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Solo e desenvolvimento na Amazônia: Lições do projeto dinâmica ...

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2Projeto RADAMBRASIL, 1978: Vol. 16) baseava-se em ape<strong>na</strong>s 85amostras de solo.Evento similar ocorre hoje <strong>na</strong>s proximidades das reservas <strong>do</strong>Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF): em24 de junho de 1997, o presidente Fer<strong>na</strong>n<strong>do</strong> Henrique Car<strong>do</strong>soanunciou em seu programa de rádio sema<strong>na</strong>l “Palavra <strong>do</strong> Presidente”que seis milhões de hectares (ha) ao longo da ro<strong>do</strong>via BR-174(Ma<strong>na</strong>us-Caracaraí) seriam abertos ao assentamento, e sugeriu quea área cultivada seria “tão colossal que duplicaria a produçãoagrícola <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l” (de Cássia, 1997). Apesar <strong>do</strong> provável exageroem relação à produção esperada e à área a ser ocupada, a intençãode iniciar um grande programa de assentamento <strong>na</strong> ro<strong>do</strong>via BR-174parece ser real. O anúncio <strong>do</strong> programa de assentamento <strong>na</strong> BR-174veio de surpresa, já que a pavimentação da ro<strong>do</strong>via (em 1996 e1997) havia si<strong>do</strong> apresentada como um corte cirúrgico pelafloresta, permitin<strong>do</strong> à cidade de Ma<strong>na</strong>us incrementar o comérciocom a Venezuela e ter acesso aos portos daquele país.Antes <strong>do</strong> anúncio <strong>do</strong> <strong>projeto</strong> agrícola da BR-174, não haviasi<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> nenhum estu<strong>do</strong> sobre o potencial agronômico <strong>do</strong>ssolos, muito menos uma avaliação <strong>do</strong> provável impacto ambiental.Assim, como para a maior parte da <strong>Amazônia</strong> brasileira, asinformações sobre as características <strong>do</strong>s solos usadas nos planosde <strong>desenvolvimento</strong> são essencialmente limitadas aos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Projeto RADAMBRASIL que, no início <strong>do</strong>s anos setenta, mapeou osolo, a vegetação e outras características com base em imagens <strong>do</strong>radar aerotransporta<strong>do</strong> de perscruta lateral (SLAR) (Brasil,Projeto RADAMBRASIL, 1976: Vol. 10, 1978: Vol. 18). As imagensorigi<strong>na</strong>is foram obtidas em uma escala de 1:250.000 e as imagenspublicadas em uma escala de 1:1.000.000. Áreas com aspectosemelhante foram agrupadas <strong>na</strong> mesma unidade de classificação,ocorren<strong>do</strong> uma posterior visita de verificação no campo paracaracterizar a vegetação e os solos em muitas destas unidades. Aárea da BR-174 foi identificada pelo governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Amazo<strong>na</strong>s como uma prioridade para zoneamento econômico-ecológico(Pinheiro, 1997).A porção <strong>do</strong> BR-174 a ser aberta para agricultura estálocalizada sobre o Escu<strong>do</strong> das Guia<strong>na</strong>s, e portanto pode se esperarque seja mais fértil <strong>do</strong> que os solos de origem sedimentar queocorrem <strong>na</strong>s áreas das reservas <strong>do</strong> PDBFF. No entanto, o Movimento<strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res Rurais Sem Terra (MST) invadiu recentementealgumas fazendas no Distrito Agropecuário da SUFRAMA(Superintendência da Zo<strong>na</strong> Franca de Ma<strong>na</strong>us), onde também selocalizam as fazendas que abrigam as reservas sen<strong>do</strong> estudadaspelo PDBFF, elevan<strong>do</strong> assim a possibilidade de que algumas destaspossam ser utilizadas no futuro para o assentamento de pequenosagricultores (Pacífico, 1997).I.B) CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS

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