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<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 29 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2013 25MARCELO BRITESMARCELO BRITESUm eventonocturnopermiteimagensespectaculares e PauloAlberto, comas suasacrobacias,fez vibrar oscinco milespectadoresque lotaram ocircuito dosParceiros. Opiloto <strong>de</strong><strong>Leiria</strong>cumpre umasérie <strong>de</strong>rituais aoequipar-se esempre quepossíveltrocaopiniõescom o irmãoCarlos.Fotos eautógrafos,sempre comum sorriso ,são umaconstantepara otetra--campeãonacionalMIGUEL SAMPAIOMARCELO BRITESMultidãoCinco mil a torcerpor Paulo AlbertoQuem chegava, já noite, aocomplexo <strong>de</strong>sportivo dosParceiros pensava que estar aaterrar numa qualquer pistatexana <strong>de</strong> supercross, tal era aenvolvente. Nesta primeira ediçãodo evento, a última provapontuável para o CampeonatoNacional da modalida<strong>de</strong>,estiveram 5 mil pessoas, umprémio para a Junta <strong>de</strong> Freguesiados Parceiros, que agarrou com asduas mão a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terum evento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> nível nalocalida<strong>de</strong>.“Foram superadas as melhoresexpectativas”, salientou RicardoSebastião, director <strong>de</strong> prova. “Emmédia, uma corrida doCampeonato Nacional é vista por2.500 pessoas e neste eventoestiveram o dobro. Era a primeiraedição, estávamos com algumreceio, mas acabou por tudocorrer bem a nível organizativo.Quanto aos pilotos, estavammotivadíssimos por correremcom casa cheia, o que fez com queestivessem ainda mais perto doslimites.” E problemas, Ricardo? “Ailuminação era <strong>de</strong>ficitária efaltava um pouco <strong>de</strong> consistênciaao piso.” A bancada foiinsuficiente? “A solução éaumentar.” A noite terminou emfesta com a consagração <strong>de</strong> HugoBasaúla como novo CampeãoNacional. A correr em casa, PauloAlberto <strong>de</strong>u show e venceu asegunda final da noite. JoaquimRodrigues, o colega <strong>de</strong> Paulo noBrasil, venceu a primeira manga ea geral da prova. Além <strong>de</strong> PauloAlberto, outro quatro pilotos <strong>de</strong><strong>Leiria</strong> estiveram em evidência eapuraram-se para os 18 lugares dafinal: o irmão Carlos, MarcoMarques, Gerson Crespo e DiogoVenâncio. Para o ano, é quasecerto, haverá mais.cumprimentar o campeão. E o piloto,como sempre, não recusa um sorrisoe uma palmadinha. “Tento sempreconcentrar-me ao máximo, mas hojeé mais difícil”, confirma. Há pilotosem disputa pelo título nacional, maspara Paulo Alberto a prova serve, acima<strong>de</strong> tudo, para divertir-se e espalharmagia. “Mas quando estamos lá <strong>de</strong>ntrosó pensamos em vencer”, admite.Amigos e famíliaAo mesmo tempo que Paulo se preparapara acelerar nos treinos – alcançouo segundo lugar do grupo,atrás <strong>de</strong> Hugo Basaúla – os amigos, familiarese até os tios <strong>de</strong> França ocupamgran<strong>de</strong> parte do avançado do seumotorhome, em confraternização.Entre um chouriço, um percebe, umcopito <strong>de</strong> vinho e uma mini, a conversaestava animada. Sempre, claro,com a carreira <strong>de</strong> Paulo Alberto empano <strong>de</strong> fundo, já que o orgulho <strong>de</strong> terum super-campeão na família é difícil<strong>de</strong> disfarçar.Paulo regressa do treino. Chega aopaddock e diz aos amigos que a motoestá “fixe”, mas pe<strong>de</strong> ao pai para mexerna cremalheira e “baixar as suspensões”.Desloca-se <strong>de</strong> novo para apista, a fim <strong>de</strong> observar o irmão e osadversários. No fim, Carlos e Paulo trocamimpressões. “Conseguiste fazero duplo? Como fizeste as mesas? Fostepela