua cooperação, não me senti sozinha na minha escola a trabalhar no Like a Bird.A minha melhor amiga no <strong>eTwinning</strong> é, sem dúvida, a Basia Kapusta, uma professora daZespół Szkół w Przecławiu, em Przecław, na Polónia. Em conjunto, criámos My Present,my Past, my Future ** . Conheci-a através <strong>do</strong> fórum <strong>eTwinning</strong> e temos lida<strong>do</strong> com ChatsMoodle, fóruns, blogues, cronologias virtuais, questionários Google, galerias Flickr, vídeosYoyTube e wikis; várias destas ferramentas causaram-nos grandes <strong>do</strong>res de cabeça.Mas continuamos juntas!Infelizmente havia um terceiro parceiro no nosso projecto que teve de o aban<strong>do</strong>narporque começou a trabalhar numa parceria Comenius. E este não foi o meu único desapontamentocom a comunidade <strong>eTwinning</strong>: passei to<strong>do</strong> o primeiro perío<strong>do</strong> tentan<strong>do</strong>encontrar alguém que se quisesse juntar aos meus alunos de Gestão e Finançase não consegui ter êxito.Mas ainda não mencionei o maior <strong>do</strong>s meus pequenos êxitos, até agora. No momentoem que escrevo estas linhas, acabo de saber que um grupo de jovens com 16 anos deidade acabou de fazer o upload da nossa mais recente tarefa <strong>eTwinning</strong> para a sua conta<strong>do</strong> Facebook: um vídeo sobre a sua visita de estu<strong>do</strong> a Maiorca. Penso que isto tambémfaz de mim e <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> membros da sua comunidade. Uma tarefa <strong>eTwinning</strong> de fimde perío<strong>do</strong> no Facebook de um grupo de a<strong>do</strong>lescentes…. Quem poderá pedir algo mais?* “Como um Pássaro”** O meu Presente, o meu Passa<strong>do</strong>, o meu Futuro48


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresAnna Szczepaniak descreve como, ao longo <strong>do</strong>s anos, reforçou as suas competências eo seu nível de especialização enquanto professora, através <strong>do</strong> contacto e da comunicaçãocom outros membros da Comunidade <strong>eTwinning</strong>.Anna SzczepaniakEscola Szkoła Podstawowa nr 9Cidade DzierżoniówPaís PolóniaSou uma eTwinner há cinco anos e vivi imensas experiências enquanto parte da comunidade<strong>eTwinning</strong>. A minha primeira experiência em 2005 foi óptima. Era uma principiantemas descobri uma parceira que já tinha um pouco mais de experiência, a CristinaSilva, de Portugal, que me aju<strong>do</strong>u muitíssimo. Discutimos o projecto entre nós e elaensinou-me a inscrever-me e a descrever a planificação <strong>do</strong> projecto em pormenor.Alguns meses mais tarde era já eu que era considerada a experiente e era-me pedi<strong>do</strong>que ensinasse outros professores, numa conferência regional <strong>eTwinning</strong>, emWroclav. Este evento motivou-me imenso e, em poucas semanas, aprendi mais sobrea utilização de ferramentas TIC <strong>do</strong> que em to<strong>do</strong>s os anos anteriores.Meio ano mais tarde era já a organiza<strong>do</strong>ra de oficinas para os professores <strong>do</strong> nossodistrito. Após estes eventos, muitos professores pediram-me ajuda e foi óptimo tera oportunidade de partilhar a minha experiência com outros professores.Aprendi tu<strong>do</strong> passo a passo, mas houve situações em que não conseguia ultrapassaralguma questão e perguntava como o fazer ao embaixa<strong>do</strong>r <strong>eTwinning</strong> ou aos membros<strong>do</strong> NSS. Sempre me ajudaram de imediato.No ano passa<strong>do</strong> descobri uma nova escola parceira na Grécia e esta tem-se revela<strong>do</strong>a melhor experiência <strong>eTwinning</strong> até agora. A Thomais Kartsiotou, de Kavala, é Directorada Escola e forma<strong>do</strong>ra de professores e tem-me ensina<strong>do</strong> imenso. No entanto,é também uma excelente aluna – partilhei com ela a minha nova experiência após terparticipa<strong>do</strong> num Evento de Aprendizagem <strong>eTwinning</strong> e este foi o meu primeiro projectoem que ambas criámos a wiki e fizemos tu<strong>do</strong> em comum. Anteriormente era euque criava blogues e ensinava aos outros o que fazer e como fazer.Capítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>49


Em conclusão, tenho de dizer que a comunidade <strong>eTwinning</strong> é uma grande oportunidadepara nós, professores: temos a possibilidade de conhecer pessoas, trocarexperiências e aprender mais e mais. E, na verdade, isto é que interessa!Num registo um pouco diferente, a Ingrid Keller Russell descreve como o <strong>eTwinning</strong> a aju<strong>do</strong>ua descobrir parceiros que respondessem inteiramente aos seus exigentes critérios,ten<strong>do</strong> em conta as necessidades <strong>do</strong>s seus alunos, para a preparação de uma parceriaComenius. Descreve como os professores aproveitaram as oportunidades de fi nanciamentopara se reunirem presencialmente a fi m de executarem os preparativos para a parceria.Ingrid Keller-RussellEscolaCidadePaísIntegriete Gesamtschule Hannover-LindenHannoverAlemanhaAs minhas actividades no <strong>eTwinning</strong> representam envolvimentos de curto e de longoprazo para as minhas turmas. Os critérios para estabelecer contactos baseiam-senas necessidades das minhas turmas, por exemplo, grupo etário <strong>do</strong>s alunos, oportunidadepara se encontrarem com pares com envolventes sociais comparáveis com as<strong>do</strong>s meus alunos e exigências <strong>do</strong> currículo.Como modelo, gostaria de descrever as etapas <strong>do</strong> meu último projecto internacional:em Janeiro de 2008, um ano antes da data limite geral para as Candidaturas Comenius,publicitei a minha ideia de projecto no fórum <strong>eTwinning</strong>.Cinco meses depois, sete escolas tinham-se reuni<strong>do</strong>, responden<strong>do</strong> aos critérios parauma parceira equilibrada, que eram os seguintes: alunos <strong>do</strong> ensino secundário, comidades entre os 12 e os 16 anos / experiências de comunicação em Inglês, que seriautiliza<strong>do</strong> como “língua franca” / acesso a TIC na sala de aula / implementaçãotransdisciplinar de objectivos no ensino normal / perfil da escola com um enfoqueintercultural.O passo seguinte foi a organização de uma “Reunião Preparatória” na minha escola,para a qual to<strong>do</strong>s os parceiros solicitaram financiamento às respectivas AgênciasNacionais. A nossa reunião teve lugar em Outubro de 2008 e começámos a conceberuma parceria com <strong>do</strong>is anos de duração. Para a concepção <strong>do</strong>s nossos módulos de50


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>ensino utilizámos alguns <strong>do</strong>s Kits de projecto já prontos <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, que foramuma ajuda substancial na definição das nossas ideias de aprendizagem.Quan<strong>do</strong> a nossa candidatura Comenius foi aprovada, em Julho de 2009, incluía <strong>do</strong>zeescolas, já que tínhamos decidi<strong>do</strong> reforçar a participação de novos membros da UEe da Turquia.A nossa opção de sítio Web para organizar a parceria foi o <strong>eTwinning</strong> e o seu novoTwinSpace, uma vez que eram seguros para serem utiliza<strong>do</strong>s pelos alunos em todaa Europa, permitiam que to<strong>do</strong>s os alunos se inscrevessem individualmente, estavamdisponíveis em to<strong>do</strong>s os países da UE e membros associa<strong>do</strong>s e podiam serutiliza<strong>do</strong>s sem obrigar ao pagamento pelas escolas de quaisquer custos de software.Actualmente estão regista<strong>do</strong>s no nosso TwinSpace 44 professores e 450alunos. No primeiro ano <strong>do</strong> projecto, os nossos alunos fizeram o upload de mais de600 apresentações, sobre as quais mantiveram sessões de chat regulares, com osseus pares.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresJoanna Stefańska descreve como ten<strong>do</strong> começa<strong>do</strong> por utilizar o computa<strong>do</strong>r como máquinade escrever, progrediu na comunidade <strong>eTwinning</strong> para se tornar em forma<strong>do</strong>ra eguia de outros professores nas suas viagens <strong>eTwinning</strong>.Joanna StefańskaEscolaCidadePaísGimnazjum nr 18 im. Armii KrajowejWrocławPolóniaO <strong>eTwinning</strong> encantou-me logo desde o início. Senti o seu potencial e tentei encorajaroutros professores a envolverem-se, promoven<strong>do</strong>-o, de início, na minha escola e entreamigos. Em 2006 participei num programa de formação de 10 semanas organiza<strong>do</strong> peloNSS, que, tenho de o dizer, me manteve bastante ocupada. Eu tinha alguma fluência notrabalho com computa<strong>do</strong>res, mas utilizava, maioritariamente, o Microsoft Office. Umavez que o curso tinha tarefas dirigidas a diferentes áreas, exigin<strong>do</strong> actividades variadas,quan<strong>do</strong> cheguei ao fim conhecia não só a plataforma <strong>eTwinning</strong> e as ferramentas quedisponibiliza, como tinha também desenvolvi<strong>do</strong> as minhas próprias competências detrabalho com computa<strong>do</strong>res.Capítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>51


Uma das tarefas foi estabelecer uma ligação com alguém que tivesse coloca<strong>do</strong> um pedi<strong>do</strong>num fórum. Tive sorte e os meus primeiros contactos (Noruega e Itália) revelaram--se permanentes. Pessoalmente, ganhei muito no que diz respeito à implementação dasTIC na prática lectiva (sou professora de Inglês), mas, primeiro que tu<strong>do</strong>, os meus alunostiveram oportunidade de utilizar o Inglês para conversarem ao vivo e em tempo real comos seus pares de outros países Europeus, o que foi muito motiva<strong>do</strong>r. A minha parceriaNorueguesa conduziu a contactos pessoais e lançou as fundações para mais cooperaçãoe mobilidade <strong>do</strong>s alunos. A parceria Italiana inspirou-me a introduzir o Italianocomo outra língua estrangeira ensinada na nossa escola, o que resultou num programabilingue, lança<strong>do</strong> no ano passa<strong>do</strong>!Há <strong>do</strong>is anos, comecei a trabalhar no centro de formação de professores e em poucotempo tornei-me numa promotora <strong>do</strong> programa. Até agora já ministrei vários cursose a minha função é não apenasfazer com que os professores seinscrevam, mas também ajudá-losa praticar, utilizan<strong>do</strong> as ferramentas<strong>eTwinning</strong> (convi<strong>do</strong> os participantespara o meu próprio TwinSpace).Tem funciona<strong>do</strong> bem: um <strong>do</strong>s participantesexclamou “É melhor quea Nasza Klasa!” e esta foi a melhorrecompensa que poderia receberpelo meu trabalho árduo. Tento estarsempre actualizada e os Eventos deAprendizagem foram uma fonte deinspiração de valor inestimável. Participei em <strong>do</strong>is e embora não fosse a pessoa maisempenhada, aprendi o suficiente para poder passar as minhas competências a outros.A maioria <strong>do</strong>s professores não tem ainda coragem suficiente para utilizar as TIC na salade aula ou para cooperar através da internet. De alguma forma, eu sou um exemploa seguir, porque comecei a utilizar o computa<strong>do</strong>r como máquina de escrever, para seragora capaz de utilizar aplicações Web 2.0, graças ao <strong>eTwinning</strong>.A Inge de Cleyne, da Bélgica, é professora de alunos com Necessidades Educativas Especiaise também embaixa<strong>do</strong>ra <strong>eTwinning</strong>. A ênfase que coloca na comunidade destina-sea ajudar outros professores a encontrar parceiros e a utilizar as ferramentas <strong>eTwinning</strong> deforma a obter os melhores resulta<strong>do</strong>s para os seus alunos.52


Inge De Cleyn<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscolaCidadePaísSint-JanshofMechelenBélgicaNo ano passa<strong>do</strong>, a Agência Nacional belga pediu-me para me tornar embaixa<strong>do</strong>ra<strong>eTwinning</strong> para as Necessidades Educativas Especiais. Para mim isto representavaa possibilidade de conhecer novas pessoas e de criar novas oportunidades.Duas vezes por ano, temos uma reunião com os embaixa<strong>do</strong>res Belgas em que planeamosseminários, discutimos algumas questões e partilhamos experiências.Este ano, participei num seminário de <strong>do</strong>is dias com os embaixa<strong>do</strong>res Holandeses eBelgas. Foi uma óptima oportunidade para fazer planos para projectos, em conjunto,para partilhar ideias e para discutir algumas matérias.Como embaixa<strong>do</strong>ra, tentei convencer alguns <strong>do</strong>s meus colegas a começarem umprojecto <strong>eTwinning</strong>, no próximo ano. Expliquei-lhes como funciona o <strong>eTwinning</strong>,mostrei-lhes os módulos para inspiração e falei-lhes das minhas experiências. Ficarammuito entusiasma<strong>do</strong>s com a comunidade <strong>eTwinning</strong> e querem começar, nopróximo ano lectivo, um projecto sobre arte.Preciso de ter tempo para lhes dar apoio na procura de parceiros e na utilização dasferramentas de que necessitam. Espero que possamos criar um lin<strong>do</strong> projecto, queinspire mais colegas a utilizar o <strong>eTwinning</strong> como ferramenta para desenvolver óptimasaulas.O Paddy Carroll, <strong>do</strong> Reino Uni<strong>do</strong>, descreve como o envolvimento no <strong>eTwinning</strong> podeajudar os professores a descobrirem talentos escondi<strong>do</strong>s e a desenvolverem a arte daverdadeira colaboração. Ele encara a comunidade <strong>eTwinning</strong> como um sítio único, ondeos professores podem “estar” uns com os outros.Capítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>53


Patrick CarrollEscolaCidadePaísShaw Wood Primary SchoolDoncasterReino Uni<strong>do</strong>Quan<strong>do</strong> somos apresenta<strong>do</strong>s à comunidade <strong>eTwinning</strong> sentimo-nos, obviamente,como se fossemos uns estranhos; tu<strong>do</strong> é novo e diferente. No entanto, graças à abertura,ao apoio e à atmosfera descontraída, é fascinante como em tão pouco temponos tornamos parte da equipa e somos reconheci<strong>do</strong>s como um membro importanteda comunidade. Em muito pouco tempo já não somos nós a pedir apoio às pessoasque nos causavam apreensão, somos já nós que as apoiamos porque reconheceramas qualidades que temos para oferecer, qualidades que nem nós sabíamos que tínhamos.O <strong>eTwinning</strong> é espantoso a descobrir talentos escondi<strong>do</strong>s, os nossos talentos.O meu último projecto não seria o sucesso que foi sem os conselhos e o apoio dacomunidade <strong>eTwinning</strong>. No ano passa<strong>do</strong>, durante a cerimónia de entrega de prémios,a ideia tomou forma após ter visto um fantástico conjunto de projectos e de ter participa<strong>do</strong>numa maravilhosa combinação de oficinas. Cada sessão punha em destaquea última tecnologia, as mais eficazes ferramentas de colaboração e as melhorespráticas. Em paralelo, ocorriam discussões com colegas sobre como estruturar umprojecto, como estabelecer um calendário realista, como coordenar tarefas verdadeiramentecolaborativas e, mais importante que tu<strong>do</strong>, com quem trabalhar para queo projecto possa ter sucesso.A grande vantagem <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> é a variedade de actividades que estão disponíveise em que podemos participar, graças às novas ideias, novas discussões e novos contactosque constantemente se estabelecem.Habitualmente, trabalho com um ou <strong>do</strong>is colegas, num projecto transdisciplinar ambiciosode um ano, tal como no caso da nossa parceria com Almasskolan, Gotemburgo,que se centrou em diferentes aspectos <strong>do</strong>s Vikings – <strong>do</strong>s mitos e lendas às povoações.Temos também o “Crescen<strong>do</strong>”, com a St Martin de Porres National School,de Dublin, em que explorámos a forma de criar música em bandas, recorren<strong>do</strong> à Wii<strong>do</strong> Ninten<strong>do</strong>Ao longo <strong>do</strong> ano, no entanto, sou convida<strong>do</strong> a participar num conjunto de curtas einventivas tarefas que envolvem uma comunidade mais vasta. Trabalhei, por exemplo,em projectos que visavam motivar as crianças a tirarem fotografias da sua localidadee a partilhá-las com amigos em toda a Europa. Também houve projectos paraos quais criámos individualmente uma pequena secção dentro de um trabalho deconcepção mais vasto. Este tipo de actividade é sempre muito compensa<strong>do</strong>r porque54


