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É agora ou nunca - Fonoteca Municipal de Lisboa

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<strong>de</strong>sa conheceu um mundo sem MySpacedo século XXI. Há tudo para todos,Para sempre no campo <strong>de</strong> fériasApontados como a provável “next big thing”, os nova-iorquinos mostramas canções pop clássicas do álbum <strong>de</strong> estreia, quinta-feira, no Optimus Alive!Tradicionalistas num cenário indie. Pedro Rios, em Barcelonacuriosida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>scobrir ao vivoos Local Natives, habitantes <strong>de</strong>Brooklin que sugerem uma ponteentre o bucolismo dos Fleet Foxese a estética sonora dos AnimalCollective (são os primeiros noPalco Super Bock, às 17h).Se h<strong>ou</strong>ver vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistira história em construção,recomenda-se uma passagempelo Palco Optimus Clubbing, cujaprogramação é dia 9 asseguradapela editora Enchufada, paraassistir ao concerto d’Os Paus,a banda do ex-Vici<strong>ou</strong>s FiveJoaquim Albergaria cujo álbum<strong>de</strong> estreia, por aquilo que se<strong>ou</strong>ve no MySpace – rockalhadafeita urgência e <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>percussão, familiar <strong>de</strong> uns Heatlh- é aguardado com justificadaansieda<strong>de</strong>.Num festival que conjuga a popsolar dos óptimos Girls (dia 10,17h, Palco Super Bock Super Rock)com a presença das Gossip <strong>de</strong>Beth Ditto e dos New Y<strong>ou</strong>ng PonyClub <strong>de</strong> “Ice Cream” (ambos dia 9,Palco Super Bock, às 21h55 e 21h35respectivamente), num festivalon<strong>de</strong> a Florence (& The Machine)que esgot<strong>ou</strong> recentemente a AulaMagna regressa para revermos asua versão lollipop <strong>de</strong> Kate Bush(dia 8, 20h50, Palco Super BockSuper Rock) e on<strong>de</strong> será criminosoper<strong>de</strong>r a electrónica luxuriante,tropicalista, da Matias AguayoBand (a 8, 23h, no Palco OptimusClubbing, programado nesse diapela Planet Turbo), assistiremos aum momento inédito. LegendaryTigerman apresenta “Femina” e oone-man-band não estará sozinho.Com ele, Asia Argento, Maria <strong>de</strong>Me<strong>de</strong>iros, Cibelle <strong>ou</strong> Lisa Kekaula.Com ele, todas as participantes nocelebrado álbum <strong>de</strong> 2009. Mais.Antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Tigerman subira palco, às 21h45 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> Julho,no Palco Clubbing Optimus, assenhoras <strong>de</strong> “Femina” apresentarse-ãoem curtos concertos comas bandas respectivas. A saber:Becky Lee & Drunk Foot (19h30),Cibelle (20h30), Micro AudioWaves (23h40), Phoebee Kil<strong>de</strong>er& The Short Straws (00h45) eBellrays (01h50).Há tudo para todos nasalgalhada que é a música popularurbana do século XXI. Há tudopara todos, consequentemente,no Optimus Alive 2010.La R<strong>ou</strong>xO penteado eo seu electropop chegamfinalmente<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>dois concertocanceladosJonathan Pierce, o vocalista,t-shirt branca por <strong>de</strong>ntrodas calças, move-se comtrejeitos dignos <strong>de</strong> estrela popveterana. Os dois guitarristasdançam com a guitarra, numbonito excesso <strong>de</strong> alegria. Opovo entrega-se à cantoria. Abanda <strong>de</strong>bita uma sequência<strong>de</strong> eficazes comprimidospop: guitarras saltitantes, alembrar um Johnny Marr, dosSmiths, <strong>de</strong>sleixado, bateriamilimetricamente básica, a vozalgures entre o “glam<strong>ou</strong>r” e otédio.Quem viu os Drums nofestival Primavera S<strong>ou</strong>nd, noúltimo fim-<strong>de</strong>-semana <strong>de</strong> Maio,em Barcelona, po<strong>de</strong>ria nãoadivinhar que aqueles quatrorapazes tinham formado abanda há apenas um ano. Como carimbo <strong>de</strong> muito provável“next big thing”, chegam<strong>agora</strong> ao primeiro álbum, “TheDrums”. Actuam na quinta-feira,no primeiro dia do OptimusAlive!.Ainda se lembram <strong>de</strong> 2009? Apaisagem indie está num sonhoveraneante contínuo. Palmeiras,ondas, pranchas <strong>de</strong> surf e óculos<strong>de</strong> sol inva<strong>de</strong>m o que aindaresta <strong>de</strong> “memorabilia” rock,reduzida a fotografias dispersaspor blogues, arranjos gráficos<strong>de</strong> páginas do MySpace etelediscos a pensar no Y<strong>ou</strong>Tube.No meio <strong>de</strong>sta vaga, uns taisThe Drums, com um EP <strong>de</strong>estreia <strong>de</strong>scaradamente estival(basta ver os títulos do disco,“Summertime!”, e do primeiro“single”, “Let’s Go Surfing”),aparecem