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Cametá- Acordos de pesca - Ministério do Meio Ambiente

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12Série SistematizaçãoA construçãoda Usina Hidrelétrica<strong>de</strong> TucuruíameaçasexternasA construção da Usina Hidrelétrica <strong>de</strong> Tucuruí foi o maiorimpacto causa<strong>do</strong> pela ação humana na região. Dela <strong>de</strong>corremgraves problemas ambientais provenientes da imensa áreainundada que submergiu florestas inteiras. Ao entrar em<strong>de</strong>composição, a floresta libera gás metano e óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> enxofre,tornan<strong>do</strong> a água extremante ácida. Essa aci<strong>de</strong>z e a multiplicação<strong>de</strong> algas causada pelo material em <strong>de</strong>composição alteram osaspectos físicos e químicos da água, causan<strong>do</strong> impacto nareprodução <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte das espécies piscícolas. Segun<strong>do</strong>alguns mora<strong>do</strong>res várias espécies <strong>de</strong> peixes, que antes eramcomuns na região, quase <strong>de</strong>sapareceram por conta da bruscamudança na qualida<strong>de</strong> da água.Alguns outros impactos <strong>de</strong> Tucuruí são: a retenção da maioriadas espécies acima da barragem; o empecilho à migraçãodas espécies <strong>de</strong> piracema (migra<strong>do</strong>ras); aumento <strong>de</strong> <strong>do</strong>ençascausadas pela má qualida<strong>de</strong> da água para consumo; lançamento<strong>de</strong> herbicida como <strong>de</strong>sfolhante para retirada da ma<strong>de</strong>irasubmersa etc. 55 Após a construção da UHE Tucuruí, a produção pesqueira <strong>de</strong> jusante sofreu um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1.200 toneladas em 1981,para 186 toneladas em 1986. Entretanto, da<strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>s pela Su<strong>de</strong>pe (hoje Ibama) ressaltam que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1978, as capturas já vinhamapresentan<strong>do</strong> uma tendência <strong>de</strong> queda progressiva. O <strong>de</strong>clínio registra<strong>do</strong> nas capturas po<strong>de</strong> ser um reflexo da ação conjunta <strong>do</strong>s impactosda barragem sobre a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema à jusante e sobre o ciclo hidrológico <strong>do</strong> rio, da sobre-<strong>pesca</strong> <strong>do</strong>s principais estoques e <strong>do</strong>acelera<strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento das margens <strong>do</strong> Tocantins. Recentes estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s pela Eletronorte, <strong>de</strong>monstram que a produção à jusante dabarragem começou a mostrar os primeiros sinais <strong>de</strong> recuperação, pois, enquanto no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1981 a 1989, os <strong>de</strong>sembarques apresentaramuma queda na produção anual, sen<strong>do</strong> registradas 1.188 toneladas em 1981, 640 toneladas em 1987 e 1988 e 529 toneladas em 1989;da<strong>do</strong>s atuais, coleta<strong>do</strong>s nos anos <strong>de</strong> 2001 e 2002, apontam para uma produção pesqueira local em torno <strong>de</strong> 680 e 750 toneladas/anorespectivamente. Este patamar ainda é inferior aos níveis anteriores <strong>de</strong> produção e, com base apenas nos da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, fica difícilsaber se esse incremento representa <strong>de</strong> fato uma tendência <strong>de</strong> recuperação ou é conseqüência <strong>de</strong> uma nova dinâmica da <strong>pesca</strong> na região.

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