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s olham, com toda a razão, para o produto final como se de umaobra-prima se tratasse.Se olharmos através de uma janela uma e outra vez, torna-se aborreci<strong>do</strong> porque reparamossempre nas mesmas coisas; se alargarmos essa visão a pessoas em todaa Europa torna-se muito mais interessante porque, através delas, os nossos olhossão dirigi<strong>do</strong>s para novos aspectos. Começamos a descobrir pérolas escondidas e reconhecemos,repentinamente, a verdadeira qualidade que nos rodeia. A comunidade<strong>eTwinning</strong> não existe para nos moldar em algo novo e diferente, ela existe sim paraque nós a moldemos em algo novo e especial.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresContinuan<strong>do</strong> no tema da comunidade, a Alessandra Cannelli descreve como ser membroda comunidade <strong>eTwinning</strong> lhe deu não só acesso a um vasto leque de colegas com ideiassemelhantes que, tal como ela, encaram com prazer o desafi o de tentarem novas abordagensno seu ensino, como também lhe possibilitou a mudança de atitude relativamentea um país e a um povo historicamente encara<strong>do</strong>s como inimigos.Alessandra CannelliEscolaCidadePaísIC Largo Castelseprio Scuola mediaRomeItáliaO <strong>eTwinning</strong> significa para mim o desenvolvimento e o reforço das minhas competênciasprofissionais. Faço parte da comunidade de professores desde o seu início e temsi<strong>do</strong> uma fantástica aventura, que ainda continua.Na escola, por vezes, sinto-me como uma estranha, uma vez que estou particularmenteempenhada em descobrir coisas novas, e muitos <strong>do</strong>s meus colegas olhampara mim como se eu fosse uma pobre criatura. Preciso de ser entusiasta acerca<strong>do</strong> meu trabalho e sinto que os meus alunos têm a mesma necessidade de aprender,de forma pessoal. O <strong>eTwinning</strong> possibilitou-me fazer parte de uma comunidade deprofessores que são como eu.A experiência que achei mais interessante foi uma PDW, na Eslovénia. Esta oficinafoi importante, quer em termos pessoais, quer em termos profissionais, uma vez quea Eslovénia não tem ti<strong>do</strong> boas relações com a Itália, por razões históricas, e eu podiaCapítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>55


senti-lo. Mas a Europa tem de ultrapassar ressentimentos antigos e nós fizemo-lo,aprenden<strong>do</strong>, em conjunto. Conheci professores muito experientes que me explicarama cooperação didáctica a distância, a utilização em sala de aula de vídeos e deoutros <strong>do</strong>cumentos e sítios partilha<strong>do</strong>s, bem como as salas virtuais e a videoconferência.Tu<strong>do</strong> o que aí aprendi tem si<strong>do</strong> a base <strong>do</strong> meu subsequente desenvolvimentoprofissional, o primeiro passo para melhorar o meu <strong>do</strong>mínio na utilização das TIC emsala de aula, em conjunto com uma identidade Europeia mais profunda, ultrapassan<strong>do</strong>o passa<strong>do</strong>.A Siv Grete refl ecte sobre o desafi o que o envolvimento no <strong>eTwinning</strong> representa paraprofessores e dirigentes escolares. Considera-o, no entanto, um desafi o que conduz a umenriquecimento da experiência educativa.Siv Grete StamnesEscolaCidadePaísMoster skuleMosterhamnNoruegaO uso <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> abre um vasto conjunto de portas, não apenas para os alunos,mas também para os professores e dirigentes escolares. O meu processo de aprendizagemna utilização <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> deu origem a discussões na minha escola e comoutros colegas dirigentes de escolas na minha comunidade. A utilização <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>num projecto escolar coloca desafios. Desafia-nos a desenvolver novas formasde ensinar, leva-nos a aprender a utilizar as TIC e questiona as nossas formas depensar, reflectir e partilhar.Esta nova prática - utilizar o <strong>eTwinning</strong> no nosso ensino - aumenta a complexidade.Não apenas a complexidade ao nível da compreensão das outras pessoas e culturas,mas também a competência digital e a compreensão da liderança e <strong>do</strong> ensino no futuro.Está relacionada com a compreensão e com a competência tecnológica e pedagógicae também com a disponibilidade e a capacidade para abraçar a mudança. Asescolas que possuem a competência para a mudança estão mais aptas a processaras novas tendências e “outras” formas de aprendizagem.Três atributos poderão descrever os aspectos mais desafiantes no novo mun<strong>do</strong> decomunidade e comunicação através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>: omnipresença, espontaneidade e56


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>imediatismo. Esta combinação nem sempre é muito bem recebida pelos professorese pelos dirigentes das escolas. Alguns professores e dirigentes poderão sentir que setrata de uma área que não podem controlar e têm receio que os alunos sejam melhorqualifica<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que eles próprios. Só temos de deixar que as coisas aconteçam edepois experimentá-las. Por certo que, no fim, teremos mais a ganhar que a perder.O ambiente de aprendizagem e a participação no <strong>eTwinning</strong>, com a sua prática académicae social e o seu espírito de comunidade, dá-nos acesso a várias novas dimensões.Traz-nos imensas novas possibilidades de aprendizagem e novas orientações.O meu processo de aprendizagem e, espero, também o <strong>do</strong>s meus alunos, é maismotiva<strong>do</strong>r e inspira<strong>do</strong>r.O <strong>eTwinning</strong> contribui para uma cultura de partilha. É dada aos alunos, aos professorese aos dirigentes das escolas a oportunidade de partilharem experiências, ideiaspedagógicas e formas diferentes de aprendizagem ao longo da vida.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresA última palavra neste capítulo fi ca a cargo da embaixa<strong>do</strong>ra <strong>eTwinning</strong> Italiana, LauraMaffei. Ela vai ao âmago <strong>do</strong> signifi ca<strong>do</strong> de “uma comunidade” e captura a essência ea riqueza da Comunidade <strong>eTwinning</strong>.Laura MaffeiEscolaCidadePaísArnolfo di CambioColle di Val d’ElsaItáliaCheguei ao <strong>eTwinning</strong> por curiosidade. A minha primeira fase foi de disponibilidadetotal: estava impaciente por experimentar todas as ferramentas, explorar todas asoportunidades de aprendizagem, negociar e criar projectos, jogar e aprender comos meus parceiros e alunos. Foi um perío<strong>do</strong> agita<strong>do</strong> de diversão e aprendizagem emconjunto.Chegou então a segunda fase: quan<strong>do</strong> “em conjunto” se tornaram, de repente, aspalavras nucleares da minha experiência <strong>eTwinning</strong>. Ao longo <strong>do</strong>s anos, construí umarede de ligações, de parceiros/amigos que tinham cresci<strong>do</strong> comigo, enquanto professorese enquanto eTwinners. Com eles, tive a ideia de criar projectos para professores– pequenas comunidades na mais vasta comunidade <strong>eTwinning</strong>, cafés virtuaisCapítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>57


onde nos pudéssemos encontrar, discutir a nossa profissão, estratégias, problemas.Não quer isto dizer que já não estamos interessa<strong>do</strong>s em trabalhar com os alunos (osprojectos “tradicionais” continuam a acontecer); apenas queremos partilhar as nossasexperiências, ven<strong>do</strong>-as, desta forma, a partir de diferentes perspectivas. Podemosemprestar e tomar de empréstimo ideias e até projectos, nada é rouba<strong>do</strong> – pelocontrário, é incrível como a nossa própria ideia pode crescer de formas maravilhosamenteinesperadas, às mãos de outra pessoa. A partilha é fértil.Quase ao mesmo tempo, o <strong>eTwinning</strong>mu<strong>do</strong>u também e fê-lo na nossadirecção. A Campanha “<strong>eTwinning</strong>goes social” não foi apenascaracterizada pela introdução deum novo Quadro de Bor<strong>do</strong>: foi umamudança da ferramenta para a comunidade.Agora, fazer perguntase apresentar respostas, reunir comalunos/professores em toda a Europa,comparar estilos de ensino oudiscutir os diferentes curricula nacionais,não são mais os primeirospassos de um projecto com êxito:pelo contrário, eles são, na verdade,o próprio projecto. O <strong>eTwinning</strong> é um local para indivíduos e não apenas para países:desta forma, tu<strong>do</strong> é muito mais pessoal, logo muito mais envolvente para professorese alunos.Mas como se sabe, o mun<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> não roda em torno <strong>do</strong>s professores, massim <strong>do</strong>s alunos. E uma comunidade de alunos – se acreditarmos que tal coisa podena realidade existir – é um microcosmo muito especial. Tem de ser alimenta<strong>do</strong>, umavez que os professores podem ajudar à sua construção mas não o podem criar: sãoos alunos que terão de o fazer.Quan<strong>do</strong> uma comunidade de alunos nasce, podemos acreditar que as competênciasdesses alunos vão aumentar de forma incrivelmente rápida. Foi isto que vinos meus melhores projectos: o <strong>eTwinning</strong> pode, na verdade, transformar gruposde alunos em comunidades de alunos. Locais de partilha mútua, crescimento, interesse,onde a aprendizagem não corresponde a uma pausa estruturada da vida(“escola”) mas em que é parte dela. Locais onde se escolhe estar e não onde temosde estar.Lembro-me <strong>do</strong> caloroso sentimento que experimentei numa aula de História, quan<strong>do</strong>um <strong>do</strong>s meus alunos, de repente, levantou um conjunto de questões “Que estão elesagora a fazer? Estarão eles também a estudar esta matéria? A mesma História quenós?” iniciou-se aí uma reflexão que nunca mais parou.58


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Os prémios, as conferências, as reuniões vieram com os anos – o nosso trabalho foireconheci<strong>do</strong> e premia<strong>do</strong> não só pelo mun<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> como também pelo Ministérioda Educação e outras agências <strong>do</strong> conhecimento. O meu ensino desenvolveu-sea alargou-se, à medida que conheci e partilhei ideias com muitos outros professores,especialistas e também alunos.Não podemos entrar para uma comunidade e mantermo-nos inaltera<strong>do</strong>s. Isto aplica--se também aos alunos. Um aluno/professor isola<strong>do</strong> está sempre aborreci<strong>do</strong>, enquantonuma comunidade nunca estamos sós. Manter os membros da comunidadeenvolvi<strong>do</strong>s é o ponto fulcral – se bem que não haja problema num projecto de professoresem haver membros a entrar e a sair, não me posso permitir “perder” nenhum<strong>do</strong>s meus alunos. Pela minha experiência, posso afirmar que os efeitos da comunidade<strong>eTwinning</strong> para professores e alunos são dura<strong>do</strong>uros, permanecen<strong>do</strong> vivos muitopara além <strong>do</strong> final <strong>do</strong>s projectos. As experiências partilhadas geram aprendizagem egeram ligações pessoais também. Hoje em dia sou uma Embaixa<strong>do</strong>ra e ainda acreditoque “em conjunto” são as palavras mágicas. E a partilha – o simples processo dedar e receber (informação, conselhos, instrução, inspiração…) – é a força que mantémo mun<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> em movimento.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresCapítulo 3 : Viver a experiência da Comunidade <strong>eTwinning</strong>59


Capítulo 4OsOs meus projectos<strong>eTwinning</strong><strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresIntroduçãoChristina CrawleyServiço de Apoio Central <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Desde o início que o principal objectivo <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> tem si<strong>do</strong> proporcionar aos professorese aos alunos em toda a Europa uma plataforma para colaboração e desenvolvimento deprojectos. A simples ideia de ligar <strong>do</strong>is professores, de <strong>do</strong>is países, através da plataforma<strong>eTwinning</strong> constituiu o primeiro passo; o desenvolvimento da planifi cação de um projecto ea inscrição <strong>do</strong> projecto no Quadro de Bor<strong>do</strong> da plataforma foi o segun<strong>do</strong>; como último eloda cadeia, temos o trabalho em conjunto com os alunos no “TwinSpace” da plataforma e/ouo recurso a outras ferramentas online para desenvolver um projecto.A partir dessa ideia simples – inscrever, ligar, trabalhar – os projectos <strong>eTwinning</strong> cresceram emqualidade e variedade. Os milhares de projectos inscritos to<strong>do</strong>s os anos no Quadro de Bor<strong>do</strong>,variam em duração (de duas semanas a <strong>do</strong>is anos) e no número de parceiros (de <strong>do</strong>is a, porvezes, quarenta ou cinquenta parceiros). Este facto implica que esta diversidade de projectosvarie também no que respeita à estrutura, à complexidade e aos objectivos; no entanto, to<strong>do</strong>stêm em comum a determinação em trabalhar em conjunto e em fazer algo diferente. Os projectos<strong>eTwinning</strong> aportam dinamismo e criatividade às salas de aula em toda a Europa e, em algunscasos, para lá dessas fronteiras, na medida em que contribuem para o desenvolvimentoprofi ssional individual em termos da abordagem de ensino, conferem uma dimensão internacionalao currículo e, por último, enriquecem a experiência educativa <strong>do</strong>s alunos.Os contributos que se seguem são de professores que têm esta<strong>do</strong> envolvi<strong>do</strong>s em muitos projectos<strong>eTwinning</strong>. Discutem os desafi os e os pontos fortes <strong>do</strong>s projectos <strong>eTwinning</strong>, a forma como podem serincorpora<strong>do</strong>s no currículo e como podem trazer vários elementos positivos ao ensino e à aprendizagemA Mudrīte, autora <strong>do</strong> primeiro contributo, explica como ten<strong>do</strong> inicia<strong>do</strong> um projecto simples com<strong>do</strong>is parceiros, se viu envolvida num novo projecto <strong>eTwinning</strong> to<strong>do</strong>s os anos, nos últimos trêsanos. Embora manten<strong>do</strong> os objectivos <strong>do</strong> projecto dentro <strong>do</strong> currículo, a Mudrīte e os seus alunosfi zeram viagens virtuais por toda a Europa e fi caram a conhecer novas ferramentas, ao longo<strong>do</strong> seu percurso. Na sua opinião, os projectos <strong>eTwinning</strong> enquadram-se perfeitamente no currículo,proporcionan<strong>do</strong> ao mesmo tempo uma oportunidade para “alargar” a comunidade <strong>eTwinning</strong>!Capítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>61


Mudrīte GrinbergaEscolaCidadePaísAnnas Brigaderes pamatskolaKroņauceLetóniaVou-vos falar <strong>do</strong>s meus primeiros passos numa parceria <strong>eTwinning</strong>. Para melhorara motivação e as competências de TI e de línguas <strong>do</strong>s meus alunos e para tornaro processo de aprendizagem mais interessante, decidi procurar parceiros estrangeirospara uma colaboração. O fórum de pesquisa de parceiros proporciona óptimasoportunidades, com os seus milhares de excelentes ideias para projectos <strong>eTwinning</strong>.Escolhi uma escola de Gdansk, Polónia, e após termos troca<strong>do</strong> algumas mensagensde correio electrónico para clarificar os nossos objectivos, iniciámos o nosso projecto<strong>eTwinning</strong> acerca da Primavera. Este era um tópico de interesse para a turma<strong>do</strong> 5.º ano, em que os alunos estavam a dar as estações <strong>do</strong> ano, nas aulas de Inglês.Foi interessante e fácil congregar todas as nossas competências para fazer um bomprojecto. Os alunos tiraram fotografias da Primavera na natureza, fizeram apresentaçõesPowerPoint, escreveram comentários em inglês e melhoraram as suas competênciasde trabalho com os computa<strong>do</strong>res. Por último, tiveram prazer no simplesfacto de estarem juntos e foi com entusiasmo que se empenharam em fazer coisastão novas e interessantes. O projecto foi um êxito.Em 2008/09, o currículo para os alunos <strong>do</strong> 6.º ano determinava que se abordassemquestões relacionadas com interesses, passatempos, pessoas famosas, etc. Descobriparceiros numa escola de línguas, em Praga e o meu projecto abarcou, de formainteressante, to<strong>do</strong>s os tópicos <strong>do</strong> currículo.Os projectos <strong>eTwinning</strong> são entusiasmantes, úteis, optimistas e muito positivos. Équase inacreditável, mas to<strong>do</strong>s os meus parceiros <strong>eTwinning</strong> terminaram a cooperaçãocom novos membros a chegarem às suas famílias. É por isso que não continuámosa nossa cooperação noutros projectos. Uma nova filha, a Maria, tornou-separte da família <strong>do</strong> professor Polaco Grzegorz, quan<strong>do</strong> terminámos o nosso projecto“Spring is here” ; a professora Lenka, de Praga, tem agora uma filha, a Linda; a directorada minha escola participou nos nossos projectos como fotógrafa e recebeuo melhor <strong>do</strong>s prémios – um filho, o Jacob. O nosso último projecto terminou. Por vezestrocamos mensagens de correio electrónico com o meu parceiro da Polónia masa nossa colega comum, a Elen, da Roménia, tem-se manti<strong>do</strong> silenciosa. Será que vaiter um bebé? Os projectos <strong>eTwinning</strong> são mesmo muito optimistas.62


