Solo e desenvolvimento na Amazônia: Lições do projeto dinâmica ...
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1RESUMOA análise <strong>do</strong>s solos de uma área de 1.000 km 2 , onde estãolocalizadas as reservas <strong>do</strong> Projeto Dinâmica Biológica deFragmentos Florestais (PDBFF) (aproximadamente 80Km ao norte deMa<strong>na</strong>us, Amazo<strong>na</strong>s), fornece informações detalhadas, essenciais aosplanos de <strong>desenvolvimento</strong> sugeri<strong>do</strong>s por agências gover<strong>na</strong>mentais,como por exemplo, o zoneamento econômico-ecológico da região,atualmente sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pelo governo brasileiro. O solo <strong>na</strong>sreservas é típico de vastas áreas da <strong>Amazônia</strong> brasileira,sujeitas a uma ameaça crescente de desmatamento objetivan<strong>do</strong> aimplantação de atividades agrícolas e pecuárias. Estes solos,áci<strong>do</strong>s e de baixa fertilidade, possuem níveis tóxicos dealumínio e limitações impostas pela topografia, sen<strong>do</strong> aindaextremamente argilosos e com elevada capacidade de retençãohídrica. Assim, o potencial agrícola pode ser considera<strong>do</strong> baixoe, diante das alterações nos padrões <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo <strong>na</strong> região,são extremamente negativas as perspectivas de manutenção dacapacidade de resiliência <strong>do</strong> ecossistema <strong>na</strong>tural.O solo sob a floresta indica o tipo de impacto ambientalespera<strong>do</strong> ao converterem-se estas áreas para pastagens e outrosusos, inclua-se aqui o potencial para liberação de gases deefeito estufa (que depende da biomassa da floresta, umacaracterística relacio<strong>na</strong>da com a distribuição de vegetação<strong>na</strong>tural e com a potencialidade <strong>do</strong>s solos para o <strong>desenvolvimento</strong>vegetal) e os efeitos negativos da criação de fragmentosflorestais e da mudança climática sobre a floresta. Os resulta<strong>do</strong>ssugerem que áreas como esta produziriam pouco se convertidas paraagricultura ou pecuária, e tor<strong>na</strong>m claro que os usos que mantenhama cobertura florestal intacta seriam preferíveis. O valor <strong>do</strong>sserviços ambientais forneci<strong>do</strong>s pela floresta origi<strong>na</strong>l ultrapassaem muito os lucros que podem ser espera<strong>do</strong>s da agricultura ou dapecuária.I) INTRODUÇÃOI.A) RELEVÂNCIA DOS SOLOS PARA O PLANEJAMENTOA qualidade <strong>do</strong> solo é obviamente um parâmetro fundamental <strong>na</strong>definição <strong>do</strong> potencial de produção e sustentabilidade de qualquerárea agrícola. Quan<strong>do</strong> se decide incentivar atividades agrícolasem áreas com solos i<strong>na</strong>dequa<strong>do</strong>s a este propósito, pode se esperaro fracasso das colheitas. Na <strong>Amazônia</strong>, freqüentemente, decisõessobre a ocupação de vastas áreas de terra são tomadas sem quehaja o mínimo de informação necessária sobre a qualidade dasterras disponíveis. Por exemplo, quan<strong>do</strong> o Projeto POLONOROESTEabriu Rondônia ao assentamento por meio de um programa de<strong>desenvolvimento</strong> regio<strong>na</strong>l fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong> pelo Banco Mundial, centra<strong>do</strong>ao re<strong>do</strong>r da pavimentação da ro<strong>do</strong>via BR-364 (Cuiabá-Porto Velho),a informação sobre solos disponível para Rondônia (Brasil,