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Do Mestre-Escola ao professor do ensino primário

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mantém-se até A República e, mesmo após1862, os ahnos-mestres coabitam com os<strong>professor</strong>es-alunos no interior das escolasnormais. Saliente-se ainda que, 1836 umadas justificações ,para abrir escollas normaisem cidades da província era o papel de dinamizaçãoda vida local, nomeadamente <strong>ao</strong>nível cultural, que estas instituições nãopoderiam deixar de desempenhar.IV. PROFESSOR DE INSTRUCÃOPRIURIA: NÃO UM SABIO, MAS UMHOMEM DO POVO ILUSTRADONo dia 21 de Abril de 1862, discursan<strong>do</strong>na inauguração da <strong>Escola</strong> Normal de Marvila(a primeira verdadeira ((escola normal))),afirmava o director Luiz Filipe Leite:«Uma das primeiras necessidades eminstrução pública é iencontrar homensque abracem o Magistério como verdadeirosacerdócio e não como simples indústria;homens cuja inteligência rivalizecom a dedicação; cujos princípios demoralidade não desmitam por duvi<strong>do</strong>sosou perverti<strong>do</strong>s a missão gravíssima quesão chama<strong>do</strong>s a exercer; para que o apostola<strong>do</strong>se lhes não falseie na prática; paraque a palavra se lhes não esterilize desconceituadalpelo exemplo; para que asobras lhes não sirvam de condenaçãoquotidiana.A regeneração moral <strong>do</strong>s povos não seobtém sem um sistema de educação geralque disponha de tais mestres. [...I os homensque o desenvolvimento intelectual emoral <strong>do</strong>s povos reclama não se encontram,formam-se.)) ('7Com esta frase lapidar - «os <strong>professor</strong>esnão se encontram, formam-se)) - Luiz FilipeLeite inaugura simbolicamente a terceiraetapa <strong>do</strong> processo de profissionalizaçãoda actividade <strong>do</strong>cente: a criação de instituiçõesespecíficas para a formação de pro.fessores. Desde esta data, e apesar das inúmerashesitações e retrocessos, jamais osprefessores <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> primário deixaram depossuir estabelecimentos próprios para a suaformação profissional (com excepção <strong>do</strong>sano5 1936 a 1942 em que as escolas <strong>do</strong>magistério primário estiveram fechadas);.O discurso de Luiz Filipe Leite marcatambém o fim <strong>do</strong> mestre ou <strong>professor</strong> dasprimeiras letras e o nascimento <strong>do</strong> <strong>professor</strong>de instrução primária, designação que setornou <strong>do</strong>minante nesta época e que sóviria a ser aban<strong>do</strong>nada nos últimos anos daMonarquia. O <strong>professor</strong> de imtrqão primáriaviverá num <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s mais férteis<strong>do</strong> pensamento pedagógico em Portugal enuma época em que a crença nas potencialidadesda escola como factor de regeneraçãonacional e de promoção individual eraquase total.O perfil <strong>do</strong> <strong>professor</strong> de instrução primáriapode ser encontra<strong>do</strong> na intersecçãode quatro componentes, tal como se ilustrano gráfico seguinte.PERFIL DO PROFESSOR DE INSTRUÇÃOPRIMÁRIAIFuncionáriopúblicoSacerdócio1-0 <strong>professor</strong> de instrução primáriadeve ser recruta<strong>do</strong> nos meios sociaisdesfavoreci<strong>do</strong>s, entre os jovens quemanifestam vocação para o <strong>ensino</strong>.João de Andrade Corvo afirma numdiscurso pronuncia<strong>do</strong> em 1866 que((o <strong>professor</strong> de instrução primáriadeve ser um homem <strong>do</strong> povo, umhomem <strong>do</strong> povo ilustra<strong>do</strong>))424

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