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresA Julie, da Dinamarca descreve como ela e o seu parceiro Espanhol alargaram o âmbito<strong>do</strong> seu projecto <strong>eTwinning</strong> para o tornar num projecto de intercâmbio e, ao fazê-lo, envolveramos pais e toda a escola.Julie AshbyEscolaCidadePaís10. AabenraaAabenraaDinamarcaA nossa escola é uma escola <strong>do</strong> 10.º ano com alunos de 16 anos. Sou responsávelpela turma internacional e são estes os alunos que decidiram participar no <strong>eTwinning</strong>.Temos trabalha<strong>do</strong> com a escola IES Carlos III, de Aguadulce, Espanha, nosúltimos quatro anos. Há <strong>do</strong>is anos decidimos fazer um projecto de intercâmbio a quechamámos “Face to Face”O meu parceiro Espanhol e eu éramos de opinião que os nossos anteriores projectos<strong>eTwinning</strong> necessitavam de uma qualquer forma de encerramento. Os alunos fizeram-nossaber que a<strong>do</strong>rariam conhecer os seus parceiros em pessoa e não apenasatravés <strong>do</strong> sítio <strong>eTwinning</strong>. Acreditámos também que esta seria uma excelente formade culminar um projectivo <strong>eTwinning</strong> e talvez fosse mesmo o primeiro a envolver umintercâmbio entre <strong>do</strong>is países. O primeiro intercâmbio teve lugar em 2008 e foi umgrande sucesso, o mais recente teve lugar este ano (2010). Incorporámos o intercâmbiono nosso currículo na semana em que to<strong>do</strong>s os outros alunos da escola estavama realizar as suas visitas de estu<strong>do</strong>. Os alunos pagaram a viagem e um outro professorda minha escola também participou. A concretização <strong>do</strong> intercâmbio envolveuuma colaboração próxima com os pais e com outros colegas da nossa escola quetiveram de dar aulas aos alunos Espanhóis, quan<strong>do</strong> estes nos vieram visitar. Envolvemosoutras instituições de ensino superior, pedin<strong>do</strong>-lhes que entrevistassem osparceiros Espanhóis em Espanhol!”Os intercâmbios permitiram aos alunos encerrar por completo o projecto e experimentar,em primeira-mão, o quotidiano de um a<strong>do</strong>lescente Espanhol/Dinamarquês,ao viver com a família <strong>do</strong> seu parceiro. Desta forma, ficaram a conhecer a verdadeiraidentidade <strong>do</strong> país, não enquanto turistas, mas enquanto parte da comunidade. Pensoque a grande qualidade de um projecto <strong>eTwinning</strong> é o facto de estarmos a abrir asmentes <strong>do</strong>s jovens para outras culturas. O sítio Web <strong>do</strong> projecto <strong>eTwinning</strong> permiteaos alunos terem contacto directo via TIC com os seus parceiros, sen<strong>do</strong>-lhes fácilobter resulta<strong>do</strong>s instantâneos. No nosso caso, estamos a proporcionar aos nossosCapítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>63


alunos uma oportunidade única de encerrarem um projecto através de uma participaçãofísica no mesmo, ou seja, através <strong>do</strong> intercâmbio. Em vez de viagens no sofá,estão realmente a viajar.Toda a correspondência é efectuada em Inglês e tem si<strong>do</strong> um prazer, enquanto professora,ver a auto-confiança e fluência <strong>do</strong>s meus alunos aumentar, ao longo destesprojectos.O próximo contributo é da autoria de uma professora de línguas da Lituânia cujo projecto sedesenvolveu a partir da sugestão de um aluno. O projecto alargou-se não só a toda a escolacomo também à comunidade local e envolveu a participação na sala de aula de peritosexternos, o que contribuiu para uma abordagem verdadeiramente diversifi cada.Asta LiukaitieneEscolaCidadePaísKalvarijos GimnazijaKalvariaLituâniaO ensino de uma língua tem sempre relação com as outras disciplinas uma vez queuma língua não se adquire simplesmente pela aprendizagem da gramática. Consequentemente,um <strong>do</strong>s melhores méto<strong>do</strong>s de aprendizagem é a comunicação, o quevai de encontro ao fundamento da filosofia <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, já que este liga a nossaescola com outras escolas na Europa que estão ansiosas por comunicar em Inglês,umas com as outras.Da<strong>do</strong> que os meus colegas e eu queríamos ligar as nossas salas de aula com escolasno estrangeiro, inscrevemo-nos no <strong>eTwinning</strong> logo que ouvimos falar destaplataforma de comunicação, há alguns anos atrás. O meu projecto começou coma simples frase “ Let’s Talk about the Weather” * , que foi sugerida por um <strong>do</strong>s alunos,durante uma aula. O convite foi publicita<strong>do</strong> na secção de “Pesquisa de Parceiros” e,em breve, descobrimos parceiros para iniciar o projecto “Environment” ** . Este durouum mês, ao longo <strong>do</strong> qual estivemos regularmente em contacto utilizan<strong>do</strong> o TwinSpacee o correio electrónico. Os alunos não só comunicaram com os parceiros, comotambém trabalharam, em grupo ou individualmente, preparan<strong>do</strong> material diversifi-* “Falemos <strong>do</strong> tempo”** “Ambiente”64


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>ca<strong>do</strong> relaciona<strong>do</strong> com questões ambientais. Fizeram o upload <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s parao TwinSpace e discutiram-nos com os seus pares.O projecto estava completamente integra<strong>do</strong> no currículo, embora algumas actividadesextra-curriculares tivessem si<strong>do</strong> incluídas, como por exemplo um “Dia da Escola<strong>do</strong> Ambiente” ou uma reunião com o Instituto Hidro-meteorológico. A Direcção danossa escola e os colegas foram informa<strong>do</strong>s sobre o projecto e apoiaram a organizaçãode eventos e de aulas TIC.Após a conclusão <strong>do</strong> projecto, foi feita uma apresentação para a comunidade local,durante o “Dia Aberto” da escola. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projecto foram utiliza<strong>do</strong>s na minhaescola para actividades adicionais de ensino e de aprendizagem. A experiênciaganha pelos professores e pelos alunos, em comunicação TIC, foi utilizada nãoapenas em outros projectos, como no trabalho escolar, em geral. O projecto obteveo “Certifica<strong>do</strong> Nacional de Qualidade” e foi incluí<strong>do</strong> na secção de exemplos de boaspráticas, no sítio Web <strong>do</strong> NSS.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresA Aimi, da Estónia, descreve o seu projecto favorito, que envolveu conversas online emAlemão entre alunos das duas escolas envolvidas.Aimi JõesaluEscolaCidadePaísPõlva KeskkoolPõlvaEstoniaO projecto Alemão Online ao Vivo é já o meu projecto <strong>eTwinning</strong> favorito! Durantea oficina internacional Practice-Web 2.0, em Viena, no Outono de 2007, a minha colegaNorueguesa, Astrid B. Petersen e eu tivemos esta ideia para um projecto. Graçasà nossa formação online em línguas estrangeiras, que decorre na DaF-Community(uma comunidade para o ensino <strong>do</strong> Alemão como língua estrangeira http://dafnet.web2.0campus.net/), estávamos suficientemente confiantes para começar a trabalhar.O projecto foi inscrito como projecto <strong>eTwinning</strong> em 29/01/2008 e teve alguns resulta<strong>do</strong>sexcelentes, incluin<strong>do</strong> duas reuniões online ao vivo (moderadas pelos professores,enquanto os alunos faziam as suas apresentações, conversavam, colocavam erespondiam a questões). Um <strong>do</strong>s grandes benefícios é que os alunos ultrapassaramCapítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>65


o me<strong>do</strong> de falar e, durante a reunião, o grava<strong>do</strong>r permitiu-nos analisar a nossa formade debater e falar. Gravámos os textos <strong>do</strong> chat e tivemos a possibilidade de acederaos mesmos para corrigir os erros ortográficos. À medida que progredíamos, estávamoscada vez mais motiva<strong>do</strong>s e, consequentemente, o mesmo acontecia com osnossos alunos.Eu própria continuarei a conduzir projectos online, ao vivo. Acredito que esta ideia deprojecto seria facilmente seguida por outros professores e que a aprendizagem delínguas estrangeiras, desta forma, terá um futuro ainda mais risonho!A Ágnes escreve sobre a descoberta de novas formas de fazer o que vinha fazen<strong>do</strong>, desde hámuitos anos, no ensino, descreven<strong>do</strong> o impacte nela própria e nos seus alunos. Conta comoos alunos investigaram as condições para se trabalhar e estudar noutros países Europeus.Ágnes PéterEscolaCidadePaísKőrösi Csoma Sán<strong>do</strong>r Általános IskolaDunakesziHungria“A verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas paisagens, masem ter novos olhos” (Marcel Proust).Quan<strong>do</strong> me juntei ao <strong>eTwinning</strong> em 2007, a minha vida e os meus méto<strong>do</strong>s de ensinomudaram de imediato. O uso criativo das novas tecnologias levou os meus alunosa adquirirem novos conhecimentos e competências em ambientes de aprendizagempositivos. Desde então, participei com os meus alunos em 4 projectos. Participámosno projecto “Mountain Europe” * em 2009, que teve continuidade em colaboraçõesprofícuas com oito escolas Europeias (Roménia, República Checa, Grécia, Polónia,Alemanha, Estónia, Bulgária e Eslováquia).Os alunos criaram uma apresentação PowerPoint da sua escola e da cidade em quevivem, das montanhas e festivais <strong>do</strong> seu próprio país, que partilharam no TwinSpace.Os objectivos específicos deste projecto são fazer com que os alunos investiguemas possibilidades e condições de estu<strong>do</strong> ou trabalho no seu próprio país ou noutropaís Europeu.* “A Montanha Europa”66


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Os nossos alunos beneficiaram de várias formas com o seu envolvimento nesteprojecto. Melhoraram a suas competências em TIC, Inglês e Geografia. Claro está,aprenderam também a trabalhar em equipas e, por último, mas não menos importante,desenvolveram a sua criatividade, raciocínio crítico e respeito pelos outros. Pensoque aprendemos com as experiências e conhecimentos <strong>do</strong>s outros. Familiarizámo--nos com tecnologias que não tínhamos ainda utiliza<strong>do</strong> e, mais importante que tu<strong>do</strong>,fizemos parte de uma grande Família Escolar Europeia.Vale a pena trabalhar em conjunto: http://desktop.<strong>eTwinning</strong>.net/index.cfm (MountainEurope).A palavra <strong>do</strong>sprofessoresDiz-se que a música é uma linguagem universal e o projecto descrito pelo Theo<strong>do</strong>r demonstraque não só os alunos partilham o amor pela música, como também conseguiramtornar a notação musical legível noutra língua, o Braille, que possibilita que pessoas comdifi culdades visuais leiam partituras musicais.Theo<strong>do</strong>r TsampatzidisEscolaCidadePaísMusic School of ThessalonikiThessalonikiGréciaO <strong>eTwinning</strong> é o nosso projecto e um destino aprazívelTu<strong>do</strong> o que temos de fazer é trabalhar em conjunto para uma relação dura<strong>do</strong>ura.Sonho com o <strong>eTwinning</strong> dia e noiteCom esplêndi<strong>do</strong>s pensamentos de amizadeOs nossos países ligam-se pelo marMas os nosso corações ligam-se pelo <strong>eTwinning</strong>(Hino <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>)A escola de música de Salónica, Grécia, em colaboração com cinco outras escolascriou uma Biblioteca de Música com acesso para alunos com necessidades educativasespeciais . O nosso objectivo ao fazê-lo, foi criar uma biblioteca digital de músicaEuropeia, acessível a alunos com dificuldades visuais e com problemas de desenvolvimento.Pretendemos também produzir e apresentar material musical original, parautilização em comemorações e eventos escolares.Capítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>67


Esta colaboração <strong>eTwinning</strong>, ao criar ficheiros de música electrónicos em Braille,oferece, pela primeira vez, uma oportunidade a alunos com necessidades educativasespeciais. Um código electrónico especial foi concebi<strong>do</strong> por forma a tornar possívela transcrição de to<strong>do</strong>s os tipos de partituras musicais, até mesmo a notação <strong>do</strong> cantoBizantino; os alunos aprenderam a transcrever música em Braille para os seuscolegas.Criámos também fichas de apresentação especiais para alunos com autismo, atravésda aplicação da Intervenção de Desenvolvimento Relacional e <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Irlen,toman<strong>do</strong> em consideração a foto sensibilidade. Os alunos com dificuldades visuaisaprenderam a utilizar a linguagem gestual e criaram um filme digital acerca de S. Paulo.Os alunos criaram apresentações musicais multilingues, conten<strong>do</strong> composiçõesmusicais, pinturas, partituras musicais e desenhos. A biblioteca digital foi reforçadapela produção de filmes educativos digitais. Deveremos mencionar também queatravés desta colaboração conseguimos a participação activa <strong>do</strong>s nossos antigosalunos.O ponto alto da cooperação entre escolas foi a produção e a apresentação <strong>do</strong> Hino<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, em diversas línguas e com diferentes arranjos (banda sonora, coro decrianças, coro de jovens, tradicional, clássico e jazz).Apresentámos o nosso projecto numa cerimónia oficial, durante um encontro em Itália,organiza<strong>do</strong> pela Município de Ferrandina. O nosso projecto <strong>eTwinning</strong> foi tambémapresenta<strong>do</strong> no Ministério Grego da Educação (Excelência e Inovação na Educação2010), em encontros educativos, em conferências e na imprensa.O nosso próximo plano? A criação da orquestra <strong>eTwinning</strong>, com membros de diferentesescolas que colaborarão electronicamente, através de gravações digitais multi--pista ou ensaios telemáticos simultâneos.A Laurence Altibelli teve uma vida <strong>eTwinning</strong> rica. No seu texto descreve os seus váriosprojectos, que vão desde projectos de curta duração até projectos com um ano. Redigetambém algumas regras simples para a utilização <strong>do</strong> TwinSpace.68


Laurence Altibelli<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscolaCidadePaísLycée Jules VerneLimours-en-HurepoixFrançaO meu primeiro projecto entre o Lycée Jules Verne e a Wellington School teve moldesbastante clássicos para uma professora de línguas estrangeiras – trocas electrónicasde correspondência entre alunos Franceses e Ingleses. Utilizámos o fórum <strong>do</strong> nossoTwinSpace principalmente para comunicarmos através de produções escritas, alternan<strong>do</strong>entre estas duas línguas. A interacção entre os alunos foi tão profícua que o nossoprojecto ganhou o 3.º prémio da edição Francesa <strong>do</strong>s Prémios <strong>eTwinning</strong>, em 2007.Este projecto bilateral, que durou cerca de <strong>do</strong>is anos lectivos, conduziu-me a reflexõespedagógicas sobre a utilização <strong>do</strong> TwinSpace. Ainda que trabalhemos com alunos<strong>do</strong> ensino secundário avança<strong>do</strong>, em breve nos damos conta que eles não sabemutilizar, de forma correcta e inteligente, as ferramentas <strong>do</strong> seu TwinSpace.De então para cá tenho esta<strong>do</strong> envolvidaem muitos projectos; Hall ofMirrors é a minha obra-prima, aoqual foi concedi<strong>do</strong> o Selo Europeude Qualidade. É simultaneamenteum projecto multilateral Comenius eum projecto <strong>eTwinning</strong>, envolven<strong>do</strong>seis países. Culture in a box é outroprojecto multilateral, embora, destavez, um projecto de curta duração.Houve cerca de três meses de trocasvirtuais entre a Áustria e a França.Utilizámos um kit <strong>eTwinning</strong> cujoresulta<strong>do</strong> final foi a produção de uma apresentação PowerPoint sobre a herança cultural<strong>do</strong> país parceiro. Os alunos que eu decidi envolver eram alunos de Inglês e deAlemão, o que lhes possibilitou praticar estas duas línguas estrangeiras. Magic butreal experiments foi um projecto multilateral, que congregou dez países durante umano lectivo. Era principalmente constituí<strong>do</strong> por professores de Física e Química. Trabalhámosem Inglês, em pequenas experiências de química que se pareciam comtruques de magia. Bla…Bla…Bla… é um projecto multilateral durante o qual apenastivemos sessões de chat através <strong>do</strong> FlashMeeting, para treinar os alunos em situaçõesautênticas e de acor<strong>do</strong> com o Quadro Europeu Comum de Referência. Duranteestas sessões de chat, comunicámos em Inglês, Francês e Italiano, com alguns alunosa fazerem o papel de tradutores.Capítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>69