esquerda, mas se fosses pela direita...”Enquanto a rapaziada se <strong>de</strong>liciacom os petiscos, Paulo Alberto comefranguinho e massa. “Tem <strong>de</strong> ser”,sorri. São 21 horas e está na hora da primeirameia-final. Passam à final ossete primeiros e Paulo Alberto estátranquilo. Antes do sinal <strong>de</strong> partidabenze-se, como sempre. Os motoresrugem. Não partiu muito bem e <strong>de</strong>ixa-seultrapassar por Basaúla, queganha logo um enorme avanço, eSandro Peixe. Não per<strong>de</strong>u tempo aver-se livre <strong>de</strong>ste, mas passou os 12 minutosda prova a aproximar-se daquele.Passou a ban<strong>de</strong>ira ao xadrez coladinhoao primeiro, mas o segundolugar era mais do que suficiente.“Gran<strong>de</strong> show, puto”, diz um amigo,impressionado com um enormes saltose a forma felina <strong>de</strong> conduzir.Concentração e sustoA moldura humana na pista dos Parceirosnão parava <strong>de</strong> crescer e asbancadas estavam cheias que nemum ovo. Paulo está satisfeito, mas lamentaa falta <strong>de</strong> potência da suamoto. “Ganhas na parte técnica, masper<strong>de</strong>s na recta”, comenta um colega.Nada <strong>de</strong> preocupante. As <strong>de</strong>cisõesestavam ainda por vir. O piloto resguarda-semais. A partir da agora,tudo conta. A partida para a primeiramão da final irá dar-se já <strong>de</strong>pois dameia-noite e o piloto procura concentrar-se.Braços, ombros, pernas, joelhos,pés. A praticamente todos os ossos docorpo é exigido muito numa prova <strong>de</strong>supercross. Por isso, Paulo Albertotreina todos os dias para estar emgran<strong>de</strong> forma, seja ginásio, piscina,corrida ou claro, andar <strong>de</strong> moto. Équase uma hora da manhã quando sedisputa a primeira manga. QuandoPaulo sai do paddock para tomar o lugarna grelha <strong>de</strong> partida, os amigos puxampor ele. “Vamos lá, Paulinho! Força!”Mas a prova não foi feliz para o leiriense.Uma “pequena queda” fê-loper<strong>de</strong>r as hipóteses <strong>de</strong> vencer. A família,claro está, ficou preocupada,apesar <strong>de</strong> todos estarem habituadosa estas andanças. “São já 12 anos”, dizPaulo Alberto. Aos 23 anos, a lista <strong>de</strong>ossos partidos já é extensa: tíbia e perónioda perna direita duas vezes, perónioda perna esquerda, pulso esquerdo,clavícula esquerda, clavículadireita. O piloto está ciente do quepo<strong>de</strong>rá estar à espreita em qualquercurva. “É evi<strong>de</strong>nte que penso que umdia me po<strong>de</strong> acontecer alguma coisamais grave e sei que mais tar<strong>de</strong> todasestas lesões me vão fazer sofrer, maseu ando no supercross por gosto e nãome imagino a fazer mais nada”Para o irmão Carlos, ver o mano emprova é um suplício. “Custa muito, éum stress enorme. Então nas provasno Brasil nem se fala!” Suspiro <strong>de</strong> alívio.O Jikler levantou-se num instante,acelera a fundo e termina amanga na quarta posição.A Paulo o que é <strong>de</strong> Paulo“Frustrado”, Paulo Alberto quer vencera segunda mão. Apesar <strong>de</strong> ter umamoto menos potente, acredita quepo<strong>de</strong> vencer. E vence! Seguia na segundaposição quando o amigo JoaquimRodrigues teve um ligeiro aci<strong>de</strong>ntee não lhe dá hipótese <strong>de</strong> recuperar.As cinco mil pessoas que encherampor completo o complexo dosParceiros estão em êxtase. A família,os amigos, os conhecidos e até os <strong>de</strong>sconhecidosabraçam-no. “Era o quemais queria. As pessoas <strong>de</strong>ste meioconhecem-me, mas na minha cida<strong>de</strong>sou ainda pouco conhecido. Queromuito orgulhar <strong>Leiria</strong>.” Alguém temdúvidas?

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