como o lado mais popda tendência.Chegados ao primeiro álbum,o quarteto <strong>de</strong> Brooklyn já nãoé apenas uma promessa. NoPrimavera S<strong>ou</strong>nd, Meca daindústria musical in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,reservaram um dia só paraentrevistas e uma marca <strong>de</strong>automóveis <strong>de</strong>cidiu pôr “Let’sGo Surfing” num anúncio. “Temsido muito bom. Demos o nossoprimeiro concerto há um ano.Parece que enfiámos cinco anos<strong>de</strong> coisas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste ano”, dizJonathan Pierce, junto a umamini-piscina num terceiroandar <strong>de</strong> um luxuoso o hotel <strong>de</strong>Barcelona.No disco anterior,escreveram “cançõesinspiradas pelosverões da Américados anos 50 e 60”.“Temos uma gran<strong>de</strong>fixação nessa era.Apaixonamo-nospelas Shangri-Las,pelas Ronettes.Decidimos chamarlhe‘Summertime!’,fomos muitoóbvios”, explica.Em “The Drums”, acandura das “girlgr<strong>ou</strong>ps” mantém-se(“Down by the water”), mas oálbum revela um grupo fixadonas bandas <strong>de</strong> Manchester(sobretudo Smiths) e na arte dascanções <strong>de</strong> três minutos.“O nosso objectivo foi ser omais simples possível. Há umpo<strong>de</strong>r na simplicida<strong>de</strong>, sabes?Quando começas a adicionarelementos parece que a cançãoper<strong>de</strong> força. Às vezes, dá maistrabalho ter isso em mente, mastemos uma regra: cada cançãotem que ficar pronta num dia.Nunca recuperamos canções,têm que surgir imediatamente.Tenho que sentir que <strong>ou</strong> escrevoa canção <strong>ou</strong> morro. Não acreditoque alguém tenha trabalhado ascanções que mudam a tua vidadurante dois meses.”Estado <strong>de</strong> graça“A pop foi a minha obsessão<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que comecei a gostar<strong>de</strong> música. Todas as bandasem que estive <strong>de</strong>dicavam-se aescrever canções pop simples,mas a sincerida<strong>de</strong> só surgiu nosDrums. Era como se andassea tentar fazer algo, mas mefaltasse a visão <strong>de</strong> como fazer.”Depois <strong>de</strong> aventuras com finaisinfelizes com <strong>ou</strong>tras bandas,Jonathan <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ir à Flórida,a convite do guitarrista JacobGraham, amigo que conheceuem miúdo num campo <strong>de</strong> férias.Escreveram “Best Friend”,a primeira canção do novoálbum, e <strong>de</strong>cidiram fazer mais.“Percebemos logo que tínhamosali algo especial, era algoque <strong>nunca</strong> tinha sentido emnenhuma banda em que tinhaestado”, recorda.Em estado <strong>de</strong> graça, o primeiroano <strong>de</strong> vida dos Drums foiprodutivo. Escreveram o EPe meta<strong>de</strong> do primeiro álbumao mesmo tempo, na Flórida.Jonathan volt<strong>ou</strong> para Brooklyncom Jacob e recrutaram <strong>ou</strong>trosdois membros. Durante oitomeses, os Drums instalaram-se num apartamento, on<strong>de</strong>continuaram a compor. Ascanções mais estivaisforam parar a“Summertime!”, enquanto “TheDrums” fic<strong>ou</strong> com a melancolia,“a tristeza bela”, e alguns ecosdos Drums amigos da areia.“As minhas canções preferidassão tristes, os filmes favoritosacabam <strong>de</strong> forma trágica”,sublinha.É curioso ver uma bandatão clássica, orgulhosa econvictamente sem ponta <strong>de</strong><strong>de</strong>safio, a sair <strong>de</strong> Brooklyn,terra <strong>de</strong> vários grupos quepõem a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrirnovos territórios no centrodas suas operações. “Nuncasegui a música mo<strong>de</strong>rna muitoatentamente. Se me cair no coloposso <strong>ou</strong>vir, mas est<strong>ou</strong> maisinteressado em fazer as minhascanções, em não ser afectadopelo que os <strong>ou</strong>tros estão a fazer.É muito fácil ser-se influenciado.Foi por isso que fomos paraFlórida. Não tínhamos carro,nem amigos, estávamos sósnum apartamento. Desligámos omundo e fizemos canções.”“Adoramos Brooklyn, masnão nos inserimos”, prossegue.“Acho que as pessoas estão aser estranhas por ser estranhas.É como se tivessem ficadosem i<strong>de</strong>ias e lançado numacompetição para ver quem émais estranho. Nós queremosser o contrário: chatos, clássicose nada experimentais”.Eis a perspectiva <strong>de</strong> umtradicionalista sobre o actualcenário indie: “Há muita músicaa sair, muitas faixas, muito som.Mas faltam canções”.“Adoramos Brooklyn,mas não nosinserimos.Acho que as pessoasestão a ser estranhaspor ser estranhas”Como carimbo<strong>de</strong> muitoprovável“next bigthing”,The DrumsÍpsilon • Sexta-feira 2 Julho 2010 • 11

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