Em to<strong>do</strong>s os meus projectos, tenho utiliza<strong>do</strong> de alguma forma o TwinSpace, o que melevou a estabelecer algumas regras simples para uma utilização eficiente:Calendário: Mantenham-se actualiza<strong>do</strong>s no que diz respeito às datas, em Inglês,Francês… (aniversários, feria<strong>do</strong>s, férias lectivas, exames...)Fórum: É um local para discutir, reflectir e trocar ideias. Deveremos assim escreverparágrafos de 40 a 50 palavras, em resposta a um da<strong>do</strong> tema de debate. Os professoresdir-vos-ão que língua utilizar: por exemplo, se o tema estiver em Francês,escreverão em Francês.Caixa de correio: Esta caixa de correio permite-vos enviar mensagens a to<strong>do</strong>s osmembros da vossa equipa, incluin<strong>do</strong> os professores. De igual mo<strong>do</strong>, os professorestambém vos podem enviar mensagens.Chat: Para os alunos: escolham uma hora, fora <strong>do</strong> horário das aulas, para falaremcom os vossos amigos Europeus e convidem os vossos professores!Deverão tentar escrever o mais correctamente possível. Podem ser utiliza<strong>do</strong>s algunssmiles e abreviaturas. Deverão, por um la<strong>do</strong>, tentar corrigir os erros <strong>do</strong>s outros –os outros farão o mesmo por vós – e, por outro la<strong>do</strong>, corrijam-se a vocês próprios.Este projecto tem como objectivos: ajudar-vos a melhorar o <strong>do</strong>mínio de uma línguaestrangeira, ajudarem-se uns aos outros e trocar ideias para se ficarem a conhecermelhor.Sugestão: Modifiquem estas regras de acor<strong>do</strong> com os vossos projectos e promovama tradução, pelos vossos parceiros <strong>eTwinning</strong>, em diferentes línguas, se decidiremdesenvolver um projecto <strong>eTwinning</strong> multilingue.Cinco anos mais tarde, adicionei já mais de 150 contactos de pessoas que considerocomo colegas Europeus, com quem apenas comuniquei virtualmente. E é isto exactamenteaquilo de que gosto neste programa – estamos a tecer uma teia pedagógicaelectrónica em toda a Europa.Os professores de Ciências têm, muitas vezes, difi culdades em ver como o <strong>eTwinning</strong> sepode enquadrar na sua disciplina. O Manuel ultrapassou este desafi o e descreve comoo projecto ganhou asas e foi quase inteiramente geri<strong>do</strong> pelos próprios alunos.70


Manuel Díaz Escalera<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscolaCidadePaísColegio Sagra<strong>do</strong> Corazón (Esclavas)SevilleEspanhaEm 2009, começámos o nosso projecto, Magic but real experiments * no qual estavamenvolvidas escolas da Roménia, Portugal, Lituânia, Polónia e Espanha. Tínhamosquatro objectivos: fazer experiências de química e física com materiais <strong>do</strong> dia-a-dia,praticar línguas, utilizar as TIC e promover as trocas culturais entre os alunos.Na fase de desenvolvimento <strong>do</strong> projecto, os alunos chegaram primeiro a acor<strong>do</strong> sobrea lista de experiências que poderiam ser feitas com materiais comuns. Os alunosformaram grupos de trabalho de 3 ou 4 elementos e escolheram uma das propostas.Eram responsáveis pela obtenção <strong>do</strong>s materiais necessários, pela preparação dasexperiências em casa e, depois, pela sua apresentação na sala de aula. A apresentaçãoera gravada em vídeo e posteriormente era feito o seu upload para a internet.A plataforma TwinSpace foi a ferramenta chave para a comunicação e para o desenvolvimento<strong>do</strong> projecto ao longo <strong>do</strong> ano. Aí colocámos algumas apresentações,fotografias e vídeos para as escolas; criámos fóruns de discussão para encorajaro contacto entre alunos e cada país descreveu por escrito as suas experiências. Estesconteú<strong>do</strong>s foram também partilha<strong>do</strong>s num blogue externo, cria<strong>do</strong> especificamentepara o projecto Magic but real experiments.Para os alunos, o trabalho trouxe uma pequena revolução, na medida em que se tornaramos seus protagonistas. Tu<strong>do</strong> aconteceu num ambiente de educação tradicional,em que o professor explica e os alunos ouvem, apresentan<strong>do</strong>-se como um novomodelo em que os próprios alunos são responsáveis por ensinarem os seus pares.O trabalho foi reconheci<strong>do</strong> com a atribuição <strong>do</strong> Prémio <strong>eTwinning</strong> 2010 na categoriaespecial de Matemática e Ciências, o que significou motivação extra para continuara trabalhar em novos projectos.Podem crianças muito pequenas trabalhar no <strong>eTwinning</strong>? A Mary Fournari descreve comodesenvolveu projectos altamente colaborativos com crianças muito jovens.* “Experiências mágicas, mas reais”Capítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>71


Mary FournariEscolaCidadePaís1 st Kindergarten Heraklio AttikisHeraklio AttikisGréciaNo meu primeiro projecto <strong>eTwinning</strong>, cada um de nós (trabalhamos na educação pré--escolar) recolheu material para fazer uma apresentação sobre a escola, os seus alunos,a identidade local, a região e a história, o que proporcionou às crianças a oportunidadede terem contacto com outras línguas e costumes.O nosso méto<strong>do</strong> de ensino baseou-se na abordagem inter-científica e na aprendizagemcooperativa com o envolvimento activo das crianças, o que faz parte <strong>do</strong> currículoda educação pré-escolar. O tema foi a exploração de histórias utilizadas universalmente(Perrault, Andersen, etc.). Seleccionámos, em conjunto, uma história que seriaapresentada em to<strong>do</strong>s os jardins-de-infância e dividimo-la em diversos capítulos.Cada criança produziu uma imagem com recurso a várias técnicas, também seleccionadasde comum acor<strong>do</strong> entre to<strong>do</strong>s os participantes.As actividades têm si<strong>do</strong> essencialmentecolaborativas, realizadasatravés da Internet, com recursoa várias ferramentas multimédia.As crianças aprenderam a utilizarferramentas TIC, conseguiram publicaro material e participaram emteleconferências com os seus parceiros.Neste processo recebemoso apoio fundamental e permanente<strong>do</strong> NSS, o que foi muito aprecia<strong>do</strong>pelos nossos professores e alunos.Num outro projecto, utilizámos umaactividade cooperativa de Matemática “Meias colagens”, baseada no Méto<strong>do</strong> Cooperativode Aprendizagem a distância. Colaborámos através da plataforma <strong>eTwinning</strong>,utilizan<strong>do</strong> toda a gama de ferramentas <strong>do</strong> TwinSpace; utilizámos o Win<strong>do</strong>ws Live parao chat e para as teleconferências e trocámos materiais através da partilha de pastasde ficheiros e <strong>do</strong> Skype.Desta forma, conseguimos integrar as TIC no processo educativo. Desenvolvemostambém amizades importantes e trocámos visitas. O blogue <strong>do</strong> nosso projecto deuuma dimensão de comunicação e amizade intermináveis a professores, crianças e72


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>suas famílias. Este blogue ganhou o 1.º prémio para “blogues educativos” no ConcursoNacional de 2009.Através <strong>do</strong> projecto, a escola “abriu-se” à comunidade mais alargada, com a participaçãoe a colaboração activas e entusiasmadas <strong>do</strong>s pais. O projecto tem si<strong>do</strong>apresenta<strong>do</strong> por vários professores em conferências científicas nacionais e internacionais(Atenas, Lisboa, Volos e Creta).A palavra <strong>do</strong>sprofessoresO Vincent, da Bélgica, é um professor que sempre teve um desejo muito forte de abrira Europa aos seus alunos. Quan<strong>do</strong> o <strong>eTwinning</strong> apareceu, trouxe-lhe uma dimensão extraao seu trabalho, com grande sucesso para ele e para os seus alunos.Vincent DupontEscolaCidadePaísInstitut Notre Dame des HayeffesMont-Saint-GuibertBélgicaHá alguns anos, antes da criação <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, estava já interessa<strong>do</strong> e envolvi<strong>do</strong>na apresentação da dimensão Europeia aos meus alunos. Com um colega criámosas primeiras aulas Europeias na nossa escola e organizámos um intercâmbio entreescolas. Durante uma semana, os alunos foram acolhi<strong>do</strong>s por famílias francesas emLe Havre e depois em Caen. Visitámos a Normandia e, à noite, os alunos regressavamàs “suas” famílias. Foi uma experiência magnífica!Quan<strong>do</strong> ouvi falar <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, lembrei-me desse tempo e propus o projecto “I visitedfor you” * . O objectivo era que os alunos participassem numa visita de estu<strong>do</strong>, servin<strong>do</strong>de guias ou repórteres, para os alunos que não podiam fazer essa mesma visita.Foi graças a este projecto que fui contacta<strong>do</strong> por um professor Francês que queriacolaborar comigo num projecto <strong>eTwinning</strong>. Aceitei de bom gra<strong>do</strong> e temos vin<strong>do</strong>a trabalhar em projectos <strong>eTwinning</strong> desde há quatro anos. Um professor Italiano eum professor Romeno juntaram-se-nos mais tarde e temos esta<strong>do</strong> a trabalhar bem* “Visitei por ti”Capítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>73


em conjunto, trocan<strong>do</strong>, partilhan<strong>do</strong> e colaboran<strong>do</strong>, envolven<strong>do</strong> não só os alunos, mastambém os professores. Espero que possamos continuar por muitos anos com estacolaboração.Lições retiradas da experiência: a Alessandra e o Laurence uniram-se para dar alguns conselhosaos que se iniciam no <strong>eTwinning</strong>. Se as coisas parecerem difíceis, bem, pelo menostentem – grandes produções poderão estar mesmo aí à vossa espera! O <strong>eTwinning</strong> é positivoe produtivo, em to<strong>do</strong>s os aspectos, mas a colaboração online tem algumas difi culdadesdas quais devemos estar conscientes.Alessandra CannelliEscolaCidadePaísIC Via BaccanoRomeItaliae Laurence AltibelliEscolaCidadePaísLycée Jules VerneLimours-en-HurepoixFrança1. CONHEÇAM-SE UNS AOS OUTROS: before antes de iniciarem um projectoé importante estabelecer uma relação pessoal com os vossos parceiros,para que se sintam liga<strong>do</strong>s não apenas pelo dever.2. LEMBREM-SE DE RESPONDER SEMPRE, uma vez que o facto terrívelque, tantas vezes, acontece é que não recebemos qualquer resposta e nadapodemos fazer contra isso.3. DESENVOLVAM INTUIÇÃO RELATIVAMENTE À COMUNICAÇÃO: seum parceiro for lento na resposta na fase em que se estão a familiarizar umcom o outro, sê-lo-á também, com toda a probabilidade, quan<strong>do</strong> se constituíremcomo equipa.74


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>4. COMPREENDAM AS DIFERENÇAS CULTURAIS E DE CALENDÁ-RIO: perguntem e expliquem as vossas, antes de iniciarem o projecto.5. PLANIFIQUEM AS ACTIVIDADES DE PROJECTO DETALHADAMEN-TE, OS PRAZOS LIMITE E QUEM FAZ O QUÊ – trocan<strong>do</strong> gráficos,esquemas, <strong>do</strong>cumentos de texto…6. CLARIFIQUEM OS PERÍODOS DE TRABALHO E AS TAREFAS: comque frequência pensam utilizar a sala <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res, em que dia em particular….para tornar a vida <strong>do</strong> projecto mais fácil e garantir interacção regularentre os alunos.7. TESTEM O VOSSO EQUIPAMENTO TIC SEM OS ALUNOS: p. ex. seplaneiam uma sessão de chat, testem esta ferramenta antecipadamente paragarantir que o servi<strong>do</strong>r da escola não é filtra<strong>do</strong> ou bloquea<strong>do</strong> por uma firewall.8. ESTEJAM PREPARADOS(AS) PARA ENFRENTAREM SITUAÇÕESINESPERADAS: p. ex. reservaram a sala de computa<strong>do</strong>res, mas é precisapara exames, eventos formais…9. SEJAM COMPREENSIVOS, TOLERANTES, PERMITAM AS MUDAN-ÇAS E NÃO SEJAM DEMASIADO EXIGENTES.10. Assim que descobrirem aqueles com quem se dão melhor, não os percam; osvossos parceiros <strong>eTwinning</strong> poderão tornar-se amigos Europeus.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresCapítulo 4 : Os meus projectos <strong>eTwinning</strong>75


Capítulo 5eT<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong><strong>eTwinning</strong> e DesenvolvimentoProfi ssionalA palavra <strong>do</strong>sprofessoresIntroduçãoAnne GilleranServiço de Apoio Central <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Desde o seu início que o <strong>eTwinning</strong> tem ofereci<strong>do</strong> oportunidades de desenvolvimento profi ssional,através das Ofi cinas Europeias de Desenvolvimento Profi ssional e de ofi cinas nacionais, querpresenciais, quer online. Ao longo <strong>do</strong>s últimos seis anos, estas oportunidades têm continua<strong>do</strong>a crescer, como pode ser visto na fi gura abaixo, com o crescimento de programas de formaçãonacional online, de ofi cinas regionais envolven<strong>do</strong> <strong>do</strong>is ou mais países e a chegada <strong>do</strong>s Eventos deAprendizagem, organiza<strong>do</strong>s centralmente. Em 2009, mais de 21.000 professores tiveram acessoa experiências de desenvolvimento profi ssional através destes meios.Out 2010Jan 2009Jan 2008Set 2006Dez 2005Jan 2005Sala de ProfessoresEventos de AprendizagemGruposWorkshops RegionaisFormação NacionalWorkshops de DesenvolvimentoProfissional EuropeusProjectos <strong>eTwinning</strong>No entanto, como os autores <strong>do</strong>s contributos que se seguem destacam, o desenvolvimentoprofi ssional formal, organiza<strong>do</strong>, não é o único meio através <strong>do</strong> qual os professores aprendeme crescem; existe também o fenómeno <strong>do</strong> contacto informal e <strong>do</strong> intercâmbio entreCapítulo 5 : <strong>eTwinning</strong> e Desenvolvimento Profi ssional77


professores, com um professor explican<strong>do</strong> a outro como funcionam as coisas, como fazeristo ou aquilo; em suma, partilhan<strong>do</strong> experiências. Alguns oferecem sugestões para temas defuturas oportunidades de desenvolvimento profi ssional, outros falam acerca de um momentosignifi cativo, como seja um ora<strong>do</strong>r inspira<strong>do</strong>r numa conferência ou certas palavras partilhadaspor um colega <strong>eTwinning</strong>.É por isto que a comunidade <strong>eTwinning</strong> é um ambiente de enorme riqueza para os professores,permitin<strong>do</strong>-lhes a descoberta e a partilha com colegas que pensam de forma semelhante.Um ponto sobressai nos contributos: o sentimento de não se estar só na viagem pelamelhoria das competências e abordagens. Alguns <strong>do</strong>s nossos autores escrevem tambémacerca <strong>do</strong> desenvolvimento das competências e da compreensão <strong>do</strong>s seus alunos, umenquadramento verdadeiramente rico para este tema.Começamos com o contributo da Irene Pateraki, que descreve o impacte que as Ofi cinas deDesenvolvimento Profi ssional e os Eventos de Aprendizagem tiveram no seu desenvolvimentoprofi ssional e como, através deles, estabeleceu contactos com tantos outros eTwinners.Irene PaterakiEscolaCidadePaís1 st Kindergarten of Palaio PsychikoAthensGréciaEmbora as viagens não sejam uma questão chave no <strong>eTwinning</strong>, as Oficinas de DesenvolvimentoProfissional são muito importantes porque durante as mesmas podem-seestabelecer contactos pessoais e encontrar presencialmente os nossos colegas<strong>eTwinning</strong>. Também participei com prazer em oficinas mais pequenas em quenovas aplicações, etc. foram apresentadas. Foi assim que me envolvi com o FlashMeeting,utiliza<strong>do</strong> para a realização de videoconferências, que tenho vin<strong>do</strong> a usar comregularidade.Na minha opinião as boas discussões com os nossos colegas são tão importantescomo as apresentações. Um <strong>do</strong>s nossos projectos teve precisamente início apósuma destas discussões. É também importante espalhar a palavra… falei aos colegasda minha escola e da minha cidade natal acerca destas oportunidades e elesinscreveram-se e estiveram presentes. É importante que outros professores saibamo que acontece durante estes eventos <strong>eTwinning</strong>. A programação das oficinas deDesenvolvimento Profissional e <strong>do</strong>s seminários é, regra geral, muito apertada e apóslongos dias de trabalho e de viagem sentimo-nos cansa<strong>do</strong>s, mas felizes!78


