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Solo e desenvolvimento na Amazônia: Lições do projeto dinâmica ...

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desmatamento constitui foco importante de debate. Infelizmente, apossibilidade teórica de recuperação de áreas aban<strong>do</strong><strong>na</strong>das pordécadas, ou até mesmo séculos, tem pouca relevância diante dasperdas reais produzidas pelo avanço contínuo <strong>do</strong> desmatamento <strong>na</strong>região.O termo “resiliência” encontra-se em evidência <strong>na</strong>sdiscussões sobre o <strong>desenvolvimento</strong> amazônico, referin<strong>do</strong>-se àhabilidade de um sistema em recuperar suas característicasorigi<strong>na</strong>is após a ocorrência de determi<strong>na</strong><strong>do</strong> distúrbio (porexemplo, Smith et al., 1995). Os solos das reservas <strong>do</strong> PDBFFseriam resilientes a ponto de recuperar suas característicasorigi<strong>na</strong>is após serem converti<strong>do</strong>s para pastagens degradadas?Existem razões bem consistentes para duvidar desta capacidade.Entre elas incluem-se os origi<strong>na</strong>lmente baixos níveis denutrientes essenciais, que seriam esgota<strong>do</strong>s em curto prazo. Entreas mudanças que ocorrem normalmente pode-se prever a perda deargila e de carbono, junto com os cátions a eles associa<strong>do</strong>s. Ocarbono pode ser reposto pela vegetação desenvolvida em pousíosprolonga<strong>do</strong>s, mas, <strong>na</strong> prática, pode-se duvidar que os solos seriamdeixa<strong>do</strong>s em pousío por perío<strong>do</strong>s de tempo suficientes para queisto aconteça (Fearnside, 1996a).Diferentes pessoas a<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> o mesmo conjunto de da<strong>do</strong>spodem chegar a conclusões radicalmente diferentes. Serrão et al.(1996: 8), por exemplo, consideram que a regeneração da florestasecundária (capoeira) em pastagens aban<strong>do</strong><strong>na</strong>das indica que “oecossistema florestal amazônico é bastante resiliente aos usosatuais”, embora outros discordem. Por exemplo, Fearnside &Guimarães (1996).IV.C) DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO NATURALEm grande escala, a relação entre o solo, espécies arbórease biomassa tor<strong>na</strong>-se evidente, cite-se aqui a diferença entre avegetação de baixa densidade das campi<strong>na</strong>s e campi<strong>na</strong>ra<strong>na</strong>s queocorrem sobre solos de areia branca <strong>na</strong> área de Ma<strong>na</strong>us, e avegetação com elevada biomassa que ocorre sobre solos argilososnos platôs eleva<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s reservas <strong>do</strong> PDBFF. Entresolos que apresentam maior semelhança, como aqueles encontra<strong>do</strong>sno conjunto de reservas <strong>do</strong> PDBFF, as diferenças são sutis, mas deexistência provável.Estu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>s em várias partes <strong>do</strong>s trópicos indicama existência de relações entre ocorrência de espécies arbóreas ecaracterísticas <strong>do</strong>s solos. Uma revisão (Sollins, 1998) em 18estu<strong>do</strong>s desenvolvi<strong>do</strong>s em Florestas Tropicais de terras baixas,mostrou que a existência de relações entre a ocorrência dedetermi<strong>na</strong>das espécies e o regime de dre<strong>na</strong>gem <strong>do</strong> solo é comum. Umcaso importante é o estu<strong>do</strong> de Lescure & Boulet (1985) em 16,8 hade floresta <strong>na</strong> Guia<strong>na</strong> Francesa, indican<strong>do</strong> que a presença de 69%26

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