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Os Eventos de Aprendizagem são outro capítulo especial da minha experiência<strong>eTwinning</strong>. Penso que os Eventos de Aprendizagem são uma agradável experiênciade aprendizagem que ajuda os professores a melhorarem as suas competências ea conhecerem outros professores, embora considere que o número de participantesé demasia<strong>do</strong> pequeno. Sei que são tão populares que os lugares disponíveis seesgotam em apenas algumas horas. Tenho o cuida<strong>do</strong> de colocar um lembrete nocomputa<strong>do</strong>r na data em que as inscriçõessão abertas, para ir clican<strong>do</strong>no botão de actualização da página<strong>eTwinning</strong>, uma e outra vez, aguardan<strong>do</strong>pelo aparecimento <strong>do</strong> link….estes são momentos de tensão!!Até agora já participei em algunsEventos de Aprendizagem e tivea oportunidade de aprender a utilizarferramentas muito interessantese úteis que implementei nos meusprojectos, partilhei ideias interessantespara actividades e conhecipessoas interessantes. Gosto tanto da experiência <strong>do</strong>s Eventos de Aprendizagemque estou sempre a sugerir aos meus colegas que se inscrevam no <strong>eTwinning</strong> paraque possam participar, embora, por vezes, isso não seja bom para mim: por exemplo,num recente Evento de Aprendizagem, uma amiga minha inscreveu-se mais ce<strong>do</strong> queeu e foi aceite para o evento, enquanto eu, que lhe tida sugeri<strong>do</strong> que se inscrevesse,fui rejeitada!Achei particularmente interessante o último Evento de Aprendizagem, “Tools for<strong>eTwinning</strong>” * , já que o nosso tutor utilizou diversas aplicações para apresentar o materialde leitura, o que tornou o curso atraente e interactivo. No final, o nosso tutor criouum guia pedagógico online com todas as actividades que os participantes propuseram.Creio que é boa ideia, uma vez que constitui uma espécie de reconhecimentopelo trabalho que os professores executaram durante o evento de aprendizagem eum guia a que to<strong>do</strong>s podem recorrer quan<strong>do</strong> procuram material específico para osseus projectos.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresO próximo contributo, da Lorena Mihelač, descreve também o quanto ela ganhou coma participação numa Ofi cina de Desenvolvimento Profi ssional na Eslováquia. A Lorena tinhafi ca<strong>do</strong> desapontada com algumas ofi cinas para professores em que participara no passa<strong>do</strong>,mas desta vez sentiu que ganhou muito com a participação nesta ofi cina.* “Ferramenta para o <strong>eTwinning</strong>”Capítulo 5 : <strong>eTwinning</strong> e Desenvolvimento Profi ssional79


Lorena MihelačEscolaCidadePaísŠolski center Novo mesto,Srednja šola MetlikaMetlikaEslovéniaEm 2008 tive, pela primeira vez, possibilidade de participar numa oficina <strong>eTwinning</strong>,em Bratislava, na Eslováquia. Tenho de admitir que estava um pouco céptica em relaçãoa esta oficina, uma vez que, anteriormente, tinha participa<strong>do</strong> em oficinas cujosobjectivos eram a aquisição de novos conhecimentos, o alargamento de horizontes,a obtenção de uma nova visão sobre uma área específica, etc. Talvez seja uma pessoamuito ambiciosa; talvez esperasse demasia<strong>do</strong> mas, infelizmente, algumas dasoficinas em que participei não estiveram à altura das minhas expectativas.A oficina <strong>eTwinning</strong> organizada em Bratislava foi, no entanto, em minha opinião, umaverdadeira surpresa, não apenas pelo alto nível da organização, mas também porcausa <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>. Tratou-se, verdadeiramente, de uma oficina, com diferentes tarefas,diferentes locais de realização e o sentimento de que tu<strong>do</strong> estava a acontecergraças a uma forte interacção entre organiza<strong>do</strong>res, ora<strong>do</strong>res e nós, os eTwinners.Os meus conhecimentos aumentaram com esta oficina. Compreendi que é muitoimportante enriquecer o meu ensino com novos materiais e com a constante consciênciadas tendências que circulam na nossa sociedade, em especial na área daeducação.Não faz senti<strong>do</strong> termos o conhecimento e não o sabermos transmitir aos nossos alunos.A oficina em Bratislava foi para mim, pessoalmente, uma fantástica experiênciae espero que to<strong>do</strong>s os professores interessa<strong>do</strong>s em melhorarem os seus conhecimentose experiências tenham a oportunidade de participar em oficinas semelhantes.A Maria Georgia<strong>do</strong>u descobriu que através da participação nos Eventos de Aprendizagem<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> fi cou a conhecer colegas dispostos a discutirem e a partilharem conhecimento,de forma livre, com outros eTwinners.80


Maria Georgia<strong>do</strong>u<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscolaCidadePaís6 th GymnasiumRhodesGréciaTive conhecimento <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> por uma colega em 2006 e decidi envolver-me também.Trabalhei com vários professores de vários países que participaram no concursoe também recebemos um prémio nacional. Mas o que mais me impressionou foram osEventos de Aprendizagem que descobri este ano! Foi fabuloso, aprendi imensas coisas epalavras como “podcasting” ou “fermentantas web” deixaram de ser mistério para mim!Agora, após vários Eventos de Aprendizagem, considero que estou a ter bastante sucesso.Quero continuar a aprender: existem imensas coisas para discutir e é óptimo poderfazê-lo a partir de casa, entran<strong>do</strong> em contacto com outros colegas que querem partilharos seus conhecimentos! Vivi também a experiência da videoconferência com quatro colegasao mesmo tempo e achei-a espantosa. Fazê-lo com os alunos é verdadeiramenteútil! O meu próximo sonho é participar em encontros profissionais ao nível Europeu epenso que esse será um momento crucial da minha carreira. Por último, diria ainda queo <strong>eTwinning</strong> me deu a oportunidade de conhecer muitas pessoas interessantes!A Anna Krzyzanowska, da Polónia, descreve como utilizou todas as oportunidades deDesenvolvimento Profi ssional no âmbito <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> e refl ecte sobre o facto de os professoresfi carem a ganhar imenso em termos de competências profi ssionais, sempre quetrabalham em projectos <strong>eTwinning</strong>.Anna KrzyżanowskaEscolaCidadePaísPrzedszkole nr 48 z OddziałamiIntegracyjnymiZabrzePolóniaPara dizer a verdade, nem sequer consigo imaginar o <strong>eTwinning</strong> sem os Eventos deAprendizagem, as conferências, as oficinas e as PDW * ! Fiquei a conhecer o <strong>eTwinning</strong>* Professional Development Workshops – Ofi cinas de Desenvolvimento Profi ssionalCapítulo 5 : <strong>eTwinning</strong> e Desenvolvimento Profi ssional81


através <strong>do</strong> Director da minha escola, que tinha participa<strong>do</strong> numa conferência <strong>eTwinning</strong>regional. Procurei saber depois mais, por iniciativa própria, participan<strong>do</strong> numaoutra conferência e em oficinas, organizadas por um <strong>do</strong>s embaixa<strong>do</strong>res <strong>eTwinning</strong>.Em conjunto, com a minha parceira da Grécia participámos numa PDW para <strong>do</strong>centes<strong>do</strong> ensino pré-escolar, em Varsóvia, Polónia, em 2009. Foi uma oportunidadeinesquecível não apenas para conhecer pessoas, mas também para descobrir outrosparceiros para colaborações futuras e, certamente, para ficar a saber mais sobre asferramentas TIC adequadas a projectos <strong>do</strong> pré-escolar! Recentemente participei noEvento de Aprendizagem “Tools for <strong>eTwinning</strong>” ** . A variedade de ferramentas apresentadae a oportunidade de aprender e praticar a sua utilização foi inestimável.Não mencionei ainda tu<strong>do</strong> o que podemos experimentar, enquanto professores, no<strong>eTwinning</strong>. Aproveito todas as oportunidades! Foi há pouco anunciada a criação <strong>do</strong>sGrupos <strong>eTwinning</strong> – porque não participar?São as crianças as únicas beneficiárias <strong>do</strong>s projectos <strong>eTwinning</strong>? Penso que não.Os nossos alunos têm a sorte de frequentar escolas com projectos Europeus organiza<strong>do</strong>spor professores criativos, mas penso que é seguro dizer que os professorestambém beneficiam enormemente com a experiência.** “Ferramentas para o <strong>eTwinning</strong>”No próximo contributo, a Eva Luptáková, da Eslováquia descreve o quanto ganhou profissionalmente com <strong>do</strong>is tipos diferentes de experiências de desenvolvimento profi ssional<strong>eTwinning</strong>: um Evento de Aprendizagem e uma Ofi cina de Desenvolvimento Profi ssional.Eva LuptákováEscolaCidadePaísStredná odborná školaNové Mesto nad VáhomEslováquiaUm <strong>do</strong>s eventos que considero ter si<strong>do</strong> uma das minhas melhores oportunidadesde aprendizagem foi um Evento de Aprendizagem que se realizou em Abril de 2010,designa<strong>do</strong> “Tools for <strong>eTwinning</strong>” * , orienta<strong>do</strong> pela Ioanna Komninou, da Grécia. Encontreium convite para participar neste evento no meu Quadro de Bor<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>.Esperava que me pudesse proporcionar a informação e as ferramentas necessáriaspara desenvolver eficazmente os meus próprios projectos <strong>eTwinning</strong>.* “Ferramentas para o <strong>eTwinning</strong>”82


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>O curso relacionava-se com as novas teorias pedagógicas que contribuem para o desenvolvimentode projectos interactivos e com as ferramentas que podem contribuirde forma positiva para a inovação pedagógica em projectos. Os objectivos foramformula<strong>do</strong>s claramente, o material de estu<strong>do</strong> da formação encontrava-se na Web, osaprendentes criaram conteú<strong>do</strong>s interessantes e a reflexão foi a parte em que os participantespuderam escrever os seus pensamentos e discutir ideias uns com os outros.A orienta<strong>do</strong>ra utilizou ferramentas que poderiam ser utilizadas, quer por peritos TIC,quer por pessoas com pouco <strong>do</strong>mínio de ferramentas TIC, cobrin<strong>do</strong>, assim, to<strong>do</strong>sos níveis de competência <strong>do</strong>s participantes. Para os que queriam saber mais acercadessas ferramentas, a Maria Tentzeraki, uma especialista em TIC <strong>do</strong> Pedagogical Instituteof Sydney, na Austrália, apresentou ferramentas TIC interactivas para projectos<strong>eTwinning</strong> no WiZiQ – um local para ensinar e aprender online.A experiência de trabalho de equipa online foi, desta vez, um grande desafio. Colaboreicom pessoas que encontrei pela primeira vez. Tivemos de formar grupos,de acor<strong>do</strong> com a idade <strong>do</strong>s nossos alunos, escolher um tema comum, planificar asgrandes linhas de um projecto, chegar a acor<strong>do</strong> sobre as ferramentas para reforço dacolaboração e da interactividade e descrever em que fases as iríamos utilizar. A “minha”equipa criou um sítio Web sobre Questões Ambientais ** , em que se apresentouto<strong>do</strong> o nosso trabalho comum.Graças a este evento, consegui ficar a saber mais sobre a perspectiva <strong>do</strong> aprendentee fiquei também mais preparada para ensinar os meus alunos!Uma outra experiência interessante, para mim, foi a participação na PDW das TecnologiasMóveis. O objectivo principal desta PDW era possibilitar aos professoresa utilização das tecnologias móveis na educação, mudan<strong>do</strong> da posição de segui<strong>do</strong>resde media para a de seus cria<strong>do</strong>res. Os participantes aprenderam a utilizar asTecnologias Móveis na área <strong>do</strong> Ambiente, Património Cultural e Histórico, PatrimónioNatural e Ensino das Línguas. Participei na oficina IV, orientada pela Adelina Moura,uma professora Portuguesa de línguas – Mobile Technologies and Web 2.0 Tools *** .Discutimos o reforço das actividades educativas através da utilização de equipamentosmóveis, o impacte das tecnologias Web 2.0 na mobilidade e criámos os nossospróprios sítios Web móveis, colaborámos na meto<strong>do</strong>logia Digital Narrative **** e, porúltimo, criámos um projecto <strong>eTwinning</strong> (na minha equipa foi o projecto Let’s Share).Concor<strong>do</strong> com a Adelina Moura, quan<strong>do</strong> refere que o e-learning suporta<strong>do</strong> por tecnologiasmóveis é um modelo pedagógico emergente, que exige novas formas de ensinoe de aprendizagem. Espero poder ajudar a espalhar as ideias desta oficina entreos professores Eslovacos e implementá-las nas actividades de projecto <strong>eTwinning</strong><strong>do</strong>s meus alunos e colegas.A palavra <strong>do</strong>sprofessores** http://<strong>eTwinning</strong>labtools.spaces.live.com/*** “Tecnologias Móveis e Ferramentas Web 2.0”**** “Vamos partilhar”Capítulo 5 : <strong>eTwinning</strong> e Desenvolvimento Profi ssional83


A Christine Kladnik, professora de crianças com necessidades educativas especiais, reflecte sobre os possíveis efeitos que o <strong>eTwinning</strong> tem no <strong>do</strong>mínio das competências deuma língua estrangeira, uma vez que, quer alunos, quer professores reforçam a confi ança ea compreensão através <strong>do</strong> trabalho colaborativo.Christine KladnikEscolaCidadePaísSchule Rogatsboden Special SchoolPurgstallÁustriaDescobri que o <strong>eTwinning</strong> abre oportunidades para o avanço da aprendizagem das crianças,especialmente nos <strong>do</strong>mínios da aprendizagem das línguas e da aprendizagem intercultural.No entanto, é ainda muito importante destacar que não são só as crianças quemaprende! A participação em projectos <strong>eTwinning</strong>, em oficinas e nas conferências anuaisreforçou imenso as minhas próprias competências linguísticas. No início, era mesmo umdesafio a comunicação em Inglês ou em Francês, a leitura de relatórios ou os pedi<strong>do</strong>s detextos para apresentar em Inglês; agora é tu<strong>do</strong> já muito mais fácil. Também é diverti<strong>do</strong>para os adultos descobrir uma canção como o “Frei João” em 20 línguas diferentes.Podemos também afirmar quea educação intercultural não estálimitada às crianças. Os educa<strong>do</strong>resaprendem uns com os outrose desenvolvem uma compreensãodas diferenças culturais, descobrin<strong>do</strong>que têm muito mais em comum<strong>do</strong> que aquilo que imaginam queos separa! Um desafio linguístico éa descrição correcta de um projecto para a participação num concurso nacional ouEuropeu, ou a avaliação de projectos. Fazê-lo é já um desafio na nossa própria línguamãe, pelo que nem sempre é fácil fazer tu<strong>do</strong> em inglês. Trata-se de um grande passono âmbito da aprendizagem ao longo da vida!Antes <strong>do</strong> advento <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>, os cursos de línguas eram centrais para a promoçãode crianças com necessidades educativas especiais. O discurso e a comunicaçãosão uma das mais importantes competências que tentamos apoiar no nosso dia-a--dia escolar, nos nossos alunos especiais. Muitas vezes, devi<strong>do</strong> às suas dificuldades,estes alunos não “falam”, nem mesmo a sua própria língua, embora comuniquem84


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>com a face, com as mãos e com a voz. Tal como o fazem os seus parceiros de projectonos diferentes países. Em conjunto, utilizam as mesmas competências paracomunicarem e para se compreenderem mutuamente! Não é política da nossa escolaensinar línguas estrangeiras aos nossos alunos com necessidades educativas especiaise há alguns anos, ninguém pensava fazê-lo.Através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> detectámos o prazer das nossas crianças na audição, utilizaçãoe compreensão de palavras em línguas estrangeiras. Gostam de cantar e ouvir os“Parabéns a Você” em Inglês ou o “Frei João” em muitas línguas diferentes. Desenvolvema aptidão para as línguas e divertem-se a utilizá-las da sua maneira especial!As passagens pelo <strong>eTwinning</strong> aumentaram a motivação <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>s professores,bem como das crianças; estas passagens impulsionam a aprendizagem naturale activam a curiosidade das crianças, reforçan<strong>do</strong> a auto-estima e a confiança,não apenas das crianças, mas também <strong>do</strong>s professores.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresConcluímos esta secção com o contributo da Helena Ser<strong>do</strong>ura, que refl ecte sobre comoo Desenvolvimento Profi ssional no <strong>eTwinning</strong> poderia ajudar os professores de línguas a concentrarem-senos elementos culturais e linguísticos <strong>do</strong> seu trabalho na sala de aula. Emseguida, a Helena coloca o desafi o de como a actual plataforma <strong>eTwinning</strong> poderia ajudaros alunos a planifi carem, monitorizarem e avaliarem, de forma interactiva, o seu trabalho e osseus progressos.Helena Ser<strong>do</strong>uraEscolaCidadePaísAgrupamento de Escolas de Eiriz, Ancede /Escola Básica 2,3 de Ancede, EirizAncedePortugalA minha reflexão pretende explorar a forma como o desenvolvimento profissional<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> poderia responder a alguns desafios com que os professores de línguas seconfrontam actualmente.Até há pouco tempo atrás, as línguas estrangeiras eram ensinadas em termos de competêncialinguística; o treino das competências linguísticas e culturais surgiria como uma 5ªcompetência, a maior parte das vezes baseada em estereótipos nacionais.Mas os tempos mudaram; tornou-se vulgar referir a emergência da mobilidade da populaçãomundial e o facto de as tecnologias terem reforça<strong>do</strong> a mobilidade virtual entreas pessoas, como algumas das razões por detrás <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong>s novos desafiosCapítulo 5 : <strong>eTwinning</strong> e Desenvolvimento Profi ssional85


no ensino. Em termos <strong>do</strong> ensino das línguas, as Políticas Europeias * emergiram comuma visão alternativa para proporcionarem respostas às dúvidas e aos desafios queos professores de línguas deveriam resolver.À medida que me envolvia no <strong>eTwinning</strong>, rapidamente compreendi que a abordagem<strong>do</strong> falante nativo não era já suficiente para dar resposta a todas as dimensões transculturaise linguísticas em que temos de viver e com as quais temos de lidar. Investiga<strong>do</strong>rescomo Byram sugeriram que os professores têm de levar os seus alunos efuturos cidadãos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> a desenvolverem competências que os tornem falantesinterculturais ** , com vista a colaborarem numa verdadeira mistura linguística e cultural,respeitan<strong>do</strong> a diversidade e a diferença e contribuin<strong>do</strong> para uma visão mais democrática<strong>do</strong> enquadramento em que vivem. Acredito, ao mesmo tempo, pela minhaprópria experiência profissional e pessoal, que ao conhecermos a língua e a cultura<strong>do</strong>s outros, ganhamos também um maior senti<strong>do</strong> de análise da nossa própria identidadee pertença. O <strong>eTwinning</strong> mostrou-me também que pode ser uma ferramentachave para proporcionar aos professores, numa sala de aula, configurações culturaise linguísticas autênticas e significativas, desde que estes estejam conscientes da suadimensão integral.Acreditan<strong>do</strong> que o ensino das línguas vai muito para além <strong>do</strong> treino de competências,estou fortemente convicta de que os programas de formação de desenvolvimentoprofissional <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> deveriam ter como objectivo apresentar pistas para que osprofessores pudessem explorar ainda mais a dimensão inter-cultural dentro <strong>do</strong> programa<strong>eTwinning</strong>. Segun<strong>do</strong> Byram, esta dimensão faz emergir um novo paradigma deprofessor Europeu; as prioridades acima referidas poderiam e deveriam ser desenvolvidas,em conjunto, com a necessidade de envolver os professores Europeus nosvalores educativos, na educação moral e política e na promoção da democracia…poroutras palavras, o programa <strong>eTwinning</strong> poderia e deveria tornar-se num instrumentochave para criar cidadãos tolerantes e um mun<strong>do</strong> melhor!Desde a conferência <strong>eTwinning</strong> de 2009, em Praga, algo continuou a zumbir no meuouvi<strong>do</strong>... era consensual o facto de o <strong>eTwinning</strong> proporcionar aos alunos um ambientede aprendizagem autêntico, ajudan<strong>do</strong>-os a aprender de forma significativa, noentanto fora também trazi<strong>do</strong> à discussão o facto de muito <strong>do</strong> trabalho de mediaçãoe de colaboração feito na plataforma ser garanti<strong>do</strong> pelos professores e não tantopelos alunos.Com esta ideia em mente, colocaram-se-me várias questões pedagógicas que, creio,podem ser objecto de reflexão e análise adicionais através <strong>do</strong> desenvolvimento profissional<strong>eTwinning</strong>:* Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, 2001, e outros.** Falante intercultural: alguém que pode atravessar fronteiras e mediar entre duas ou mais identidades;que pode desenvolver competências como intermediário cultural entre diferentes formas deperceber e de interpretar o mun<strong>do</strong> (M Byram, Teaching and Assessing Intercultural CommunicativeCompetence, Multilingual Matters, 1997).86


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>De que forma pode a plataforma reforçar a competência de “Aprender a aprender” *** para:• aumentar a consciência <strong>do</strong>s aprendentes em relação ao processo de ensino eaprendizagem em que estão a participar?• encorajar os aprendentes a reflectir, sobre a sua aprendizagem e a partilhá-lacom os outros falantes interculturais?• aumentar a responsabilidade <strong>do</strong> aprendente pela sua própria aprendizagem, atravésde processos de auto-regulação e de auto-avaliação?Segun<strong>do</strong> Holec **** , autonomia é a aptidão para “nos responsabilizarmos pelo nossa própriaaprendizagem e por to<strong>do</strong>s as decisões relativas a:• determinação de objectivos;• definição de conteú<strong>do</strong>s e de progressões;• selecção de méto<strong>do</strong>s e de técnicas a utilizar;• monitorização <strong>do</strong> processo de aprendizagem e• avaliação <strong>do</strong> processo de aprendizagem.”De facto, muito <strong>do</strong> trabalho visível na plataforma refere-se aos resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>spor todas as escolas parceiras, pelos seus alunos e pelos professores, mas não existeespaço, na plataforma, para ajudar os alunos a planificar, monitorizar e avaliar o seutrabalho e progressão, de forma interactiva.Este é o desafio que lanço: como pode esta plataforma amigável tornar-se numa ferramentapara os alunos desenvolverem uma “aprendizagem pessoal”, reforçan<strong>do</strong> o princípio<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> que se encontra centra<strong>do</strong> no aluno?A palavra <strong>do</strong>sprofessores*** Competências chave para a aprendizagem ao longo da vida: “Aprender a aprender” relaciona-secom a aprendizagem, a aptidão para continuar e organizar a nossa própria aprendizagem, quer individualmente,quer em grupos, de acor<strong>do</strong> com as nossas próprias necessidades e com a consciência<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s e das oportunidades. Ver: http://europa.eu/legislation_summaries/education_training_youth/lifelong_learning/c11090_en.htm**** H. Holec, Autonomy and Foreign Language Learning, Strasbourg: Council of Europe, 1979.O <strong>eTwinning</strong> disponibiliza inúmeras Oportunidades de Desenvolvimento Profi ssional. Quaisas regras de ouro em relação a este aspecto <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>? São muito simples:• Mantenham-se a par das oportunidades de desenvolvimento profi ssional para o vossopaís, no vosso portal nacional <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>. Consultem-no regularmente.• Registem-se no vosso Quadro de Bor<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os dias. É lá que surgem os links para ascandidaturas aos Eventos de Aprendizagem. Não hesitem, candidatem-se de imediato,as vagas esgotam-se rapidamente.Capítulo 5 : <strong>eTwinning</strong> e Desenvolvimento Profi ssional87


Capítulo 6eT<strong>eTwinning</strong>:o impacte pessoal<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresIntroduçãoDonatella Nucci<strong>eTwinning</strong> Central Support ServiceNão há qualquer dúvida: os professores gostam <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>; alguns chamam até a atenção parao “perigo” de ele se tornar “um vício”. É notável a forma como falam das suas experiências pessoaisem termos muito afectuosos, associan<strong>do</strong> ao <strong>eTwinning</strong> memórias e sentimentos verdadeiramentepositivos, em particular em relação a pessoas que conheceram e com quem trabalharam e dequem, em alguns casos, se tornaram também amigos próximos na sua vida privada. Isto não querdizer que estejam reticentes em reconhecer as difi culdades e os obstáculos que encontraram; parteda satisfação advém exactamente de fazerem algo que não consideravam demasia<strong>do</strong> fácil.A experiência <strong>eTwinning</strong>, na perspectiva <strong>do</strong> desenvolvimento pessoal, representou para eles umverdadeiro marco, de uma forma que quase transcende o próprio <strong>eTwinning</strong>. To<strong>do</strong>s se colocarama si próprios o desafi o de fazerem algo novo e de tentarem <strong>do</strong>minar competências novas. Algunsprofessores aceitaram até utilizar uma língua estrangeira com a qual não estavam familiariza<strong>do</strong>s;outros tentaram <strong>do</strong>minar o básico das TIC; outros ainda questionaram-se sobre como poderiamensinar de forma diferente. Os professores em breve compreenderam que os outros colegas estavamexactamente na mesma posição que eles, to<strong>do</strong>s enfrentavam o mesmo problema, designadamente,como ensinar de forma diferente num mun<strong>do</strong> em mudança. O testarem-se a si próprios e o factode ultrapassarem difi culdades reforçou-lhes a auto-confi ança, permitin<strong>do</strong>-lhes, em muitos casos,embarcar em novas aventuras que lhes trarão ainda mais desenvolvimento profi ssional e pessoal.Diz-se que, quase sempre, os professores trabalham sozinhos, atrás de portas e que são poucasas pessoas que conseguem ver o bom trabalho que fazem nas salas de aula. Os professoresque participam no <strong>eTwinning</strong> concordam com isto, mas dizem que no <strong>eTwinning</strong>, pelo contrário,o seu trabalho não passou despercebi<strong>do</strong>. Este facto resultou também em elevada visibilidadepara as suas escolas, sempre que lhes foi concedi<strong>do</strong> pelo <strong>eTwinning</strong> um selo de qualidade ou umprémio. Alguns professores falam <strong>do</strong> reconhecimento <strong>do</strong>s seus colegas, <strong>do</strong> seu director e <strong>do</strong>spais. Alguns assumiram novas responsabilidades nas suas escolas enquanto coordena<strong>do</strong>res deiniciativas internacionais, ou mentores de outros colegas; alguns receberam o reconhecimento dacomunidade <strong>eTwinning</strong>, tornan<strong>do</strong>-se embaixa<strong>do</strong>res <strong>eTwinning</strong> nos seus países.Capítulo 6 : <strong>eTwinning</strong>: o impacte pessoal89


Um <strong>do</strong>s problemas que a maioria <strong>do</strong>s professores enfrenta hoje em dia, não apenas na Europamas em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, é a difi culdade de comunicarem com os seus alunos. As escolas, nosúltimos anos, tornaram-se progressivamente mais e mais distantes da experiência de vida <strong>do</strong>sjovens fora da escola e da forma como estes comunicam com os seus amigos através dastecnologias digitais. Para a maioria <strong>do</strong>s professores, o <strong>eTwinning</strong> tem si<strong>do</strong> um meio para recuperara comunicação com os seus alunos, proporcionan<strong>do</strong>-lhes uma forma de aprendizagem de quegostam e que, acima de tu<strong>do</strong>, provou ser verdadeiramente efi caz. Ver os seus alunos a aprendercom motivação e interesse tem si<strong>do</strong> talvez, para to<strong>do</strong>s os professores, a maior satisfação.O primeiro contributo neste capítulo é o <strong>do</strong> Miguel Purves, um professor da Escócia, cujo trabalhotem si<strong>do</strong> reconheci<strong>do</strong> através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>. No entanto, o aspecto de que mais gostou foidescobrir, como diz, “professores que pensam da mesma maneira” que, em alguns casos, setornaram amigos muito próximos.Michael PurvesEscolaCidadePaísYester Primary SchoolEast Lothian ScotlandReino Uni<strong>do</strong>Há 15 anos que sou professor. Em to<strong>do</strong> este tempo, a coisa que teve mais influênciano meu ensino foi ter-me junta<strong>do</strong> ao <strong>eTwinning</strong>. Porquê?Quan<strong>do</strong> descobri o <strong>eTwinning</strong>, em Maio de 2007, existiam cerca de 28.000 membrosinscritos no portal. Descobri que tinha desde logo acesso a pessoas que pensavam damesma maneira que eu e que queriam ligar os seus alunos por toda a Europa de umaforma que era mais simples <strong>do</strong> que pudera alguma vez ter imagina<strong>do</strong>. Criar uma parceriaera muito simples: bastava escrever a alguns potenciais parceiros apresentan<strong>do</strong>uma proposta e esperar para ver as suas respostas (regra geral muito rápidas)! Estaforma simples de estabelecer ligações deu-me uma confiança que nunca esperei ter!Descobrir a forma de trabalhar de outras pessoas, as suas culturas e os seus desejos éuma forma poderosa de reforçar a forma como nós próprios trabalhamos e aprendemos– e isto é verdade tanto para os alunos como para os professores! O encorajamento eo apoio <strong>do</strong>s altamente especializa<strong>do</strong>s peritos <strong>do</strong> NSS e <strong>do</strong> CSS dão a certeza aos professoresde que fazem parte de uma rede empenhada e inova<strong>do</strong>ra. O reconhecimento<strong>do</strong> trabalho desenvolvi<strong>do</strong> permite a alunos e professores sentirem-se aprecia<strong>do</strong>s e promoveo aparecimento de novas ideias para melhorarem o que têm vin<strong>do</strong> a fazer.No meu caso, descobri e trabalhei com uma crescente rede de excelentes professores,de to<strong>do</strong>s os países <strong>eTwinning</strong>, sen<strong>do</strong>, hoje em dia, muitos deles bons amigospessoais. Sempre trabalhei, quan<strong>do</strong> envolvi<strong>do</strong> em projectos <strong>eTwinning</strong>, com a seguintefilosofia: os professores são pessoas altamente profissionais, mas muitos têm90


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>competências diferentes, por isso é importante tentar promover estas competênciasem qualquer projecto que desenvolvamos.Um <strong>do</strong>s meus actuais projectos, Schoolovision * , coloca, de forma adequada, estaideia em evidência. Quan<strong>do</strong> iniciei o projecto, queria encontrar um parceiro, de umaescola primária, em cada país <strong>eTwinning</strong> e gerir o projecto como se se tratasse<strong>do</strong> Festival da Canção da Eurovisão. Descobrir mais ou menos 30 parceiros provouser surpreendentemente fácil, uma vez que o tema da Eurovisão era extremamenteestimulante para muitos. No entanto, inicialmente as competências necessárias eramdeveras exigentes para muitos <strong>do</strong>s parceiros.À medida a que desenvolvíamos o projecto, descobrimos que os parceiros tinhamcompetências estupendas que desconhecíamos. O parceiro Alemão tem competênciasfantásticas de edição vídeo, pelo que as utilizámos para criar vídeos para todaa equipa (alunos e professores). O parceiro Polaco tem competências gráficas brilhantese assumiu a concepção das imagensque utilizamos no cabeçalho<strong>do</strong> blogue. A utilização das competências(por vezes latentes) da nossaequipa pode ajudar-nos a conseguirmelhores resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que aquelesque prevíamos e pode-nos ajudara maximizar o elemento tempo, disponívelpara o nosso projecto. Estafoi, sem dúvida, a minha experiência,já que os outros estavam sempreprontos a ajudar, mesmo sen<strong>do</strong> escassoo tempo disponível.Este funcionamento em rede deu-me confiança para fazer coisas que anteriormentenunca pensara fazer: se alguém me dissesse há 3 ou 4 anos atrás que eu poderiaconceber, coordenar e colaborar num projecto com mais de 30 parceiros Europeus,eu dir-lhe-ia que estava maluco. Mas com o <strong>eTwinning</strong>, não é só possível – é simples!Os benefícios de tu<strong>do</strong> isto para o professor são a <strong>do</strong>brar: não só temos acesso a novasideias que emergem constantemente sobre a forma como planificar e implementaro nosso próprio ensino, como desenvolvemos elos de ligação fortes com os nossosparceiros <strong>eTwinning</strong>; elos que conduzem a visitas uns aos outros e até a novasamizades familiares, quer seja através das PDW, das Conferências Anuais, ou de visitaspessoais para ver os nossos novos amigos. Este Verão (2010) nas nossas fériasde família a partir da Escócia, visitarei professores e passarei algum tempo na Dinamarca,Suécia, Finlândia e Alemanha – tu<strong>do</strong> numas férias! Que excelente experiência!Viva o <strong>eTwinning</strong>!A palavra <strong>do</strong>sprofessores* Vence<strong>do</strong>r da categoria Utilização Criativa de Media Digital, Conferência <strong>eTwinning</strong> 2010. Ver:http://schoolovision2009.blogspot.com, http://schoolovision2010.blogspot.comCapítulo 6 : <strong>eTwinning</strong>: o impacte pessoal91


A Alessandra é uma professora muito experiente que encara a profi ssão de forma apaixonada.Aqui refl ecte sobre como o <strong>eTwinning</strong> oferece a oportunidade de conduzir as competênciasprofi ssionais <strong>do</strong>s professores para o século XXI.Alessandra RebecchiEscolaCidadePaísIstituto Tecnico “Aldini Valeriani”BolognaItaliaSou professora há quase vinte anos e ensinar tornou-se parte absolutamente integranteda minha vida. Acredito que ensinar é como uma viagem de descoberta mutuamenteenriquece<strong>do</strong>ra, quer para nós, quer para os nossos alunos. Durante a minhacarreira como professora confrontei-me com a revolução TIC, <strong>do</strong> fax ao correioelectrónico, até ao portal <strong>eTwinning</strong>. Penso que estas mudanças, em conjunto, coma curiosidade por aprender, lançaram um feitiço sobre os meus méto<strong>do</strong>s de ensinoe melhoraram-nos, em especial no que diz respeito a conseguir motivar os meusalunos.É espantoso ter a possibilidade de testar e partilhar todas as oportunidades queo <strong>eTwinning</strong> oferece. É também um excelente modelo para a aprendizagem <strong>do</strong> séc.XXI: encorajar os jovens a ligarem-se a outros jovens noutros países para desenvolverema sua cidadania e as suas competências curriculares. Os meus alunos estãosempre ansiosos por se juntarem a projectos Europeus e aprender através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>.Têm prazer em pertencer a uma comunidade partilhada, que traz o ensino paraa vida e comemora o sucesso, que lhes dá um objectivo para os seus estu<strong>do</strong>s e quelhes oferece novas possibilidades de interacção, utilizan<strong>do</strong> tecnologias actuais.Graças ao <strong>eTwinning</strong> e às acções conjuntas Comenius entrei num novo mun<strong>do</strong>. Participeiem oficinas internacionais, recolhi financiamento que me possibilitou trabalharcom os meus colegas, na minha escola parceira Austríaca e no Reino Uni<strong>do</strong>, desenvolvitrabalho curricular, recebi um Selo de Qualidade Europeu pelo projecto BoLe-Comm CLIL, participei em diversos projectos, ganhei maior visibilidade para a escolaem que ensino e consegui envolver colegas cépticos.Querem uma dica? Partilhem a vossa paixão pelo que fazem e subam para o comboioda aprendizagem. Está a ganhar velocidade e não tem paragens.Tal como o Harry Potter, vão para a plataforma 9¾ e deixem a aventura mágicacomeçar!92


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresO Carlos é Director de uma escola em Portugal. Descreve como era sua a responsabilidadede promover e de coordenar actividades Comenius, incluin<strong>do</strong> o <strong>eTwinning</strong>, na sua escola eo que aconteceu quan<strong>do</strong> foi visitar os seus parceiros.Carlos TrincãoEscolaCidadePaísEscola Básica 1 <strong>do</strong>s TempláriosTomarPortugalO meu primeiro projecto <strong>eTwinning</strong> foi cria<strong>do</strong> no âmbito de uma Parceria EscolarComenius, o que significa que, durante <strong>do</strong>is anos, os projectos convergiram para umfim único. Não obstante, as singularidades de cada um proporcionaram abordagensdiferentes: a Parceria Escolar Comenius tinha actividades e objectivos específicos,adequa<strong>do</strong>s ao trabalho “dentro” da escola; o efeito <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> foi imediato, alastran<strong>do</strong>aos parceiros que comunicavam acerca <strong>do</strong> que estava a ser produzi<strong>do</strong>.O <strong>eTwinning</strong> tornou-se na ligação permanente para discussões relacionadas comactividades semanais. Enquanto Director, não tenho nenhuma turma sob minha responsabilidadedirecta, mas a coordenação e organização de Parcerias Comenius ede actividades <strong>eTwinning</strong> na escola, conduziu, nos últimos <strong>do</strong>is anos, a um debate,nas nossas reuniões mensais <strong>do</strong> conselho pedagógico, sobre o regular envolvimentoda escola a nível internacional.Os alunos sabiam que estavam a trabalhar com pares estrangeiros: dançaram paraeles; pintaram para eles; escreveram lendas para eles; também gravaram na estaçãode rádio local para eles. Quan<strong>do</strong> a possibilidade de viajar para escolas Irlandesas eFrancesas deixou de ser um desejo, tornan<strong>do</strong>-se algo de real, to<strong>do</strong> o trabalho internacionalanteriormente realiza<strong>do</strong>, bem como o conhecimento de escolas parceiras quepossuía tornaram-se na principal orientação para a organização das aulas que erasuposto eu dar (6 aulas em França durante uma semana e 10 aulas na Irlanda duranteduas semanas).A minha escola sabia que eu seria o seu representante no estrangeiro. E eu sabia queser um professor Português em Portugal não seria o mesmo que ser um professor noestrangeiro, dadas as “nuances” culturais e sociais existentes. Quan<strong>do</strong> em Roma, sêRomano. Mas consegui sobreviver!Consequências para a minha escola? Um novo projecto para todas as turmas daescola, a desenvolver no próximo ano lectivo.Capítulo 6 : <strong>eTwinning</strong>: o impacte pessoal93


O <strong>eTwinning</strong> é um caminho para projectos, mas, em muitos casos, é também um caminhopara a amizade. A Sari descreve como obteve satisfação pessoal enquanto professora,com o seu envolvimento no <strong>eTwinning</strong> e como também fez bons amigos.Sari AuramoEscolaCidadePaísOhkolan kouluMäntsäläFinlândiaComeçarei com uma citação de um cartão que recebi de uma maravilhosa professoraJaponesa, a Natsuki, que trabalhou na minha escola durante três meses no iníciodeste ano:“As tuas aulas internacionais surpreenderam-me imenso... agora as tuas aulas sãoo meu modelo, enquanto professora. Vou continuar a estudar Inglês e um dia queroutilizar as competências com os meus alunos como tu. Aprendi tanto contigo…”.Estou muito contente por ter mostra<strong>do</strong> à Natsuki muitos projectos <strong>eTwinning</strong> e méto<strong>do</strong>sde trabalho diferentes que utilizo com os meus alunos. Ela ficou claramenteimpressionada. Os meus alunos ficaram também orgulhosos por terem si<strong>do</strong> tão aprecia<strong>do</strong>spor alguém que tinha vin<strong>do</strong> de tão longe. Trabalho numa escola muito pequenano meio <strong>do</strong> campo e os meus alunos, em geral, não encontram estrangeiros na suavida quotidiana. Mas através <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> têm uma quantidade de amigos por todaa Europa. Os meus alunos <strong>do</strong> 5.º ano estavam mais à vontade com a nossa visitantejaponesa <strong>do</strong> que os <strong>do</strong> 6.º! O projecto “Let’s talk and learn English” * , em especial,reforçou a sua aptidão para a conversa de circunstância em Inglês. É tão bom vê-losa utilizarem as suas competências!Sempre tive grande disponibilidade para fazer coisas novas e isto aplica-se com todaa certeza ao meu envolvimento no <strong>eTwinning</strong>, em 2005. Conheci a plataforma e descobrio meu primeiro parceiro em apenas algumas horas após ter coloca<strong>do</strong> uma mensagemno fórum <strong>do</strong> Quadro de Bor<strong>do</strong>. Tive a sorte de começar o meu projecto comum professor <strong>eTwinning</strong> Grego, já com experiência e, desde então, estabeleci muitoscontactos e até me encontrei pessoalmente com alguns deles. Alguns <strong>do</strong>s projectosem que trabalhei foram pequenos e os objectivos pedagógicos podem ter consisti<strong>do</strong>apenas em “vamos conhecer-nos uns aos outros e divertirmo-nos ao mesmo tem-* “Vamos falar e aprender Inglês”94


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>po”. Os projectos mais longos foram planea<strong>do</strong>s mais cuida<strong>do</strong>samente. Quanto maisexperiente me torno enquanto professora <strong>eTwinning</strong>, mais quero ter a certeza de queo currículo se integra nos meus projectos.Em termos pessoais, sempre gostei imenso das ligações que estabeleci com professorese outras pessoas ligadas ao <strong>eTwinning</strong> de outros países. Que bom que é podertrocar ideias e experiências com alguém com quem temos muito em comum (pelomenos o <strong>eTwinning</strong>, se nada mais houver), mas com quem podemos ainda aprenderalgo de novo. Fiz amigos e encontrei alguns deles fora <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>. Quem diria quesubiria à Acrópole com 42ºC com a Mary, que foi a minha primeira parceira de projecto(Blue-White friends) ** e que no fim dessa mesma tarde me sentaria num restaurante noporto de Atenas com um grupo de embaixa<strong>do</strong>res <strong>eTwinning</strong> Gregos? Ou que a Elena,que conheci em Praga, me convidaria a mim e ao meu mari<strong>do</strong>, para a sua maravilhosacasa, perto de Salónica. Que noite lá passámos! Ou que falaria <strong>do</strong> nosso projecto (Fingerm– the Fish) *** frente a um grande grupo de pessoas na Alemanha com a Ulrike, quetinha conheci<strong>do</strong> pela primeira vez quinze minutos antes! E que o Michael (A Snapshotof Europe) passaria por minha casa para tomar um café este Verão enquanto se encontravaa viajar com a família pela Finlândia. E as interessantes conversas no Skype comOle-Flemming (A Snapshot of Europe e Let’s talk and learn English) **** … o <strong>eTwinning</strong>trouxe uma mão cheia de pessoas interessantes à minha vida pessoal!A palavra <strong>do</strong>sprofessores** “Amigos em Azul e Branco”*** “Fingerm - o peixe”**** “Uma Fotografi a da Europa e Vamos falar e aprender Inglês”Esta mensagem vem da Fani, na Grécia, que recomenda vivamente que to<strong>do</strong>s os professoresEuropeus se envolvam.Fani SmixiotiEscolaCidadePaís5 th Gymnasio TrikalonTrikalaGréciaTo<strong>do</strong>s os professores se deveriam envolver no <strong>eTwinning</strong>!A minha inscrição no <strong>eTwinning</strong> deu-me a mim e aos meus alunos a possibilidade deviver uma grande experiência e gostaria de falar sobre o impacte que o envolvimentono <strong>eTwinning</strong> teve em to<strong>do</strong>s nós. O impacte <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> em mim foi tremen<strong>do</strong>,Capítulo 6 : <strong>eTwinning</strong>: o impacte pessoal95


ajudan<strong>do</strong>-me a aplicar méto<strong>do</strong>s de ensino novos e inova<strong>do</strong>res, que os meus alunosa<strong>do</strong>raram, enquanto trabalharam com grande prazer.Nós (os meus alunos e eu) fizemos amigos por toda a Europa e tivemos oportunidadede os encontrar através de uma parceria Comenius. Familiarizámo-nos com as TIC,tornámo-nos mais sociais e tolerantes, ao comunicar com outras pessoas. Melhorámoso nosso <strong>do</strong>mínio da língua Inglesa e aprendemos a brincar, porque o <strong>eTwinning</strong>transformou o processo de aprendizagem em diversão.Penso que o <strong>eTwinning</strong> é uma ferramenta verdadeiramente única para toda a comunidadeeducativa e to<strong>do</strong>s os professores e alunos Europeus a deveriam experimentar.Tenho a certeza que quan<strong>do</strong> a utilizarem, a guardarão para sempre! É soberbo!A Justyna tem esta<strong>do</strong> envolvida em muitos projectos. Fala-nos de transferir a responsabilidadepelo projecto da professora para os seus alunos. Fala-nos também da importância de tero apoio da Direcção da Escola para assegurar o êxito na continuação <strong>do</strong> trabalho.Justyna KukulkaEscola Zespol Szkol Gimnazjum I SP nr 13Cidade ZawierciePaís PolóniaOs alunos e os professores da nossa escola, envolvi<strong>do</strong>s em projectos <strong>eTwinning</strong>,sempre experimentaram sentimentos positivos quan<strong>do</strong> cooperaram com os seusparceiros estrangeiros em seis projectos <strong>eTwinning</strong>. As tarefas foram sempre motiva<strong>do</strong>rase desafiantes. Eu, enquanto professora, aprendi a ser mais uma facilita<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> que uma instrutora para os meus alunos. Tornei-os responsáveis pelo desenvolvimento<strong>do</strong> projecto e pela decisão sobre os resulta<strong>do</strong>s finais. Os nossos projectosobrigaram os nossos alunos a conceber, executar e assumir responsabilidade pelosmesmos ao longo de vários meses, desenvolven<strong>do</strong> assim as suas competências deplanificação a longo prazo. To<strong>do</strong>s os projectos foram, em grande medida, dirigi<strong>do</strong>spelos alunos e envolveram trabalho em equipa.96


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>Descobri que o trabalho produzi<strong>do</strong> pelos meus alunos através da utilização destaabordagem era tão bom que a incorporei cada vez mais no meu ensino normal. Osmeus alunos estavam cheios de entusiasmo e de ideias novas. Gostavam de participarem chats com os seus parceiros e tinham imensa satisfação na utilização da línguaInglesa. Os projectos proporcionaram desenvolvimento real em todas as quatrosáreas de competências (leitura, escrita, compreensão e expressão) sob formas queanteriormente teriam si<strong>do</strong> impossíveis. Proporcionaram também uma maior motivaçãopara os alunos aprenderem uma língua estrangeira. A execução de tarefas relacionadascom o projecto aumentou verdadeiramente a auto-estima <strong>do</strong>s alunos. Procuravama forma mais inova<strong>do</strong>ra de executar as actividades; cooperavam em grupos,discutin<strong>do</strong> os efeitos <strong>do</strong> trabalho de grupo e tiravam conclusões para planificaremo trabalho futuro. São realizadasreuniões de acompanhamento entreprofessores e alunos para avaliar osprojectos. Duas vezes por ano sãotambém realizadas votações paraavaliar o progresso <strong>do</strong>s projectos.Um <strong>do</strong>s factores de maior sucessofoi o apoio da<strong>do</strong> aos projectos e àssuas actividades pelo Director daescola, o que resultou no aumento<strong>do</strong> interesse <strong>do</strong>s outros professoresem projectos internacionais. Isto foiconsegui<strong>do</strong> através da promoçãoda escola na comunidade local e na Europa, da promoção <strong>do</strong>s sítios Web <strong>do</strong>s projectosna internet e da organização de exposições <strong>do</strong>s produtos finais e prémios da<strong>do</strong>saos vários projectos.Através da partilha de experiências com professores de outros países, pude tambémmelhorar os meus méto<strong>do</strong>s e técnicas de ensino. Por último, mas não menos importante,pude fazer amigos com os meus parceiros <strong>do</strong> Reino Uni<strong>do</strong>, Tenerife, Alemanhae Portugal e pude conhecer pessoalmente <strong>do</strong>is deles. A nossa relação baseia-se emconfiança e apoio mútuos. Acredito fortemente que a cooperação perdurará por muitosanos.A palavra <strong>do</strong>sprofessoresPor vezes a vida não segue um caminho direito. A Maria Jesus descobriu-o; mas tambémdescobriu que os seus colegas <strong>eTwinning</strong> estavam lá para a ajudar, apoiar e encorajar.Capítulo 6 : <strong>eTwinning</strong>: o impacte pessoal97


María Jesús BayonasEscolaCidadePaísIES Alfonso X El SabioMurciaEspanhaO <strong>eTwinning</strong> traz-me, ao mesmo tempo, boas e más memórias. Estávamos em 2006e eu participava num curso no Centro de Professores a que pertenço, na minha cidade.Estava a passar os olhos por alguns papéis quan<strong>do</strong> encontrei uns panfletos quepareciam interessantes. Como estavam tantos panfletos na secretária, porque seriaque aqueles é que tinham consegui<strong>do</strong> chamar-me a atenção? Quem sabe? Na altura,tinha muito me<strong>do</strong> de utilizar o computa<strong>do</strong>r e sentia-me muito desajeitada. No entanto,isto não me impediu de tentar obter mais informações por mim própria e comeceia procurar na Internet.Sempre sonhara contactar outros professores Europeus, para trocar experiênciase trabalhar, em conjunto, com os nossos alunos em projectos comuns, o que era,no entanto, muito difícil de conseguir. Não obstante, os meus primeiros passos no<strong>eTwinning</strong> foram encoraja<strong>do</strong>res e aumentaram-me a minha confiança e auto-estima.Infelizmente fiquei gravemente <strong>do</strong>ente e não pude continuar. Os meus colegas Europeus<strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong> foram imensamente prestáveis e, sem me conhecerem pessoalmente,ficaram preocupa<strong>do</strong>s comigo e enviaram-me mensagens de correio electrónicopara me encorajar a prosseguir na minha luta pessoal. A memória dessesmomentos comove-me. Estou-lhes tão grata. Durante alguns anos não me atrevia iniciar qualquer projecto no <strong>eTwinning</strong>. Tinha me<strong>do</strong> de não o conseguir terminar,mas a vida prossegue e decidi que quero de novo participar.O <strong>eTwinning</strong> nem sempre é fácil, há que encarar muitos desafi os – o desafi o técnico e o desafio da língua, para falar apenas de <strong>do</strong>is. No nosso último contributo, a Irina Vasilescu, analisaos desafi os que encontrou e explica como se propôs ultrapassá-los.98


Irina Vasilescu<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresEscola School no. 195Cidade BucharestPaís RoméniaO <strong>eTwinning</strong> nem sempre é um mar de rosas. Existem obstáculos que to<strong>do</strong>s nós, emmaior ou menor grau, temos alguma vez de enfrentar, mas ultrapassá-los faz parte daaventura. Eis alguns <strong>do</strong>s que encontrei até agora.O MONSTRO DAS TIC: como muitos outros eTwinners, não sabia nada de informáticaquan<strong>do</strong> comecei há quase cinco anos atrás. Não sou uma pessoa técnica(embora também não seja a matemática típica que olha com apreensão para o ovoenquanto está ao lume a cozer) e tu<strong>do</strong> o que esteja equipa<strong>do</strong> com botões, tecla<strong>do</strong>s,pedais, pegas, etc. faz-me confusão. Para o nosso primeiro projecto necessitei demuita ajuda da minha família, mas depois decidiram que já era altura de me orientarsozinha. Foi muito difícil aprender por mim própria e, ao mesmo tempo, ajudar osalunos, uma vez que não tínhamos professor de TIC na escola. Descobri então as fontesde informação: cursos TIC Comenius,Eventos de Aprendizagem;tu<strong>do</strong> o que aprendia tornava-memais auto-confiante e fazia-me reflectirmais sobre a forma como eu eos outros ensinavam e a a<strong>do</strong>ptar asnovas técnicas e ideias que melhorcorrespondiam aos interesses e necessidades<strong>do</strong>s meus alunos. Compreenditambém o quanto tenhoainda de aprender. Por fim conseguireunir coragem suficiente para mematricular num mestra<strong>do</strong> de TIC emEducação. Não sou ainda nenhumaperita, claro está, mas sei agora melhor como procurar informação e sei também que,mesmo que, muitas vezes, erre, acabarei por descobrir o caminho.PARCEIROS: São mais importantes que a ideia. To<strong>do</strong>s tivemos parceiros que, dealguma forma, nos desapontaram; faz parte da vida real. O caso pior é quan<strong>do</strong> o nossoparceiro desaparece a meio de um projecto. Aconteceu-me no meu primeiro projectode Matemática. Era um projecto que dava continuidade a um curso Comeniussobre construtivismo e os meus alunos tinham 11 anos de idade. Era um projecto deCapítulo 6 : <strong>eTwinning</strong>: o impacte pessoal99


curta duração e não havia tempo para encontrar um novo parceiro, para além de sebasear nos conceitos e ideias <strong>do</strong> curso. Felizmente, as actividades práticas de Matemáticaeram tão atractivas e invulgares para os meus alunos que estes não perderama sua motivação e conseguimos terminar as aulas experimentais. Melhor ainda, noano seguinte os alunos quiseram participar num outro projecto, que foi um sucesso.COLEGAS CONSERVADORES: Em muitos casos, os nossos colegas não estãomuito ansiosos por colaborarem, talvez porque este tipo de ensino seja novo paraeles, ou porque se sentem inseguros. Muitos <strong>do</strong>s professores de Matemática (nemto<strong>do</strong>s, claro está!) pensam que a “Matemática séria” apenas pode ser ensinada comcaneta e papel. Utilizar jogos, projectos, animações, vídeos, etc., torna tu<strong>do</strong>, na suaopinião, menos rigoroso. E, para ser muito franca, descobrir uma forma de utilizarestas ferramentas nesta temática exige um esforço bastante assinalável. Até o apoioindirecto e o reconhecimento <strong>do</strong>s nossos colegas constitui um bem precioso. Existemsempre pessoas dispostas a aprender coisas novas e a a<strong>do</strong>ptar estilos novos deensino e são estas que devemos procurar para trabalhar em conjunto.CONHECER PESSOAS NOVAS: sou uma pessoa tímida e, para mim, isto eraum problema, mas ultrapassar este obstáculo foi um grande reforço para a minhaauto-estima. Uma actividade chamava por outra. Fundir projectos <strong>eTwinning</strong> e Comenius,ter a possibilidade de obter financiamento para cursos Comenius, participarem PDW e conferências, ajudar como nova embaixa<strong>do</strong>ra num seminário de contacto,tu<strong>do</strong> isto me deu a oportunidade de conhecer pessoas admiráveis por toda a Europae de me sentir parte da comunidade. Um <strong>do</strong>s momentos mais emocionantes foi conhecer,pela primeira vez, os meus parceiros para as finais <strong>do</strong>s prémios <strong>eTwinning</strong>,após um ano de trabalho. Nunca esquecerei a excitante experiência que, em conjunto,vivemos em Sevilha.24 HORAS POR DIA: estou certa de que não necessito falar <strong>do</strong> tempo. Encaixarprojectos num currículo e num horário totalmente preenchi<strong>do</strong> é quase uma “MissãoImpossível”. Utilizei, por vezes, truques para o fazer mas, muitas vezes, trabalhámosdurante os tempos livres, nos meus e nos <strong>do</strong>s meus alunos.Como já referi, quan<strong>do</strong> ultrapassamos estes obstáculos surge um sentimento muitocompensa<strong>do</strong>r, o que me conduz ainda a uma outra questão: o <strong>eTwinning</strong> pode sermuito viciante….Resumin<strong>do</strong>, o <strong>eTwinning</strong> é uma ferramenta aberta e versátil uma vez que nos possibilita fazeralterações durante o percurso e permite a integração de qualquer disciplina <strong>do</strong> currículo(trans-curricular): Matemática, Ciências, História, Línguas, Cultura, Tecnologia… tu<strong>do</strong> isto fazcom que trabalhar com o <strong>eTwinning</strong> seja óptimo.100


Lista <strong>do</strong>s autores<strong>do</strong>s contributos<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresLaurence AltibelliJulie AshbySari AuramoMargarida Barbieri Figueire<strong>do</strong>Maria Jesus Bayonas FuentesAlessandra CannelliPatrick CarrollCatherine JohannesValentina Cuadra<strong>do</strong> MarcosManuel Díaz EscaleraTautvydė Daujotytė MukileInge de CleyneNuriade Salva<strong>do</strong>rSilvije DevaldMaria DoriaPaulien du FosseVincent DupontMary FournariMaria Georgia<strong>do</strong>uMudrīte GrinbergaLycée Jules Verne, Limours-en-Hurepoix (França)10. Aabenraa, Aabenraa (Dinamarca)Ohkolan koulu, Mäntsälä (Finlândia)Agrupamento Vertical de Escolas de Pinheiro, Penafiel(Portugal)IES Alfonso X El Sabio, Murcia (Espanha)IC Largo Castelseprio Scuola media, Rome (Itália)Shaw Wood Primary School, Doncaster (Reino Uni<strong>do</strong>)Lycée Hilaire de Char<strong>do</strong>nnet, Chalon Sur Saône (França)IES Alonso de Madrigal, Ávila (Espanha)Colegio Sagra<strong>do</strong> Corazón (Esclavas), Seville (Espanha)École Européenne Woluwe II, Brussels (Bélgica)Sint-Janshof, Mechelen (Bélgica)IES Eduard Fontserè, L’Hospitalet de Llobregat (Espanha)Osnovna skola Vladimira Nazora, Daruvar (Croácia)Liceo Classico “G. Galilei”, Monopoli (BA) (Itália)CSG Willem van Oranje, Oud-Beijerland (Holanda)Institut Notre Dame des Hayeffes, Mont-Saint-Guibert(Bélgica)1st Kindergarten Heraklio Attikis (Grécia)6th Gymnasium, Rhodes (Grécia)Annas Brigaderes pamatskola, Kroņauce (Letónia)Lista <strong>do</strong>s autores <strong>do</strong>s contributos101


Siv GreteHelgi HólmAimi JõesalCatherine JoannesIngrid Keller-RussellConor KellyChristine KladnikAngelos KonstantinidisAnna KrzyzanowskaMoster skule, Mosterhamn (Noruega)I Stóru-Vogaskóli, Vogar (Islândia)Põlva Keskkool (Estónia)Lycée Hilaire de Char<strong>do</strong>nnet, Chalon sur Saône (França)Georg-Wimmer-Schule, Lahr (Alemanha)Moyle Park College, Dublin (Irlanda)Schule Rogatsboden, Special School, Purgstall (Áustria)Secondary Sport School, Drama (Grécia)Przedszkole nr 48 z Oddziałami Integracyjnymi, Zabrze(Polónia)Justyna Kukulka Zespół Szkół Gimnazjum i Szkoła Podstawowa nr 13,Zawiercie (Polónia)Asta LiukaitieneMarilina LonigroEva LuptákováLaura MaffeiCorina MandiAdriana MarisMaria Antoinette MagroLorena MihelačAyça OğuzIrene PaterakiÁgnes PéterMarta PeyElena PezziKalvarijos Gimnazija, Kalvaria (Lituânia)Scuola Media “Giovanni Pascoli”, Margherita di Savoia (Itália)Stredná odborná škola, Nové Mesto nad Váhom (Eslováquia)Arnolfo di Cambio, Colle di Val d’Elsa (Itália)Avram Iancu School, Satu Mare (Roménia)Colegiul National Coriolan Brediceanu, Lugoj (Roménia)St Gorg Preca Primary School C, Hamrun (Malta)Šolski center Novo mesto, Srednja šola Metlika, Metlika(Eslovénia)Hasan Kağnıcı İlköğretim Okulu, Bağcılar/İstanbul (Turquia)1st Kindergarten of Palaio Psychiko, Athens (Grécia)Kőrösi Csoma Sán<strong>do</strong>r Általános Iskola, Dunakeszi (Hungria)Institut Jaume Callis, Vic (Espanha)Istituto Magistrale “L. Bassi”, Bologna (Itália)102


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresMichael PurvesAlessandra RebecchiYester Primary School, East Lothian Scotland (Reino Uni<strong>do</strong>)Istituto Tecnico “Aldini Valeriani”, Bologna (Itália)Helena Ser<strong>do</strong>ura Agrupamento de Escolas de Eiriz, Ancede / Escola Básica 2,3de Ancede, Eiriz – Ancede (Portugal)Pasi SiltakorpiFani SmixiotiIoanna StefańskaAdam StepinskiAnna SzczepaniakMichelle ThickTautvydė Daujotytė-MukileCarlos TrincãoTheo<strong>do</strong>r TsampatzidisSandra UnderwoodIrina VasilescuPääskytie school, Porvoo (Finlândia)5th Gymnasio Trikalon, Trikala (Grécia)Gimnazjum nr 18 im. Armii Krajowej, Wrocław (Polónia)Liceum Ogólnokształcące im. Mikołaja Kopernika, Tarnobrzeg(Polónia)Szkoła Podstawowa nr 9 im. M. Kopernika w Dzierżoniowie,Dzierżoniów (Polónia)King Edward VI College, Nuneaton (Reino Uni<strong>do</strong>)École Européenne Bruxelles II, Woluwe (Bélgica)Escola Básica 1 <strong>do</strong>s Templários / Agrupamento de EscolasSanta Iria, Tomar (Portugal)Music School of Thessaloniki, Thessaloniki (Grécia)LSA Technology and Performing Arts College, Lytham StAnnes (Reino Uni<strong>do</strong>)School no. 195, Bucharest (Roménia)Lista <strong>do</strong>s autores <strong>do</strong>s contributos103


<strong>Vozes</strong> <strong>do</strong> <strong>eTwinning</strong>A palavra <strong>do</strong>sprofessoresLaurence Altibelli, França • Julie Ashby, Dinamarca • Sari Auramo,Finlândia • Margarida Barbieri Figueire<strong>do</strong>, Portugal • MariaJesús Bayonas, Espanha • Alessandra Cannelli, Itália • PatrickCarroll, Reino Uni<strong>do</strong> • Valentina Cuadra<strong>do</strong> Marcos, EspanhaManuel Díaz Escalera, Espanha • Tautvydė Daujotytė Mukile,Bélgica • Inge De Cleyn, Bélgica • Nuria de Salva<strong>do</strong>r, EspanhaSilvije Devald, Croácia • Maria Doria, Itália • Paulien du Fosse,Os Países Baixos • Vincent Dupont, Bélgica • Mary Fournari, GréciaMaria Georgia<strong>do</strong>u, Grécia • Mudrīte Grinberga, LetóniaSiv Grete Stamnes, Noruega • Helgi Hólm, Islândia • Aimi Jõesalu,Estónia • Catherine Johannes, França • Ingrid Keller-Russell,Alemanha • Conor Kelly, Irlanda • Christine Kladnik, ÁustriaAngelos Konstantinidis, Grécia • Anna Krzyżanowska, PolóniaJustyna Kukulka, Polónia • Asta Liukaitiene, LituâniaMarilina Lonigro, Itália • Eva Luptáková, Eslováquia • LauraMaffei, Itália • Corina Mandi, Roménia • Adriana Maris,Roménia • Maria Antoinette Magro, Malta • Lorena Mihelač,Eslovénia • Ayça Oğuz, Turquia • Irene Pateraki, GréciaÁgnes Péter, Hungaria • Marta Pey, Espanha • Elena Pezzi,Itália Alessandra Rebecchi, Itália • Michael Purves, Reino Uni<strong>do</strong>Helena Ser<strong>do</strong>ura, Portugal • Pasi Siltakorpi, FinlândiaFani Smixioti, Grécia • Joanna Stefańska, Polónia • AdamStepinski, Polónia • Anna Szczepaniak, Polónia • Michelle Thick,Reino Uni<strong>do</strong> • Carlos Trincão, Portugal • Theo<strong>do</strong>r Tsampatzidis,Grécia • Sandra Underwood, Reino Uni<strong>do</strong> • Irina Vasilescu,Roménia

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!